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Atividades com textos


Roteiros de Atividades
Língua Portuguesa - Fundamental - 6º ao 9º

Eixo Temático:
0
Tema:
0
Subtema:
0
Tópico:
0

Objetivos:
- Propor um trabalho com textos narrativos, tais como:conto, histórias, romance, etc.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, no discurso descritivo, mecanismos de focalização adequados ao efeito de sentido pretendido.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, as fases ou etapas do discurso descritivo, na compreensão e produção de textos.
Providências para a realização da atividade:
Providenciar cópias do texto para os alunos.
Pré-requisitos:
Reconhecer que, em grande parte dos textos que circulam, o discurso descritivo ocorre em meio a seqüências expositivas e/ou narrativas.
Compreender que a descrição tem as tarefas de colocar o leitor em um determinado “lugar”, conduzi-lo, para lhe dizer como deve mover o olhar, para onde deve caminhar, etc, e impressionar o leitor na direção que o leve a sentir o que o autor do texto espera que ele sinta enquanto lê o texto.
Saber que a descrição se expressa no vocabulário, na forma como esse vocabulário se organiza sintaticamente nos enunciados (Que efeitos de sentidos pretendo provocar em meu leitor)?
Descrição dos procedimentos:
O texto abaixo é um fragmento do livro “A bolsa amarela” de Lygia Bojunga
A bolsa amarela
Era amarela. Achei isso genial: pra mim o amarelo é a cor mais bonita que existe. Mas não era uma amarelo sempre igual: ás vezes era forte, mas depois ficava fraco: não sei se porque ele já tinha desbotado um pouco ou porque já nasceu assim mesmo, resolvendo que ser sempre igual é muito chato.
Ela era grande: tinha até mais tamanho de sacola do que de bolsa. Mas vai ver ela era que nem eu: achava que ser pequena não dá pé.
A bolsa não era sozinha: tinha uma alça também. Foi só pendurar a alça no ombro que a bolsa arrastou no chão. Resolveu o problema. E ficou com mais bossa também.
Não sei o nome da fazenda que fez a bolsa amarela. Mas era uma fazenda grossa, e se a gente passava a mão arranhava um pouco. Olhei bem de perto e vi os fios da fazenda passando um por cima do outro: mas direitinho; sem fazer bagunça nem nada. Achei legal. Mas o que eu achei mais legal foi ver que a fazenda esticava: “vai dar pra guardar um bocado de coisa aí dentro”.
A bolsa por dentro
Abri devagarinho. Com medo danado de ser tudo vazio. Espiei. Nem acreditei. Espiei melhor.
_ Mas que curtição! _ berrei. E ainda bem que só berrei pensando: ninguém encostou nem olhou.
A bolsa tinha sete filhos! Eu sempre achei que bolso de bolsa é filho de bolsa. E os sete moravam assim:
Em cima, um grandão de cada lado, os dois com zíper: abri-fechei, abri-fechei, abri-fechei, os dois funcionando que só vendo. Logo embaixo tinha mais dois bolsos menores que fechavam com botão. Num dos lados tinha um outro – tão amargo e tão comprido que fiquei pensando o que é que podia guardar ali dentro (um guarda – chuva? Um martelo? Um cabide de pé?). No outro lado tinha um bolso pequeno, feito de fazenda franzidinha, que esticou todo quando eu botei a mão dentro dele: botei duas mãos: esticou ainda mais: era um bolso com mania de sanfona. Como eu ia dar coisa pra ele guardar! E por último tinha um pequenininho, que eu logo achei que era o bebê da bolsa.
Comecei a pensar em todo que eu ia esconder na bolsa amarela. Puxa vida, tava até parecendo o quintal da minha casa, com tanto esconderijo bom, que fecha, que estica, que é pequeno, que é grande. E tinha uma vantagem: a bolsa eu podia sempre levar a tiracolo, o quintal não.
Lygia Bojunga. A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2003.

1) Peça aos alunos que leiam o texto. Pergunte o que acharam do texto? O que mais chamou a atenção deles?
Proponha outras questões concernentes ao texto:
2) Qual é o assunto tratado no texto pela narradora?
3) A que gênero pertence o texto? (Professor, observe que a narrativa (o fragmento de história) mistura representações de ações e de acontecimento, com representações de objetos e personagens).
4 ) Observe que o texto está dividido em duas partes: “A bolsa por fora” e “A bolsa por dentro”. Por que o texto recebeu essa organização? ?( Professor, é importante discutir com os alunos, que o texto é representante do gênero narrativo(história), portanto a narração está em primeiro plano, apesar do volume de seqüências descritivas. A própria organização do texto, em partes, descreve um jeito de conhecer a bolsa: por fora e depois por dentro.)
5 ) Releia a 1ª parte do texto:
Como a narradora descreve a bolsa por fora? E por dentro? Quais são as palavras que, na sua opinião, descrevem a bolsa?
6 ) No último parágrafo, da primeira parte do texto, a narradora diz como era o tecido da bolsa. Que efeito de sentido essa descrição provoca? ( Professor, é importante explorar o adjetivo “grossa”, que informa sobre o aspecto do tecido e provoca, ao passar a mão, sensação de aspereza).
7 ) Releia os três primeiros parágrafos da 2ª parte do texto: O que a narradora faz nessa parte?
8 ) Observe que em sua organização o texto apresenta frases curtas, como se vê no fragmento abaixo:
“Abri devagarinho. Com um medo danado de ser tudo vazio. Espiei. Nem acreditei. Espiei melhor”.
Que efeito de sentido essa organização provoca?
9) É possível definir a idade da narradora? Justifique sua resposta com elementos do texto.
Possíveis dificuldades:
Importante considerar a função da descrição nos textos (narrativos, expositivos); Considerar que na construção do discurso descritivo a primeira pergunta a ser feita é quem descreve? A seguir, para que, para quem. A partir daí, o como descrever.
Há possibilidade dos alunos não conhecerem algumas palavras do texto, como por exemplo “bossa”, fazenda(tecido) e etc.
Glossário:
Descrição de processo: explicitação do modo de se fazer algo; uma das possibilidades relativas ao ato de descrever.

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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Gêneros e discursos
Tópico:
0

Objetivos:
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, no discurso expositivo, mecanismos de focalização adequados ao efeito de sentido pretendido.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, as fases do discurso expositivo.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de organização do discurso expositivo.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de coesão no discurso expositivo.
Providências para a realização da atividade:
Selecionar textos de natureza expositiva (textos de livros didáticos, de divulgação científica, etc) e providenciar cópias para os alunos.
Pré-requisitos:
Identificar as estratégias de construção do discurso expositivo, tais como definição, explicação, exemplificação, analogia, comparação e confronto, relação de causa e conseqüência, ordenação temporal.
Descrição dos procedimentos:
Leia o texto:
Energia Solar e o Meio Ambiente
O sol é fonte de energia renovável, o aproveitamento desta energia tanto como fonte de calor quanto de luz, é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio.
A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui e nem prejudica o ecossistema. A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas e ainda não eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram bons índices de insolação em qualquer parte do território.
A Energia Solar soma características vantajosamente positivas para o sistema ambiental, pois o Sol, trabalhando como um imenso reator à fusão, irradia na terra todos os dias um potencial energético extremamente elevado e incomparável a qualquer outro sistema de energia, sendo a fonte básica e indispensável para praticamente todas as fontes energéticas utilizadas pelo homem.
O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela população mundial neste mesmo período. Para medir a potência é usada uma unidade chamada quilowatt. O Sol produz continuamente 390 sextilhões (390x1021) de quilowatts de potência. Como o Sol emite energia em todas as direções, um pouco desta energia é desprendida, mas mesmo assim, a Terra recebe mais de 1.500 quatrilhões (1,5x1018) de quilowatts-hora de potência por ano.
A energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre as outras formas de obtenção de energia, como: não ser poluente, não influir no efeito estufa, não precisar de turbinas ou geradores para a produção de energia elétrica, mas tem como desvantagem a exigência de altos investimentos para o seu aproveitamento. Para cada um metro quadrado de coletor solar instalado evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis, na construção de novas usinas hidrelétricas. Uma parte do milionésimo de energia solar que nosso país recebe durante o ano poderia nos dar 1 suprimento de energia equivalente a:
*54% do petróleo nacional
*2 vezes a energia obtida com o carvão mineral
*4 vezes a energia gerada no mesmo período por uma usina hidrelétrica.
Discutir com o aluno questões concernentes ao texto, como:
1) O título do texto nos permite presumir que o autor apresentará informações sobre o tema energia solar?
Essa hipótese se confirma no texto? Em caso afirmativo, localizar a informação mais adequada para definir “Energia solar”.
2) Que relação pode ser estabelecida entre “energia solar” e preservação do meio
ambiente?
3) O autor do texto afirma que a energia solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. A que desafios o autor se refere? Por que a energia solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras?
4) O que, segundo o autor do texto tem inviabilizado o uso da energia solar?
5) Levar os alunos a perceber a estrutura do texto: A introdução de um fenômeno ou fato tomado como incontestável;o desenvolvimento, explicação e exemplificação colocação de questões que explicam o porquê ou do como e, por último, conclusão e avaliação do fato apresentado.
6) Observe o uso dos verbos no texto. Há predominância de qual tempo verbal? A que você atribui a escolha desse tempo verbal? Que efeitos de sentidos tal uso provoca?
7) Explorar com os alunos:
a) O uso de conectivos (pouca ocorrência), mais observados no 4º e 5º parágrafos.
b) Identificar a função das conjunções (destacadas no texto) e perceber as relações que criam entre as sentenças;
c) a ordem sintática mais direta das sentenças, com enumerações (5º parágrafo);
d) Observe a repetição da expressão “A energia solar” em três dos cinco parágrafos do
texto. O que isso sugere?
8) Qual é o provável suporte para esse texto, além do apresentado na referência?

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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Gêneros e discursos
Tópico:
0

Objetivos:
Propor um trabalho com a leitura de artigos, editorais, cartas argumentativas de forma que os alunos sejam capazes de:
– Reconhecer e usar produtivamente e autonomamente no discurso argumentativo mecanismos de focalização temática adequados ao efeito de sentido pretendido;
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente:
a) as fases do discurso argumentativo na compreensão e produção de textos;
b) estratégias de organização do discurso argumentativo;
c) mecanismos de coesão verbal no discurso argumentativo.
Providências para a realização da atividade:
Selecionar textos argumentativos, de diversos gêneros, revistas, jornais, “sites”, por exemplo.
Descrição dos procedimentos:
Pedir aos alunos que leiam o texto abaixo:
05/12/2006 - Cidade inteligente
Cidade inteligente é aquela que melhor consegue aprimorar as habilidades de seus habitantes. Quanto mais intenso esse aprimoramento, maior sua inteligência -- e maior sua chance de criar empresas e gerar empregos. Daí que todos estamos obrigados a prestar atenção em uma experiência de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
A pujança dessa cidade se deve, em larga medida, à educação. Lá se criou, há cinqüenta anos, um centro de pesquisa aeroespacial de onde nasceu a Embraer, o que atraiu toda uma rede de indústrias.
A novidade é que a cidade, com medo de perder espaço na disputa globalizada, resolveu criar um imenso parque tecnológico para unir empresas, universidades e centros de pesquisas destinados a produzir e compartilhar a inovação --e, assim, além manter a competitividade local, atrair mais negócios.
Essa é uma teia que envolve os mais diferentes níveis de governo (federal, estadual, municipal) e os mais diversos estágios educacionais, do ensino médio técnico ao cientista pós-doutorado.
São José dos Campos é o laboratório vivo a mostrar o que ainda poucos entendem: como a educação, quando misturada ao empreendedorismo, significa dinheiro no bolso.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras
Folhaonline – Acessado em 06/12/2006
Proponha aos alunos questões concernentes ao texto como:
1) Localizar no texto:
a) título do texto;
b ) Os elementos contextualizadores do texto (discutir com os alunos a função das informações sobre o autor; de que lugar social Dimenstain fala, etc.); o suporte textual.
2) Localizar, no texto, possíveis palavras desconhecidas, ou que os alunos já tenham ouvido, mas que não sabem o que significam. Pelo contexto, é possível atribuir sentido para essas palavras? Recorra ao dicionário para solucionar possíveis dúvidas.
3) O que está sendo tratado no texto?
4) Qual é a tese defendida pelo autor do texto?
5) Cite um argumento, que em sua opinião é o mais forte, utilizado pelo autor para defender a sua tese. Justifique a sua escolha.
6) Qual é o gênero do texto?
7) Observe o uso dos verbos no texto (levar o aluno a perceber que eixo temporal está organizar em torno do presente). Identificar a função desses verbos no texto. Que relações significativas sinalizam? (Mostrar, por exemplo, o uso do verbo “ser” no presente do modo indicativo, sinalizando afirmações claras e objetivas: “Cidade inteligente é aquela que melhor consegue”; “A novidade é que a cidade”; “Essa é uma teia”).
8) Observe que o texto foi construído em linguagem formal. Por que não há no texto expressões coloquiais e uso de gírias?
9) É possível identificar no texto relações de causa e conseqüência?
10) Por que o autor, no último parágrafo, diz que a educação, quando misturada ao empreendedorismo, significa dinheiro no bolso?
Possíveis dificuldades:
Os alunos não estarem acostumados a lidar com gêneros de textos argumentativos; o uso palavras e expressões que não são do cotidiano dos alunos.
Alerta para riscos:
É necessário que o professor faça uma leitura do texto e uma análise cuidadosa do vocabulário, antes de ensiná-lo aos alunos, a fim de “prever” quais são as palavras inferíveis a partir do contexto e as precisam de uma definição “mais exata”.

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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Gêneros e discursos
Tópico:
0

Objetivos:

- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, o discurso injuntivo adequado ao efeito de sentido pretendido;
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de coesão verbal no discurso injuntivo;
Providências para a realização da atividade:
O professor precisará contar com cópias do texto a ser trabalhado, uma cópia em transparência e retro-projetor.
Pré-requisitos:
Professor, estamos considerando texto injuntivo aquele tipo de texto que se caracteriza por organizar informações e instruções ou ordens com a finalidade de orientar determinado comportamento do interlocutor. Nas práticas sociais de uso da língua esse tipo de texto está muito presente, como por exemplo, instruções de uso, receitas , regras de jogo, anúncios publicitários, etc.
Descrição dos procedimentos:
Considere o texto abaixo para realizar as atividades propostas:



1) Leia o texto. A que gênero pertence o texto?
2) Qual é a função/objetivo desse texto? Em qual contexto de circulação podemos encontrá-lo?
3) Releia: “A separação do lixo nas latas é apenas o começo do processo”. A que processo o autor do texto se refere?
4) Observe as imagens que compõem o texto. Na ilustração há quatro recipientes de cores diferentes. O que indica cada uma dela? Por que não há um recipiente para receber restos de alimentos?
5) No texto está escrito: “SEPARE EM SUA RESIDÊNCIA MATERIAIS RECICLÁVEIS E DEPOIS DEPOSITE CORRETAMENTE NOS CONTAINERS”. Por que esse trecho foi escrito em vermelho?
6) Observe o uso dos verbos “Separar” e ‘Depositar” no enunciado. Que efeitos de sentido esse uso sugere/suscita? ( Professor, é importante refletir sobre os efeitos de sentido que podem ser suscitados pelo emprego do modo imperativo, ou de verbos modais como “dever” ou “ter” de/que”, ou do infinitivo, ou do futuro do presente.)
7) Agora, observe outras possibilidades de escrever esse trecho:
a)“SEPARAR EM SUA RESIDÊNCIA MATERIAIS RECICLÁVEIS E DEPOIS DEPOSITAR CORRETAMENTE NOS CONTAINERS”.
b) “PARA FAZER COLETA VOCÊ TEM QUE SEPARAR EM SUA RESIDÊNCIA MATERIAIS RECICLÁVEIS E DEPOIS TEM QUE DEPOSITAR CORRETAMENTE NOS CONTAINERS”.
c) “PARA FAZER COLETA VOCÊ PODE SEPARAR EM SUA RESIDÊNCIA MATERIAIS RECICLÁVEIS E DEPOIS DEPOSITAR CORRETAMENTE NOS CONTAINERS”
d) “PARA FAZER COLETA SEPARA-SE, EM SUA RESIDÊNCIA”, MATERIAIS RECICLÁVEIS E DEPOIS DEPOSITA CORRETAMENTE, NOS CONTAINERS”
Compare esses diferentes modos de expressar o imperativo. Que efeitos de sentido as variações provocam/sinalizam? A que conclusão é possível chegar sobre os usos dos verbos no modo imperativo?
8) Volte às questões 1 e 2 dessa atividade e responda: Que relação pode ser estabelecida entre o uso do verbo no modo imperativo e o funcionamento do gênero textual apresentado? A que conclusão é possível chegar?
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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Linguagem e língua
Tópico:
0

Objetivos:
- Compreender a organização textual e as estratégias de textualização da fala e da escrita.
- Perceber que as convenções da língua escrita (grafia de palavras, acentuação gráfica, uso dos notações gráficas e sinais de pontuação), recursos peculiares a esta modalidade, em contraposição a estratégias típicas da fala (entonação, pausa, hesitação, reparo, entre outros), também são passíveis de alteração com o tempo, devido a diversos fatores – ex: novas tecnologias.
Providências para a realização da atividade:
- Disponibilizar livros e revistas ou acesso à internet (laboratório de informática, caso a escola disponha) para pesquisa sobre a história da escrita, de modo geral, e as mudanças lingüísticas pelas quais vem passando o Português Brasileiro.
Pré-requisitos:
Descrição dos procedimentos:
1 – Ler atentamente os textos:
“UMA REVOLUÇAO LINGUISTICA”
O computador está conseguindo o que os burocratas não querem. Revolucionar a língua.
Leia o título de novo. Eu sei que ele está errado – falta acento, falta trema, falta cedilha, mas...você entendeu. Não entendeu? Vamos encarar os fatos: a língua portuguesa não morreu. Mas começa a cheirar mal. Esqueça se ela é bonita, ou se é rica, ou se é autêntica. Esqueça as emoções, o nacionalismo irracional que nos implantam desde que nascemos. Em termos bem práticos – para que serve a língua portuguesa, agora? Já temos uma presença geográfica limitada: Portugal, Cabo Verde, Angola. A desagregação de Moçambique faz com que cada vez mais moçambicanos adotem o inglês da vizinha República Sul Africana. Timor, que fazia as honras da língua portuguesa na Ásia, foi destruída pela truculência indonésia. Ah, temos Macau, ainda, mas se nem Hong Kong resistiu...
E o Brasil? Todos sabemos o que está acontecendo: ao lado da língua oficial convive uma língua paralela, o inglês. O que deveria ser motivo de comemoração (ter uma população parcialmente bilíngüe) é considerado uma vergonha nacional. Os intelectuais de sempre aparecem para denunciar que a cultura brasileira está sendo devorada pelo “imperialismo” e precisa ser salva, se possível por alguma repartição pública. O que esses intelectuais não entendem, e jamais entenderão, é que a história da linguagem humana obedece a leis naturais e dinâmicas. O inglês tornou-se a língua planetária, entre outras coisas, porque é objetiva, simples, econômica.
E o português? Nossos filhos passam alguns de seus mais produtivos anos escolares decorando uma língua que jamais falarão. Uma língua prolixa ao extremo, que conjuga seus verbos em um zilhão de modos diferentes. É um mastodonte atolado em regras, fragilizado num ecossistema cada vez mais hostil. Pense no espanhol. Eu tive um sinal de que o espanhol sobreviveria quando vi Arnold Schwarzenegger dizendo “Hasta la vista, baby”, em Terminator – 2. Enquanto os franceses se negam a falar outra coisa que não seja o francês (ridículas leis impedem chamar um hambúrguer de hamburger), os hispânicos relaxam e o espanhol está mais forte.
A BBC World mostrou uma reportagem curiosa sobre o nascimento de uma nova língua – o spanglish. As pessoas passavam do inglês para o espanhol e vice-versa com toda a naturalidade. Nada de leis protecionistas. A língua, como o computador e o carro, é apenas um instrumento a serviço do homem. E não um objeto de culto religioso.
Aliás, o que tem a ver esse papo todo sobre lingüística com uma revista de informática? Acontece que, ou a língua portuguesa muda radicalmente, ou entra em coma. E essa revolução não pode ficar nas mãos de acadêmicos burocratas da língua. Como qualquer mudança verdadeira, deve ser espontânea e com objetivos muito práticos. Essa revolução está nascendo – e o fórceps chama-se e-mail. Por razões técnicas, trocar mensagens por e-mail usando o português “correto” é arriscado. O software do outro lado pode reconhecer a floresta de acentos e sinais gráficos – ou não. O ‘ã’ que você envia pode chegar do outro lado como um símbolo gráfico completamente irreconhecível. Os ‘á’, ‘à’, ‘ê’, ‘ç’, ‘ü’ podem virar ‘&gamma’, ‘&delta’, ‘&omicron’, ‘&phi’, ou ‘&sigma”.
A saída para não mandar uma mensagem truncada e incompreensível é não arriscar. E simplesmente escrever sem acento. Como na língua inglesa, o significado da palavra será reconhecido no contexto da frase. Achar que o leitor não vai entender que ‘revolucao’ quer dizer ‘revolução’ é chamar o leitor de estúpido. Ou estupido. Qual a diferença? Ou diferenca?
Regras existem para alguma coisa. Assim é para a língua, assim é para a Constituição. O e-mail veio para ficar, e já está ajudando a tentar tirar a língua portuguesa da UTI da História. A própria lógica objetiva da informática está exigindo que os brasileiros aprendam noções básicas de inglês. “Setup” será sempre uma palavra mais fácil de se dizer e usar do que configuração, assim como “download” é mais simples e direta do que “importar arquivos através da linha telefônica”. Estamos caminhando para um portunglish, uma mistura dinâmica de português com inglês, e nossa cultura só tem a ganhar com isso. Caminhamos também para um português mais objetivo, mais simples, mais adaptado aos novos tempos. Para os guardiães da tradição, é uma péssima notícia. Para o resto de nós, não.
(Dagomir Marquezi, InfoExame, maio/1997)
1) Se considerarmos o que o autor afirma no primeiro parágrafo, a noção de erro é algo relativo. Por quê?
2) Marquezi afirma que “o inglês tornou-se a língua planetária, entre outras coisas, porque é objetiva, simples, econômica”.. (2º parágrafo)
- Faz sentido a afirmação dele? Por quê?
- A que “outras coisas” ele estaria se referindo?

3) Os programas de correio eletrônico “revolucionaram” efetivamente a língua ou se adaptaram a ela? Justifique sua resposta.
4) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nos parênteses, a partir do texto lido. Ao assinalar F, explicitar o que está em desacordo com com o texto:
( ) O autor ironiza o comportamento de puristas que querem preservar a língua e a cultura brasileiras.
( ) Ao dizer que a língua “começa a cheirar mal”, o autor afirma que a morte da língua portuguesa é inevitável.
( ) Ainda que o sentido da palavra seja reconhecido no contexto, para Marquezi, acentos e cedilha são relevantes.
( ) A necessidade de lidar com a informática obriga os brasileiros a travar contato com o inglês.
( ) Reconhece-se, no texto, o dinamismo que caracteriza todas as línguas humanas.
5) Discuta com seus colegas os seguintes fragmentos do texto:
a) “Essa revolução está nascendo – e o fórceps chama-se e-mail.”
b) “Os intelectuais de sempre aparecem para denunciar que a cultura brasileira está sendo devorada pelo “imperialismo””
c) “Regras existem para alguma coisa. Assim é para a língua, assim é para a Constituição.”
Segundo o autor, “ou a língua portuguesa muda radicalmente, ou entra em coma.”. Veja o que afirma o lingüista Mario Perini:
Texto II:
A língua do Brasil de amanhã
Ouvimos com freqüência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas ( em especial o inglês, atual candidato número um em língua universal), ou que vai se ‘misturar’ com o espanhol (formando o ‘portunhol’) ou simplesmente que vai se corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo : “O casaco que cê ia sair com ele tá rasgado.”).
Pretendo aqui trazer uma opinião mais otimista: nossa língua, estou convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado (e não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, e certamente não será a mesma dentro de 20,100 ou 300 anos. Vou examinar cada uma das três hipóteses citadas acima, e tentarei mostrar que nenhuma delas é razão para preocupações maiores. Exceto, certamente, para alguns puristas que gostariam de ver a língua - e muitas outras coisas - paralisada no seu estado de 1890.
O que poderia ameaçar a integridade, ou a existência, da nossa língua? O 1° fator, freqüentemente citado, é a influência do inglês: o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos. Não se pode negar que o fenômeno existe: o que mais se faz hoje em dia é ‘surfar’, ‘deletar’ ou tratar do ‘marketing’. Isso, porém, não significa o desaparecimento da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da vida, e sempre existiram.
Quero dizer que não há o menor sintoma de que empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na língua portuguesa. A maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam são assimilados. O português, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais, e para isso pode aceitar empréstimos (‘raviole’, ‘ioga’, ‘chucrute’, ‘balé’) e também pode, e com maior freqüência, criar palavras a partir de seus próprios recursos (computador, ecologia, poluição) ou estender o uso de palavras antigas a novos significados (executivo ou celular). Isso está acontecendo a todo tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma delas à extinção.
Pessoalmente, desconfio que os falantes possuem um bom senso inato que os impede de utilizar termos estrangeiros além de um certo limite. Por isso, a maioria das palavras emprestadas são muito efêmeras : quem se lembra hoje do que é um ‘ban-lon’, um ‘goalkeeper’ ou mesmo (essa eu lamento, não pela palavra, mas pela coisa) um ‘foxtrot’ ? Apesar de todos esses termos estrangeiros, a totalidade de população brasileira fala português – ou, talvez melhor, ‘português brasileiro’ – e não inglês, ou outra língua qualquer.
Algumas línguas estão realmente começando a ficar em perigo. Querem um exemplo? O sueco. Na Suécia praticamente todo mundo fala inglês fluentemente. Os suecos são apenas uns 6 milhões, o país é pequeno, e para eles ir ao estrangeiro é como um morador de Belo Horizonte ir a Uberaba ou Muriaé. É possível que em um futuro próximo as novas gerações não vejam muito sentido em aprender sueco, e passem a se exprimir em inglês. Por outro lado, o ser humano tem um grande apego à sua língua: pode ser também (e assim espero) que os suecos nunca abandonem sua língua, que os distingue, como povo do resto do mundo.
Como primeira conclusão, direi que não estamos em perigo de ver nossa língua submersa pela maré de empréstimos ingleses. A língua está aí, inteira : a estrutura gramatical não mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa e o vocabulário é mais de 99% de fabricação nacional. Por enquanto, falamos português.
(Perini, Mário A . Revista Ciência Hoje nº 173, julho/2001, pp.30-35)

O texto I, do jornalista Marquezi, e o II, do lingüista Mário Perini, apresentam visões opostas sobre o fenômeno lingüístico. Com qual das visões você, aluno, concorda? Apresente argumentos que fundamentem sua opinião.
[ Pode-se montar um fórum para discussões sobre os dois pontos de vista. Seria bom que os alunos pesquisassem, em livros, revistas e na internet, e trouxessem contribuições novas para esse debate.]
Roteiros de Atividades
Língua Portuguesa - Fundamental - 6º ao 9º
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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Gêneros e discursos
Tópico:
0

Objetivos:
Compreender e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de modalização e argumentatividade em textos de diferentes gêneros.
Providências para a realização da atividade:
Providenciar aparelho de CD e CD contendo a música “O Meu Guri”; providenciar cartolina ou papel kraft, revistas e jornais que possam ser recortados para montagem do cartaz (trabalho de grupo).
Pré-requisitos:
Estudo do vocabulário – termos como “rebento” (bebê, filho); “rebentar” (nascer); alvoroço (balbúrdia, desordem) e outros cujo significado o professor julgue necessário.
Descrição dos procedimentos:
1) Ler atentamente a letra de música abaixo (se possível, levar o CD-player e o CD para audição):
                                                            Texto I O meu guri
                                                                          (Chico Buarque / 1981)

Quando, seu moço, nasceu meu rebento        Chega no morro com o carregamento
Não era o momento dele rebentar                     Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Já foi nascendo com cara de fome                    Rezo até ele chegar cá no alto
E eu não tinha nem nome pra lhe dar               Essa onda de assalto tá um horror
Como fui levando, não sei lhe explicar              Eu consolo ele, ele me consola
Fui assim levando ele a me levar                       Boto ele no colo pra ele me ninar
E na sua meninice ele um dia me disse          De repente acordo, olho pro lado
Que chegava lá.                                                     E o danado já foi trabalhar,
Olha aí, olha aí                                                       Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí                             Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri                                            Olha aí, é o meu guri,
E ele chega                                                             E ele chega 
Chega suado e veloz do batente                           Chega estampado, manchete, retrato
E traz sempre um presente pra me encabular   Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Tanta corrente de ouro, seu moço                        Eu não entendo essa gente, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar                                  Fazendo alvoroço demais
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro            O guri no mato, acho que tá rindo
Chave, caderneta, terço e patuá                            Acho que tá lindo de papo pro ar
Um lenço e uma penca de documentos              Desde o começo, eu não disse, seu moço
Pra finalmente eu me identificar,                           Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí                                                           Olha aí, olha aí,
Olha aí, ai o meu guri, olha aí                                 Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri                                                Olha aí, é o meu guri
E ele chega


2) No texto, predomina a voz da mãe. Para ela, o “guri” chegou num momento de total carência. Localize no texto trechos que comprovem essa afirmativa.
3) Percebe-se, no texto, um diálogo entre a mãe e uma outra pessoa, apenas inferida. Quem seria essa pessoa?
4) a) O guri teria dito “que chegava lá”. Esse advérbio, especialmente nesta construção, adquire qual sentido?
b) Pelo desfecho da história dele – “no mato”, “de papo pro ar” -, a projeção da mãe se concretizou? Justifique.
5) Pelo tipo de registro lingüístico e pela fala da mãe, “...uma penca de documentos / pra finalmente eu me identificar”, qual a imagem que se constrói desse enunciador?
6) Leia atentamente os textos abaixo:
Texto II:
“Eu sou de menor. / Nada tem graça. / Às vezes me escalam pra ser criança;
É tarde demais. / Eu sou de menor. / Já morreu o sol da aurora da vida.
Saudades não tenho. / Eu sou de menor. / Sou a vidraça quebrada /
pela pedra do adulto.
Sou o rosto molhado na água da chuva. / Sou fliperama, o barraco, a marquise.
Sou dois olhos mordendo a luz na vitrina, / escândalo sou sem a mó do moinho.
Sou o discurso jamais realizado. / Sou a face clara da fortuna escondida.
(Lourenço Diaféria, Jornal da Tarde, São Paulo, 09/10/85)
Texto III:
“20% das adolescentes da Região Norte têm pelo menos 1 filho;
9% das adolescentes da Região Centro-oeste têm pelo menos um filho;
13% das moradoras da área urbana têm pelo menos 1 filho;
49,1% desses filhos foram indesejados;
1 em cada 10 mulheres de 15 a 19 anos tem 2 filhos;
20% das que residem na zona rural têm pelo menos 1 filho.”
(Estado de Minas, 11/03/01, p.20, 1º caderno)
Compare os textos II e III ao texto I – são gêneros diferentes (crônica, parte de uma reportagem, enquanto o texto I é a letra de uma música); no entanto se relacionam: redija um pequeno texto identificando em que convergem tematicamente.
7) Discutam em grupos as seguintes metáforas:
- “Eu sou de menor;(...) Às vezes me escalam pra ser criança”
- “Já morreu o sol da aurora da vida.”
- “Sou o discurso jamais realizado”
Estabeleçam uma relação entre elas (linguagem conotativa) e os dados apresentados no texto III (linguagem denotativa, referencial).
- Apresentem as conclusões do grupo em um cartaz, com palavras, frases e fotos que remetam à discussão do grupo.
Roteiros de Atividades
Língua Portuguesa - Fundamental - 6º ao 9º
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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Gêneros e discursos
Tópico:
0

Objetivos:
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias no discurso de relato.
- Identificar os mecanismos de focalização adequados ao efeito de sentido pretendido.
Providências para a realização da atividade:
O professor precisará contar com cópias do texto a ser trabalhado, uma cópia em transparência e retro-projetor.
Pré-requisitos:
- Conhecer gêneros textuais do domínio do discurso jornalístico e reconhecer que o discurso relatado ocorre em grande parte dos textos noticiosos.
Descrição dos procedimentos:
1 – Esclarecer para os alunos que o texto abaixo é um fragmento (introdução de uma entrevista em forma de notícia) de uma matéria jornalística realizada com a ministra do Meio Ambiente Marina da Silva.
Pedir aos alunos que leiam atentamente o texto abaixo:

“Ambiente não é o vilão do crescimento” diz Marina Silva
MARTA-SALOMON
da Sucursal de Brasília
Após três anos e 11 meses à frente do Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva viu, nos últimos dias, a questão ambiental ser alçada ao topo das prioridades nacionais --só que listada como entrave, não como aliada, e pelo próprio presidente da República. Assumidamente desconfortável com a inclusão do licenciamento ambiental na lista das barreiras ao crescimento econômico, ela insiste que o “crescimento" precisa ser acompanhado de um adjetivo: “sustentável".



"Se não for sustentável, não é desenvolvimento, é a repetição das catástrofes que nós estamos vendo e combatendo". Segundo a ministra, problemas com licenças ambientais são limitados a poucos empreendimentos, como a usina hidrelétrica de Belo Monte e a transposição do rio São Francisco, ambos paralisados pela Justiça. Os problemas, diz, devem ser procurados em outros setores --sem apontar quais.
Quando Marina voltou de uma conferência sobre clima no Quênia, na semana passada, o governo já havia deflagrado debate sobre a necessidade de mudanças na legislação ambiental.

O debate, revela a ministra, inclui uma nova regra para a chamada compensação ambiental, mecanismo pelo qual empreendimentos destinam percentual proporcional ao dano que causaram a unidades de conservação(...).
Folhaonline: www.folha.com.br
Data de acesso em 06/12/2006

2 – Discutir com os alunos a constituição do texto:
a) Explorar o título da matéria jornalística: chamar atenção para o uso das aspas no título. Levantar hipóteses sobre o uso de tal recurso; os efeitos de sentidos provocados pelo uso das aspas.
b) Solicitar a leitura do texto e pedir que identifiquem o fato que está sendo noticiado.
c) Verificar a retomada, na notícia, do termo aspeado no título.
d) Explorar a função das aspas no texto: justifique o seu uso comentando o porquê
de tal uso, juntamente com as menções explícitas feitas ao “outro
enunciador”(retomar as hipóteses levantadas na letra “a”) .
3) Identificar, no texto, a seqüência em que o narrador, por meio de seu próprio relato, cita o discurso do outro (discurso citado): mostrar aos alunos que um dos recursos utilizados para marcar o discurso do outro é o emprego de elos subordinativos, como conjunções, por exemplo: “ela insiste que o “crescimento”(...).;
4) Identificar outras formas de marcar a introdução do discurso de outrem no texto( por exemplo: Segundo a ministra).
5) Discutir/explicar a função do discurso direto e do discurso indireto na construção do discurso relatado e os efeitos de sentidos provocados:
Explicar aos alunos que o discurso direto mantém a presença de duas enunciações separadas, a do narrador e a do outro sujeito, aquele que, no enunciado “parece que fala”. Já o discurso indireto faz a presença do “outro” citado ficar subordinado à voz do narrador que cita. Nesse caso, dizemos que temos apenas uma enunciação, a do narrador, só ele pode dizer, eu, aqui, agora, citando o discurso do outro(uma nova versão do fato), o que sinaliza efeito de subjetividade, como no exemplo:“ A ministra disse que(...).
a) Discutir as formas de marcar/sinalizar o discurso direto (o uso de aspas e travessão).
b) Lembrar aos alunos que o texto apresentado é uma introdução (em forma de notícia) de uma entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo e que matéria jornalística completa apresenta também a entrevista.
c) Explorar o suporte textual.
c) O perfil de leitor do jornal.
6) Localizar no texto os verbos.O que se observa em relação ao uso dos tempos verbais?
Refletir, com os alunos, o uso dos verbos no pretérito e no presente, na construção do discurso relatado; discutir sobre os efeitos de sentidos que tais usos sinalizam/provocam.
Possíveis dificuldades:
Alerta para riscos:
Glossário:
Roteiros de Atividades
Língua Portuguesa - Fundamental - 6º ao 9º
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Eixo Temático:
Compreensão e produção de textos e suportes
Tema:
Linguagem e língua
Tópico:
0

Objetivos:
- Reconhecer a existência de fatores políticos, sociais e culturais que interferem na variação lingüística, além de determinar a valoração atribuída ao dialeto, seja ele padrão, seja não-padrão.
- Reconhecer a existência de um contínuo de monitoração, que rege a escolha de registros mais ou menos formais, conforme a situação de enunciação.
Providências para a realização da atividade:
Discutir com os alunos exemplos de palavras, expressões e construções típicas de dialetos não padrão – por exemplo, em letras de música. Incitar à discussão: há nesses casos um “erro”, ou seria uma adequação ao contexto e à intencionalidade do falante?
Pré-requisitos:
- Vernáculo: língua nativa, a qual a criança aprende em seus contatos familiares e com os pares, antes da interferência da escolarização.
Descrição dos procedimentos:
1- Ler atentamente o texto abaixo:
“As duas línguas do Brasil”
As línguas diferem muito no que diz respeito a suas capacidades expressivas. Mas, como é evidente, diferem muitíssimo quanto a sua importância cultural, política e comercial. Temos, por um lado, línguas como o inglês, o espanhol, o russo, o chinês, o francês (e, mais modestamente, o português) que servem a vastas comunidades, sendo intensivamente utilizadas na política, na TV e na imprensa, na ciência, na literatura, etc. Elas são chamadas, um tanto preconceituosamente, “línguas de civilização”. (...)
Por outro lado, existem línguas de interesse puramente local, como o xavante e o caxinauá entre os índios brasileiros, a maioria das língua africanas, muitos dialetos locais da Europa e da Ásia, e assim por diante. (...) O que as opõe às línguas de civilização é que não são usadas intensivamente em toda a gama das atividades da vida moderna.(...) O caso mais extremo dessa limitação é o das línguas realmente desprovidas de tradição escrita. (...) Tais línguas são chamadas “ágrafas” (literalmente, “sem escrita”). Existe uma verdadeira multidão de línguas ágrafas pelo mundo afora. Em geral, elas convivem com uma dal línguas de civilização, que seus falantes utilizam quando tratam de assuntos fora das necessidades do dia-a-dia.(...)
Que língua se fala no Brasil? Mas será que vale a pena fazer essa pergunta? Todo mundo (e todo o mundo) sabe que a língua do Brasil é o português. Além do mais, é uma língua de civilização. Basta pegar um jornal, ligar a TV, passar os olhos nas prateleiras de uma livraria, salta à vista que o português é a língua do Brasil.
Não há dúvida de que a língua de civilização que nos serve é o português. Além do mais, ela não está nem um pouco em perigo de perder essa posição privilegiada: apesar do que se fala dos progressos do inglês em certas áreas, o português continua firme como o veículo de todos os aspectos da cultura brasileiro. A imensa maioria da população (incluindo os universitários) é incapaz de se exprimir, e mesmo de ler, em qualquer outra língua. Mas (...) perguntei que língua se fala no Brasil. Explicando melhor: será que falamos a mesma língua que escrevemos e lemos?
Muita gente tem opinião sobre isso; mas para formar nossa própria opinião, vamos colher alguns dados. Digamos que estamos usando um binóculo durante o jogo de futebol e um amigo também queira dar uma olhada. Ele chega e diz:
- Me empresta ele aí um minuto.
É importante observar que essa é uma forma correta de falar naquele local e naquele momento. E que qualquer pessoa poderia utilizar uma frase como essa (não apenas as chamadas “pessoas incultas”). A frase acima faz parte do repertório lingüístico de todos os brasileiros; em suma, é assim que nós falamos. Podemos escrever diferente (por exemplo, empreste-mo um minuto), mas falamos daquele jeito.
Agora uns exemplos tirados da morfologia. A estrutura do verbo na língua que falamos é bem diferente da que se encontra na língua que escrevemos. Assim, há formas que nunca aparecem na fala, como: o mais-que-perfeito simples (fizera, gostáramos, fora), o futuro do presente (farei, gostaremos, irá). Na língua falada em Minas, também, raramente ocorre o presente do subjuntivo (façamos, gostem, vá); essas formas são, entretanto, usuais no Norte e Nordeste do Brasil.
O verbo falado difere do verbo escrito em outros detalhes. Assim, escreve-se (ou, mais exatamente, as gramáticas mandam que se escreva) quando eu te vir. Mas na fala essa expressão é difícil até de entender. Falamos quando eu te ver. As gramáticas afirmam que no presente o verbo vir tem a forma vimos: nós vimos aqui toda semana. Na fala, claro, só se usa viemos, seja presente, seja passado.
Na fala, o pronome nós é cada vez mais substituído por a gente e, paralelamente, as formas de primeira pessoa do plural (fizemos, gostamos, íamos) vão caindo em desuso. Há pessoas que não as usam praticamente nunca.
Na fala, a marca de plural não precisa aparecer em todos os elementos do sintagma. Assim, formas como esses menino levado (ou mesmo, pelo menos em Minas, ques menino levado!) existem na fala de todas as pessoas. Na escrita, naturalmente, a marca de plural é sempre obrigatória em todos os elementos flexionáveis: esses meninos levados. Mais um exemplo: (...) na fala, colocamos com toda liberdade o pronome oblíquo no início da frase: me machuquei na quina da mesa; escrevendo, tem de ser: machuquei-me na quina da mesa. Mais outro: falando, nem sempre usamos o artigo depois de todos (os): todas meninas têm relógio; na escrita, deve ser todas as meninas.
As diferenças são muitas. Elas constituem uma das dificuldades principais que enfrentamos na escola, ao tentar produzir textos escritos. Aliás, por que temos tanta dificuldade em escrever textos em português? Não é a nossa língua materna? (...) Não, o português (que aparece nos textos escritos) não é a nossa língua materna.
Em outras palavras, há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e recebe o nome de “português”); e outra que se fala .(...) Vamos chamar a língua falada no Brasil de vernáculo brasileiro.
O português e o vernáculo são, é claro, línguas muito parecidas. Mas não são em absoluto idêntica
(Mário A . Perini, Sofrendo a Gramática. SP:Ática, 1997, pp.31-36)
1) Discutir com os alunos fragmentos relevantes, como:
a) “As línguas diferem muito no que diz respeito a suas capacidades expressivas. Mas, como é evidente, diferem muitíssimo quanto a sua importância cultural, política e comercial.”
Existem linguas melhores ou piores do que outras? Que outros aspectos estão por trás do prestígio/desprestigio de certas línguas?
b) Por que é preconceituosa (e ideológica) a distinção entre “línguas de civilização” e “linguas ágrafas”? Afinal, toda língua não é fruto de uma cultura?
2) O texto discute a língua que falamos no Brasil – afinal, qual é ela? Em que se contrapõe à língua estudada na Escola? Caracterize-as.
3) Segundo o lingüista Mário Perini, “as diferenças são muitas. Elas constituem uma das dificuldades principais que enfrentamos na escola, ao tentar produzir textos escritos.” Discutir em grupos: que dificuldades existem na escrita em língua portuguesa?
4) Discutir com os alunos a interferência da mídia na padronização da língua – ex: o registro é o padrão, no jornal produzido em Minas Gerais (como o “Estado de Minas”) e que circula por diversos estados; os locutores da Rede Globo são treinados a “nivelar” as diferenças dialetais, não deixando que transpareçam.
Quais os pontos positivos e negativos disso?

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