Questões referentes a texto como interlocução e à variação
linguística. São 47 questões divididas em objetivas e abertas.
SUGESTÃO DE QUESTÕES DE TEXTO COMO
INTERLOCUÇÃO
Instrução
Para
responder às questões de 107 a 111, leia atentamente o texto abaixo, prestando
atenção nas figuras do discurso que nele se fazem representar.
¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾ GIRAMUND
þ ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
O pequeno grande piloto
h O
policial porto-riquenho Edwin Serrano recebeu pelo rádio de seu carro um
chamado urgente: um anão estava dirigindo um automóvel de forma imprudente
numa estrada da periferia de San Juan. Serrano foi imediatamente para o
local, localizou o carro e deu sinal para o motorista parar. Aproximou-se e
olhou pelo vidro. Nada de anão. No volante estava um menino: “Eu tenho 18
anos, seu guarda.” Um bem-humorado Serrano topou a brincadeira: “Me mostre os
seus documentos.” Compenetrado, o garoto mostrou uma carteirinha escolar.
Nela se lia: sete anos de idade.
ISTOÉ. São Paulo,
Três, edição 1628, 13 dez. 2000. A
semana, p. 27.
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QUESTÃO 107
A
respeito do texto acima, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Propõe
um pacto ficcional com o leitor, em virtude do qual deve ser tomado como
representação de uma realidade extralingüística imaginária.
b) Apresenta
um locutor-narrador identificado com o sujeito da enunciação: o editor da
revista ISTOÉ.
c) Apresenta
dois locutores-personagens, que se expressam em discurso direto, delimitado por
aspas e introduzido por dois pontos.
d) Expressa,
no título, o contraste entre o que uma das personagens pensa ser e o que ela é
aos olhos de terceiros.
QUESTÃO 108
O texto apresenta quatro níveis diferentes de interlocução
ou conversa:
(1)
o do locutor-narrador com o leitor
virtual;
(2)
o das personagens entre si;
(3)
o da central de rádio com uma das
personagens;
(4)
o da Escola do garoto com o
policial.
Relacione as passagens transcritas
do texto a esses diferentes níveis de interlocução, usando a numeração
adequada.
( )
...sete anos de idade.
( )
Me mostre seus documentos.
( )
Eu tenho 18 anos, seu guarda.
( )
Aproximou-se e olhou pelo vidro.
( )
Serrano foi imediatamente para o
local...
( )
...um anão estava dirigindo um
automóvel de forma imprudente numa estrada da periferia de San Juan.
QUESTÃO 109
...um anão estava dirigindo um automóvel de forma
imprudente numa estrada da periferia de San Juan.
Assinale a alternativa correspondente ao enunciado que
expressa um ponto de vista ideológico semelhante ao do enunciado acima.
a) Serrano
foi imediatamente para o local, localizou o carro e deu sinal para o motorista
parar.
b) Um
bem-humorado Serrano topou a brincadeira.
c) “Eu
tenho 18 anos, seu guarda.”
d) Nela
se lia: sete anos de idade.
QUESTÃO 110
Quem é responsável pelo ponto de vista de enunciação do
título do texto?
a) O
policial Edwin Serrano.
b) O
garoto de sete anos.
c) A
Escola do garoto.
d) O
autor-narrador.
QUESTÃO 111
A cada um dos níveis de interlocução definidos no enunciado
da questão 110 corresponde um dos portadores de texto abaixo citados. Assinale
o único sem existência real no texto.
a) a
revista ISTOÉ
b) o
rádio do carro policial
c) os
documentos pedidos pelo guarda
d) a
caderneta escolar exibida pelo garoto
QUESTÃO 112
Assinale a alternativa em que a intenção do locutor em relação ao assunto de que trata é manter a imparcialidade.
a) A
fonoaudióloga é a responsável pelo tratamento dos distúrbios da fala, da
audição, da escrita e da leitura. Ela trabalha com o aprimoramento da
articulação, respiração, entonação e a pronúncia das palavras.
b) Passe
um hidratante bem cheiroso no corpo todo e limpe a pele do rosto com cuidado:
primeiro um creme esfoliante, depois um tonificante e, em seguida, um
hidratante. Ai, que pele macia e cheirosa!
c) Essa
de ficar dando escapadinhas quando está namorando sério não é legal. Se tem uma
coisa que menino odeia e não perdoa de jeito nenhum é traição, que é uma falta
de respeito muito grande. A gente nunca deve fazer com os outros o que não
queremos que façam com a gente. Procure nunca se esquecer disso!
d) Hoje
teve aquela excursão com a turma da escola. E sabe o que aconteceu? Ele fez
questão de ficar o tempo todo ao meu lado, passeando, conversando, jogando
aquele charme irresistível e até pediu meu telefone... será que amanhã ele vai
mesmo me ligar?
Instrução
As questões 113 e 114 relacionam-se com o cartum ao lado.
Leia-o atentamente, antes de resolvê-las.
QUESTÃO 113
Pode-se dizer que o
aspecto humorístico do cartum ao lado decorre de uma traição. Que traição é
essa e como ela se manifesta no cartum?
QUESTÃO 114
Os enunciadores do cartum e da
história que lhe deu origem são semelhantes? Justifique sua resposta.
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QUESTÃO 115 (USP)
QUESTÃO 116
QUESTÃO 117
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
_ Eu faço versos como quem morre.
(Manuel
Bandeira)
QUESTÃO 118 (Fuvest-95)
“Palmeiras perde jogo
e cabeça na Argentina” (O Estado de São Paulo, 31/03/94).
A alternativa em que o
efeito expressivo decorre do mesmo expediente sintático e semântico observado
acima é
a) Foste
aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor.
b) Maria
Luísa disse que era nervosa e mulher.
c) (...)
como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido.
d) “O
rato! o rato!” exclamou a moça sufocada e afastando-se.
e) Peço-lhe
desculpar-me e que não mencione mais esse fato.
QUESTÃO 119 (ITA-SP)
Assinale a opção cujo
emprego da linguagem mostra intenção de imparcialidade do locutor em relação ao
assunto de que trata.
a) A
Avenida Paulista foi brutalmente tomada de assalto pelo movimento. Aos ruidosos
trabalhadores rurais juntaram-se os marginalizados desempregados da cidade.
Todos, revoltadíssimos, vociferavam palavrões contra as vergonhosas medidas do
governo.
b) O
Corinthians, “derrotado” antes mesmo da peleja em Montevidéu, enfrentando um
adversário terrível, obteve a mais notável vitória dos clubes nacionais fora de
nossas fronteiras. Clube algum elevou tão alto o prestígio do futebol do
Brasil.
c) Finalmente,
o famigerado projeto de Lei de Imprensa seguirá para a apreciação em plenário.
Seu texto, porém, nebuloso por não fixar limites para as indenizações por
calúnia, injúria e difamação, significará tão somente uma espada de Dâmocles
sobre nossos injustiçados e perseguidos jornalistas.
d) O
protesto “Abra o olho, Brasil” que atraiu ínfima atenção para uma causa
honestíssima – a gigantesca dívida social, foi um mero e fracassado truque:
aproveitar a legítima insatisfação da maioria para vitimar o radical PT e, por
tabela, criar um ambiente para a ambicionada sucessão presidencial.
e) Há,
na sociedade moderna, uma espécie de corredor comercial – editor, distribuidor,
livreiros, etc.— pelo qual deve passar a obra literária, antes que se cumpra
sua natureza social, de criar um espaço de interação estética entre dois
sujeitos: o autor e o leitor.
QUESTÃO 120
Novo Twingo. Estilo
próprio: o seu.
O Renault Twingo é
inovação no design, no conforto e até na segurança. Graças ao banco traseiro
deslizante e rebatível, seu espaço interno pode ser bem aproveitado. O novo
renault Twingo combina direitinho com o seu jeito de ser. (Adaptação)
O uso do sufixo
formador de grau, na palavra direitinho, não expressa apenas diminuição
de tamanho, mas carrega-se de valor modalizador. Explique o seu valor
modalizador, levando em conta o contexto em que se apresenta
Para as questões de
121 a 124, leia atentamente o texto abaixo:
PATRÍCIA POETA E O TEMPO HOJE
Luís Fernando Veríssimo
04/02/01
Hoje ela está de cabelo preso. Acho que
prefiro solto. 47 graus em Porto Alegre, veja você. Ela será baixa ou alta?
Nunca se vê o corpo todo. Máxima de 55 no Rio. Máxima é ela. Ou será mínima? Se
for baixinha, é uma grande baixinha. Vem uma frente fria da Argentina. Grande
novidade, Patrícia. A frente fria pode trazer temporais. É mesmo, Pat? Será que
ela gosta de "Pat"? Buenos Aires foi arrasada. Páti. Patinha.
Montevidéu desapareceu do mapa. A carinha dela de preocupada. Fica assim não,
Patrícia. Metade do Uruguai está debaixo d’água, as previsões são que o mesmo
aconteça em toda a região litorânea brasileira na faixa preta no mapa, eu não
agüento quando ela mostra a faixa preta no mapa, se a câmera apenas recuasse um
pouquinho, e é possível que o mar chegue até o Mato Grosso. É, Pat Poeta? Neve
no Ceará, furacão no centro-norte, e o que foi mesmo que ela disse sobre o
Amazonas correr ao contrário e inundar o Peru? Quem se importa com o tempo
hoje, quando é a Patrícia que apresenta? Mas ainda prefiro os cabelos soltos.
QUESTÃO 121
Analisando o processo
enunciativo da crônica de Veríssimo, pode-se afirmar que, EXCETO:
a) O texto é construído a partir de um
jogo polifônico em que se entrecruzam vozes diferentes.
b) Patrícia Poeta representa vários papéis, tais
como : locutora, alocutária e assunto.
c) É fundamental, para a compreensão do texto
,conhecer o papel social de patrícia Poeta
como apresentadora de O Tempo Hoje .
d) Pode-se perceber, em um dos níveis
de interlocução representados no texto, o diálogo do locutor com o seu
alocutário.
QUESTÃO 122
São estratégias
discursivas utilizadas pelo locutor do texto, EXCETO :
a) Encenação de um diálogo interno, em
que ele faz uma auto-reflexão sobre a melhor forma de se dirigir a sua
interlocutora.
b) Existência de marcas lingüísticas da
sua opinião em relação a sua interlocutora.
c) Focalização da atenção do leitor
para as situações climáticas relatadas por Patrícia Poeta.
d) Transparência de seu papel de
telespectador e fã.
QUESTÃO 123
Em todas as frases
abaixo, pode-se encontrar marcas lingüísticas da avaliação subjetiva do
locutor, EXCETO em :
a)
“se
a câmera recuasse apenas um pouquinho’’
b)
‘’A
carinha dela de preocupação’’
c)
‘’Grande
novidade, Patrícia’’
d)
‘’Buenos
Aires foi arrasada’’
QUESTÃO 124
As expressões abaixo
demonstram o caráter lúdico com que as palavras são utilizadas pelo locutor,
EXCETO em :
a)
“Páti.Patinha’’
b)
”Neve
no Ceará, furacão no centro-norte’’
c)
“Se
for baixinha, é uma grande baixinha’’
d)
‘’Máxima
de 55 no Rio. Máxima é ela.’’
QUESTÃO 125
Lendo a charge acima, publicada antes da morte do
Governador Mário Covas, responda :
a) Qual a sua intenção
comunicativa ?
b) Quais são os recursos discursivos
que o chargista utiliza para conseguir o efeito pretendido ?
QUESTÃO 126 (Univ. Est. de Londrina)
Observe:
I . A
Austrália é a sensação do momento. Se você gosta de natureza e esporte, a terra
dos cangurus é o passeio indicado.
II . Se
você se encaixa no segundo caso, há opções de cursos variados em universidades
com excelente padrão de ensino.
III . Esta
simpática ilha do tamanho de um continente é habitada por um povo caloroso que
recebe bem quem chega lá para passear ou estudar.
IV . Os
preços dos cursos de inglês, especialmente, são muito atraentes nesta época. De
qualquer forma, você pode aproveitar tudo a que tiver direito. A Austrália é o
que você imagina e muito mais.
A seqüência que organiza os trechos acima num texto
coerente é
a) III -
II - I
- IV
b) I -
IV - II
- III
c) IV -
I - III
- II
d) I -
III - II
- IV
e) III -
I - IV
- II
QUESTÃO 127
O texto inicia-se com a expressão nominal definida A casa de
marimbondos. O que permite o uso do artigo definido a em vez do indefinido uma,
como seria de esperar?
QUESTÃO 128
Justifique o uso do pronome demonstrativo esse em para esse tipo de
marimbondo.
QUESTÃO 129
Qual a função discursiva da oração
que eu conhecia dentro da frase em que aparece? Em termos argumentativos, que
diferença traria para o texto a sua eliminação?
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A MORADIA DO ENXU
A casa de marimbondos popularmente conhecidos como enxu aqui
na região foi construída numa árvore em minha chácara em Presidente Prudente,
SP. É incomum o seu comprimento de mais de 1 metro, pois, para esse tipo de
marimbondo, o tamanho máximo das casas que eu conhecia era de 30 centímetros.
A casa só parou de crescer porque foi atacada por formigas.
Pedro Stábile
Presidente Prudente, SP.
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QUESTÃO 130
(PROVA DIAGNÓSTICA – 3º ANO EM – COL. PITÁGORAS-BH) Em
todas as alternativas, os termos em destaque expressam uma avaliação subjetiva
do locutor diante do fato contido no enunciado, EXCETO
a) Muito
diferente, entretanto, é o caso do canto e do ato de cantar.
b) Sobretudo
quando se trata do carnaval, ocasião em que o canto é apenas uma espécie de
ponte.
c) Realmente,
em bailes de carnaval não há apresentação de grandes cantores...
d) ...o
verbo cantar é polissêmico, tendo como conotação básica a idéia da harmonização
entre pessoas com interesses divergentes...
QUESTÃO 131
Vamos
chamar de modalização essa possibilidade de modular nosso discurso
deixando nele pistas que marcam perspectivas diante do que dizemos. ‘’
Coleção Pitágoras – 2ª ano EM – vol. 2 – pág 91.
De
acordo com a descrição acima, encontramos modalizadores em todas as
alternativas abaixo, EXCETO
a) ‘’
Já e, sobretudo, provocou o impeachement do presidente que elegera.’’
b) ‘’Mudamos
facilmente de humor e de opinião, passamos rapidamente de um extremo a outro.’’
c) ‘’Diz-se
que o povo brasileiro é omisso, não cumpre as obrigações cívicas.’’
d) ‘’Aí
aconteceu o inverso : desmontada a arrogância imperial, passou-se da
indignação ao carinho.’’
QUESTÃO
132
FLORES
MURCHAM. CD É MUITO COMUM. BOMBONS ENGORDAM.
Dia
das Mães Maxitel.
Época
– Maio 2000
Apesar
da aparente incoerência, a textualidade é característica do texto publicitário
acima : Justifique essa afirmação comentando o aspecto coesivo da frase e
sua intenção comunicativa.
QUESTÃO 133 (UFMT)
Tem dias que a
gente se sente
Como quem partiu ou morreu.
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo, então, que cresceu.
Chico Buarque. “Roda Viva”.
A respeito do texto acima, verifique
se cada uma das alternativas é falsa ou verdadeira, escrevendo nos parênteses a
letra (F) ou (V), respectivamente.
( )
A expressão "a gente" é
uma forma característica da linguagem coloquial para substituir o pronome "nós".
( )
O uso do verbo "ter" em
lugar de "haver" e a supressão da preposição "em" junto ao
relativo são marcas da oralidade no texto.
( )
A modalidade oral e o registro
coloquial envolvem o ouvinte-leitor numa relação de familiaridade.
QUESTÃO 134 (Fuvest)
Você pode dar um rolê
de bike, lapidar o estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar sua
gata para surfar.
Considerando-se a variedade
lingüística que se pretendeu reproduzir nessa frase, é CORRETO afirmar que a
expressão proveniente de variedade diversa é
a) dar
um rolê de bike.
b) lapidar
o estilo.
c) a
bordo de um skate.
d) curtir
o sol tropical.
e) levar
sua gata para surfar
QUESTÃO 135
Quer comprar um CD que
simplesmente adorou, mas está sem um tostão furado? Peça um help para o seu
irmão mais velho nessa Lua. O ciclo Minguante é o mais indicado para quem
precisa pedir grana emprestada.
TODATEEN. São Paulo, Alto Astral, ano 5, n. 59, out.
2000. p. 45.
No texto acima, há expressões que fogem ao padrão culto da
língua escrita.
a) Identifique-as.
b) Reescreva
o texto conforme o padrão culto.
QUESTÃO 136 (UFRJ)
¾ Que frio! ¾ gorjeou Henriqueta, muito coquete em seu redingote de golas de pelego, que graciosamente envergara por cima da camisola cor-de-rosa. ¾ Fecha, fecha, Boduzinho, que este frio me mata! Que estavas a fazer lá fora com este frio, queres constipar-te e matar-me de cuidados?
¾ Já falas como uma portuguesa, é admirável como tens talento para essas coisas! ¾ disse Bonifácio Odulfo, encantado. ¾ E estás linda como uma princesa! Minha princesinha portuguesa!
¾ Mas nunca falei lá muito à brasileira.
¾ Isto é verdade, sempre tiveste uma maneira de falar muito distinta, foi uma das primeiras coisas que primeiro me atraiu em ti. E teu pai, o velho barão, fala exatamente como um português.
¾ Disto ele sempre fez questão. Costuma dizer que, pela voz, sempre saberão que ele nunca andou no meio dos pretos e que se formou em Coimbra.
RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. 4.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1984. p.469.
Toda língua apresenta variação regional e social, não se podendo afirmar que uma variante seja superior a outra.
Transcreva a passagem do diálogo em que melhor se observa um julgamento de valor que contraria essa afirmação e revela preconceitos sociais e culturais.
QUESTÃO 137
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
(Manuel
Bandeira)
O ônibus da Transbrasiliana deslizava
manso pela Belém-Brasília rumo ao Porto Nacional. Era abril. Mês das
derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar
defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante era um presépio, todo
poesia e misticismo.
Mas minha alma estava
profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem
marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a crua recordação de um
episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos
percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era pra mim que o pano de
fundo de um drama estúpido e trágico.
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de
periferia, classes heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança
crescida, quase um rapaz.
-
Por
que você faltou esses dias todos?
-
É
que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda.
Risadinhas da turma.
-
Não
se diz, “nóis mudemo”, menino! A gente deve dizer: nós mudamos, tá?
-
Ta,
fessora!
-
No
recreio, as chacotas dos colegas: Oi,
Inexperiente, confusa, sem saber o
que dizer, engoli em seco e me despedi.
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em
total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia
pegar um ônibus, quando alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um
rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia.
-
O
que é moço?
-
A
senhora não se lembra de mim,
fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num
momento meus longos anos de sacerdócio, digo, magistério. Tudo escuro.
-
Não
me lembro não, moço. Você me
conhece?
De onde? Foi meu aluno? Como se chama?
Para tantas perguntas, uma
resposta lacônica:
-
Eu
sou “nóis mudemo”, lembra?
Comecei a tremer.
-
Sim,
moço. Agora lembro. Como era
mesmo
seu nome?
-
Lúcio.
Lúcio Rodrigues Barbosa.
-
O
que aconteceu com você?
-
O
que aconteceu? Ah! Fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu. Comi o pão
que o diabo amassô. E
êta
diabo bom de padaria. Fui garimpeiro, fui bóia fria, um “gato” me arrecadou e
levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. Lá trabaiei como escravo,
passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanto é doença.
Até na cadeia já fui pará. Nóis ignorante à veis fais coisa sem querê fazê. A
escola fais uma farta danada. Eu não devia de tê saído daquele jeito, fessora,
mas não agüentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui fala
direito. Ainda hoje não sei.
|
|
nóis
mudemo! Até amanhã, nóis mudemo!
No dia seguinte, a mesma coisa:
risadinhas,
cochichos e gozações.
-
Pai,
não vô mais pra escola!
Óxente! Módi que?
Ouvida a história, o pai coçou a
cabeça e disse:
-
Meu
fio, num deixa a escola por uma
bobage
dessas! Não liga pras gozação da mininada! Logo eles esquece.
Não esqueceram.
Na Quarta-feira, dei pela falta do menino.
Ele
não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei
conta de que nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classe e soube que
se chamava Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um dos
últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no
dia anterior para a casa dun tio, no sul do Pará.
-
É
professora, meu fio num agüentou
as
gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continuá, mas não teve jeito. Ele
tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di te ficado na fazenda coa famia.
Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado.
-
Meu
Deus!
Aquela revelação me virou pelo avesso.
Foi
demais para mim. Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu
podia ter sido tão burra e má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que
me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência.
O rapaz afastou-se de mim suavemente.
-
Chora,
não fessora! A senhora não
tem
curpa.
Entrei no ônibus apinhado.Cem olhos
eram
como cem flechas vingadoras apontadas
para
mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. EU era uma assassina a
caminho da guilhotina.
Hoje
tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, eles mudam, nós mudamos,
mudamos, mudaamoos, mudaaamooosss...
Super
usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática
faz gato e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com
seus pais e irmãos e colegas – e se torna o terror dos alunos. Em vez de
estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime cobrando
centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.
E os Lúcios da vida, os milhares
de Lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas de aula: “Não é
assim, que se diz, menino!” Como se o professor quisesse dizer: “Você está
errado! Os seus pais estão errados! Seus irmãos e amigos estão errados! A
certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você não seja você! Renegue
suas raízes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!”
E siga desarmado para o matadouro da vida...
Porto Nacional, 1990.
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QUESTÃO 138
Em todo o texto,
percebemos fenômenos lingüísticos típicos da fala brasileira, ocorridos pela
influência do tupi e do guarani. Identifique, nos exemplos abaixo retirados do
texto, os fenômenos mais conhecidos.
a) ta; pras; num; coa;
b) fio; trabaiei;
c) vô; amassô;
d) fazê; continuá; dizê; tê;
e) curpa.
QUESTÃO 139
“A gramática faz gato
e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com seus pais e
irmãos e colegas – e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer
crescer, comunicando, ela reprime e oprime cobrando centenas de regrinhas
estúpidas para aquela idade.”
O fragmento acima traz uma reflexão a respeito do uso
indevido das regras gramaticais. Todos os fragmentos abaixo, compartilham da
mesma conclusão da professora sobre o assunto, ao final do texto, EXCETO:
a)
“Emília
não achou que fosse caso de conservar na cadeia o pobre matuto. Alegou que ele
também estava trabalhando na evolução da língua e soltou-o . __ Vá passear, seu
Juca. Muita coisa que hoje esta senhora condena vai ser lei um dia. Foi você
quem inventou o VOCÊ em vez de TU, e só isso quanto não vale? Estamos livres da
complicação antiga do Tuturututu.” (Emília no País da Gramática – Monteiro
Lobato);
b)
“É
um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala
nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo.
Todo personagem é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado
para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do
espectador.” (Preconceito Lingüístico – Marcos Bagno);
c)
“...a
São Paulo que fala ‘dois pastel’ e ‘acabou as ficha’ é um horror. Não acredito
que o fato de ser uma cidade com grande número de imigrantes seja uma
explicação suficiente para esse português esquisito dos paulistanos. Na
verdade, é inexplicável.” (Pasquale Cipro Neto – Veja (10/9/97);
d)
“...a
palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele
consentiria em sair com ela em público, alvo da impiedosa atenção de
lexicógrafos, etmologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma
conjunção. A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que
manda.” (O gigolô das palavras – Luís Fernando Veríssimo).
QUESTÃO 140 (Enem/98)
Considerando as
diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa
uma inadequação da linguagem usada ao contexto.
a) “O
carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” __ um pedestre que assistiu
ao acidente comenta com o outro que vai passando.
b) “Só
um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” __ alguém comenta
em uma reunião de trabalho.
c) “Venho
manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva
desta conceituada empresa” __ alguém que escreve uma carta candidatando-se a um
emprego.
d) “Porque
se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de
termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” __ um
professor universitário em um congresso internacional.
QUESTÃO 141 (VUNESP)
A questão se refere à seguinte charge de Ziraldo (Ziraldo
Alves Pinto, 1932-)
in: ZIRALDO. A ULTIMA DO BRASILEIRO - QUATRO ANOS DE
HISTÓRIA NAS CHARGES DO JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro: Editora Codecri,
1975.
Toda CHARGE, segundo os especialistas em comunicação, tem
por objetivo a crítica humorística imediata a um fato ou ocorrência do momento
atual, em geral de natureza política. A charge de Ziraldo, embora publicada em
1974, no Jornal do Brasil, resistiu ao tempo, pois o problema que focaliza
ainda persiste. Com base neste comentário, responda:
a) No
discurso da primeira personagem da charge, as formas verbais "fecha",
"vê" e "consegue",
juntamente
com o pronome "você", exemplificam um uso típico do português
coloquial brasileiro.
Explique esse
uso e reescreva o discurso da personagem de acordo com a norma culta.
b) Levando em consideração a natureza crítica e
humorística das charges, interprete os
elementos visuais que, no
interior do balão, representam o que a segunda personagem imaginou.
QUESTÃO 142
(UNICAMP) Os trechos que seguem mostram que certas construções típicas do português falado, consideradas incorretas pelas gramáticas normativas da língua, já estão sendo utilizadas na modalidade escrita.
- Concentre sua
atenção nas matérias que você tem maior dificuldade.. (Fuvest, 03/01/89)
- Uma casa, onde na frente funcionava um bar, foi totalmente destruída por
um incêndio, na madrugada de ontem.
("O Liberal, Belém",
27/09/89)
a) Transcreva
as marcas típicas da linguagem oral presentes nos trechos acima.
b) Reescreva-as
de modo a adequá-las às exigências da gramática normativa.
QUESTÃO 143 (Fuvest)
Observe este texto,
criado para propaganda de embalagens:
AO FINAL DO PROCESSO DE RECICLAGEM, AQUELE LIXO DE LATA VIRA LATA DE LUXO,
EMBALANDO AS BEBIDAS QUE TODO MUNDO GOSTA, DAS MARCAS QUE TODO MUNDO PODE
CONFIAR.
a) Reescreva,
corrigindo-os, os segmentos do texto que apresentem algum desvio em relação à
norma gramatical.
b) Transcreva
do texto um trecho em que apareça um recurso de estilo que torne a mensagem
mais expressiva. Explique em que consiste esse recurso.
Instrução
Nesta virada de milênio, que coincide com a comemoração dos quinhentos
anos do descobrimento do Brasil, há de se resgatar o elemento mais legítimo da
identidade do povo brasileiro, que é a sua língua. Os textos que seguem
demonstram o quanto, de diferentes modos, a literatura tem tomado posição
diante da questão das relações entre língua e realidade cultural. Leia-os atentamente
e então responda às questões de 146 a 151, que a eles se referem.
Texto 1
...Afinal meu pai desesperou de
instruiu-me, revelou tristeza por haver gerado um maluco e deixou-me.
Respirei, meti-me na soletração, guiado por Mocinha. [...] Certamente meu pai
usara um horrível embuste naquela maldita manhã, inculcando-me a excelência
do papel impresso. Eu não lia direito, mas, arfando penosamente, conseguia
mastigar os conceitos sisudos:
"A
preguiça é a chave da pobreza. ¾
Quem não ouve conselhos raras vezes acerta. ¾
Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém."
Esse
Terteão para mim era um homem, e não pude saber que fazia ele na página final
da carta. As outras folhas se desprendiam, restavam-me as linhas em negrita,
resumo da ciência anunciada por meu pai.
¾
Mocinha, quem é o Terteão?
RAMOS, Graciliano. Infância 33.ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record,
1998. p.99.
Texto 3
...O que você chama de acintoso e proposital, ponho a mão
na consciência e sei que não é. Apenas é um novo hábito adquirido e que não é
mais nem acintoso nem proposital. Manu, eu escrevi o Compêndio em menos de
mês e sem abandonar minhas ocupações. Saía o que saía e não corrigi nada.
Meus pronomes e brasileirismos, que estão muito diminuídos estes em número e
por isso mais repetidos, saem hoje como água que brota sem nenhuma
preocupação mais. A não ser a preocupação de escrever desacintosamente.
Simplesmente porque já não há mais razão pra forçar a nota. Agora corrigir um
pronome colocado errado por inconsciência só pra ficar mais de estilo português
isso não faço não. E não faço porque d'aí é que ficava errado e forçado, d'aí
é que eu não seguia mais a orientação que queria e continuo querendo seguir e
sigo mesmo. (...)
ANDRADE, Mário de. Cartas
a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Simões, 1958. p.220.
|
Texto 2
PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do
aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o
bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE. Oswald de.
Poesias reunidas. 5.ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 1971. p.125.
|
|
Texto 4
...Minhas opiniões em matéria de
gramática têm-me valido a reputação de inovador, quando não é a pecha de
escritor incorreto e descuidado.
Entretanto,
poucos darão mais, se não tanta importância à forma do que eu; pois entendo
que o estilo é também uma arte plástica, por ventura muito superior a
qualquer das outras destinadas à revelação do belo. Como se explica,
portanto, essa contradição? [...]
Que
a tendência, não para a formação de uma nova língua, mas para a transformação
profunda do idioma de Portugal, existe no Brasil, é fato incontestável. [...]
A
revolução é irresistível e fatal, como a que transformou o persa em grego e
céltico, o etrusco em latim, e o romano em francês, italiano, etc.; há de ser
larga e profunda, como a imensidade dos mares que separa os dois mundos a que
pertencemos.
Quando
povos de uma raça habitam a mesma região, a independência política só por si
forma sua individualidade. Mas se esses povos vivem em continentes distintos,
sob climas diferentes, não se rompem unicamente os vínculos políticos,
opera-se, também, a separação nas idéias, nos sentimentos, nos costumes, e,
portanto, na língua, que é a expressão
desses fatos morais e sociais. (...)
ALENCAR, José de. Pós-Escrito à 2ª
edição de Iracema. Obra Completa. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1958. p.312-314
|
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QUESTÃO 144 (UFRJ)
Os textos 1, 2 e 3 abordam, direta ou indiretamente, um aspecto gramatical
que costuma ocupar grande espaço nas aulas de português.
a) Que
aspecto gramatical é esse?
b) O
que motivou a pergunta final pelo personagem do texto 1?
QUESTÃO 145 (UFRJ)
Oswald de Andrade e Mário de Andrade (textos 2 e 3) foram
autores decisivos na formulação dos rumos estéticos e ideológicos do modernismo
brasileiro. Considerando que, para os modernistas, a questão da língua fazia
parte de um projeto cultural mais amplo, qual a posição dos dois autores em
relação à norma gramatical?
QUESTÃO 146 (UFRJ)
A que contradição faz referência José de Alencar no segundo parágrafo de
seu texto?
QUESTÃO 147 (UFRJ)
Considerando as
posições de José de Alencar com relação aos padrões lingüísticos do Brasil e de
Portugal, responda: o autor se opõe aos pontos de vista de Oswald (texto 2) e
Mário de Andrade (texto 3)? Justifique.
QUESTÃO 148 (UFRJ)
Para José de Alencar,
o "meio" influencia na definição de diferenças lingüísticas e
culturais? Justifique.
QUESTÃO 149 (UFRJ)
As transformações da
língua portuguesa falada no Brasil seriam, na opinião de José de Alencar, um fato
inédito na história das culturas? Justifique, citando a passagem do texto que
melhor ilustra o posicionamento do autor.
QUESTÃO 150 (Uelondrina - Adaptação)
Me
esquece. Lhe pedi já uma penca de vezes. Por favor, larga do meu pé.
Reescreva a frase acima de acordo com a norma culta escrita.
QUESTÃO 151 (FGV - Adaptação)
Em português,
expressões como sair para fora ou subir para cima são criticáveis por serem
redundantes, isto é, fazerem uma repetição quase sempre desnecessária de uma
idéia. Tal tipo de repetição é conhecido pelo nome de pleonasmo.
Na frase a seguir, é
possível perceber a presença de dois pleonasmos:
Na
reunião, houve uma inesperada surpresa: todos os membros do Conselho foram
unânimes em reconhecer os méritos do escritor.
Reescreva a frase, eliminando os pleonasmos. Justifique as alterações
feitas.
QUESTÃO 152 (FCMMG)
A passagem que evidencia uma marca de oralidade é
a) “Existe
por aí um montão de gente rica que não sabe comer, ignorantes e analfabetos em
matéria de educação alimentar”
b) “É
um verdadeiro onanismo mandibular essa invenção americana divulgada pelo
cinema, espécie de ejaculação salivar para ajudar a dar cusparada a grande
distância, o que foi um hábito nos EUA mesmo em lugares públicos.”
c) “Raro
a pessoa que não usa prótese ou dentadura, resultado daí a existência
melancólica da velhice sem dente, isto é, o reinado da boca devativada.”
d) “Cuidou
dos pobres em hospitais públicos, assim como teve clientela no meio de gentes
abandonadas do Rio de Janeiro.”
QUESTÃO 153 (UFU)
Reescreva o trecho abaixo,
adequando-o ao padrão culto:
“Os nomes das frutas realmente não
guardei porque são nomes muito, que tem assim uma influência muito indígena,
né? O Norte, principalmente no Amazonas e no Pará a influência indígena sobre a
alimentação é muito grande. O Amazonas é impressionante o número de frutas
assim tudo duro, tipo assim cajá-manga.”
GABARITO
QUESTÃO 107
A
QUESTÃO 108
(4)
(2)
(2)
(1)
(1)
(3)
QUESTÃO 109
A
QUESTÃO 110
D
QUESTÃO 111
C
QUESTÃO 112
A
QUESTÃO 113
Na verdade, o humor
advém, nesse texto, de uma dupla traição: da princesa às expectativas do
sapo-príncipe, da história às expectativas do leitor.
QUESTÃO 114
Não. A história
original valoriza a bondade da princesa, capaz de superar a repugnância que a
figura do sapo lhe inspirava e beijá-lo sem prever as conseqüências de sua boa
ação: o casamento com que é recompensada. No cartum, percebe-se que o beijo é
dado por interesse, com a intenção mesma de conseguir a princesa um parceiro
para si. Tem-se a impressão de que ela conhece a história original e parece
saber o tipo de beijo que deve dar para conseguir seu parceiro ideal.
Diferentemente da princesa da história original, esta tem o controle da
situação. O que o enunciador aqui valoriza é a esperteza, a inteligência em se
buscar o que se quer, o jogo dos interesses.
QUESTÃO 115
C
QUESTÃO 116
a) As
expressões associadas ao pavão são esplendor de suas cores, luxo imperial e
arco-íris de plumas.
b) O
autor deseja traduzir o impacto forte que as cores das penas do pavão provocam,
aproximando-o ao efeito produzido pela beleza de um arco-íris no céu e suas
cores.
QUESTÃO 117
O poeta busca, via poema, explicar o sofrimento e a
angústia decorrentes da construção dos versos. O uso da palavra verso em todas
as estrofes reforça a idéia do tema central do poema: a criação dos versos em
um trabalho metalingüístico de elaboração e explicação do que seja a arte de
fazer poema com muito sentimento.
QUESTÃO 118
A
QUESTÃO 119
E
QUESTÃO 120
O sufixo - inho, aqui, reforça o significado do
adjetivo direito, garantindo ao consumidor que o carro é exatamente o
que ele espera e que combina, realmente, com seu estilo, estimulando o consumo.
QUESTÃO 121
|
C
|
QUESTÃO 122
|
C
|
QUESTÃO 123
|
D
|
QUESTÃO 124
|
B
|
QUESTÃO 125
a) Criticar o oportunismo dos
jornalistas na busca constante do furo de reportagem, mesmo que isso implique
se posicionar acima de situações delicadas e tristes como a morte;
b) O chargista utiliza entre
outros : o recurso da imagem do urubu no papel de repórter (aquele que
estaria esperando a morte) ; a posição do urubu em cima do hospital (e
acima de tudo) ; o jogo de palavras : ao vivo/últimas/covas que
representa a posição do repórter (sempre alerta) em oposição à situação do
governador (prestes a morrer).
QUESTÃO 126
|
D
|
QUESTÃO 127
O que permite o uso do
artigo definido nessa expressão é o fato muito provável de o leitor, antes mesmo
de iniciar a leitura do texto, ver a referida casa de marimbondo na foto.
Assim, ela já seria uma casa conhecida do leitor quando este se pusesse a ler o
texto.
QUESTÃO 128
O demonstrativo esse
refere-se a tipo de marimbondo como sendo o marimbondo enxu anteriormente
citado no texto.
QUESTÃO 129
No texto, a referida
oração tem valor modalizador de restrição ou delimitação, equivalendo mais ou menos
a uma expressão como segundo a minha experiência: É incomum o seu comprimento
de mais de um metro, pois, para esse tipo de marimbondo, o tamanho máximo das
casa, segundo a minha experiência, é de 30 centímetros. Sem ela, perder-se-ia a
limitação do valor de verdade feita à asserção o tamanho máximo das casas é de
30 centímetros.
QUESTÃO 130
|
D
|
QUESTÃO 131 C
QUESTÃO 132
A princípio, as frases do texto
publicitário parecem desconectadas e
desprovidas de sentido. Quando se lê a frase final : ‘’Dia das mães Maxitel’’, pode-se então perceber a
intenção comunicativa da propaganda, que é, desmerecendo certos produtos
habitualmente dados de presentes às mães (flores CD’s e bombons),
supervalorizar o produto anunciado (celulares).
Variação Linguística
QUESTÃO 133
(V)
(V)
(V)
QUESTÃO 134
B
QUESTÃO 135
a) ...que
você simplesmente adorou... sem um tostão furado... peça um help para... pedir grana emprestada.
u
Sugestão: Quer comprar um CD de que você gosta, mas está sem dinheiro? Peça uma
quantia emprestada a seu irmão mais velho nessa Lua. O ciclo Minguante é o mais
indicado para quem precisa fazer um empréstimo financeiro.
QUESTÃO 136
Costuma dizer que,
pela voz, sempre saberão que ele nunca andou no meio dos pretos e que se formou
em Coimbra.
QUESTÃO 137
Como o predicado nominal denota estado/qualidade, a
qualificação do verso como sangue reforça a visão do eu-lírico em relação a seu
sofrimento e sacrifício na construção do poema. Parece que ele morre um pouco a
cada verso criado, doando vida a eles com seu próprio sangue.
QUESTÃO 138
a) redução e contração de palavras
b) yeísmo: transformação de /lh/ em /y/
c) redução do ditongo /ou/ a /ô/
d) desaparecimento do /r/ final do
infinitivo dos verbos
e) rotacismo: transformação do /l/ em
/r/
QUESTÃO
139
C
|
|
QUESTÃO
140
D
|
|
QUESTÃO 141
a) Na
linguagem coloquial, ocorre a mistura da 2ª pessoa com a 3ª pessoa. Na norma
culta, o texto seria: "Fecha os olhos, e vê se TU consegues imaginar os
países ricos, pobres, e os países pobres, ricos.
b) A
personagem imagina-se como um cidadão americano: a indumentária - roupas e a
cartola comprovam a civilização americana.
QUESTÃO 142
a) "... nas matérias que você tem
maior dificuldade..."
"Uma casa, onde na frente
funcionava..."
b) ...nas matérias em que você tem...
Uma casa, em cuja frente
funcionava...
QUESTÃO 143
a) ...bebidas
DE que todo mundo gosta, das marcas EM que todo mundo pode confiar.
b) ...aquele
lixo de lata vira lata de luxo... Trata-se de um jogo de palavras de sons
semelhantes e significados diferentes (paronomásia) como LIXO e LUXO. Esse
recurso descreve, ludicamente, a
transformação que ocorre com a lata.
QUESTÃO 144
a) A
colocação de pronomes oblíquos átonos.
b) O
que motivou a pergunta foi a confusão que a personagem fez da mesóclise: ela é
tão rara entre nós, brasileiros, que o garoto a confundiu com um nome próprio.
QUESTÃO 145
Os modernistas
defendiam um projeto de renovação estética e de brasilidade e propunham o uso
de uma norma própria do português do Brasil.
QUESTÃO 146
Alencar refere-se ao
fato de ser um autor preocupado com a forma e o estilo e, ao mesmo tempo, ser
considerado um escritor incorreto e descuidado com a linguagem.
QUESTÃO 147
Não. A opinião dos
três autores é muito semelhante, pois todos não só identificam diferenças entre
a norma do português brasileiro e a do português europeu, como também defendem
o uso dessa norma brasileira em suas obras.
QUESTÃO 148
Sim. Para o autor,
povos que vivem em regiões distintas apresentam diferenciação não apenas sociocultural mas também lingüística.
QUESTÃO 149
Não. Essa
transformação já ocorrera com outras línguas: "A revolução é irresistível
e fatal, como a que transformou o persa em grego e céltico, o etrusco em latim,
e o romano em francês, italiano, etc." (parágrafo quarto).
QUESTÃO 150
Há várias
possibilidades, com esta, por exemplo: Esqueça-me. Já lhe fiz esse pedido
muitas vezes. Por favor, pare de insistir.
QUESTÃO 151
Na reunião, houve uma
surpresa: todos os membros do Conselho reconheceram os méritos do escritor. OU:
Na reunião, houve um acontecimento inesperado: os membros do Conselho foram
unânimes em reconhecer os méritos do escritor. O que se busca evitar são as redundâncias
surpresa inesperada e todos foram unânimes.
QUESTÃO 152
A
|
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QUESTÃO 153
Não
guardei o nome das frutas porque, além de serem numerosos, são difíceis já que
possuem influência indígena. Aliás, no Norte, especialmente no Amazonas e no
Pará, a influência indígena na alimentação é muito grande. No Amazonas, por
exemplo, é impressionante o número de frutas duras, do tipo do cajá-manga.
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