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Planejamento do Ensino




:: Por que planejar?


 
Sem planejamento é difícil dar conta do recado
O papel da escola na construção de um país mais justo é fundamental, e ele se concretiza pela ação educativa. Desse modo, o trabalho do educador é tão complexo e importante que não pode ser improvisado. Cada professor, conhecendo os alunos com os quais trabalhará, tem de saber o que vai ensinar, para quê e como fará isso ao longo do trabalho educativo. Assim também, a escola como um todo, a partir das diretrizes gerais para a rede pública, define-se estabelecendo prioridades e ações, ou seja, seu Projeto de escola.

Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se conseguir atingir mudanças.

:: O Projeto de Escola

Em seu Projeto de Escola, cada unidade escolar deve estabelecer quais são seus objetivos educativos:
  • Que transformações pretende gerar em seus alunos e na comunidade escolar?
  • Que ações educativas irá promover?
  • Que recursos humanos e materiais a escola possui?
  • Qual será o período de tempo disponível?
  • Qual será o período de tempo disponível?
O Projeto de Escola deve considerar as reais necessidades da comunidade na qual a escola está inserida, em particular as necessidades educativas de seus alunos:
  • Qual é a realidade da escola?
  • Quais são os principais problemas?
  • Os alunos têm realmente aprendido?
Assim, ao identificar e analisar as dificuldades que a escola enfrenta e o que pretende mudar, é possível estabelecer objetivos e metas comuns a toda a equipe. As diferentes ações pedagógicas, desde o atendimento dos pais à realização de uma aula de Biologia, vão ser pensadas e organizadas a partir dessas linhas comuns e das metas combinadas.
Nesse sentido, uma das funções centrais do Projeto de Escola é selecionar e organizar os conteúdos necessários para dar conta dos objetivos educativos.

Esses conteúdos, por sua vez, são informações, conceitos, conhecimentos, valores, práticas e todas as formas culturais que os alunos devem aprender para que o processo educativo se realize de acordo com as intenções traçadas no Projeto de Escola.


:: Planejamento de Ensino


 
 Conferindo o planejado
Em uma escola democrática, o Projeto de Escola é feito coletivamente e deve ser a base para todas as atividades de ensino e de aprendizagem planejadas pelos professores para serem desenvolvidas em sala de aula.
Esse planejamento do processo de ensino e aprendizagem que os professores devem construir para orientar sua ação pedagógica na sala de aula é aqui chamado de Planejamento do Ensino.


:: O Planejamento do Ensino em ação


A concretização do Planejamento de Ensino ocorre na sala de aula, com um professor e sua classe desenvolvendo atividades de ensino e de aprendizagem. Sala de aula, aqui, não deve ser considerada apenas o espaço entre quatro paredes, com carteiras e uma lousa; mas sim, todo e qualquer espaço no qual atividades de ensino e aprendizagem estejam ocorrendo. Por exemplo, quando um professor e os alunos de uma classe encontram-se em um bosque, num parque distante da escola, desenvolvendo uma atividade de educação ambiental, então, aquele bosque torna-se uma sala de aula. Assim também, um laboratório, o pátio da escola, um museu, uma oficina ou um estabelecimento industrial ou comercial no qual, por motivos educativos, o professor se encontra com seus alunos, desenvolvendo atividades de ensino e aprendizagem.


:: Ingredientes para planejar


Para falarmos de planejamento – seja o da escola ou da sala de aula – é preciso, primeiramente, deixar claro entre o grupo algumas idéias:
  • de que tipo de escola estamos falando?que relações estabelecemos entre escola e sociedade?
  • qual o sentido social da profissão de educador, seja ele professor, coordenador, supervisor, diretor de escola, membro de equipe técnica ou de apoio?
Conheça mais sobre o assunto no texto de Mário Cortella

Quando um professor, em cooperação com seus colegas, elabora seu Planejamento do Ensino, é importante ter em conta que sua ação profissional deve ser pensada em termos de um otimismo crítico, ou seja, o professor deve ter claro que as escolhas que faz quando elabora seus planos e as orientações que imprime no decorrer de cada aula devem ser coerentes com o Projeto de Escola, assim como, com uma perspectiva crítica e transformadora da realidade.

Essa preocupação com a concepção de educação que rege as ações do professor é fundamental para que o espaço da sala de aula não se transforme em um local de reprodução de injustiças, onde o conhecimento é visto como um pacote fechado a ser transmitido mecanicamente aos alunos.


:: A importância de conhecer o aluno

O Planejamento do Ensino começa com o professor considerando:
  • quem são meus alunos?
  • quais são os conhecimentos e as experiências de vida que eles têm com relação aos conteúdos das atividades que estarei propondo?
  • quais são as suas expectativas e dificuldades?


 
 Conhecer o aluno real é fundamental para o Projeto
Essa preocupação em conhecer os alunos é muito importante, pois o professor pode se enganar quando confunde os alunos reais, aqueles que estão em sua sala de aula, com um modelo idealizado, geralmente aquele que “todo professor gostaria de ter”: saudável, bem alimentado, cuidado pela família, com acesso a livros, computador, centros culturais e lazer. Leia mais sobre o tema


Diante dessas observações, fica claro que o Planejamento do Ensino não pode ser feito para qualquer aluno, considerando apenas as características do conhecimento, ou do conteúdo, em jogo nas atividades de ensino e aprendizagem.

Para o educador que trabalha com uma perspectiva inclusiva, que se preocupa com as reais condições culturais de seus alunos, o Planejamento do Ensino deve considerar os valores, os saberes e as experiências práticas que eles possuem, selecionando e organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições.

Dessa forma, se os alunos têm origem em famílias com pouca escolaridade, que não possuem livros em casa, que não lêem jornal cotidianamente, crianças que não têm a experiência de ganhar livros de literatura infantil, ou juvenil, então, o Planejamento do Ensino precisa considerar que essas práticas sociais devem estar presentes na própria escola. Esta, por sua vez, deve se organizar para suprir da melhor forma possível todas as faltas que a condição de exclusão de seus alunos possa estabelecer.

:: Acompanhar e avaliar o projeto


 
Projeto de qualidade,
aluno autônomo
Os projetos de escola e o planejamento do ensino não são documentos prontos e acabados. Na verdade, são estruturados como um processo. São alterados de acordo com mudanças processadas no ambiente escolar, na comunidade e nos alunos na sala de aula.

No caso, por exemplo, do Projeto de Escola é preciso observar as mudanças que vão ocorrendo, acompanhar o desencadeamento das ações, perceber seus resultados e, quando necessário, modificar os rumos do projeto. É preciso que a comunidade escolar, liderada pela equipe de educadores, assuma uma posição atenta, crítica e autocrítica quanto ao percurso do projeto. Veja mais questões
Além da avaliação feita pelos educadores, sem dúvida indispensável, é importante incentivar as críticas vindas dos alunos, dos pais que podem contribuir para o desenvolvimento do projeto. Por isso, é importante abrir a escola para a avaliação da comunidade.

Quanto ao Planejamento de Ensino, a avaliação diversificada é fundamental para o replanejamento das ações pedagógicas futuras. É preciso saber se:
  • os alunos compreenderam os conceitos?
  • as atividades propostas foram adequadas?
  • atingiram os objetivos propostos? suas habilidades foram desenvolvidas?
  • que atitudes revelam mudanças?
  • houve trabalhos em grupos e individuais e com todos?
  • as propostas foram diversificadas?
O Planejamento do Ensino que, como foi dito, se realiza no espaço da sala de aula, envolve sempre quatro componentes que não podem ser
considerados isoladamente:

  • o aluno que aprende;
  • o professor que ensina;
  • um ou mais conteúdos de aprendizagem;
  • a avaliação.

Texto original: Vinicius Signoreli
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Arquivo CENPEC

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