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:: Avaliação contínua do ensino e da aprendizagem


 
 A avaliação deve ser contínua
O objetivo desse texto é refletir sobre o terceiro componente: a avaliação contínua do ensino e da aprendizagem. Essas idéias de avaliação das atividades de ensino podem e devem ser adotadas para todos os ciclos, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio.

O tema avaliação é muito amplo. Pode-se avaliar o Projeto de Escola, avaliar a Escola como instituição pública. Pode-se avaliar a proposta de Planejamento do Ensino, a organização do tempo e do espaço no cotidiano escolar, a participação dos pais e da comunidade na vida da escola. Um dos componentes indispensáveis ao Planejamento do Ensino é a avaliação contínua do processo de ensino e aprendizagem. A avaliação contínua é a permanente observação dos processos de aprendizagem vividos pelos alunos, seja o grupo que compõe a classe, seja cada aluno em particular.

Cada professor, ao preparar seu Planejamento do Ensino, ao selecionar e se preparar para desenvolver determinada atividade com seus alunos, deve apontar que tipo de observação ele pode realizar para avaliar como anda a aprendizagem dos alunos com relação a determinado conteúdo. Nesse sentido, a clara definição das intenções educativas no Planejamento do Ensino é fundamental para que o professor saiba os conteúdos com relação aos quais irá acompanhar e avaliar as aprendizagens de seus alunos.

Por isso, mais do que planejar a avaliação é importante o professor ficar atento ao que está ocorrendo durante as atividades em relação à aprendizagem dos alunos. Ou seja, toda e qualquer atividade que se desenvolve em uma sala de aula, pode conter aspectos que sirvam para avaliação da aprendizagem dos alunos por parte de um professor.

:: Exemplos de atividades para uma avaliação mediadora


Enquanto expõe uma idéia diante da classe, o professor observa a reação dos alunos, suas perguntas, e seus silêncios; anda entre os alunos e observa suas anotações. Faz perguntas desafiadoras, observa o grau de envolvimento de cada um nos trabalhos. Durante a leitura de um texto seguida de um debate, o professor anota as perguntas e comentários que lhe chamam mais atenção, percebe que alguns alunos não conseguem se posicionar, ou relacionar as idéias do texto com conteúdos trabalhados anteriormente. Em seguida, propõe à classe algumas questões sobre o texto e conversa com aqueles que demonstraram dificuldade, procurando localizar onde se encontra o problema o como pode ajudá-los.

Enquanto os alunos, em duplas ou trios, resolvem uma lista de problemas de matemática, o professor observa como cada equipe trabalha:

  • os que logo começam a ler os problemas, escolhem um para resolver e tomam iniciativas;
  • aqueles que começam a resolver os problemas sem nem mesmo terem feito uma leitura atenta e que tentam soluções irrefletidas;
  • os que olham para a folha e não conseguem começar; etc.
A partir dessa observação, aproxima-se daqueles que demonstram dificuldades para tentar compreendê-las e sugerir novas atividades a esses alunos para que avancem em suas aprendizagens.

Um professor de história apresenta a seus alunos um texto que trata de conteúdos estudados há pouco e faz relações com novos conteúdos, que já estiveram presentes em debates anteriores e serão estudados mais profundamente a partir de agora. Ele pede que os alunos leiam o texto e façam comentários, elaborem questões ou apresentem discordâncias. Enquanto os alunos trabalham, o professor caminha pela classe e observa cada um, vê como estão trabalhando, se estão lendo ou se dispersaram.

Quando começam a escrever suas anotações, o professor vai acompanhando as produções dos alunos e orientando aqueles que pedem auxílio. Durante essas ações o professor, atento com os aspectos considerados desde o Planejamento do Ensino, vai acompanhando como as aprendizagens estão ocorrendo e pensando em como irá ajudar aqueles que demonstram que ainda não se apropriaram de certos conceitos ou procedimentos.

A principal característica de uma avaliação contínua, que procure mediar os processos de ensino e aprendizagem, é que as providências com relação aos resultados da avaliação devem ser tomadas imediatamente. Se o professor percebe que alguns alunos em sua classe não estão aprendendo, então, ele toma providências no mesmo momento e começa a pensar em como ajudar aqueles alunos a superar suas dificuldades.
Não é preciso esperar o bimestre terminar, entregar um boletim com uma “nota baixa” para o aluno e selecioná-lo para algum tipo de “aula extra de recuperação”. A avaliação, além de contínua, precisa ser formativa. Ou seja, ele deve avaliar o processo de evolução de cada aluno, a partir de suas dificuldades, limites e facilidades.

Sem dúvida trata-se de um grande desafio, visto que, em nossas escolas predomina a noção de avaliação classificatória. Uma avaliação feita com o propósito de selecionar quem vai “bem” e quem vai “mal”. Esse tipo de avaliação classificatória ainda encontra muitos defensores na educação básica, e tendo como argumento a seu favor o fato de que as universidades e escolas de ensino superior selecionam seus alunos por meio dela.
Em seu livro Avaliar para promover: as setas do caminho, Jussara Hoffmann, apresenta uma visão muito rica de avaliação mediadora, discutindo inúmeros aspectos relacionados à avaliação do ensino e da aprendizagem. No capítulo 4, Avaliação e Mediação, a autora afirma: “Quando se desenvolve um processo mediador de avaliação, não há como prever todos os passos e tempos desse processo, pois as condições e ritmos diferenciados de aprendizagem irão lhe conferir uma dinâmica própria”.

“As novas concepções de aprendizagem propõem fundamentalmente situações de busca contínua de novos conhecimentos, questionamento e crítica sobre as idéias em discussão, complementação através da leitura de diferentes portadores de texto, mobilização dos conhecimentos em variadas situações-problema, expressão diversificada do pensamento do aprendiz. Nesse sentido, a visão do educador / avaliador ultrapassa a concepção de alguém que simplesmente ‘observa’ se o aluno acompanhou o processo e alcançou resultados esperados, na direção de um educador que propõe ações diversificadas e investiga, confronta, exige novas e melhores soluções a cada momento”.

Texto original: Vinicius Signoreli
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Acerco CENPEC

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