Pular para o conteúdo principal

Questões referentes a texto como interlocução e à variação linguística. São 47 questões divididas em objetivas e abertas.


SUGESTÃO DE QUESTÕES DE TEXTO COMO INTERLOCUÇÃO

Instrução

Para responder às questões de 107 a 111, leia atentamente o texto abaixo, prestando atenção nas figuras do discurso que nele se fazem representar.

¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾    GIRAMUND  þ    ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾

O pequeno grande piloto

h O policial porto-riquenho Edwin Serrano recebeu pelo rádio de seu carro um chamado urgente: um anão estava dirigindo um automóvel de forma imprudente numa estrada da periferia de San Juan. Serrano foi imediatamente para o local, localizou o carro e deu sinal para o motorista parar. Aproximou-se e olhou pelo vidro. Nada de anão. No volante estava um menino: “Eu tenho 18 anos, seu guarda.” Um bem-humorado Serrano topou a brincadeira: “Me mostre os seus documentos.” Compenetrado, o garoto mostrou uma carteirinha escolar. Nela se lia: sete anos de idade.
ISTOÉ. São Paulo, Três, edição 1628, 13 dez. 2000.  A semana, p. 27.

QUESTÃO 107

A respeito do texto acima, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Propõe um pacto ficcional com o leitor, em virtude do qual deve ser tomado como representação de uma realidade extralingüística imaginária.
b) Apresenta um locutor-narrador identificado com o sujeito da enunciação: o editor da revista ISTOÉ.
c)  Apresenta dois locutores-personagens, que se expressam em discurso direto, delimitado por aspas e introduzido por dois pontos.
d) Expressa, no título, o contraste entre o que uma das personagens pensa ser e o que ela é aos olhos de terceiros.










QUESTÃO 108

O texto apresenta quatro níveis diferentes de interlocução ou conversa:

(1)                                                                                                                                                                                                             o do locutor-narrador com o leitor virtual;
(2)                                                                                                                                                                                                             o das personagens entre si;
(3)                                                                                                                                                                                                             o da central de rádio com uma das personagens;
(4)                                                                                                                                                                                                             o da Escola do garoto com o policial.
Relacione as passagens transcritas do texto a esses diferentes níveis de interlocução, usando a numeração adequada.

(   )    ...sete anos de idade.
(   )    Me mostre seus documentos.
(   )    Eu tenho 18 anos, seu guarda.
(   )    Aproximou-se e olhou pelo vidro.
(   )    Serrano foi imediatamente para o local...
(   )    ...um anão estava dirigindo um automóvel de forma imprudente numa estrada da periferia de San Juan.


QUESTÃO 109

...um anão estava dirigindo um automóvel de forma imprudente numa estrada da periferia de San Juan.
Assinale a alternativa correspondente ao enunciado que expressa um ponto de vista ideológico semelhante ao do enunciado acima.

a) Serrano foi imediatamente para o local, localizou o carro e deu sinal para o motorista parar.
b) Um bem-humorado Serrano topou a brincadeira.
c)  “Eu tenho 18 anos, seu guarda.”
d) Nela se lia: sete anos de idade.


QUESTÃO 110

Quem é responsável pelo ponto de vista de enunciação do título do texto?

a) O policial Edwin Serrano.
b) O garoto de sete anos.
c)  A Escola do garoto.
d) O autor-narrador.


QUESTÃO 111

A cada um dos níveis de interlocução definidos no enunciado da questão 110 corresponde um dos portadores de texto abaixo citados. Assinale o único sem existência real no texto.

a) a revista ISTOÉ
b) o rádio do carro policial
c)  os documentos pedidos pelo guarda
d) a caderneta escolar exibida pelo garoto








QUESTÃO 112


Assinale a alternativa em que a intenção do locutor em relação ao assunto de que trata é manter a imparcialidade.


a) A fonoaudióloga é a responsável pelo tratamento dos distúrbios da fala, da audição, da escrita e da leitura. Ela trabalha com o aprimoramento da articulação, respiração, entonação e a pronúncia das palavras.
b) Passe um hidratante bem cheiroso no corpo todo e limpe a pele do rosto com cuidado: primeiro um creme esfoliante, depois um tonificante e, em seguida, um hidratante. Ai, que pele macia e cheirosa!
c)  Essa de ficar dando escapadinhas quando está namorando sério não é legal. Se tem uma coisa que menino odeia e não perdoa de jeito nenhum é traição, que é uma falta de respeito muito grande. A gente nunca deve fazer com os outros o que não queremos que façam com a gente. Procure nunca se esquecer disso!
d) Hoje teve aquela excursão com a turma da escola. E sabe o que aconteceu? Ele fez questão de ficar o tempo todo ao meu lado, passeando, conversando, jogando aquele charme irresistível e até pediu meu telefone... será que amanhã ele vai mesmo me ligar?


Instrução

As questões 113 e 114 relacionam-se com o cartum ao lado. Leia-o atentamente, antes de resolvê-las.


QUESTÃO 113

Pode-se dizer que o aspecto humorístico do cartum ao lado decorre de uma traição. Que traição é essa e como ela se manifesta no cartum?


QUESTÃO 114

Os enunciadores do cartum e da história que lhe deu origem são semelhantes? Justifique sua resposta.



INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir. As questões 115 e 116 referem-se a ele.

“Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.”
(Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas)









QUESTÃO 115 (USP)

Nas considerações do texto, o cronista preserva, como elementos comum, a idéia de que a sensação de esplendor

a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera.
b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados.
c) decorre da predisposição de quem está apaixonado.]
d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou.
e) resulta da imaginação com que alguém se vê a si mesmo.


QUESTÃO 116

O locutor faz referências à glória do pavão por meio de expressões que traduzem o efeito causado.

a) Identifique as expressões utilizadas pelo locutor.
b) Que efeito é produzido pela utilização de tais expressões.


QUESTÃO 117

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

_ Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)


As repetições de palavras têm valor argumentativo que podem revelar a intencionalidade do locutor. Identifique a repetição significativa ocorrida no poema e explique seu valor argumentativo.


QUESTÃO 118 (Fuvest-95)

“Palmeiras perde jogo e cabeça na Argentina” (O Estado de São Paulo, 31/03/94).

A alternativa em que o efeito expressivo decorre do mesmo expediente sintático e semântico observado acima é

a) Foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor.
b) Maria Luísa disse que era nervosa e mulher.
c) (...) como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido.
d) “O rato! o rato!” exclamou a moça sufocada e afastando-se.
e) Peço-lhe desculpar-me e que não mencione mais esse fato.





QUESTÃO 119 (ITA-SP)

Assinale a opção cujo emprego da linguagem mostra intenção de imparcialidade do locutor em relação ao assunto de que trata.

a) A Avenida Paulista foi brutalmente tomada de assalto pelo movimento. Aos ruidosos trabalhadores rurais juntaram-se os marginalizados desempregados da cidade. Todos, revoltadíssimos, vociferavam palavrões contra as vergonhosas medidas do governo.
b) O Corinthians, “derrotado” antes mesmo da peleja em Montevidéu, enfrentando um adversário terrível, obteve a mais notável vitória dos clubes nacionais fora de nossas fronteiras. Clube algum elevou tão alto o prestígio do futebol do Brasil.
c) Finalmente, o famigerado projeto de Lei de Imprensa seguirá para a apreciação em plenário. Seu texto, porém, nebuloso por não fixar limites para as indenizações por calúnia, injúria e difamação, significará tão somente uma espada de Dâmocles sobre nossos injustiçados e perseguidos jornalistas.
d) O protesto “Abra o olho, Brasil” que atraiu ínfima atenção para uma causa honestíssima – a gigantesca dívida social, foi um mero e fracassado truque: aproveitar a legítima insatisfação da maioria para vitimar o radical PT e, por tabela, criar um ambiente para a ambicionada sucessão presidencial.
e) Há, na sociedade moderna, uma espécie de corredor comercial – editor, distribuidor, livreiros, etc.— pelo qual deve passar a obra literária, antes que se cumpra sua natureza social, de criar um espaço de interação estética entre dois sujeitos: o autor e o leitor.


QUESTÃO 120
Novo Twingo. Estilo próprio: o seu.
O Renault Twingo é inovação no design, no conforto e até na segurança. Graças ao banco traseiro deslizante e rebatível, seu espaço interno pode ser bem aproveitado. O novo renault Twingo combina direitinho com o seu jeito de ser. (Adaptação)

O uso do sufixo formador de grau, na palavra direitinho, não expressa apenas diminuição de tamanho, mas carrega-se de valor modalizador. Explique o seu valor modalizador, levando em conta o contexto em que se apresenta





























Para as questões de 121 a 124, leia atentamente o texto abaixo:

PATRÍCIA POETA E O TEMPO HOJE
Luís Fernando Veríssimo
04/02/01

       Hoje ela está de cabelo preso. Acho que prefiro solto. 47 graus em Porto Alegre, veja você. Ela será baixa ou alta? Nunca se vê o corpo todo. Máxima de 55 no Rio. Máxima é ela. Ou será mínima? Se for baixinha, é uma grande baixinha. Vem uma frente fria da Argentina. Grande novidade, Patrícia. A frente fria pode trazer temporais. É mesmo, Pat? Será que ela gosta de "Pat"? Buenos Aires foi arrasada. Páti. Patinha. Montevidéu desapareceu do mapa. A carinha dela de preocupada. Fica assim não, Patrícia. Metade do Uruguai está debaixo d’água, as previsões são que o mesmo aconteça em toda a região litorânea brasileira na faixa preta no mapa, eu não agüento quando ela mostra a faixa preta no mapa, se a câmera apenas recuasse um pouquinho, e é possível que o mar chegue até o Mato Grosso. É, Pat Poeta? Neve no Ceará, furacão no centro-norte, e o que foi mesmo que ela disse sobre o Amazonas correr ao contrário e inundar o Peru? Quem se importa com o tempo hoje, quando é a Patrícia que apresenta? Mas ainda prefiro os cabelos soltos.


QUESTÃO 121

Analisando o processo enunciativo da crônica de Veríssimo, pode-se afirmar que, EXCETO:

a) O texto é construído a partir de um jogo polifônico em que se entrecruzam vozes diferentes.
b)  Patrícia Poeta representa vários papéis, tais como : locutora, alocutária e assunto. 
c)  É fundamental, para a compreensão do texto ,conhecer o papel social de patrícia Poeta   como apresentadora de O Tempo Hoje .
d) Pode-se perceber, em um dos níveis de interlocução representados no texto, o diálogo do locutor com o seu alocutário.


QUESTÃO 122

São estratégias discursivas utilizadas pelo locutor do texto, EXCETO :

a) Encenação de um diálogo interno, em que ele faz uma auto-reflexão sobre a melhor forma de se dirigir a sua interlocutora.  
b) Existência de marcas lingüísticas da sua opinião em relação a sua interlocutora.  
c) Focalização da atenção do leitor para as situações climáticas relatadas por Patrícia Poeta. 
d) Transparência de seu papel de telespectador  e fã.


QUESTÃO 123

Em todas as frases abaixo, pode-se encontrar marcas lingüísticas da avaliação subjetiva do locutor, EXCETO em :

a) “se a câmera recuasse apenas um pouquinho’’
b) ‘’A carinha dela de preocupação’’
c) ‘’Grande novidade, Patrícia’’
d) ‘’Buenos Aires foi arrasada’’








QUESTÃO 124

As expressões abaixo demonstram o caráter lúdico com que as palavras são utilizadas pelo locutor, EXCETO em :

a) “Páti.Patinha’’
b) ”Neve no Ceará, furacão no centro-norte’’
c) “Se for baixinha, é uma grande baixinha’’
d) ‘’Máxima de 55 no Rio. Máxima é ela.’’


QUESTÃO 125

Lendo a  charge acima, publicada antes da morte do Governador Mário Covas, responda :

a) Qual a sua intenção comunicativa ?
b) Quais são os recursos discursivos que o chargista utiliza para conseguir o efeito pretendido ?


QUESTÃO 126 (Univ. Est. de Londrina)  

Observe:

I .   A Austrália é a sensação do momento. Se você gosta de natureza e esporte, a terra dos cangurus é o passeio indicado.
II . Se você se encaixa no segundo caso, há opções de cursos variados em universidades com excelente padrão de ensino.
III .     Esta simpática ilha do tamanho de um continente é habitada por um povo caloroso que recebe bem quem chega lá para passear ou estudar.
IV .    Os preços dos cursos de inglês, especialmente, são muito atraentes nesta época. De qualquer forma, você pode aproveitar tudo a que tiver direito. A Austrália é o que você imagina e muito mais.

A seqüência que organiza os trechos acima num texto coerente é

a) III  -  II  -  I  -  IV
b) I  -  IV  -  II  -  III
c) IV  -  I  -  III  -  II
d) I  -  III  -  II  -  IV
e) III  -  I  -  IV  -  II


QUESTÃO 127

O texto inicia-se com a expressão nominal definida A casa de marimbondos. O que permite o uso do artigo definido a em vez do indefinido uma, como seria de esperar?


QUESTÃO 128

Justifique o uso do pronome demonstrativo esse em para esse tipo de marimbondo.


QUESTÃO 129

Qual a função discursiva da oração que eu conhecia dentro da frase em que aparece? Em termos argumentativos, que diferença traria para o texto a sua eliminação?
A MORADIA DO ENXU
A casa de marimbondos popularmente conhecidos como enxu aqui na região foi construída numa árvore em minha chácara em Presidente Prudente, SP. É incomum o seu comprimento de mais de 1 metro, pois, para esse tipo de marimbondo, o tamanho máximo das casas que eu conhecia era de 30 centímetros. A casa só parou de crescer porque foi atacada por formigas.
Pedro Stábile
Presidente Prudente, SP.


QUESTÃO 130
      
(PROVA DIAGNÓSTICA – 3º ANO EM – COL. PITÁGORAS-BH) Em todas as alternativas, os termos em destaque expressam uma avaliação subjetiva do locutor diante do fato contido no enunciado, EXCETO

a) Muito diferente, entretanto, é o caso do canto e do ato de cantar.
b) Sobretudo quando se trata do carnaval, ocasião em que o canto é apenas uma espécie de ponte.
c)  Realmente, em bailes de carnaval não há apresentação de grandes cantores...
d) ...o verbo cantar é polissêmico, tendo como conotação básica a idéia da harmonização entre pessoas com interesses divergentes...


QUESTÃO 131

Vamos chamar de modalização essa possibilidade de modular nosso discurso deixando nele pistas que marcam perspectivas diante do que dizemos. ‘’

                                                                                                        Coleção Pitágoras – 2ª ano EM – vol. 2 – pág 91.

De acordo com a descrição acima, encontramos modalizadores em todas as alternativas abaixo, EXCETO

a) ‘’ Já e, sobretudo, provocou o impeachement do presidente que elegera.’’
b) ‘’Mudamos facilmente de humor e de opinião, passamos rapidamente de um extremo a outro.’’
c) ‘’Diz-se que o povo brasileiro é omisso, não cumpre as obrigações cívicas.’’
d) ‘’Aí aconteceu o inverso : desmontada a arrogância imperial, passou-se da indignação ao carinho.’’















QUESTÃO 132

FLORES MURCHAM. CD É MUITO COMUM. BOMBONS ENGORDAM.
 

Dia das Mães Maxitel.
                                                                                                                                                                                         Época – Maio 2000

Apesar da aparente incoerência, a textualidade é característica do texto publicitário acima : Justifique essa afirmação comentando o aspecto coesivo da frase e sua intenção comunicativa.

QUESTÃO 133 (UFMT)


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu.
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo, então, que cresceu.
Chico Buarque. “Roda Viva”.
A respeito do texto acima, verifique se cada uma das alternativas é falsa ou verdadeira, escrevendo nos parênteses a letra (F) ou (V), respectivamente.
(    )  A expressão "a gente" é uma forma característica da linguagem coloquial para substituir o pronome "nós".
(    )  O uso do verbo "ter" em lugar de "haver" e a supressão da preposição "em" junto ao relativo são marcas da oralidade no texto.
(    )  A modalidade oral e o registro coloquial envolvem o ouvinte-leitor numa relação de familiaridade.


QUESTÃO 134 (Fuvest)

Você pode dar um rolê de bike, lapidar o estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar.

Considerando-se a variedade lingüística que se pretendeu reproduzir nessa frase, é CORRETO afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é
a) dar um rolê de bike.
b) lapidar o estilo.
c) a bordo de um skate.
d) curtir o sol tropical.
e) levar sua gata para surfar



QUESTÃO 135

Quer comprar um CD que simplesmente adorou, mas está sem um tostão furado? Peça um help para o seu irmão mais velho nessa Lua. O ciclo Minguante é o mais indicado para quem precisa pedir grana emprestada.
TODATEEN.  São Paulo, Alto Astral, ano 5, n. 59, out. 2000. p. 45.
No texto acima, há expressões que fogem ao padrão culto da língua escrita.

a) Identifique-as.
b) Reescreva o texto conforme o padrão culto.



QUESTÃO 136 (UFRJ)

¾ Que frio! ¾ gorjeou Henriqueta, muito coquete em seu redingote de golas de pelego, que graciosamente envergara por cima da camisola cor-de-rosa. ¾ Fecha, fecha, Boduzinho, que este frio me mata! Que estavas a fazer lá fora com este frio, queres constipar-te e matar-me de cuidados?
¾ Já falas como uma portuguesa, é admirável como tens talento para essas coisas! ¾  disse Bonifácio Odulfo, encantado. ¾ E estás linda como uma princesa! Minha princesinha portuguesa!
¾ Mas nunca falei lá muito à brasileira.
¾ Isto é verdade, sempre tiveste uma maneira de falar muito distinta, foi uma das primeiras coisas que primeiro me atraiu em ti. E teu pai, o velho barão, fala exatamente como um português.
¾ Disto ele sempre fez questão. Costuma dizer que, pela voz, sempre saberão que ele nunca andou no meio dos pretos e que se formou em Coimbra.

RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. 4.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1984. p.469.
 
Toda língua apresenta variação regional e social, não se podendo afirmar que uma variante seja superior a outra.

Transcreva a passagem do diálogo em que melhor se observa um julgamento de valor que contraria essa afirmação e revela preconceitos sociais e culturais.


QUESTÃO 137

Conhecendo o conceito de predicado nominal, explique o efeito de seu emprego na análise do eu-lírico sobre seus versos “Meu verso é sangue.”

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)















INSTRUÇÃO: Para responder às questões 138 e 139, leia o depoimento abaixo.

“NÓIS MUDEMO”

                                       Fidêncio Bogo

O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo ao Porto Nacional. Era abril. Mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante era um presépio, todo poesia e misticismo.
Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a crua recordação de um episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era pra mim que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico.
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.
-        Por que você faltou esses dias todos?
-        É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda.
  Risadinhas da turma.
-        Não se diz, “nóis mudemo”, menino! A gente deve dizer: nós mudamos, tá?
-        Ta, fessora!
-        No recreio, as chacotas dos colegas: Oi,
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi.
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar um ônibus, quando alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia.
-        O que é moço?
-        A senhora não se lembra de mim,
fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de sacerdócio, digo, magistério. Tudo escuro.
-        Não me lembro não, moço. Você me
conhece? De onde? Foi meu aluno? Como se chama?
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:
-        Eu sou “nóis mudemo”, lembra?
Comecei a tremer.
-        Sim, moço. Agora lembro. Como era
mesmo seu nome?
-        Lúcio. Lúcio Rodrigues Barbosa.
-        O que aconteceu com você?
-        O que aconteceu? Ah! Fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu. Comi o pão que o diabo amassô. E
êta diabo bom de padaria. Fui garimpeiro, fui bóia fria, um “gato” me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. Lá trabaiei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanto é doença. Até na cadeia já fui pará. Nóis ignorante à veis fais coisa sem querê fazê. A escola fais uma farta danada. Eu não devia de tê saído daquele jeito, fessora, mas não agüentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui fala direito. Ainda hoje não sei.


nóis mudemo! Até amanhã, nóis mudemo!
No dia seguinte, a mesma coisa:
risadinhas, cochichos e gozações.
-        Pai, não vô mais pra escola!
Óxente!  Módi que?
Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:
-        Meu fio, num deixa a escola por uma
bobage dessas! Não liga pras gozação da mininada! Logo eles esquece.
Não esqueceram.
Na Quarta-feira, dei pela falta do menino.
Ele não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a casa dun tio, no sul do Pará.
-        É professora, meu fio num agüentou
as gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continuá, mas não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di te ficado na fazenda coa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado.
-        Meu Deus!
Aquela revelação me virou pelo avesso.
Foi demais para mim. Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência.
O rapaz afastou-se de mim suavemente.
-        Chora, não fessora!  A senhora não
tem curpa.
Entrei no ônibus apinhado.Cem olhos
eram como cem flechas vingadoras apontadas
para mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. EU era uma assassina a caminho da  guilhotina.
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, eles mudam, nós mudamos, mudamos, mudaamoos, mudaaamooosss...
Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com seus pais e irmãos e colegas – e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.
E os Lúcios da vida, os milhares de Lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas de aula: “Não é assim, que se diz, menino!” Como se o professor quisesse dizer: “Você está errado! Os seus pais estão errados! Seus irmãos e amigos estão errados! A certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!”
E siga desarmado para o matadouro da vida...

Porto Nacional, 1990.


QUESTÃO 138

Em todo o texto, percebemos fenômenos lingüísticos típicos da fala brasileira, ocorridos pela influência do tupi e do guarani. Identifique, nos exemplos abaixo retirados do texto, os fenômenos mais conhecidos.

a) ta; pras; num; coa;
b) fio; trabaiei;
c) vô; amassô;
d) fazê; continuá; dizê; tê;
e) curpa.


QUESTÃO 139

“A gramática faz gato e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com seus pais e irmãos e colegas – e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.”

O fragmento acima traz uma reflexão a respeito do uso indevido das regras gramaticais. Todos os fragmentos abaixo, compartilham da mesma conclusão da professora sobre o assunto, ao final do texto, EXCETO:

a)     “Emília não achou que fosse caso de conservar na cadeia o pobre matuto. Alegou que ele também estava trabalhando na evolução da língua e soltou-o . __ Vá passear, seu Juca. Muita coisa que hoje esta senhora condena vai ser lei um dia. Foi você quem inventou o VOCÊ em vez de TU, e só isso quanto não vale? Estamos livres da complicação antiga do Tuturututu.” (Emília no País da Gramática – Monteiro Lobato);
b)    “É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador.” (Preconceito Lingüístico – Marcos Bagno);
c)     “...a São Paulo que fala ‘dois pastel’ e ‘acabou as ficha’ é um horror. Não acredito que o fato de ser uma cidade com grande número de imigrantes seja uma explicação suficiente para esse português esquisito dos paulistanos. Na verdade, é inexplicável.” (Pasquale Cipro Neto – Veja (10/9/97);
d)    “...a palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com ela em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etmologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.” (O gigolô das palavras – Luís Fernando Veríssimo).








QUESTÃO 140 (Enem/98)

Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa uma inadequação da linguagem usada ao contexto.

a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” __ um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.
b) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” __ alguém comenta em uma reunião de trabalho.
c) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” __ alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
d) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” __ um professor universitário em um congresso internacional.


QUESTÃO 141 (VUNESP)

A questão se refere à seguinte charge de Ziraldo (Ziraldo Alves Pinto, 1932-)

in: ZIRALDO. A ULTIMA DO BRASILEIRO - QUATRO ANOS DE HISTÓRIA NAS CHARGES DO JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro: Editora Codecri, 1975.



Toda CHARGE, segundo os especialistas em comunicação, tem por objetivo a crítica humorística imediata a um fato ou ocorrência do momento atual, em geral de natureza política. A charge de Ziraldo, embora publicada em 1974, no Jornal do Brasil, resistiu ao tempo, pois o problema que focaliza ainda persiste. Com base neste comentário, responda:

a) No discurso da primeira personagem da charge, as formas verbais "fecha", "vê" e "consegue", 
        juntamente com o pronome "você", exemplificam um uso típico do português coloquial brasileiro.  
        Explique esse uso e reescreva o discurso da personagem de acordo com a norma culta.
b)   Levando em consideração a natureza crítica e humorística das charges, interprete os   elementos   visuais que, no interior do balão, representam o que a segunda personagem imaginou.
 
 










QUESTÃO 142

(UNICAMP) Os trechos que seguem mostram que certas construções típicas do português falado, consideradas incorretas pelas gramáticas normativas da língua, já estão sendo utilizadas na modalidade escrita.

- Concentre sua atenção nas matérias que você tem maior dificuldade.. (Fuvest, 03/01/89)
- Uma casa, onde na frente funcionava um bar, foi totalmente destruída por um incêndio, na madrugada de ontem.
                                                                        ("O Liberal, Belém", 27/09/89)
            
a) Transcreva as marcas típicas da linguagem oral presentes nos trechos acima.
b) Reescreva-as de modo a adequá-las às exigências da gramática normativa.


QUESTÃO 143 (Fuvest)
Observe este texto, criado para propaganda de embalagens:

AO FINAL DO PROCESSO DE RECICLAGEM, AQUELE LIXO DE LATA VIRA LATA DE LUXO, EMBALANDO AS BEBIDAS QUE TODO MUNDO GOSTA, DAS MARCAS QUE TODO MUNDO PODE CONFIAR.

a) Reescreva, corrigindo-os, os segmentos do texto que apresentem algum desvio em relação à norma gramatical.
b) Transcreva do texto um trecho em que apareça um recurso de estilo que torne a mensagem mais expressiva. Explique em que consiste esse recurso.

































Instrução


Nesta virada de milênio, que coincide com a comemoração dos quinhentos anos do descobrimento do Brasil, há de se resgatar o elemento mais legítimo da identidade do povo brasileiro, que é a sua língua. Os textos que seguem demonstram o quanto, de diferentes modos, a literatura tem tomado posição diante da questão das relações entre língua e realidade cultural. Leia-os atentamente e então responda às questões de 146 a 151, que a eles se referem.

Texto 1
...Afinal meu pai desesperou de instruiu-me, revelou tristeza por haver gerado um maluco e deixou-me. Respirei, meti-me na soletração, guiado por Mocinha. [...] Certamente meu pai usara um horrível embuste naquela maldita manhã, inculcando-me a excelência do papel impresso. Eu não lia direito, mas, arfando penosamente, conseguia mastigar os conceitos sisudos: 
"A preguiça é a chave da pobreza. ¾  Quem não ouve conselhos raras vezes acerta. ¾ Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém."
Esse Terteão para mim era um homem, e não pude saber que fazia ele na página final da carta. As outras folhas se desprendiam, restavam-me as linhas em negrita, resumo da ciência anunciada por meu pai.
¾ Mocinha, quem é o Terteão?
RAMOS, Graciliano. Infância 33.ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 1998. p.99.

Texto 3
...O que você chama de acintoso e proposital, ponho a mão na consciência e sei que não é. Apenas é um novo hábito adquirido e que não é mais nem acintoso nem proposital. Manu, eu escrevi o Compêndio em menos de mês e sem abandonar minhas ocupações. Saía o que saía e não corrigi nada. Meus pronomes e brasileirismos, que estão muito diminuídos estes em número e por isso mais repetidos, saem hoje como água que brota sem nenhuma preocupação mais. A não ser a preocupação de escrever desacintosamente. Simplesmente porque já não há mais razão pra forçar a nota. Agora corrigir um pronome colocado errado por inconsciência só pra ficar mais de estilo português isso não faço não. E não faço porque d'aí é que ficava errado e forçado, d'aí é que eu não seguia mais a orientação que queria e continuo querendo seguir e sigo mesmo. (...)
ANDRADE, Mário de. Cartas a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Simões, 1958. p.220.
Texto 2
PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE. Oswald de. Poesias reunidas. 5.ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 1971. p.125.

Texto 4
...Minhas opiniões em matéria de gramática têm-me valido a reputação de inovador, quando não é a pecha de escritor incorreto e descuidado.
Entretanto, poucos darão mais, se não tanta importância à forma do que eu; pois entendo que o estilo é também uma arte plástica, por ventura muito superior a qualquer das outras destinadas à revelação do belo. Como se explica, portanto, essa contradição? [...]
Que a tendência, não para a formação de uma nova língua, mas para a transformação profunda do idioma de Portugal, existe no Brasil, é fato incontestável. [...]
A revolução é irresistível e fatal, como a que transformou o persa em grego e céltico, o etrusco em latim, e o romano em francês, italiano, etc.; há de ser larga e profunda, como a imensidade dos mares que separa os dois mundos a que pertencemos.
Quando povos de uma raça habitam a mesma região, a independência política só por si forma sua individualidade. Mas se esses povos vivem em continentes distintos, sob climas diferentes, não se rompem unicamente os vínculos políticos, opera-se, também, a separação nas idéias, nos sentimentos, nos costumes, e, portanto, na língua, que é a expressão
 desses fatos morais e sociais. (...)
ALENCAR, José de. Pós-Escrito à 2ª edição de Iracema. Obra Completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. p.312-314









QUESTÃO 144 (UFRJ)

Os textos 1, 2 e 3 abordam, direta ou indiretamente, um aspecto gramatical que costuma ocupar grande espaço nas aulas de português.
a) Que aspecto gramatical é esse?
b) O que motivou a pergunta final pelo personagem do texto 1?


QUESTÃO 145 (UFRJ)

Oswald de Andrade e Mário de Andrade (textos 2 e 3) foram autores decisivos na formulação dos rumos estéticos e ideológicos do modernismo brasileiro. Considerando que, para os modernistas, a questão da língua fazia parte de um projeto cultural mais amplo, qual a posição dos dois autores em relação à norma gramatical?


QUESTÃO 146 (UFRJ)

A que contradição faz referência José de Alencar no segundo parágrafo de seu texto?


QUESTÃO 147 (UFRJ)

Considerando as posições de José de Alencar com relação aos padrões lingüísticos do Brasil e de Portugal, responda: o autor se opõe aos pontos de vista de Oswald (texto 2) e Mário de Andrade (texto 3)? Justifique.


QUESTÃO 148 (UFRJ)

Para José de Alencar, o "meio" influencia na definição de diferenças lingüísticas e culturais? Justifique.


QUESTÃO 149 (UFRJ)

As transformações da língua portuguesa falada no Brasil seriam, na opinião de José de Alencar, um fato inédito na história das culturas? Justifique, citando a passagem do texto que melhor ilustra o posicionamento do autor.


QUESTÃO 150 (Uelondrina - Adaptação)

Me esquece. Lhe pedi já uma penca de vezes. Por favor, larga do meu pé.
Reescreva a frase acima de acordo com a norma culta escrita.


QUESTÃO 151 (FGV - Adaptação)

Em português, expressões como sair para fora ou subir para cima são criticáveis por serem redundantes, isto é, fazerem uma repetição quase sempre desnecessária de uma idéia. Tal tipo de repetição é conhecido pelo nome de pleonasmo.

Na frase a seguir, é possível perceber a presença de dois pleonasmos:
Na reunião, houve uma inesperada surpresa: todos os membros do Conselho foram unânimes em reconhecer os méritos do escritor.
Reescreva a frase, eliminando os pleonasmos. Justifique as alterações feitas.



QUESTÃO 152 (FCMMG)


A passagem que evidencia uma marca de oralidade é

a) “Existe por aí um montão de gente rica que não sabe comer, ignorantes e analfabetos em matéria de educação alimentar”
b) “É um verdadeiro onanismo mandibular essa invenção americana divulgada pelo cinema, espécie de ejaculação salivar para ajudar a dar cusparada a grande distância, o que foi um hábito nos EUA mesmo em lugares públicos.”
c)  “Raro a pessoa que não usa prótese ou dentadura, resultado daí a existência melancólica da velhice sem dente, isto é, o reinado da boca devativada.”
d) “Cuidou dos pobres em hospitais públicos, assim como teve clientela no meio de gentes abandonadas do Rio de Janeiro.”


QUESTÃO 153 (UFU)

Reescreva o trecho abaixo, adequando-o ao padrão culto:

“Os nomes das frutas realmente não guardei porque são nomes muito, que tem assim uma influência muito indígena, né? O Norte, principalmente no Amazonas e no Pará a influência indígena sobre a alimentação é muito grande. O Amazonas é impressionante o número de frutas assim tudo duro, tipo assim cajá-manga.”





































GABARITO

QUESTÃO 107

A


QUESTÃO 108

(4)
(2)
(2)
(1)
(1)
(3)


QUESTÃO 109

A


QUESTÃO 110

D


QUESTÃO 111

C


QUESTÃO 112

A


QUESTÃO 113

Na verdade, o humor advém, nesse texto, de uma dupla traição: da princesa às expectativas do sapo-príncipe, da história às expectativas do leitor.


QUESTÃO 114

Não. A história original valoriza a bondade da princesa, capaz de superar a repugnância que a figura do sapo lhe inspirava e beijá-lo sem prever as conseqüências de sua boa ação: o casamento com que é recompensada. No cartum, percebe-se que o beijo é dado por interesse, com a intenção mesma de conseguir a princesa um parceiro para si. Tem-se a impressão de que ela conhece a história original e parece saber o tipo de beijo que deve dar para conseguir seu parceiro ideal. Diferentemente da princesa da história original, esta tem o controle da situação. O que o enunciador aqui valoriza é a esperteza, a inteligência em se buscar o que se quer, o jogo dos interesses.


QUESTÃO 115

C





QUESTÃO 116


a) As expressões associadas ao pavão são esplendor de suas cores, luxo imperial e arco-íris de plumas.
b) O autor deseja traduzir o impacto forte que as cores das penas do pavão provocam, aproximando-o ao efeito produzido pela beleza de um arco-íris no céu e suas cores.


QUESTÃO 117


O poeta busca, via poema, explicar o sofrimento e a angústia decorrentes da construção dos versos. O uso da palavra verso em todas as estrofes reforça a idéia do tema central do poema: a criação dos versos em um trabalho metalingüístico de elaboração e explicação do que seja a arte de fazer poema com muito sentimento.


QUESTÃO 118

A


QUESTÃO 119

E


QUESTÃO 120

O sufixo - inho, aqui, reforça o significado do adjetivo direito, garantindo ao consumidor que o carro é exatamente o que ele espera e que combina, realmente, com seu estilo, estimulando o consumo.


QUESTÃO 121
C

QUESTÃO 122
C

QUESTÃO 123
D

QUESTÃO 124
B

QUESTÃO 125

a) Criticar o oportunismo dos jornalistas na busca constante do furo de reportagem, mesmo que isso implique se posicionar acima de situações delicadas e tristes como a morte;
b) O chargista utiliza entre outros : o recurso da imagem do urubu no papel de repórter (aquele que estaria esperando a morte) ; a posição do urubu em cima do hospital (e acima de tudo) ; o jogo de palavras : ao vivo/últimas/covas  que representa a posição do repórter (sempre alerta) em oposição à situação do governador (prestes a morrer).


QUESTÃO 126
D






QUESTÃO 127

O que permite o uso do artigo definido nessa expressão é o fato muito provável de o leitor, antes mesmo de iniciar a leitura do texto, ver a referida casa de marimbondo na foto. Assim, ela já seria uma casa conhecida do leitor quando este se pusesse a ler o texto.


QUESTÃO 128

O demonstrativo esse refere-se a tipo de marimbondo como sendo o marimbondo enxu anteriormente citado no texto.


QUESTÃO 129

No texto, a referida oração tem valor modalizador de restrição ou delimitação, equivalendo mais ou menos a uma expressão como segundo a minha experiência: É incomum o seu comprimento de mais de um metro, pois, para esse tipo de marimbondo, o tamanho máximo das casa, segundo a minha experiência, é de 30 centímetros. Sem ela, perder-se-ia a limitação do valor de verdade feita à asserção o tamanho máximo das casas é de 30 centímetros.


QUESTÃO 130

D
QUESTÃO 131       C


QUESTÃO 132

A princípio, as frases do texto publicitário  parecem desconectadas e desprovidas de sentido. Quando se lê a frase final : ‘’Dia das  mães Maxitel’’, pode-se então perceber a intenção comunicativa da propaganda, que é, desmerecendo certos produtos habitualmente dados de presentes às mães (flores CD’s e bombons), supervalorizar o produto anunciado (celulares).

























Variação Linguística

QUESTÃO 133

(V)
(V)
(V)


QUESTÃO 134

B


QUESTÃO 135

a) ...que você simplesmente adorou... sem um tostão furado...  peça um help para... pedir grana emprestada.
       u Sugestão: Quer comprar um CD de que você gosta, mas está sem dinheiro? Peça uma quantia emprestada a seu irmão mais velho nessa Lua. O ciclo Minguante é o mais indicado para quem precisa fazer um empréstimo financeiro.


QUESTÃO 136

Costuma dizer que, pela voz, sempre saberão que ele nunca andou no meio dos pretos e que se formou em Coimbra.


QUESTÃO 137


Como o predicado nominal denota estado/qualidade, a qualificação do verso como sangue reforça a visão do eu-lírico em relação a seu sofrimento e sacrifício na construção do poema. Parece que ele morre um pouco a cada verso criado, doando vida a eles com seu próprio sangue.


QUESTÃO 138

a) redução e contração de palavras
b) yeísmo: transformação de /lh/ em /y/
c) redução do ditongo /ou/ a /ô/
d) desaparecimento do /r/ final do infinitivo dos verbos
e) rotacismo: transformação do /l/ em /r/


QUESTÃO 139

C


QUESTÃO 140

D






QUESTÃO 141

a) Na linguagem coloquial, ocorre a mistura da 2ª pessoa com a 3ª pessoa. Na norma culta, o texto seria: "Fecha os olhos, e vê se TU consegues imaginar os países ricos, pobres, e os países pobres, ricos.

b) A personagem imagina-se como um cidadão americano: a indumentária - roupas e a cartola comprovam a civilização americana.


QUESTÃO 142

a) "... nas matérias que você tem maior dificuldade..."
"Uma casa, onde na frente funcionava..."
b) ...nas matérias em que você tem...
Uma casa, em cuja frente funcionava...


QUESTÃO 143

a) ...bebidas DE que todo mundo gosta, das marcas EM que todo mundo pode confiar.
b) ...aquele lixo de lata vira lata de luxo... Trata-se de um jogo de palavras de sons semelhantes e significados diferentes (paronomásia) como LIXO e LUXO. Esse recurso descreve, ludicamente,  a transformação que ocorre com a lata.


QUESTÃO 144

a) A colocação de pronomes oblíquos átonos.
b) O que motivou a pergunta foi a confusão que a personagem fez da mesóclise: ela é tão rara entre nós, brasileiros, que o garoto a confundiu com um nome próprio.


QUESTÃO 145

Os modernistas defendiam um projeto de renovação estética e de brasilidade e propunham o uso de uma norma própria do português do Brasil.


QUESTÃO 146

Alencar refere-se ao fato de ser um autor preocupado com a forma e o estilo e, ao mesmo tempo, ser considerado um escritor incorreto e descuidado com a linguagem.


QUESTÃO 147

Não. A opinião dos três autores é muito semelhante, pois todos não só identificam diferenças entre a norma do português brasileiro e a do português europeu, como também defendem o uso dessa norma brasileira em suas obras.


QUESTÃO 148

Sim. Para o autor, povos que vivem em regiões distintas apresentam diferenciação não apenas   sociocultural mas também lingüística.





QUESTÃO 149

Não. Essa transformação já ocorrera com outras línguas: "A revolução é irresistível e fatal, como a que transformou o persa em grego e céltico, o etrusco em latim, e o romano em francês, italiano, etc." (parágrafo quarto).


QUESTÃO 150

Há várias possibilidades, com esta, por exemplo: Esqueça-me. Já lhe fiz esse pedido muitas vezes. Por favor, pare de insistir.


QUESTÃO 151

Na reunião, houve uma surpresa: todos os membros do Conselho reconheceram os méritos do escritor. OU: Na reunião, houve um acontecimento inesperado: os membros do Conselho foram unânimes em reconhecer os méritos do escritor. O que se busca evitar são as redundâncias surpresa inesperada e todos foram unânimes.


QUESTÃO 152
A


QUESTÃO 153

Não guardei o nome das frutas porque, além de serem numerosos, são difíceis já que possuem influência indígena. Aliás, no Norte, especialmente no Amazonas e no Pará, a influência indígena na alimentação é muito grande. No Amazonas, por exemplo, é impressionante o número de frutas duras, do tipo do cajá-manga.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PLANO DE AULA: TEMA - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

PLANO DE AULA: TEMA - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Plano de aula Língua Portuguesa Tema: Variações Linguísticas Tempo: 12 aulas. OBEJETIVOS : - Refletir sobre as variações da língua no decorrer do tempo. - Valorizar as diferenças culturais e linguísticas. - Usar a linguagem com autonomia e sem preconceitos Materiais utilizados e disponíveis neste planejamento . Textos variados; Filme – Tapete Vermelho Exercícios variados Avaliação da aprendizagem 1ª Aula: (momento descontração ) Leitura dos seguintes textos .             I - Declaração Mineira de Amor aos Amigos ... Declaração Mineira de Amor aos Amigos... . Amo ocê ! . Ocê é o colírio du meu ôiu. É o chicrete garrado na minha carça dins. É a mairionese du meu pão. É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois). O rechei du meu biscoito. A masstumate du meu macarrão. Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai. Ocê é tamém: O videperfume DA minha pintiadêra. O dentifriço DA minha iscovdidente.

PLANO DE AULA DO 6º AO 9º ANO

CADERNO DE: PLANOS DE AULA 01 Tema: DESENVOLVIMENTO DO GOSTO PELA LEITURA II OBJETIVOS Identificar o ritmo, a sonoridade, a musicalidade e expressividade presentes no texto. -desenvolver as habilidades de ler, ouvir e interpretar o texto III – Síntese dos procedimentos -Cantar com os professores -Interpretação escrita do texto. Leitura ora e do texto (música: E vamos à luta, de Gonzaguinha) pelos professores e pelos os alunos. -Ouvir com atenção a letra cantada. -Cantar com os professores. -Interpretação oral do texto. IV – Recursos -Professores -Alunos -Aparelho de som / Piloto / Som 02 Tema: PRODUÇÃO DE TEXTO (Quem Conta um Conto ) II - Objetivos -Criar oportunidades para que os alunos descubram a expressão escrita como forma de comunicação e de interlocução. -Despertar o interesse dos alunos para usar a escrita como uma maneira de ter uma visão de mundo mais abrangente e dinamizada. III – Síntese dos procedimentos -Discut

PLANEJAMENTO ANUAL – LÍNGUA PORTUGUESA 8º ano

PLANEJAMENTO ANUAL – LÍNGUA PORTUGUESA      8º ano Professor: Objetivos gerais: ·          Envolver os estudantes em atividades em que serão priorizadas a produção e interpretação de textos. ·          Trabalhar, sistematicamente, a leitura de textos de diferentes gêneros. ·          Construir interpretação crítica na leitura textual abordando tópicos que interessem a faixa etária, consoantes ao contexto sócio-cultural da comunidade intra e extra-classe. ·          Abordar o conteúdo gramatical com base na leitura e produção textual. Conteúdo geral: Ø   1º Bimestre: ·          O texto teatral ·          A crítica ·          Discurso direto e discurso indireto ·          Sujeito indeterminado ·          Oração sem sujeito ·          Conceito de verbo ·          Vozes do verbo ·          Imperativo negativo ·          Modo indicativo ·          Frase e oração ·          Intertextualidade ·          Tu/vós (variedade linguísticas) Ø   2º Bimestre: ·          Crônica ·          Deno