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A janela para as colinas, Juan Gris, 1923
Reprodução Proposta de leitura de obra de Juan Gris
Disciplina: Arte - Educação Artística /Português
Ciclo: Fundamental II e  Ensino Médio
Assunto: Cubismo, vanguardas européias
Tipo: Artes Visuais

A obra do artista plástico espanhol está no Brasil por ocasião da exposição O Cubismo e seus entornos nas coleções da Telefônica, em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo, até o dia 02 de novembro de 2009.
Discuta com seus alunos a obra cubista de Juan Gris, a partir da leitura do quadro A janela para as colinas (clique aqui para acessar uma reprodução do quadro), seu contexto histórico e uma proposta poética.

Aspectos formais
Estimule os alunos a olhar a obra, primeiro sem legenda.
Questione quais cores foram utilizadas.
Com relação à composição, a obra está dividida em diferentes planos?
Se sim, quais seriam eles?
Introduza a questão das formas geométricas. Destaque o fato de que elas convivem com formas mais orgânicas na obra. Como esta relação está colocada na obra?

Conteúdos/ Narração

Qual é a temática da obra?
É possível reconhecer os objetos retratados. Há uma hierarquia entre eles?
O espaço em que os objetos estão dispostos também pode ser identificado?
Este momento de exercício é uma boa oportunidade para introduzir uma discussão sobre o gênero natureza-morta na história da arte: como ele surge e como foi usado por outros artistas?
Podemos reconhecer qual período do dia foi retratado. Há algum destaque para essa questão?
É importante, nesse momento, revelar a legenda da obra e falar se o que foi dito antes pode ser reinterpretado à luz do título da obra.
Também é relevante tratar o período em que a obra foi produzida e quais as implicações desta informação.

Informações preliminares para contexto

• Cubismo
O Cubismo, fundado por Picasso em 1907 e desenvolvido por ele e Georges Braque a partir de 1908. Talvez tenha sido a mais influente e duradoura das vertentes da Arte Moderna. A partir de 1909, vários artistas cubistas assumiram a proposta com personalidade própria, numa atuação intensa e versátil, que permaneceu até 1914, período em que participaram de várias exposições em salões da Europa. A partir dessa data, e até meados da década de 1920, a obra de Juan Gris assumiu a referência do Cubismo, que ficou conhecida como “segunda vida” cubista.
• Biografia do artistaJuan Gris: Madri, Espanha, 1887 – Paris, França, 1927
Em sua juventude, Juan Gris, cujo nome de batismo é José Victoriano González-Pérez, estuda na Escola de Artes e Indústrias de Madri. A partir de 1902, atua como ilustrador, colaborando para diversos periódicos, como Blanco y Negro e Madrid Cósmico. Em 1906, realiza as ilustrações para o livro Alma América, do poeta peruano José Santos Chocano. Essa atividade, da qual o artista provê seu sustento ao longo de boa parte de sua carreira, prossegue em Paris, para onde ele se muda no mesmo ano de 1906. Gris desenvolve projetos gráficos vanguardistas em colaboração com escritores e poetas, como Max Jacob e Tristan Tzara. Reside à rue Ravignan, no célebre edifício Bateau Lavoir, onde fervilha o movimento cubista. Nos círculos parisienses, convive com o pintor Daniel Vásquez Díaz, de quem era amigo na Espanha, Georges Braque e Appolinaire. Torna-se amigo do crítico Maurice Raynal.
Em 1908, por intermédio do marchand Daniel-Henry Kahnweiler, conhece Picasso, contato que marca decisivamente sua vida artística e pessoal. A partir de 1912, inicia sua produção cubista. Exibe seus trabalhos na exposição da Section d’Or, com Gleizes, Metzinger e Marcoussis, entre outros, na galeria de Clovis Sagot e no Salon des Indépendants. Sua produção do período combina elementos que ele aprendera com Picasso e Braque a suas próprias inovações. Realiza inicialmente pinturas com tons cinzas e terrosos, mas, a partir de meados da década, o colorido passa a dominar em seus trabalhos,  o que o particulariza entre os cubistas.
Outro traço marcante em seu trabalho é o uso da colagem. Em pouco tempo, conquista reconhecimento como pintor e se torna um destacado porta-voz do movimento cubista. Suas pinturas exercem impacto sobre outros artistas da Section d’Or e da Escola de Paris. Em 1921 e 1923, realiza trabalhos para os Balés Russos de Diaghilev. É na década de 1920 que elabora seus mais conhecidos textos sobre o Cubismo, como o artigo sobre seu método criativo dedutivo, publicado na revista alemã Der Querschnitt, em 1923, e a conferência proferida na Universidade de Sorbonne, em 1924, em que expressa suas ideias sobre o Cubismo e sobre a pintura. Morre precocemente, aos 40 anos de idade.
• Histórico da obra A janela para as colinas
A obra foi exposta em 1923 na Galerie Simon de Paris. As repercussões desta exposição, aliada à presença de Juan Gris em publicações teóricas decisivas para a difusão dos ideais do Cubismo, vinham confirmar tanto a sua posição pessoal no movimento moderno seguinte – que diferia do modelo fundador proposto por Picasso e Braque, como a sobrevivência do Cubismo como referência na primeira metade dos anos 1920.
O Cubismo de Gris foi definidor de várias das correntes que surgiram na Europa a partir da década de 1920, como o Futurismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.
     “Na obra A Janela para as colinas, Gris sintetiza uma série de temas e sugestões que vinha explorando e tratando havia vários anos. Frente à janela aberta, se produz um encontro entre interior e exterior que quer atuar como um amável jogo simbólico: as dicotomias e relações entre o íntimo e o expansivo, entre a arte e a vida, entre a poesia da criação e a poesia da natureza criadora. Mas, enquanto em obras anteriores, interior e exterior se relacionavam até confundirem-se, agora, a presença das cortinas, como em algumas pinturas barrocas, introduz a evidência da pintura como representação. O cenário remete à pintura dos museus. A natureza-morta está realizada em linguagem cubista.”
    (Eugenio Carmona, curador da exposição O Cubismo e seus entornos).

Conclusão

As possibilidades para o exercício de leitura de obra não se esgotam aqui. Temos apenas um ponto de partida que pode e deve ser ampliado com as respostas e inquietações trazidas pelos alunos na observação da obra, com futuras pesquisas sobre as vanguardas européias do início do século XX e com outros temas já trabalhados em sala de aula.
O contexto histórico de produção desta obra também pode ser explorado de vários ângulos. Pode-se, por exemplo, pensar a Primeira Guerra Mundial e no impacto que esse fato trouxe para as artes.
Outra abordagem é pensar quais foram as contribuições do Cubismo para a Arte Moderna brasileira, como é o caso da influência na obra de Tarsila do Amaral.
Muito produtivo também é pedir que os alunos busquem nas suas referências de arte quais elementos do Cubismo eles reconhecem e como isso vem sendo reinterpretado ao longo dos anos.

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