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DICAS DE AULAS

Confira sugestões para as aulas de produção de texto no Ensino Fundamental e Médio, na seção Turbine sua Aula.

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ESCRITA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Veja informações e reflexões sobre Leitura e Escrita, além de propostas de como trabalhar o tema na escola e atividades para os diferentes ciclos. Na seção O Assunto é.

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EM BUSCA DA PALAVRA
Jorge Miguel Marinho

Escrever é busca sem fim, tentativa de fisgar a palavra mais próxima e talvez a mais expressiva do universo pessoal de quem exercita a escrita seja ela literária ou não.

É claro que no caso da literatura a garimpagem em busca da palavra criativa e reveladora é mais intensa. Portanto, não há regras definidas, normas preestabelecidas, esquemas completamente lógicos ou fechados nos caminhos da criação. Escrever é sempre uma promessa do outro texto que está por vir. E ele vem, com sensibilidade, empenho e paciência – ele vem e a alegria, ainda que transitória, permanece na história do possível escritor.

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JOGO "CADÁVER ESQUISITO"
Jorge Miguel Marinho

Numa oficina de criação literária, o professor deve trabalhar - longamente com os alunos – a linguagem sugestiva por meio das mais diversas motivações: jogos de palavras, figuras de linguagem, disposição criativa das palavras na página e outras.

Um exercício bastante interessante é o Cadáver Esquisito que os escritores surrealistas praticavam como uma espécie de escrita automática. Consiste em passar uma folha em branco de aluno para aluno e cada um escreve o que bem quiser numa linha, mais ou menos. O importante é que, quando um escreve, o seguinte não veja, assim como o anterior.

Para isso, cada um escreve e dobra imediatamente o papel de cima para baixo, sendo que a folha vai se enrolando e escondendo as frases. O acaso das frases soltas, o contraste da junção de uma com outra, o traço lúdico do texto no conjunto criam uma atmosfera (tom) relativamente sugestivo que lembra a linguagem poética.

O Cadáver Esquisito é um jogo muito divertido porque a poesia “surge” como criação coletiva.

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OFICINA DE CRIAÇÃO COMO ESPAÇO LÚDICO
 Jorge Miguel Marinho

Uma oficina de criação literária é um espaço lúdico onde se cria e se brinca, onde se faz literatura e se descobre a poesia das coisas. Portanto é espaço privilegiado para acolher um pedido de Carlos Drummond de Andrade:

“A escola enche o menino de matemática, de geografia, de linguagem sem, via de regra, fazê-lo através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem. A escola não repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente o conhecimento e o mundo.

O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a literatura como primeira visão direta das coisas, e depois como veículo de informação prática e teórica, preservando e cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética.”

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TENHA UM TEMA
Jorge Miguel Marinho

Não escreva sem um alvo mínimo, tenha um tema, um apelo interior, ainda que seja uma carência de idéias e uma vontade inadiável de criar. Jogue algumas palavras na página e busque o possível universo de significação que existe entre elas.

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SOB FORTE EMOÇÃO
Por Jorge Miguel Marinho
Ao contrário do escritor Horácio Quiroga, acho que você pode escrever sob forte emoção, o que o Gonzaguinha diria “explode coração”. Só que depois, você tem que viver e reviver essa primeira emoção trabalhando e retrabalhando o texto para dar expressão literária ao que antes era impulso emocional.

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UMA CRÔNICA É UMA CRÔNICA E FIM!
Jorge Miguel Marinho
O que é uma crônica?
É uma breve narrativa.
E o que é uma breve narrativa?
É uma pequena história, às vezes um simples acontecimento que acontece num tempo e num lugar determinados.
Sempre?
É claro que não, na literatura nada é sempre.
Como assim?
A literatura é antes de tudo tentativa, experimentação, ensaio e erro e às vezes acerto, mas sempre descoberta.
Entendeu?
Ahhh..., acho que sim...

Está bem, vamos ver isso melhor. Mas nada em definitivo, na literatura não há modelos nem regras rígidas, o que conta mesmo é jogar com as palavras e ir buscando a lógica da criação.

Eu podia dizer que uma crônica é uma crônica e fim. Mas não, vou dar umas dicas e a crônica mesmo vai ser a sua tentativa de descobrir qual é a crônica que existe dentro e fora de você. Preste atenção:

1) A crônica é uma forma de narrativa descontraída, lembrando bastante a linguagem dos jornais, e em geral conta ou narra situações do dia-a-dia, fatos corriqueiros e até mesmo banais – o que não quer dizer que não esteja interessada nos temas relativos à condição humana: amor, morte, solidão, sonho, incomunicação, descoberta e busca do sentido da vida e outras revelações. Basta ler qualquer crônica do Rubem Braga para perceber como essas pequenas histórias acabam se tornando literatura da melhor.

2) A crônica, quase sempre, vem escrita em linguagem coloquial bem próxima da conversa informal e, com esse tom de coisa sem importância, se casa muito bem com a poesia e o humor.

3) Normalmente os cronistas são ou foram jornalistas, como Fernando Sabino, Luís Fernando Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade e tantos outros. Eles são repórteres e espectadores da vida dos outros e é por isso que a crônica sempre tem uma preocupação com a vida coletiva – o que não impede de você criar narrativas bem subjetivas que revelam situações muito íntimas, como Clarice Lispector tão bem escreveu.

4) Se eu fosse você, começava lendo os bons cronistas como os já citados e mais Paulo Mendes Campos, Marcos Rey, Stanislaw Ponte Preta e outros que você vai descobrir. A coleção "Para gostar de ler", da Editora Ática, é ótima – o volume 5 – "Crônicas" tem uma excelente introdução escrita pelo professor Antonio Candido, que é imperdível.

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FOCO NARRATIVO
Jorge Miguel Marinho

Foco narrativo é o ângulo por meio do qual o narrador conta a história. Os mais comuns são dois: foco narrativo em primeira pessoa e em terceira pessoa. Eles acontecem assim:

a) foco narrativo em primeira pessoa – a história é narrada por um personagem que participa dos acontecimentos, observando, sentindo, vivendo a experiência narrada.

b) foco narrativo em terceira pessoa – a história é contada do ângulo de um narrador que não participa dos acontecimentos, apenas observa, reflete e mostra, de forma distanciada, a experiência vivida pelo(s) personagem(ns).

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LER OUTROS POEMAS
Jorge Miguel Marinho

Leia um poema, depois outro e outro. Leia com toda a liberdade de simplesmente ler, porque a leitura de outros poetas pode fazer a sua poesia aparecer. Vá lendo vários poemas de vários poetas e, de repente, escolha um. Feche o livro e reescreva o poema como se ele fosse seu – é claro, com suas palavras e a poesia que “existe” em você. Se estiver motivado, é claro, é lógico, é indiscutível. O maior macete é nunca fazer poesia por obrigação.

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RIMAS PAUPÉRRIMAS
Jorge Miguel Marinho
Evite rimas paupérrimas como amar/sonhar, correndo/vivendo, de repente/permanente, absolutamente/evidentemente. Ou use essas rimas fáceis para fazer humor ou paródia daqueles poemas que não trazem nenhuma inquietação.

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POEMAS CONCISOS
Por Jorge Miguel Marinho

Nada é regra em poesia. Porém, para começar, é bom criar poemas concisos, com poucas palavras, breves como uma emoção. Ou crie poemas extensos e depois corte, corte, corte tudo o que for palavroso até restar só a poesia que deve ficar.

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JUNTAR PALAVRAS ESTRANHAS
Jorge Miguel Marinho

Um bom exercício para se descobrir o poder sugestivo e inventivo da linguagem é juntar palavras estranhas semanticamente, com sentidos aparentemente afastados, para ver se novos significados aparecem nesses jogos, levando-se em conta que a poesia é um jogo, busca, experimentação.

Por exemplo, “Amor é fogo”, “Inventa uma lua azul”, “Imensa é a missão dos teus cabelos”, “Só, palavra comprida”, “a vida parou ou foi o automóvel”, “o beijo não vem da boca”, “respiro o sol e adormeço enluarado”, “foi mais que solidão, foi um coice da noite”, “sou menino-passarinho com vontade de voar”, “apago estrelas”.

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AMPLIANDO O REPERTÓRIO DO ALUNO
Anna Helena Altenfelder

Certamente seus alunos já leram ou ouviram poemas. Canções, poemas, cantigas de roda, parlendas, trava-línguas, que fazem parte de suas brincadeiras; as músicas que ouvem e cantam, ou repentes, quadras e cordel que escutam, tudo isso pode ser considerado poesia.

Para iniciar um trabalho com poesia, é importante observar a experiência que os alunos trazem para poder planejar como ampliar o repertório. Assim, se a maioria traz, por exemplo, apenas parlendas, quadras, poemas mais infantis, saberemos que é importante apresentar para o grupo a poesia clássica. Se, por outro lado, o repertório das crianças se centrar mais na poesia erudita, é necessário mostrar a poesia popular, e assim por diante.

O levantamento do repertório serve, portanto, para que cada professor saiba em que pontos deve enfatizar o trabalho, para que os alunos possam compreender e apreciar mais e melhor a poesia.

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SENTINDO AS PALAVRAS
Anna Helena Altenfelder
Proposta de atividade
Traga para a sala de aula vários poemas. Procure diversificar autores, estilos e temas. Faça um mural com eles ou afixe-os na lousa. Solicite aos alunos que escolham uma das poesias do mural. Após uma leitura, peça para representarem em uma folha, com linhas, traços e cores, o que sentiram ao ler a poesia.

Cada aluno pode mostrar seu desenho para a classe, e você, professor, pode conversar com o grupo, mostrando a variedade dos sentimentos, que não tem certo ou errado, apenas sentimentos diferentes, pois somos diferentes. E no nosso dia-a-dia, quais os sentimentos que aparecem? Raiva, medo, alegria, desânimo, esperança, amor... Quando sentimos cada um deles?

Faça junto com seus alunos uma lista dos sentimentos que apareceram na conversa, escrevendo-os na lousa. Cada aluno deve escolher o sentimento com que mais se identifica no momento. Peça, então, para fecharem os olhos e pensarem em palavras soltas que se relacionem com esse sentimento.

Após alguns minutos, cada um vai escrever as palavras em que pensou, o que sentiu. Os alunos devem agora se juntar em pequenos grupos, de acordo com o sentimento que escolheram. A idéia é tentar criar um poema a partir do sentimento, afinal já podemos nos arriscar a produzir poesia.

As palavras escritas de cada um podem ajudar a compor o poema do pequeno grupo. Peça que releiam o que escreveram. Dá para intensificar a sonoridade? Solicite a eles que pensem em uma forma de apresentar os poemas criados.

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POESIA - SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
Por Anna Helena Altenfelder

  • BERALDO, Alda. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática.
  • CITELLI, Beatriz. Produção e Leitura de Textos no ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2001, vol. 7.
  • MORICONI, Ítalo. Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
  • Boa Companhia: Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
  • As coleções do "Programa Literatura em Minha Casa", do Ministério da Educação, trazem um acervo cuidadosamente escolhido, com poemas dos maiores poetas da Língua Portuguesa.

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REGISTRO DE MEMÓRIAS
Regina Andrade Clara
Professor,

Ao propor aos alunos um projeto de registro de memórias de pessoas mais velhas, é fundamental discutir com o grupo o significado que a palavra "memória" tem para cada um: "coisas velhas"? Idéias dos avós? "Causos" de antigamente? Histórias tristes?

Para alimentar essa conversa, recomendamos a leitura do livro "Guilherme Augusto Araújo Fernandes", de Mem Fox.

Referência bibliográfica: FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1995.

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MEMÓRIA - SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
Regina Andrade Clara

Para produzir textos de memória, é fundamental conhecer livros e autores que escrevem nesse gênero. Para incrementar seu trabalho, sugerimos a leitura das seguintes obras:
  • "Transplante de Menina", de Tatiana Belinky
  • "Memórias da Ilha", de Luciana Sandroni
  • "A menina que fez a América", de Ilka Brunhilde Gallo Laurito
  • "Anarquistas Graças a Deus", de Zélia Gattai
  • "Memória e Sociedade", de Ecléa Bosi

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COMO TRABALHAR COM CONTOS
EducaRede
Veja na seção Turbine sua aula sugestão de atividade para trabalhar com o gênero literário conto, especialmente com os livros da coleção "Literatura em Minha Casa", do Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE, distribuídos pelo Ministério da Educação.

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COMO TRABALHAR COM POESIA
EducaRede
A escola pode e deve ser um lugar em que a convivência com a poesia aconteça de fato, permitindo o contato com diferentes autores e estilos, e o exercício da capacidade de sentir e de conhecer o que é poético. Veja sugestão de atividade com poesia em Turbine sua aula.

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GÊNEROS DO DISCURSO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Kátia Lomba Bräkling

Os gêneros do discurso são um elemento fundamental no processo de produção de textos, porque são os responsáveis pelas formas que estes assumem. Qualquer manifestação verbal organiza-se, inevitavelmente, em algum gênero do discurso, seja uma conversa de bar, uma tese de doutoramento, seja linguagem oral ou escrita. Veja dica sobre gêneros do discurso em Turbine sua aula.

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O PRAZER DE LER
José Ivaldo Bleasby Freires
Leia por prazer. Leia pelo simples prazer de ler, nunca por obrigação. A poesia é um deleite.

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