Caro
professor, prezada professora,
Aqui estão, mais uma vez, as questões do banco para
auxiliá-lo(a) na elaboração de suas avaliações ao longo do processo de
ensino-aprendizagem. sejam como diagnósticas ou somativas.
Conhecer o andamento do nosso trabalho é fundamental para
continuarmos caminhando com os alunos na construção do conhecimento, mas para
isso é preciso pensar nas atividades que nos apontam caminhos a seguir. Este
banco de questões foi desenvolvido com base em descritores, que especificam as habilidades e as competências
esperadas dos alunos, de acordo com a idade, e tem por objetivo auxiliar o
professor na tarefa da elaboração de provas ou atividades de sala.
Sendo o texto o nosso ponto de partida e o de chegada nas atividades
de ensino-aprendizagem da língua materna, a recepção e a produção de textos
devem ser a tônica das avaliações. Através delas, o que queremos é identificar
se os alunos compreendem o que lêem e produzem usando recursos lingüísticos
adequados às mais diversas situações comunicativas, ou seja, perceber se os
alunos estão desenvolvendo os saberes necessários à constituição de sua
competência discursiva.
O presente Banco de
Questões prevê que as competências e habilidades necessárias aos alunos da 7ª
série do Ensino Fundamental sejam avaliadas, no 1º semestre/2008, por meio de
questões relativas aos gêneros textuais estudados no Livro 1. Espero que as
questões, se usadas, tornem-se um momento privilegiado do processo de ensino-aprendizagem,
revelando os sucessos do aluno na construção de seus conhecimentos, apontando
necessidades e problemas e redefinindo estratégias para a maior eficiência na
interação professor e aluno.
Distribuição das
questões/tema da Matriz de Referência de Língua Portuguesa
do Ensino Fundamental II
– 5ª a 8ª série
Conteúdos/capítulos
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Questões
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O texto escolar e o conceito de certo e errado: provas,
testes, questões de múltipla escolha e questões discursivas.
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Q. 7
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Estratégias de leitura de gráficos, tabelas, formulários,
panfletos e manuais.
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Q. 11
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Textos documentais: estrutura, finalidades, recursos de
linguagem, ponto de vista do locutor, circuito comunicativo.
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Q. 28, 30
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Entrevistas: perfil dos interlocutores. Marcas de oralidade.
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Q. 5, 6
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Inferências, antecipações e produção de sentido.
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Q. 1, 3, 25, 26, 27
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Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de
sentido de charges e tirinhas.
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Q. 14, 15, 16, 17, 18
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O texto como interlocução; elementos da interação
comunicativa. Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade
e suporte.
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Q. 4, 12, 13, 20
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Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos:
introdução, desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.
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Q. 19, 23, 24
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Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores
de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.
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Q. 8, 9, 10, 21, 29
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Coesão textual: conjunções, concordância e regência.
Mecanismos coesivos da enumeração.
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Q. 22
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Crônicas, contos, relatos.
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Q. 2
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As classes de palavras e a estruturação sintática dos
enunciados. Campos semânticos. Hipônimos e hiperônimos. Função coesiva dos
cognatos.
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Q. 31, 32
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Pronomes e a articulação de idéias e informações no texto.
Pessoas do discurso e pronomes pessoais. Foco narrativo e pronomes pessoais.
Classificação dos pronomes. Pronomes retos e oblíquos e estruturação
sintática de enunciados.
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Q. 33, 35
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Frase, oração, período. Frases nominais e verbais. Tipos de frases.
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Q. 38
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Coesão e articulação: análise do valor semântico-discursivo de
conectores.
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Q. 39
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Emprego de sinais de pontuação e análise de seus efeitos de
sentido.
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Q. 37
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Microestrutura textual: oração, termos essenciais da oração.
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Q.34, 36
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Sujeito: núcleo, tipos de sujeito.
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Q. 40
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I - QUESTÕES OBJETIVAS
TEXTO 1 – Texto Narrativo (Memorial)
Jean-Paul Sartre, órfão de pai desde os dois anos, sofreu as
primeiras influências literárias por parte de sua mãe Anne-Marie e de seu avô
Charles Schweitzer, que o iniciou na literatura clássica desde cedo. Novelista
francês, teatrólogo e maior intelectual do Existencialismo - filosofia que proclama a
total liberdade do ser humano -, foi premiado com o Nobel
de Literatura de 1964, prêmio que desconsiderou.
A palavra:
maravilhosa descoberta
Eu ainda não sabia ler,
mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros. Meu avô foi ao patife de
seu editor e conseguiu de presente Os contos
do poeta Maurice Bouchor, narrativas extraídas do folclore e adaptadas ao gosto
da infância por um homem que conservava, dizia ele, olhos de criança. Eu quis
começar na mesma hora as cerimônias de apropriação. Peguei os dois
volumezinhos, cheirei-os, apalpei-os, abri-os negligentemente na “página
certa”, fazendo-os estalar. Debalde: eu não tinha a sensação de possuí-los.
Tentei sem maior êxito tratá-los como bonecas, acalentá-los, beijá-los, surrá-los.
Quase em lágrimas, acabei por depô-los sobre os joelhos de minha mãe. Ela
levantou os olhos de seu trabalho: “O que queres que eu te leia, querido? As
Fadas?” Perguntei, incrédulo: “As Fadas estão aí dentro?” A história me era
familiar: minha mãe contava-a com freqüência quando me levava, interrompendo-se
para me friccionar com água-de-colônia, para apanhar debaixo da banheira o
sabão que lhe escorregara das mãos, e eu ouvia distraidamente o relato bem
conhecido; eu só tinha olhos para Anne-Marie, a moça de todas as minhas manhãs;
eu só tinha ouvidos para a sua voz perturbada pela servidão; eu me comprazia
com suas frases inacabadas, com suas palavras sempre atrasadas, com sua brusca
segurança, vivamente desfeita, e que descambava em derrota, para desaparecer em
melodioso desfiamento e se recompor após um silêncio. A história era coisa que
vinha por acréscimo: era o elo de seus solilóquios. Durante o tempo todo em que
falava, ficávamos sós e clandestinos, longe dos homens, dos deuses e dos
sacerdotes, duas corças no bosque, com outras corças, as Fadas; eu não
conseguia acreditar que se houvesse composto um livro a fim de incluir nele
este episódio de nossa vida profana, que recendia a sabão e a água-de-colônia.
Anne-Marie fez-me sentar
à sua frente, em minha cadeirinha; inclinou-se, baixou as pálpebras e
adormeceu. Daquele rosto de estátua saiu uma voz de gesso. Perdi a cabeça: quem
estava contando? O que e a quem? Minha mãe ausentara-se: nenhum sorriso, nenhum
sinal de conivência, eu estava no exílio. Além disso, eu não reconhecia sua
linguagem. Onde é que arranjava aquela segurança? Ao cabo de um instante,
compreendi: era o livro que falava.
Dele saíam frases que me
causavam medo: eram verdadeiras centopéias, formigavam de sílabas e letras,
estiravam seus ditongos, faziam vibrar as consoantes duplas: cantantes, nasais,
entrecortadas de pausas e suspiros, ricas em palavras desconhecidas,
encantavam-se por si próprias e com seus meandros, sem se preocupar comigo; às
vezes desapareciam antes que eu pudesse compreendê-las, outras vezes eu
compreendia de antemão e elas continuavam a rolar nobremente para o seu fim sem
me conceder a graça de uma vírgula. (...)
Tive então ciúmes de
minha mãe e resolvi tomar-lhe o papel. Apossei-me de um livro intitulado Tribulações de um chinês na China e o
transportei para um quarto de despejo; aí, empoleirado sobre uma cama de armar,
fiz de conta que estava lendo: seguia com os olhos as linhas negras sem saltar
uma única e me contava uma história em voz alta, tomando o cuidado de
pronunciar todas as sílabas. Surpreenderam-me - ou melhor, fiz com que me
surpreendessem, — gritaram admirados e decidiram que era tempo de me ensinar o
alfabeto. Fui zeloso como um catecúmeno; ia a ponto de dar a mim mesmo aulas
particulares: eu montava na minha cama de armar com o Sem família de Hector Malot, que conhecia de cor e, em parte
recitando, em parte decifrando, percorri-lhe todas as páginas, uma após outra:
quando a última foi virada, eu sabia ler.
Fiquei louco de alegria:
eram minhas aquelas vozes secas em seus pequenos herbários, aquelas vozes que
meu avô reanimava com o olhar, que ele ouvia e eu não! Eu iria escutá-las,
encher-me-ia de discursos cerimoniosos e saberia tudo. Deixavam-me vagabundear
pela biblioteca e eu assaltava a sabedoria humana. Foi ela quem me fez. (...)
As densas lembranças, e
a suave sem-razão das crianças do campo, em vão procurá-las-ia, eu, em mim. Nunca esgaravatei
a terra nem farejei ninhos, não herborizei nem joguei pedras nos passarinhos.
Mas os livros foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos,
meu estábulo e meu campo; a biblioteca era o mundo colhido num espelho; tinha a
sua espessura infinita, a sua variedade e a sua imprevisibilidade.
Jean Paul Sartre
VOCABULÁRIO
Catecúmeno - do Lat. catechumenu - Gr. katechoúmenos, o que é instruído de
viva voz. s. m., aquele que se prepara e se instrui para receber o batismo.
Esgaravatei - de garavato v. tr., remexer, revolver com
as unhas; tirar com o esgaravatador; limpar os dentes, palitar; limpar, coçar (o nariz, os ouvidos,
etc. ); remexer um brasido;
escorvar (armas); fig., inquirir com minúcia; pesquisar, esquadrinhar.
Herborizei - herborizar - do
Lat. Herba v. int., andar no
campo a colher plantas para as estudar ou colecionar, ou para as utilizar
medicinalmente.
QUESTÃO 01 (Descritor: empregar recursos lingüísticos eficientes para a leitura e
compreensão da diversidade de textos que circulam na sociedade.)
Assunto: Inferências,
antecipações e produção de sentido.
O autor narra no início do texto que não sabia ler:
“Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus
livros.”
De acordo com o trecho destacado acima, todas as afirmativas são
verdadeiras, EXCETO
a)
O autor não sabia ler, mas para ele, ter um livro exige uma
série de cerimoniais.
b)
O autor, mesmo não conhecendo ainda o alfabeto, as sílabas,
afirma que o livro tem vida própria.
c)
Apesar de ainda analfabeto, o autor conhecia a história lida por
sua mãe, retirada do seu primeiro livro.
d)
O autor conseguia compreender todas as palavras lidas por sua
mãe, o conto “As fadas”.
Questão 02 (Descritor: fazer previsões e inferências acerca do significado
de palavras e/ou expressões presentes em textos literários.)
Assunto: Crônicas,
contos e relatos.
Releia, com atenção, a
passagem a seguir:
“(...) outras vezes eu compreendia de antemão e elas continuavam
a rolar nobremente para o seu fim sem me conceder a graça de uma vírgula. (...)”
A passagem acima tem por
objetivo AFIRMAR que a vírgula
a)
muda o sentido de uma
frase, se usada indevidamente.
b)
deve ser usada com
critério, em locais específicos da frase.
c)
é um acessório,
utilizada, na frase, como produtora de efeito de sentido.
d)
tem a função de dar um
toque especial à entonação da frase.
Questão 03 (Descritor: identificar
informações implícitas no texto.)
Assunto: Inferências, antecipações
produção de sentido.
A respeito do Texto 1, só NÃO podemos afirmar que
a)
todas as tentativas
iniciais do autor para se apropriar do livro foram inúteis, pois ele não sabia
ler.
b)
Anne-Marie, a mãe de Jean
Paul Sartre, ao ler “As fadas” para o filho, desaparece.
c)
o autor aprendeu a ler
usando os seguintes métodos: decifrando, decorando, recitando.
d)
o autor viveu a infância
como todo garoto comum, brincando, se sujando e fazendo travessuras.
TEXTO 2 – Texto Jornalístico –
Artigo de Opinião
Ler é a melhor solução
Você é o que você lê.
Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha fome de ler, fome de livro.
Que aliás tem uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não engorda.
Este artigo é sobre ler. Porque para mim, as pessoas são como estantes que vão
se completando à medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é
por isso que eu digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma
biblioteca. Ler um livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O
que o autor pensa. Ler é poder. Poder construir você mesmo. Tijolo a tijolo. Ou
livro a livro, para ser mais exato.
Você lê? Quanto? O quê?
Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações, frases de banheiro público,
poesia, placa de estrada, jornal. Leio Capricho. Leio até errata. E claro que
ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui
com livros. Mas pode ser enriquecida com as vidas que estão neles. Também não
estou dizendo que você tem que virar um intelectual. Nada a ver. Intelectual é
um teórico que tem medo de se colocar em prática. E eu estou falando de praticar o lido
para ficar melhor. Em tudo.
Na vida, na profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Às vezes, a gente não lê
tanto quanto deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse é o seu caso, peça
dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar a alguém
de um lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li o Sítio do Pica Pau Amarelo. Que imaginação
tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Outro livro que me marcou foi
um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu talvez a época mais
energética da era moderna: a Revolução Soviética. Ele fazia dos cartazes de
propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão intensamente quanto a
poesia que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia
que publicava livros para se libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando
Pessoa, um homem que tinha a capacidade de escrever assumindo personalidades
diferentes, chamadas de ‘heterônimos’ (o contrário de homônimos). “O poeta é um
fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que
deveras sente”. Isto é Fernando Pessoa. Caetano já cantou a pessoa de Pessoa em
sua música.
Outra descoberta: ler é
o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namorada nos separamos. Foi o
momento mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas bóias foram dois
livros, um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Alegria e Triunfo. Estou sempre
comprando livros e adoro os de frases. São frases de pessoas conhecidas,
artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas: “Se a sua vida é livre
de erros, você não está correndo riscos suficientes”, “Amigo é um presente que
você dá a você mesmo”, “Se você está querendo uma grande oportunidade, procure
um grande problema”, “A melhor maneira de vencer uma tentação é ceder a ela”.
Existe Drummond, João
Cabral de Mello Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul Valéry, Thomas Mann,
Sartre, Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto, ensaio,
poesia, humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é
por isso que para mim, o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque
“se o livro é o alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma
fome que mata a possibilidade das pessoas serem tudo que podem. Ler às vezes
enche o saco. Às vezes dá sono. Às vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa
preguiça dos olhos. O seu cérebro vai agradecer. Afinal, as respostas estão
todas ali. Você só precisa achar as perguntas.
Alexandre
Gama - Publicitário e sócio da Almap/BBDO. Folha
de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7.
Questão 04 (Descritor: realizar inferências e intertextualidade em relação
ao conteúdo e à intencionalidade a partir dos indicadores do texto.)
Assunto: O texto como interlocução.
Pode-se AFIRMAR que o Texto 1 e o Texto 2
buscam realizar, perante o leitor, objetivos
a)
opostos: ler é muito mais
importante que viver intensamente, e vice-versa.
b)
diferentes: ler é
importante e substitui viver, Texto 1; ler é importante e não substitui viver,
Texto 2.
c)
complementares: ler é
importante e todos devem ter acesso à leitura.
d)
semelhantes: a leitura é
essencial à vida de todas as pessoas.
TEXTO 3 – Texto Jornalístico –
Entrevista
INTERNET
DEDO-DURO VIRTUAL
Um hacker descobriu quem edita o quê na Wikipédia e trouxe à luz
táticas ardilosas de empresas e órgãos governamentais.
Virgil Grifflth, 24 anos, realizou o sonho de todo hacker: irritar de uma só vez governos,
ONGs, corporações e autoridades religiosas. Nem precisou fazer nada ilegal.
Bastou criar o WikiScanner, site (wikiscanner.virgil.gr) no qual você descobre
quem mexe em quais artigos da Wikipédia, enciclopédia virtual escrita por
usuários. Melhor: descobre onde elas trabalham. Reorganizando dados de domínio
público, o programinha revelou conexões, no mínimo, curiosas. Gente com acesso
à rede da Apple colocou comentários negativos nos verbetes sobre a Microsoft,
que aparentemente deu o troco. Alguém do Vaticano suavizou críticas ao IRA,
burocratas turcos varreram o genocídio armênio da História e uma igreja de
Oklahoma (EUA) desacreditou a Teoria da Evolução. “Não dá para cravar que as
mudanças foram feitas por gente dessas organizações. Mas a chance é grande”,
diz
Griffith. O estudante da CalTech falou com GALILEU enquanto
estava na Inglaterra, visitando a Universidade de Cambridge.
EMILIANO URBIM
GALILEU: Como você bolou o
WikiScanner?
VIRGIL
GRIFFITH:
Alguns deputados americanos editaram suas páginas na Wikipédia e foram pegos
porque usaram seus PCs do Congresso. Pensei que poderia repetir isso em larga
escala com um programa que cruzasse as “editadas” da Wikipédia com números de
IP (endereço de internet), descobrindo sua origem.
GALILEU: Você esperava esse
sucesso?
GRIFFITH: Eu esperava esse número
de desastres de relações públicas, porque as empresas são assim, e o
WikiScanner estimula o espírito investigativo de todos. Costumo comparar o que
está acontecendo a um show de fogos de artifício no qual cada um traz seus
rojões.
GALILEU: As alterações
detectadas pelo WikiScanner foram feitas a partir das redes das empresas, mas
não sabemos por quem. Qual o seu chute?
GRIFFITH: Acho que se a “editada”
ocorreu durante o expediente, é razoável supor que foi um funcionário daquela
empresa.
GALILEU: Você acha que as
modificações vão continuar?
GRIFFITH: Sim, mas as pessoas por
trás delas provavelmente vão ter mais cuidado. Mesmo assim, existem várias
técnicas para desmascará-las.
GALILEU: Vai haver uma versão
que procure páginas em português?
GRIFFITH: Criei versões em
inglês, alemão e japonês. Agora, o código está aberto para hackers brasileiros.
QUESTÃO 05 (Descritor: identificar os elementos
estruturais do texto.)
Assunto: Entrevista
A entrevista é um tipo de
texto jornalístico com características próprias. Analise as alternativas abaixo
e marque a INCORRETA em relação à
estrutura do texto.
a)
Há subtítulo nessa entrevista.
b)
“Virgil Grifflth “ é o nome do entrevistado.
c)
“DEDO-DURO VIRTUAL” é o
título.
d)
“GALILEU” é o nome do
entrevistador.
QUESTÃO 06 (Descritor: comparar a linguagem verbal
empregada nos textos mistos com a norma culta.)
Assunto: Entrevista:
perfil dos interlocutores.
A entrevista, apesar de
estar em um veículo de comunicação que exige o uso da norma culta, pode
apresentar, como um dos seus recursos lingüísticos, uma linguagem mais
descontraída. Todas as opções abaixo são exemplos dessa estratégia, EXCETO
a)
“Não dá para cravar que
as mudanças foram feitas por gente dessas organizações.”
b)
“Gente com acesso à rede
da Apple colocou comentários negativos nos verbetes sobre a Microsoft (...)”
c)
“Vai haver uma versão que
procure páginas em português?”
d)
“(...) existem várias técnicas
para desmascará-las.”
QUESTÃO 07 (Descritor: avaliar a
legitimidade das informações veiculadas na Internet.)
Assunto: O texto escolar e o conceito de certo e errado: provas, testes,
questões de múltipla escolha e questões discursivas.
Sobre o texto 3, é CORRETO afirmar que
a)
o WikiScanner é um programa criado por Virgil Griffit e tem como
objetivo cruzar informações veiculadas nos artigos da Wikipédia, demonstrando
que algumas informações podem não ser verdadeiras.
b)
a entrevista com o hacker
Virgil Griffit atesta que todas as informações veiculadas na Internet são
legítimas e verdadeiras.
c)
a revista Galileu demonstra ao seu público leitor, através da
entrevista com Virgil Griffit, que a Internet pode veicular informações
manipuladas, por isso, não é um meio confiável.
d)
o programa criado pelo hacker
Virgil Griffit tem como objetivo demonstrar que muitas informações veiculadas
nos sites de busca podem não ser totalmente verdadeiras.
TEXTO 4 – Poema
Exagerado
Cazuza
Amor da minha vida
Daqui
até a eternidade
Nossos
destinos foram traçados
Na
maternidade
Paixão
cruel, desenfreada
Te
trago mil rosas roubadas
Pra
desculpar minhas mentiras
Minhas
mancadas
Exagerado
Jogado
a teus pés
Eu
sou mesmo exagerado
Adoro
um amor inventado
Eu
nunca mais vou respirar
Se
você não me notar
Eu
posso até morrer de fome
QUESTÃO
08 (Descritor: interpretar
texto poético mantendo em foco o estudo da coesão textual.)
Assunto: Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos
marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos
poéticos.
Pode-se afirmar que a
declaração de amor expressa no Texto 4 é feita por uma voz masculina. Todas as
alternativas comprovam a afirmação, EXCETO
a)
O adjetivo usado no título está no masculino e se refere ao eu -
lírico do poema.
b)
A declaração feita de joelhos e o roubo de rosas são atitudes
culturalmente masculinas.
c)
O fato de se culpar por suas mentiras e “mancadas”, pois mentir
é uma atitude típica masculina.
d)
A frase “Eu sou mesmo exagerado” comprova que o eu - lírico do
texto é uma voz masculina.
QUESTÃO
09 (Descritor: interpretar
texto poético mantendo em foco o estudo da coesão textual.)
Assunto: Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos
marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos
poéticos.
O
eu - lírico do texto 4 afirma que é exagerado. Todos os trechos abaixo
comprovam essa afirmativa, EXCETO
a) “Jogado a teus pés
(...)”
b) “Eu nunca mais vou
respirar (...)”
c) “Eu posso até morrer de
fome (...)”
d) “Até nas coisas mais
banais (...)”
Questão 10 (Descritor: reconhecer
os elementos estéticos formais com os quais se estruturam os textos poéticos.)
Assunto: Textos literários:
elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de
palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.
Todas as alternativas abaixo são interpretações corretas à
respeito do texto 4, EXCETO
a)
Uma paixão cruel e
desenfreada domina o eu - lírico do poema.
b)
O eu - lírico, apesar de
se declarar apaixonado, considera seu amor passageiro.
c)
O numeral mil é utilizado
como reforço do exagero do amor declarado.
d)
O eu - lírico se refere à
pessoa amada através de um vocativo.
TEXTO 5 – Narrativo – Novela de Cavalaria
Dom Quixote de la
Mancha é uma obra literária escrita no século XVII, pelo espanhol
Miguel de Cervantes. A obra foi escrita intertextualmente, a partir das novelas
de cavalaria medievais, na tentativa de ridicularizá-las, pois se tornaram
gênero ultrapassado para os novos padrões de cultura vigentes. Ironicamente, Dom Quixote tornou-se o
cavaleiro andante mais importante da história da literatura. E o símbolo do
sonhador. Verdadeira paródia dos cavaleiros andantes da Idade Média, ele é
magro, feio, frágil. Tinha, ao invés de um cavalo garboso, um pangaré, seu
Rocinante; ao contrário de um escudeiro corajoso e ágil, o covarde e gordo
Sancho Pança; como amada, ao contrário de uma princesa que nutrisse por ele uma
grande paixão, uma gorda lavadeira, a quem ele transformou no seu mundo
imaginário em uma dama pela qual lutaria e à qual deu o nome de Dulcinéia de
Toboso. É chamado “o cavaleiro da triste figura”, imagem terna e cômica do
idealismo.
Dom Quixote e Dulcinéia
Posto
a seu cavalo nome tanto a contento, quis também arranjar outro para si; nisso
gastou mais oito dias; e ao cabo disparou em chamar-se Dom Quixote;
do que, segundo fica dito, tomaram ocasião alguns autores desta verdadeira
história para assentarem que se devia chamar Quijada, e não Quesada, como
outros quiseram dizer. Recordando-se, porém, de que o valoroso Amadis de Gaula,
não contente em
chamar-se Amadis sem mais nada acrescentou o nome com o do
seu reino e pátria, para a tornar famosa e se nomeou Amadis de Gaula, assim
quis também ele, como bom cavaleiro, acrescentar ao seu nome o de sua terra, e
chamar-se “Dom Quixote de la Mancha”,
com que, o seu parecer, declarava muito ao vivo sua linhagem e pátria, a quem
dava honra com tomar dela o sobrenome. Assim, limpas as suas armas, feita do
morrião celada, posto nome ao rocim, e confirmando-se a si próprio, julgou-se
inteirado de que nada mais lhe faltava, senão buscar uma dama de quem se
enamorar; que andante cavaleiro sem amores era árvore sem folhas nem frutos, e
corpo sem alma. Dizia ele entre si: “Demos que, por mal dos meus pecados, ou
por minha boa sorte, me encontro por aí com algum gigante como de ordinário
acontece aos cavaleiros andantes, e o derribo de um encontro, ou o parto em
dois, ou finalmente o venço e rendo; não será bem ter a quem
mandá-la apresentar, para que ele entre, e se lance de joelhos aos pés da minha
preciosa senhora e lhe diga com voz humilde rendida: “Eu, senhora, sou o
gigante Caraculiambro, senhor da ilha Malindrânia, a quem venceu em singular
batalha o jamais dignamente louvado cavaleiro Dom Quixote de la Mancha, o qual me ordenou
me apresentasse perante Vossa Mercê, para que a vossa grandeza disponha de mim
como for servida”?” Como se alegrou o nosso bom cavaleiro de ter engenhado este
discurso, e principalmente quando atinou com quem pudesse chamar a sua dama!
Foi o caso, conforme se crê, que, num lugar perto do seu, havia certa moça
lavradora de muito bom parecer, de quem ele em tempos andara enamorado, ainda
que, segundo se entende, ela nunca o soube, nem de tal desconfiou. Chamava-se
Aldonça Lourenço; a esta é a que lhe pareceu bem dar o título de senhora dos
seus pensamentos; e, buscando-lhe nome que não desdissesse muito do que ela
tinha, e ao mesmo tempo desse seus ares de princesa e grã-senhora, veio a
chamá-la “Dulcinéia de Toboso”, por ser El Toboso a aldeia de sua naturalidade,
nome este, em seu entender, musical, peregrino, e significativo, como todos os
mais que a si e às suas coisas já havia posto.”
Miguel de
Cervantes
QUESTÃO 11 (Descritor: comparar linguagem verbal empregada nos textos e sua intencionalidade.)
Assunto: Estratégias de leitura de textos diversos como gráficos,
tabelas, formulários, panfletos e manuais.
A linguagem usada por Miguel de Cervantes em Dom
Quixote de Ia
Mancha é excessivamente formal. Há um motivo para isso: as novelas de
cavalaria contam grandes feitos de cavaleiros; por isso, nelas, ocorre o uso de
formas que contribuem para tal grandiosidade, dentre elas a formalidade, a construção
de frases mais complexas, o vocabulário suntuoso.
Dentre os recursos
apresentados abaixo, todos comprovam a formalidade da linguagem do texto, EXCETO
a)
o uso do pronome de
tratamento Vossa Mercê para se referir à amada Dulcinéia.
b)
o emprego da expressão
vossa grandeza, para justificar sua subserviência à Dulcinéia.
c)
a utilização da 2ª pessoa
(“tu”) nos imperativos “venço” e “rendo”.
d)
a escolha do pronome
relativo “quem” em vez de “que” na passagem
“a quem
venceu em singular”.
QUESTÃO 12 (Descritor: identificar
nos textos narrativos os mecanismos estratégicos para o seu entendimento.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa.
Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Segundo o texto, era necessário, para se tornar um cavaleiro andante nos moldes medievais, EXCETO
a)
fazer a mulher amada ser sua serva.
b)
ter um cavalo com nome adequado.
c)
buscar uma dama para ter alguém por quem lutar.
d)
dar a si um nome acrescido de seu reino e pátria.
TEXTO 6 – Poema
No longo poema “Dom Quixote”, publicado em “As impurezas do
branco” (1973), Carlos Drummond de Andrade recontou em versos belíssimos a
história de Dom Quixote. Leia o trecho em que ele se refere a Dulcinéia de
Toboso:
Exdruxularias
de um amor penitente
Neste só, nestas brenhas
aonde não chega a música
da voz de Dulcinéia
que por mim não suspira,
e mal sabe que existo,
vou fazer penitência
de amor
Vou carpir minhas penas,
vou comover as rochas
Vou lavá-las de lágrimas,
vou rompê-las a grito,
ensandecer as águias,
cativar hipogrifos
e acarinhar serpentes,
arrancar minhas vestes
de ferro e de grandeza
a sacar os calções
e de gâmbias de fora,
documento do sexo
cinicamente à amostra
para que aves e plantas
desfrutem o espetáculo,
farei micagens mil,
plantarei bananeira
darei cambalhotas,
saltos mortais, vitais
de amor
de amor
de
amor.
QUESTÃO 13 (Descritor: realizar
inferências e intertextualidade em relação ao conteúdo e à intencionalidade a
partir dos indicadores do texto.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa.
Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Sobre o Texto 6, todas
as alternativas estão corretas, EXCETO
a) Os sete primeiros versos
demonstram o estado de espírito de Dom Quixote: está só e apaixonado.
b) Para o poeta Drummond,
Dom Quixote representa dignamente um cavaleiro andante medieval.
c) As expressões “neste só”
e “vou fazer penitência de amor” comprovam a solidão e a paixão do cavaleiro.
d) O poeta Drummond parodia
o cavaleiro medieval andante, para isso se utiliza de ironia .
TEXTO 7 – Tirinha
Leia a tirinha de
Mafalda.
QUESTÃO 14 (Descritor: identificar
o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em charges, tirinhas,
outdoors, textos de publicidade, etc.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido
de charges e tirinhas.
Sobre o Texto 7, todas
as alternativas estão corretas, EXCETO
a) Nos dois primeiros
quadrinhos, a onomatopéia foi um recurso utilizado para representar duas ações
na tirinha.
b) As aspas no terceiro
quadrinho foram utilizadas para indicar a introdução da fala de um novo
personagem.
c) No último quadrinho, a
representação gráfica do balão indica a transcrição do pensamento da personagem
Mafalda.
d) O humor e a ironia da
tirinha só podem ser entendidos quando o leitor relaciona a linguagem não-verbal
à linguagem verbal.
QUESTÃO 15 (Descritor: reconhecer indícios de humor e ironia.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido
de charges e tirinhas.
Pode-se afirmar que o tema
central do texto é uma ironia
a)
à atitude arbitrária dos
pais.
b)
ao apelo sexual dos
programas televisionados.
c)
à educação, que aborda a
violência como tema normal.
d)
ao mau gosto da mãe de
Mafalda.
TEXTO 8 – Charge
Diário da
Tarde.
QUESTÃO 16 (Descritor: fazer
previsões e inferências acerca do significado de palavras e/ou expressões
presentes na charge.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido
de charges e tirinhas.
“Para
guardar ódio e rancor”, no contexto em que foi usada, é uma referência
a)
à luta pela sobrevivência
no mundo socialmente desigual.
b)
aos valores culturais
pertencentes às classes economicamente desfavorecidas.
c)
à função primordial do
principal órgão do sistema circulatório.
d)
aos principais
sentimentos que a desigualdade pode gerar.
QUESTÃO 17 (Descritor:
identificar o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em
charges, tirinhas, outdoors, textos de publicidade, etc.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido
de charges e tirinhas.
Todos os elementos abaixo permitem relacionar
o texto e o tema à realidade dos menores abandonados, EXCETO
a)
a tarja que cobre os
olhos.
b)
o título da charge.
c)
os pés descalços.
d)
a menção à polícia.
QUESTÃO 18 (Descritor: identificar
o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em charges, tirinhas,
outdoors, textos de publicidade, etc.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido
de charges e tirinhas.
A charge tem como
objetivo, EXCETO
a) criticar a postura
discriminadora diante da dura realidade dos menores abandonados.
b) provocar a reflexão de qualquer
leitor que conviva na sociedade da qual faz parte o personagem caricaturado.
c) provocar inquietação no
leitor diante da realidade dos menores abandonados.
d) mostrar como é frágil a
anatomia das crianças, principalmente das carentes.
TEXTO 9 –
Texto Jornalístico
De olhos
bem abertos
NOVA FONTE
DE LUZ PROMETE MELHORAR PRODUTIVIDADE, COMBATER O SONO E DEIXAR AS PESSOAS MAIS
ALERTAS
Sabe aqueles dias em que você não dormiu nada na noite anterior
e tem de se esforçar o dia inteiro para dar conta de suas atividades sem
cochilar pelos cantos? Uma nova tecnologia de lâmpadas, lançada pela empresa
Osram, pode ser a sua salvação ou, pelo menos, uma ajuda para que você fique de
olhos abertos. Batizada de Skywhite, a lâmpada é baseada na emissão em larga
escala de luz azul. Graças a isso, segundo o fabricante, o equipamento é capaz
de estimular a produtividade das pessoas, melhorando o estado de alerta e, em
conseqüência, reduzindo o número de erros e acidentes. Segundo José Cipoila
Neto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, essas informações fazem
sentido, já que estudos mostram que radiações na cor azul com comprimento de
onda de 410 até 460 nanômetros (caso da nova lâmpada) atuam diretamente na
redução da produção da melatonina, o hormônio do sono. Isso acontece pelo
estímulo de um receptor no olho. Portanto, a exposição a esse tipo de radiação
deixaria as pessoas mais acordadas, melhorando o desempenho físico e mental e
reduzindo a fadiga e a distração.
Esse tipo de lâmpada
emite uma luz de tonalidade parecida com o céu em um dia de sol. Além de
refrescar o ambiente em climas quentes, a radiação azul é capaz de influenciar
o relógio biológico, funcionando como estimulante. Ela tem aplicação
recomendada em lugares que exijam grande nível de atenção, como fábricas,
hospitais, bibliotecas e — por que não? — redações de jornais e revistas.
Algumas pesquisas médicas recentes sugerem o uso de luz branca azulada em
recintos onde se encontram pacientes em tratamento, já que esse tipo de
radiação pode ajudar na redução da ansiedade, retenção da memória e melhorias
no ciclo do sono.
GALILEU, 08 de 2007. TECNOLOGIA, pg. 12
QUESTÃO 19 (Descritor: identificar a
tese de um texto.)
Assunto: Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.
O texto “De olhos bem
abertos” PRETENDE, principalmente
a)
mostrar ao leitor os cuidados que se deve ter quando não se tem
uma boa noite de sono.
b)
demonstrar como a radiação azul é capaz de influenciar
negativamente a vida do homem .
c)
informar que há no mercado uma luz que promete estimular a
produtividade das pessoas.
d)
explicar o porquê do aumento dos números de acidentes depois de
noites mal dormidas.
Questão 20 (Descritor: identificar intencionalidade e interlocutores.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa.
Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Cada texto escrito é
pensado para um público. Claro que uma mesma pessoa poderá se identificar com
vários deles. O que normalmente define o público leitor de um texto é o tema, o
assunto. Porém, a linguagem também delimita esse grupo de pessoas. Qual das opções abaixo NÃO representaria público alvo para esse texto?
a)
Pais preocupados com a saúde de seus filhos adolescentes e com a
sua própria saúde.
b)
Empregadores preocupados com o bem-estar dos funcionários.
c)
Idosos interessados na saúde e em qualidade de vida.
d)
Atletas que não conseguem dormir bem durante a noite.
II - QUESTÕES ABERTAS
TEXTO 10 – Poema
PALAVRAS
DE AMOR
Amor é um fogo que arde sem se ver;
E ferida que dói e não se sente;
E um contentamento descontente;
E dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
E um andar solitário por entre a gente;
E nunca contentar-se de contente;
E um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
E servir a quem vence, o vencedor;
E ter com quem nos mata lealdade;
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luis de Camões.
QUESTÃO 21
(Descritor: reconhecer os elementos estéticos formais com os
quais se estruturam os textos poéticos.)
Assunto: Textos literários:
elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de palavras.
Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.
Após a leitura do
soneto, elabore um parágrafo sintetizando a visão de amor que se depreende
dele. Confirme sua tese com passagens do texto que a evidenciem.
QUESTÃO 22
(Descritor:
reconhecer o valor semântico dos elementos coesivos, principalmente as
conjunções.)
Assunto: Coesão textual: conjunções, concordância e
regência. Mecanismos coesivos da enumeração.
Embora as idéias
apresentadas mostrem o caráter contraditório do amor, Camões não utilizou a
conjunção “mas”, indicadora
de oposição, no verso “É ferida que dói e
não se sente.” Usou a conjunção aditiva “e”.
A diferença de significado no uso da conjunção “e” provoca uma sutileza de estilo, ou seja, um detalhe
importante, difícil de ser interpretado e que dá um significado especial ao
texto. Que significado é esse?
TEXTO 11 –
Texto Informativo
As
primeiras pinturas
Wendy
Beckett
Nossos ancestrais
paleolíticos, que viveram entre 30000 e 8000 a.C., eram pequenos, peludos e iletrados,
e nem mesmo a arqueologia consegue afirmar muito a respeito deles. Mas uma
coisa é luminosamente certa: esses habitantes das cavernas da Idade da Pedra
eram artistas, e não apenas no sentido de serem capazes de descrever em termos
visuais os bichos com que tinham contato no dia-a-dia: uma arte assim talvez
não fosse mais que ilustração, e a pintura das cavernas é muito mais que isso.
É arte em grande estilo, arte grandiosa, evidenciada em obras de uma argúcia e
uma pujança que nunca foram superadas.
As pinturas das paredes das cavernas de
Altamira foram as primeiras a serem descobertas nos tempos modernos. As
cavernas ficam próximas a Santander, no norte da Espanha. A descoberta,
ocorrida em 1879, tinha tantas e tamanhas implicações para a arqueologia que,
de início, foi dada como fraude.
Esse grande bisão (foto
ao lado) foi pintado no teto de um longo e estreito corredor que sai de uma
caverna subterrânea em
Altamira. O bisão não está sozinho. Toda uma manada surge
majestosamente no teto, e nela os bichos se imbricam — cavalos, javalis,
mamutes e outras criaturas, as caças desejadas pelo homem da Idade da Pedra. A
despeito da confusão, afirma-se ali uma poderosa presença animal. [...]
Bisão da
caverna de Altamira, c. 1500 – 1200
a.C.,
195 cm (apenas o comprimento do bisão)
O
significado das pinturas das cavernas
Acredita-se que essas
pinturas tivessem profunda importância para a sociedade pré-histórica, O bisão,
com o tórax maciço, o denso quarto traseiro e as patas curtas e finas, parece
quase palpitar com a própria pujança. Ele brande um agressivo par de chifres. O
bicho terá sido uma figura sagrada, necessária a algum ritual? Talvez nunca
saibamos o verdadeiro significado das pinturas nas cavernas, mas elas quase
certamente desempenhavam uma função mágica, até mesmo ritualística. O quanto
disso correspondia à arte pela arte (coisa que não podemos descartar por
completo) continuará a ser mistério. O extraordinário naturalismo e a exatidão
anatômica com que foram retratados os animais dessas pinturas estavam, acredita-se,
ligados ao propósito que elas cumpriam. Os artistas eram também caçadores, e
suas vidas dependiam dos bichos cujas imagens pintavam nas cavernas. Será
possível que esses artistas-caçadores achassem que, descrevendo acuradamente a
pujança e a velocidade dos animais, adquiririam poder mágico?
Com ele, poderiam ser capazes de
controlar-lhes o espírito e subtrair-lhes a força antes da caçada. Muitas das
pinturas mostram os animais feridos ou flechados, e em alguns casos há até
indícios de ataque físico contra a imagem pintada.
O naturalismo com o qual
os bichos eram desenhados e pintados não se aplicava aos retratos de humanos —
talvez por aquela mesma razão. Raramente se representam pessoas, mas, quando
isso acontece, trata-se da forma humana mais tosca e básica ou, com maior
freqüência, de formas simbólicas, como podemos ver na imagem do homem prostrado
nessa surpreendente pintura (foto ao lado), realizada entre 15000 e 10000 a.C. Encontra-se no
mais celebrado de todos os sítios arqueológicos que contêm esse tipo de
pintura: as cavernas de Lascaux, na Dordonha (França). O homem, que se
assemelha a um graveto, jaz diante de um bisão eriçado e estripado. Abaixo do
homem, há uma figura que parece ser uma ave ou, possivelmente, um totem ou
estandarte que traz a figura de uma ave. É uma pintura de espantoso poder;
somos forçados a reconhecer que desconhecemos seu significado, mas essa
ignorância não afeta nossa reação — pelo contrário, só a intensifica. Nisso, a
arte pré-histórica já é representativa de todas as expressões artísticas
posteriores.
(História da pintura. São Paulo, Ática,
1997.)
QUESTÃO 23
(Descritor:
identificar tese de um texto e os argumentos utilizados para sustentá-la.)
Assunto: Estrutura
semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e
conclusão. Tese e argumentação.
Logo no primeiro
parágrafo, a autora defende a idéia de que as primeiras pinturas são
verdadeiras obras de arte. De que maneira a autora tenta fundamentar tal idéia
nos parágrafos seguintes. Escreva um pequeno parágrafo justificando sua
resposta.
QUESTÃO 24
(Descritor: identificar, em textos dissertativos, a
intencionalidade e os interlocutores.)
Assunto: Estrutura
semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Tese e argumentação.
Leia a referência
bibliográfica no final do Texto 11. Essa referência ajuda a determinar a que
público o texto se destina? Qual seria esse público? Há outros recursos que
ajudam a determinar o público alvo?
TEXTO 12 –
Texto Informativo
Pichações: a nova versão
Jovens de
São Paulo usam pichações para estampar camiseta e deixam muros em paz.
Um ato de vandalismo
está se transformando em
ganha-pão. Jovens de São Paulo descobriram que as técnicas da
pichação podem ser usadas para coisas mais úteis que sujar muros.
É o caso de Hamilton
Ronqui, 24, Miquéias Gomes, 22, e Marcelo Batista, 23, ex-pichadores. Há dois
anos, começaram a usar o spray em camisetas. Montaram
uma grife, que tem o nome da turma: “Doido é doido”.
Da época de pichação
ficou também a inspiração, usada agora para criar as estampas.
Como pichador, cada um
usava o tubo de tinta spray cerca de 20 vezes por noite e ganhava fama entre os
“manos”. Hoje, Hamilton, Miquéias e Marcelo vendem mil peças de roupas por mês e
recebem aproximadamente R$ 7.000.
Só que a fama de
pichador, tão difícil de ser removida quanto uma pichação de muro, às vezes
atrapalha o negócio. “Já cheguei a dizer que nunca pichei, só roubei dos
pichadores o nome da marca”, diz Hamilton.
Os irmãos Jeferson, 19,
e Anderson Ventura, 21, também pararam de pichar, mas continuam usando rolinhos
de tinta e sprays para trabalhar. Eles fazem grafites (pinturas artísticas em
muros ou painéis) por R$ 200.
Para Jeferson, foi uma
verdadeira conversão. “Descobri que pichar não me levava a nada. Eu não tinha
hora nem para comer, era como um viciado em drogas. Se não saísse
para pichar, nem conseguia dormir direito.”
Nilton Fábio Mota, 19,
outro “convertido”, diz que passou a ser respeitado quando mudou de ramo. “Antes,
sempre tinha problema com os policiais. Agora, falo que sou grafiteiro, mostro
meus desenhos e eles me deixam em paz.”
QUESTÃO 25
(Descritor: distinguir os grafites das pichações.)
Assunto: Inferências,
antecipações e produção de sentido.
O texto 12 apresenta uma diferença crucial entre pichador e
grafiteiro. Escreva um pequeno parágrafo justificando o que distingue um
pichador de um grafiteiro.
QUESTÃO 26
(Descritor: distinguir os grafites das pichações.)
Assunto: Inferências,
antecipações e produção de sentido.
Segundo o texto 12, há algo de comum entre um pichador e um
grafiteiro? Justifique sua resposta.
QUESTÃO 27
(Descritor: comparar grafites e pichações com pinturas rupestres.)
Assunto: Inferências,
antecipações e produção de sentido.
Observe que o Texto 12
trata o grafite como uma arte e a pichação como vandalismo. Levando em
consideração a afirmação da autora do Texto 11 sobre a pintura rupestre ser
também uma arte, escreva um pequeno parágrafo fazendo um paralelo entre a arte
rupestre e o grafite.
TEXTO 13 –
Crônica
Guia
básico para o turista ocasional
Agora, sim, posso dizer
que sou um escritor internacional. Estou escrevendo estas mal traçadas linhas
aqui de Los Angeles, onde fico baseado durante a Copa do Mundo de futebol. Vocês
continuam a me suportar semanalmente graças ao milagre do fax. Aliás, não sei
como é que a gente vivia antes do fax. A primeira versão do fax era o “moleque
de recados”, um menino que levava bilhetes do seu patrão, correndo pela cidade
toda. Mas estou falando, falando, aliás, escrevendo, escrevendo, e não entro no
assunto. Vou entrar: é impressionante o número de brasileiros que vieram aos
Estados Unidos para assistir à Copa. Muitos, que viajam pela primeira vez, não
conhecem o país nem a língua e vão precisar de um pequeno guia turístico
simplificado, com algumas informações fáceis para conseguir se virar sem dar
muito vexame.
Este guia também poderá
ser chamado de “pequeno manual de sobrevivência para turistas de primeira
viagem”. Se você vem, mas ainda não veio, traga. Se você tem algum parente que já
veio, mas não sabe a que veio e está meio perdido, recorte a página e mande
para ele pelo fax.
Manual de
sobrevivência para turistas de primeira viagem
No aeroporto: Ao chegar à cidade do seu destino, você deve utilizar um meio
de transporte para ir até o hotel. Existem vários meios de transporte que podem
se adequar à verba que você estipulou: a limusine com motorista, o carro
alugado (não aconselhável para quem não conhece a língua, nunca esteve na cidade
ou não possui carteira de motorista), o táxi, o ônibus, ou, se o seu orçamento
for realmente apertado, o pé. Para sua tranqüilidade, é melhor você economizar
em outras áreas e tomar um táxi.
Como
chamar um táxi no aeroporto: Operação muito simples. Você se dirige para uma placa em que está
escrito TAXI, assim mesmo, sem acento, levanta o braço e diz: “Táxi!” Não se
preocupe com o sotaque, o que interessa é a inflexão de autoridade. Passe para
o motorista o nome de seu hotel e, se ele lhe dirigir a palavra ou lhe
perguntar alguma coisa, finja que não ouviu.
Como
comer:
Lá, como aqui, as pessoas comem da mesma maneira: quando estão com fome. Você
só deve decorar alguns nomes de comida para saber o que está pedindo. Os nomes
básicos são fáceis de decorar:
Bife é “esteiqui”.
Batata é “poteitu”
Peixe é “fichi”
Pão é “bredi”
E
Água é “uáter”.
Se você pedir um
sanduíche, o moço sempre vai lhe fazer uma pergunta enorme e bem rápida para
saber que tipo de pão você prefere. Ignore. Dê de ombros e sorria. Torça para
vir um pão que você goste. É emocionante.
Finalmente, caso você se
perca, se meta numa briga de bar, pegue uma condução
errada, há uma frase fundamental que você deve memorizar diariamente antes de
sair do hotel e que será extremamente útil nessas ocasiões: “Uér Is de Brasilian Consuleite? Pliz? Teiquimi Tu de Brasilian
Consuleite, Pliz! Náu! Náu!”
Jô Soares, VEJA, 29 de
junho/1994
QUESTÃO 28
(Descritor: identificar diferentes textos documentais
(requerimentos, abaixo-assinados, declarações, recibos, memorandos,
regulamentos etc) indicando a situação comunicativa, a finalidade e os recursos
de linguagem empregados.)
Assunto: Textos documentais:
estrutura, finalidades, recursos de linguagem, ponto de vista do locutor,
circuito comunicativo.
O texto 13 pode ser considerado um texto instrucional? JUSTIFIQUE sua resposta.
QUESTÃO 29
(Descritor: identificar, em textos narrativos (crônicas, contos,
relatos), os mecanismos utilizados para manter o interesse do leitor.)
Assunto: Textos literários: humor
e ironia.
De acordo com o narrador
do texto 13, que tipo de problemas um guia básico ajuda o turista de primeira
viagem a resolver? O texto 13 cumpre essa função?
TEXTO 14 –
Texto Documental
Dos 85 artigos que compõem
o estatuto, selecionamos alguns referentes à saúde mental e aos direitos da
criança e do adolescente.
Art. 3 — A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana (.), assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual, social, condições de liberdade e de
dignidade.
Art. 4 — É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e a comunitária.
Parágrafo Único - A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias; b) precedência do atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas
sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 7 — A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à
saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
Art. 13 — Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências
legais.
Art. 14 — O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência
médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de
educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo Único — E obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados
pelas autoridades sanitárias.
Texto extraído de: BERTOLDI, O. G., VASCONCELLOS, J.R. de Ciência & Sociedade 8. São Paulo: Scipione,
2000. P389.
QUESTÃO 30
(Descritor: identificar, em textos narrativos (crônicas, contos,
relatos), os mecanismos utilizados para manter o interesse do leitor.)
Assunto: Textos documentais:
estrutura.
O Estatuto da Criança e
do Adolescente, desde 1990, é uma lei promulgada. A lei serve para regular o
comportamento social indicando direito e deveres dos indivíduos. Analise o
texto do Estatuto da criança e do Adolescente e determine as características de
um texto em forma de lei. Escreva um pequeno parágrafo com essas características,
e não se esqueça de comentar sobre a linguagem utilizada.
TEXTO 15 –
Texto Publicitário
Campanha
contra incêndio criminoso, promovida pela Companhia de Eletricidade do Rio de
Janeiro.
QUESTÃO 31
(Descritor: reconhecer, em textos diversos, o emprego de hipônimos
e hiperônimos como elementos semânticos genéricos.)
Assunto: As classes de palavras e
a estruturação sintática dos enunciados. Campos semânticos. Hipônimos e
hiperônimos. Função coesiva dos cognatos.
O texto do folheto faz um jogo semântico entre duas palavras
homônimas — mata e mata—, ou seja, palavras que apresentam identidade de sons ou de forma, mas que possuem
diferentes significados.
a) Qual é o significado dessas palavras de acordo com o
contexto?
b) Quem pode, de acordo com o texto, provocar a morte da mata?
QUESTÃO 32
(Descritor: identificar os diferentes tipos de informações
expressos pelo verbo, considerando seu significado-ação, estado/mudança de
estado, fenômeno da natureza.)
Assunto: As classes de palavras e
a estruturação sintática dos enunciados.
O folheto tem por
interlocutor as pessoas que moram na mata ou próximas a ela, além de viajantes
e turistas. A palavra “mata”, nesse contexto, pode pertencer a duas classes
gramaticais: a de verbo e a de substantivo.
a) Considerando-a como forma verbal, em que modo estaria?
b) O que ela expressa?
TEXTO 16 –
Texto Publicitário
QUESTÃO 33
(Descritor: perceber ambigüidades decorrentes do uso inadequado
de pronomes.)
Assunto: Pronomes e a articulação
de idéias e informações no texto.
No texto da parte superior do anúncio há uma ambigüidade
intencional.
a) Identifique-a e explique-a.
b) Reescreva-a de modo a desfazer a ambigüidade.
QUESTÃO 34
(Descritor: identificar o sujeito e o predicado das orações.)
Assunto: Microestrutura textual:
oração, termos essenciais da oração.
O texto escrito na placa é bastante conciso, deixando implícitos
sujeitos e complementos.
a) Qual é o sujeito da forma verbal “mandou”? E da forma verbal “chegou”?
b) Como ficaria a frase da placa se explicitássemos sujeitos e
complementos?
TEXTO 17 –
Tirinha
Leia esta tira de Dik Browne e responda.
QUESTÃO 35 (Descritor: perceber ambigüidades decorrentes do uso inadequado
de pronomes.)
Assunto: Pronomes e a articulação
de idéias e informações no texto.
a) No 1º quadrinho, Eddie Sortudo não completa o predicado da
oração “(...) você não pode!”. De acordo com o contexto e a intenção dele, como
deveria ser completado esse predicado?
b) Observando o comportamento de Hagar no 2º quadrinho, como ele
o completou?
c) Que palavra do 1º quadrinho provocou ambigüidade?
TEXTO 18 –
Texto Poético
(In: Alda Beraldo. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. v. 2, p. 28.)
QUESTÃO 36 (Descritor: identificar o sujeito e o predicado das orações.)
Assunto: Microestrutura textual:
oração, termos essenciais da oração.
O poema é construído com uma estrutura paralelística: apresenta
pares de versos, todos iniciados e finalizados da mesma forma. Considerando que
possa haver em cada par de versos um verbo implícito, cada par constituiria uma
oração.
a) Identifique o sujeito de cada par de versos e indique seu núcleo.
b) A que classe gramatical pertencem as palavras que acompanham
ou modificam o núcleo do sujeito?
c) Identifique o predicado de cada par de versos.
TEXTO 19 –
Tirinha
QUESTÃO 37 (Descritor: perceber a função dos sinais de pontuação: marcar
características da fala e segmentar os textos.)
Assunto: Emprego de sinais de
pontuação e análise de seus efeitos de sentido.
a)
No 1º quadrinho, tanto na fala de Mafalda quanto na de Miguelito,
que termo da oração aparece isolado por vírgula?
b)
No 2° quadrinho, o que o emprego das reticências depois da palavra
“Ah” sugere?
c)
Por que foi empregada a vírgula depois da palavra “não”, no 2º
quadrinho?
d)
No 3º quadrinho, a palavra “papelzinho” está entre aspas. Por
quê?
e)
Justifique o emprego do ponto de exclamação na oração do 4º
quadrinho.
TEXTO 20 –
Tirinha
QUESTÃO 38 (Descritor: identificar os diversos tipos de frase
(Interrogativas, exclamativas, afirmativas, oracionais e não-oracionais.)
Assunto: Tipos de frases.
Frase é uma palavra ou um conjunto organizado de palavras que
estabelecem comunicação entre duas ou mais pessoas. A frase é marcada, na fala,
pela entonação e, na escrita, pela pontuação.
GIACOMOZZI,Gilio. Estudos de Gramática. São Paulo. 2002.
De acordo com a definição de frase dada acima e a leitura da
tirinha, responda.
a)
Quantas frases há na tirinha.
b)
È possível classificá-las. Por quê?
c)
A retirada da pontuação das falas do personagem Hagar causaria
prejuízo semântico à tirinha?
TEXTO 21 –
Texto poético
O poema
Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em branco. Mas eIe,
aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já havia passado o
frêmito e o mistério da vida...
(Mário
Quintana. Poesias. Porto Alegre:
Globo, 1972. p. 70.)
Vocabulário:
Frêmito: 1. ruído de coisa que
treme; 2. estremecimento, agitação, vibração.
QUESTÃO 39 (Descritor: estabelecer relação de sentido entre períodos
independentes por meio da análise dos conectores.)
Assunto: Coesão e articulação:
análise do valor semântico-discursivo de conectores.
a)
Com que intenção o poeta empregou a conjunção “mas” no início da
frase “Mas ele, aquela noite, não escreveu nada”?
b)
Indique o valor semântico da preposição destacada na expressão
“Para quê?”.
c)
Com que valor semântico a conjunção subordinativa se expressa na
frase “Se por ali já havia passado o frêmito e o mistério da vida...”?
TEXTO 22 –
Crônica
Leia este fragmento de uma crônica do escritor Walcyr Carrasco e
responda.
“Eles”
quem?
A culpa dos erros e
demoras é sempre de um sujeito indefinido.
Certa vez,
recém-contratado, abri uma conta bancária, para receber o salário. No talão de
cheques, o nome errado: Walmir em vez de Walcyr. Reclamei. O gerente sorriu:
— Vou pedir para eles
corrigirem. O próximo já vem certo.
Não veio. Minha
secretária foi pessoalmente ao banco:
— O gerente já falou com
eles, não há mais problema.
Havia, e continuou
havendo por meses. A beira de um stress, telefonei:
— Diga apenas quem são
eles, que eu mesmo falo.
— Não é preciso —
respondeu o gerente —, eles resolvem.
Exausto, escrevi uma
carta ao diretor máximo do banco. Dias depois, um grupo de gerentes aterrissou
no meu local de trabalho, desculpando-se. Pediram-me para abrir nova conta.
— Não adianta falar com
eles — explicou-me uma moça.
Quem serão os tais
“eles”, essas figuras indefinidas sempre atrás dos problemas quando temos de
enfrentar erros, mal-entendidos, demoras em qualquer empresa?
(...)
(Veja
São Paulo, 30/4/97.)
QUESTÃO 40 (Descritor: perceber a indeterminação sintática e semântica do
sujeito indeterminado em enunciados diversos.)
Assunto: Sujeito: núcleo, tipos
de sujeito.
I. Releia o título e o subtítulo do texto.
a) A quem cabe a culpa dos problemas quando vamos reclamar
deles?
b) De acordo com o texto, a quem se refere o pronome “eles”?
II. No subtítulo do texto, o autor se refere a um “sujeito
indefinido”. Esse tipo de sujeito não existe entre a classificação convencional
dos tipos de sujeito conhecidos na língua.
a) Na oração “eles resolvem”, como o sujeito é normalmente
classificado?
b) Qual é o tipo de sujeito que semanticamente mais se aproxima
do “sujeito indefinido” de que trata o narrador?
III. De que forma se poderia tornar vaga e genérica a noção de
sujeito no período “Vou pedir para eles corrigirem”?
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS
QUESTÃO 01
|
D
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|
QUESTÃO 11
|
C
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QUESTÃO 02
|
C
|
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QUESTÃO 12
|
A
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QUESTÃO 03
|
D
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QUESTÃO 13
|
B
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QUESTÃO 04
|
D
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|
QUESTÃO 14
|
B
|
QUESTÃO 05
|
D
|
|
QUESTÃO 15
|
C
|
QUESTÃO 06
|
D
|
|
QUESTÃO 16
|
D
|
QUESTÃO 07
|
A
|
|
QUESTÃO 17
|
B
|
QUESTÃO 08
|
C
|
|
QUESTÃO 18
|
D
|
QUESTÃO 09
|
D
|
|
QUESTÃO 19
|
C
|
QUESTÃO 10
|
B
|
|
QUESTÃO 20
|
D
|
GABARITO DAS QUESTÕES DISCURSIVAS
QUESTÃO 21
Durante todo o poema o autor afirma que amar é um sentimento que
provoca reações contraditórias.
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
E ferida que dói e não se sente;
E um contentamento
descontente;
E dor que desatina sem
doer(...)”
QUESTÃO 22
A conjunção permite a leitura com as duas idéias
simultaneamente. Tanto o amor é ferida que dói, como é também ferida que não se
sente, ou seja, é uma coisa e também é outra.
A conjunção aditiva junta as duas faces do amor como se fossem
faces da mesma moeda. Se o autor optasse pelo uso da conjunção mas,
adversativa, os dois lados do amor seriam separados.
QUESTÃO 23
Para defender sua idéia, a autora descreve as pinturas
encontradas nas cavernas de Altamira e Lascaux, ressaltando o senso de
observação do artista e sugestão de força e vigor das figuras, apesar de sua
simplicidade.
QUESTÃO 24
Sim. O texto se destina a um público amplo e de razoável nível
cultural, interessado em obter informações sobre a história da pintura e sua
importância para o homem. A linguagem formal e o nível das informações.
QUESTÃO 25
O texto apresenta o pichador como um vândalo, aquele que suja
para mostrar que é mais capaz, mais audacioso. O grafiteiro usa a pichação como
arte e um meio de obter dinheiro.
QUESTÃO 26
Ambos utilizam as técnicas que dominam para manifestar suas
habilidades com a tinta, spray ou rolinhos.
QUESTÃO 27
O grafite é a expressão do sentimento e da arte do jovem
contemporâneo. Já a pintura rupestre é a arte do homem das cavernas, mas é uma
arte que também exprime sentimento, além de contar um pouco sobre nossa origem.
QUESTÃO 28
Apesar do título do texto
ser “Guia básico para o turista ocasional” e de todas as estratégias
lingüísticas utilizadas, linguagem e estrutura frasal, serem como a de um
manual, o texto não cumpre essa função. O autor usa da estrutura de um guia
para ironizar e criticar os turistas brasileiros que vão aos Estados Unidos e
não conhecem nada sobre o país e sua língua.
QUESTÃO 29
O guia, segundo o narrador, destina-se a resolver problemas
ligados a transporte, alimentação, local de se alojar. Não. O texto 13 não
cumpre essa função, ele apenas ironiza situações que um turista de primeira
viagem pode enfrentar, se utilizando também de um tom humorístico.
QUESTÃO 30
Uma lei apresenta um tema de forma compartimentada, dividida em
artigos, parágrafos, etc. Sua linguagem é extramente rebuscada e formal.
Tentando ao máximo não deixar margens para várias interpretações na sua
leitura.
QUESTÃO 31
a)
A primeira palavra significa porção de terras que contém árvores
e animais. E a segunda palavra é uma forma verbal do verbo matar, causar morte
de.
b)
O fogo.
QUESTÃO 32
a)
No imperativo.
b)
Ordem ou pedido.
QUESTÃO 33
a)
A ambigüidade está na expressão a seu favor, pois seu pode se referir ao tempo ou ao consumidor.
b)
A gente corre contra o tempo e a favor dele. A gente corre
contra o tempo e a favor do consumidor.
QUESTÃO 34
a)
Mandou – você. Chegou – Sedex ou a sua encomenda.
b)
Você mandou por Sedex e a sua encomenda chegou. (Sugestão)
QUESTÃO 35
a)
– chutar sua cabeça.
b)
– chutar minha cabeça.
c)
O pronome possessivo “minha”.
QUESTÃO 36
a)
O ponto de ônibus; o ponto da agulha; o ponto do serviço; o
ponto da história; o ponto de ebulição; o ponto turístico; o ponto comum; o
ponto final; o ponto de apoio. Núcleo: ponto.
b)
Adjetivos e locuções adjetivas.
c)
Sempre lotado; sempre enrolado; sempre atrasado; nunca lembrado;
sempre suado; sempre procurado; nunca encontrado; sempre adiado; sempre
quebrado.
QUESTÃO 37
a)
O vocativo Mafalda, no 1º balão; e Miguelito, no 2º balão.
b)
Que Miguelito está em dúvida, hesitante.
c)
Para isolá-la, pois ela é um advérbio e está no início da frase.
d)
Para indicar que a palavra não foi usada para indicar sentido
próprio.
e)
Enfatiza a indiferença do menino em relação ao significado
atribuído ao dinheiro.
QUESTÃO 38
a)
Três.
b)
Sim. A primeira é afirmativa, a segunda é interrogativa e a
terceira exclamativa.
c)
Sim. Pois não faria mais sentido e perderia o humor.
QUESTÃO 39
a)
Para mudar a seqüência de assunto indicado anteriormente.
b)
Relação de finalidade.
c)
Expressa a causa de o poeta não desejar escrever mais nada
naquela noite.
QUESTÃO 40
I.
a)
A “eles”
b)
Às pessoas indefinidas, que não se sabe direito quem são.
II.
a)
Sujeito simples.
b)
Sujeito indeterminado.
III. Como o verbo está na 3ª pessoa do plural, se eliminarmos o
pronome “eles” o sujeito ficará indeterminado.
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