Interpretação de Texto
“Haveis de entender, começou
ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que
as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais
sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário,
remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os
frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e
plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras
mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador.
Um dia, estando a cuidar
nestas cousas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento,
tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a
existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não
haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia
posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina
salvadora.”
(Machado de Assis – O
segredo do bonzo)
QUESTÃO 198 (Fuvest-95)
De acordo com o texto acima,
podemos afirmar que:
os homens que sabem ouvir e
contemplar tornam-se sábios e virtuosos.
a virtude e o saber adquirem
existência quando compartilhados pelos homens.
a virtude e o saber existem no
espírito do homem que consegue perceber a dualidade da existência.
a virtude e o saber, por terem
realidades paralelas, devem ser conquistados individualmente.
o homem sábio e virtuoso, para
iluminar-se, deve buscar uma vida isolada e contemplativa.
QUESTÃO 199 (Fuvest-95)
No texto, ao afirmar “então
cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais
trabalhos”, a personagem
expressa a intenção de
divulgar seus conhecimentos, aproximando-se dos outros homens.
procura convencer o leitor a
poupar esforços na busca do conhecimento.
demonstra que a virtude e o
saber exigem muito trabalho dos homens.
resume o conceito da doutrina
salvadora, desenvolvida no parágrafo.
exprime a idéia de que a
admiração dos outros é mais importante do que o conhecimento em si.
Os guardiães do verde
Graças à sabedoria de algumas lideranças indígenas e brancas, o
Xingu é hoje um raro arranjo harmônico entre culturas díspares. Foram os
brancos que escolheram a área da reserva e que pacientemente transportaram em
aviões militares um a um todos os índios, vindos de vários pontos da Amazônia,
para seu novo lar. Com isso tiraram os indígenas da rota certa do extermínio.
Obviamente, não se faz uma transposição dessas sem um preço. Os brancos
introduziram o sal na dieta e, com ele, a hipertensão arterial, enfermidades
cardíacas e diabetes, outros males que passaram a ser conhecidos dos índios.
A nova geração xinguana aprende a preservar a natureza, mantendo
a identidade. Inevitavelmente, convive com sandálias havaianas, pilhas,
lanternas, calções de brim, camisetas do Flamengo e do Palmeiras e até mesmo
clones de tênis usados na orla carioca ou nas ruas de São Paulo. Barcos de
alumínio impulsionados por motores de popa de 25 cavalos, rádios, poucos
aparelhos de televisão com antenas parabólicas movidas a bateria solar quebram
o silêncio e completam as concessões ao modernismo.
(Sílvio Ferraz – Adaptação)
QUESTÃO 200
Analisando o texto, indique
seu tema central e a intencionalidade do autor.
QUESTÃO 201
Ao usar a expressão “um raro arranjo harmônico entre culturas
díspares”, que trabalho argumentativo tem o autor? Qual a sua intenção?
QUESTÃO 202
Resuma, em poucas palavras, a origem da situação de
discriminação do índio no Brasil.
QUESTÃO 203
Na charge, percebemos que, hoje em dia, a influência estrangeira
ocorre não só no português falado como também nos costumes tipicamente
brasileiros. Todas as interpretações sobre a charge sugeridas abaixo são
possíveis, EXCETO
os caipiras não sabem apreciar
uma boa bebida, pois preferem aguardente a uma autêntica cerveja tipo
exportação;
os brasileiros estão sendo
influenciados por valores estrangeiros, abandonando os elementos típicos de
nossa cultura;
aguardente é o mais autêntico
retrato da cultura e do povo brasileiro, distanciada dos valores globalizados;
Enquanto uma parte da
sociedade brasileira tem acesso ao mundo e se esforça para se integrar a ele,
outra parte sente-se isolada e desconsiderada em sua importância.
Instrução
As questões de 204 a
208 devem ser respondidas com base no texto 1. Leia atentamente todo o texto,
antes de responder a elas.
Texto 1
No Brasil das
últimas décadas, a miséria teve diversas caras.
Houve um
tempo em que, romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de
comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha.
Conhecíamos
os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da
vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas consciências.
Dormíamos o sono dos justos.
A urbanização
do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como
um elemento da paisagem. Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora
esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.
A modernidade
trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo,
suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro.
Os semáforos
ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita
bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos
travesseiros.
Com o tempo,
a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi
perdendo a docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz
elétrica.
Os
telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de
nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria
encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor,
bastava apertar o botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Súbito, a
miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica;
toma.
A miséria não
bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro;
arranca os relógios dos braços distraídos.
Acuada, a
cidade passou de opressora a vítima dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza
é refém da miséria.
A constituição
do perfil da miséria no Brasil está diretamente relacionada com a crescente
modernização do país.
SOUZA, Josias de. A vingança da miséria. Folha de S. Paulo, São Paulo, 31 out. 1994. Caderno Opinião, p.2.
(Texto adaptado)
|
QUESTÃO 204 (UFMG)
A partir da leitura desse
texto, é CORRETO afirmar que ele tem por objetivo
defender práticas de maior
justiça social.
mostrar a evolução da situação
de miséria no Brasil.
criticar a ação governamental
no trato com a miséria.
denunciar a culpa sentida
pelas classes privilegiadas.
QUESTÃO 205 (UFMG)
Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Essa frase é uma síntese de
todas as seguintes passagens do texto, EXCETO:
A rua oferecia-nos algo além
de água encanada e luz elétrica.
Continuávamos de bem com nossos
travesseiros.
Dormíamos o sono dos justos.
Era como se dispuséssemos de
um eficiente sistema de miséria encanada.
QUESTÃO 206 (UFMG)
Leia atentamente este
parágrafo, observando as relações de sentido que se estabelecem entre as
frases:
Os semáforos
ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita
bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos
travesseiros.
Em todas as alternativas, as
palavras ou expressões destacadas traduzem corretamente as relações de sentido
sugeridas no trecho original, EXCETO em:
Os semáforos ganharam uma
inesperada função social. Dessa maneira, passamos a exercitar nossa infinita
bondade pingando esmolas em mãos rotas. Por conseguinte, continuávamos de bem
com nossos travesseiros.
Os semáforos ganharam uma
inesperada função social. Então, passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. Dessa forma, continuávamos de bem com nossos
travesseiros.
Os semáforos ganharam uma
inesperada função social. Logo passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. Assim, continuávamos de bem com nossos
travesseiros.
Os semáforos ganharam uma
inesperada função social. No entanto passamos a exercitar nossa infinita
bondade pingando esmolas em mãos rotas. Em contrapartida, continuávamos de bem
com nossos travesseiros.
QUESTÃO 207 (UFMG)
O último parágrafo do texto
tem todas as seguintes funções, EXCETO:
Ampliar o desenvolvimento das
idéias.
Reafirmar as idéias da
introdução.
Rearticular o parágrafo
introdutório.
Reorganizar as idéias
desenvolvidas no texto.
QUESTÃO 208 (UFMG)
De acordo com o texto, a
miséria no Brasil assume uma posição crescentemente agressiva.
Todas as seguintes passagens
do texto comprovam essa afirmação, EXCETO:
Com o tempo, a miséria
conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV.
Ela agora não pede; exige. Ela
já não suplica; toma.
Ela passou a apresentar-se
como um elemento da paisagem.
Logo a miséria estava batendo,
suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro.
Instrução
A questão 209 deve ser
respondida com base no texto 2 e nas suas relações com o texto 1. Leia atentamente o texto 2 e, se necessário,
releia o texto 1 antes de responder a ela.
Texto 2
O jornalismo
dos anos 90 no Brasil responde a duas direções fundamentais.
De um lado, o jornalismo que resiste às
exigências do mercado: a prática do jornal vem marcada pela presença do autor
da reportagem, da crônica, do ensaio; pelos vôos ousados no campo da
interpretação, da sensibilidade, da poesia; pelo investimento em grandes
trabalhos de investigação que incidem sobre a esfera social, política e
moral; pela denúncia que não busca a sensação barata, a venda fácil e certa
da miséria humana; enfim, um jornalismo marcado pelo exercício diário da
ética e da inteligência, em que o leitor é convocado a participar ativamente
dos problemas.
De outro
lado, o jornalismo que responde à tendência do mercado: tal jornalismo
consagra os manuais de redação e estilo na produção do jornal, os quais
ambicionam apagar a presença do autor e buscam, ao máximo, a prática da assim
chamada escrita "objetiva", supostamente destituída de opinião e
recheada de dados estatísticos, mapas e tabelas cuja função é "facilitar
a leitura" e dar sustentação aos dados reunidos no texto.
Claro que
tudo isso é um grande engano. Não há e nunca houve, de fato, nenhum
jornalismo "objetivo" e "sem opinião": todo texto ¾ jornalístico ou
não ¾ manifesta uma opinião. Até mesmo a
demonstração de uma fórmula ou teorema matemático, aliás, não é feita da
mesma forma por dois expositores. Os caminhos escolhidos para chegar ao mesmo
ponto revelam a diferença de estilo, revelam o autor.
ARBEX JR. José. Quem escreve com as mãos? Caros amigos, São Paulo, n. 25, p. 8-9, abr. 1999. (Texto
adaptado)
|
QUESTÃO 209 (UFMG)
Todas as seguintes
características do jornalismo dos anos 90, apontadas no texto 2, aplicam-se ao texto
1, EXCETO:
O texto é expressão da
responsabilidade de um sujeito que elabora uma interpretação do problema que o
mobiliza.
O texto que não responde ao
mercado apresenta marcas da sensibilidade e do poético com que se reorganiza o
assunto abordado.
O tratamento objetivo dos
fatos, no texto jornalístico, é impedido pela subjetividade de quem escreve.
Todo texto, seja ele
jornalístico, ou de qualquer outro gênero, é marcado pela opinião de quem
escreve.
Instrução
A questão 210 deve ser
respondida com base no texto 3 e em suas relações com o texto 2. Leia
atentamente o texto 3 e, se necessário, releia o texto 2 antes de responder a
ela.
TEXTO 3
A
globalização da informação provoca uma fragilidade na audiência. Nós nos
tornamos alvo em uma galeria de tiro e só podemos nos safar se soubermos
pensar por nós mesmos. Uma sociedade educada é a que poderá tomar decisões
que afetam seu futuro de modo coerente. Devemos ou não interceder nas
pesquisas da engenharia genética? Devemos ou não interceder junto ao governo
para um maior controle da emissão de gases industriais, de modo a evitar
graves mudanças climáticas no futuro? E os asteróides? Vão cair ou não em
nossas cabeças?
GLEISER, Marcelo. Velocidade da informação desafia educação
moderna. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 4 out.1998. Caderno 5, p.14. (Texto adaptado)
|
QUESTÃO 210 (UFMG)
Considerando-se as idéias
desenvolvidas no texto 3, é possível inferir que a globalização da informação
poderia ser contestada numa sociedade educada por um jornalismo que resistisse
ao mercado, segundo a classificação proposta no texto 2.
Todas as alternativas
apresentam fatores relacionados a esse tipo de jornalismo, EXCETO:
A atitude emancipada do
público
A experiência alienada do
receptor
O questionamento cotidiano do
cidadão
O trabalho inteligente do
indivíduo
Instrução
A questão 211 deve ser
respondida com base no texto 4 e em suas relações com o texto 2. Leia atentamente
o texto 4 e, se necessário, releia o texto 2 antes de responder a ela.
Texto 4
Desde 1960,
quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda
mundial mais do que dobrou. Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo
o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior à dos 20% mais
pobres.
Esse é o lado
menos conhecido da globalização. Ano a ano, o fosso que separa os incluídos
dos excluídos vem aumentando. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia
global minguou de 2,3% para 1,1%. A concentração chegou ao ponto de o patrimônio conjunto
dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da
metade mais pobre da população mundial - cerca de 2,8 bilhões de pessoas.
TOLEDO, José Roberto de. Globalização aprofunda o abismo entre
ricos e pobres. Folha de S. Paulo,
São Paulo, 2 nov. 1997. Caderno Especial, p.12. (Texto adaptado)
|
QUESTÃO 211 (UFMG)
Todas as seguintes afirmativas
comprovam a correspondência entre objetividade e subjetividade conforme
apresentada nos textos 2 e 4, EXCETO:
A impessoalidade da informação
não anula a subjetividade de quem aborda os fatos.
A quantificação da informação
controla a resposta, mas não impede a escolha pessoal do escritor.
O estilo formal e impessoal de
escrever o texto jornalístico exclui a expressão pessoal do escritor.
O tratamento dos fatos
estatísticos objetivos é marcado pela posição pessoal de quem os manipula.
QUESTÃO 212 (Fuvest)
"Navegar
é preciso, viver não é preciso". Esta frase de antigos navegadores
portugueses, retomada por Fernando Pessoa, por Caetano Veloso e sabe-se lá
por quantos mais citadores ou reinventores, ganha sua última versão no âmbito
da Informática, em que o termo “navegar” adquire outro e preciso sentido.
Na nova
acepção, em tempos de Internet, o lema parece mais afirmativo do que nunca.
Os olhos que hoje vagueiam pela tela iluminada do monitor já não precisam nem
de velas, nem de versos, nem de fados: da vida só querem o cantinho de um
quarto, de onde fazem o mundo flutuar em mares de virtualidades nunca dantes
navegados.
|
Considere as seguintes
afirmações:
A significação das palavras constitui um
processo dinâmico e supõe o reconhecimento histórico de seu
emprego.
As expressões
"velas", "fados", e "nunca dantes navegados"
ligam-se ao contexto primitivo do velho lema.
Desligando-se de suas raízes
históricas, as palavras apresentam-se esvaziadas de qualquer sentido.
Conforme se pode deduzir do
texto, está CORRETO o que se afirma.
apenas em I e II.
apenas em I e III.
apenas em II e III.
apenas em I.
em I, II e III.
QUESTÃO 213 (UFPR)
O trecho abaixo corresponde
aos dois primeiros parágrafos de um texto maior, de Zuenir Ventura.
Que eles são
problemáticos, todo mundo sabia. Que eles se sentem inseguros, já se
desconfiava. Que eles são descrentes, já se supunha. Que são despolitizados
também. O que não se sabia era até onde iam seus preconceitos contra negros,
homossexuais, deficientes, prostitutas, enfim contra todos os que apresentam
alguma diferença, sem falar no desencanto em relação à democracia, um sistema
que muitos chegam a achar igual à ditadura.
Esse retrato
dos jovens cariocas dos anos 90, obtido por meio de uma ampla pesquisa da
Unesco e da Fundação Oswaldo Cruz com mais de mil adolescentes entre 14 e 20
anos, preocupa principalmente quando se admite que eles não devem ser muito
diferentes dos seus companheiros de idade em outras grandes cidades.
ÉPOCA, 7 jun. 1999.
|
Que alternativa(s)
apresenta(m) temas que poderiam constituir o desenvolvimento do texto, de modo
a preservar sua unidade e coerência? Identifique-as na relação abaixo e
escreva, no espaço próprio, o resultado da soma dos números que as identificam.
(01) A história institucional da Fundação
Oswaldo Cruz em ordem cronológica.
(02) A comparação entre os dados da capital
carioca e depoimentos de jovens de outras capitais brasileiras.
(04) O relato sobre a participação de Zuenir
Ventura em outras pesquisas realizadas pela Unesco.
(08) O grau de preconceito em diferentes períodos
da abertura política no Brasil.
(16) Enumeração de previsões em relação ao
comportamento dos jovens nas cidades brasileiras.
Indicação de possíveis causas
históricas ou sociológicas para as formas de pensar dos jovens.
Soma: ______
Nova Iorque transforma mendigo
em trabalhador
João Ramid – ABRIL
IMAGENS
Nova York está mais limpa,
segura e com menos mendigos nas ruas. Atrai turistas como nunca. Conseguir
quarto em hotel virou suplício para quem não fez reserva com antecedência.
Por trás do rejuvenescimento
da cidade está a mais abrangente ofensiva americana para tirar desempregados e
mendigos das ruas. Eles ganham empregos que não exigem qualificação e recebem
uma média de US$ 700 mensais para, entre outras funções, limpar parques e ruas.
Já estão empregadas 34 mil
pessoas, pagas pela prefeitura, num projeto chamado workfare. Muitas delas, em
vez de ficarem mendigando nos parques, são agora vigias, devidamente
uniformizadas e respeitadas pela humanidade.
Isso é apenas o começo. A
cidade estima que, como a nova
legislação social cortou benefícios aos desempregados, vá ter de colocar 120
mil pessoas, repetindo, 120 mil, em sua folha de pagamento, executando tarefas
rudimentares.
Esse trabalho foi concebido
como uma fase de transição até que essas pessoas consigam se empregar nas
empresas. É um plano complexo, cuja intenção vai além de apenas doar empregos.
Prevê recursos de reciclagem e educação profissional ; tratamento contra
drogas e alcoolismo ; as mães solteiras ou descasadas teriam automaticamente
creches onde deixar os filhos enquanto trabalham.
O projeto reafirma Nova York
como o mais importante laboratório social do planeta. A cidade tem verbas de
Primeiro Mundo e problemas de Terceiro Mundo ; dessa combinação brotam as
mais variadas e férteis experiências, a começar da queda da criminalidade.
Com a globalização,
descobertas tecnológicas e queda de fronteiras, nem as regiões mais ricas estão
livres dos efeitos devastadores do desemprego.
Empregos desaparecem em ritmo
alucinante. Outros são criados. O problema é que a transição vai deixando
fantasmas pelo caminho, gente que não
consegue se habilitar para novas funções. Sabemos, hoje, que apenas
crescimento econômico não resolve exclusão social.
Temos, então, de decidir se
preferimos que essa pessoa vire mendigo, ladrão ou traficante, jogando seu
filho no círculo vicioso da miséria. Ou vire
um cidadão.
Nova York sugere que é mais
sábio mantê-los na folha de pagamento, ganhando US$ 700 por mês, do que gastar
US$ 2000 para alimentá-los na cadeia, sacrificando a paz da cidade.
QUESTÃO 214
(FAMC/JAM/1999) Reescreva o
trecho, abaixo, mantendo fidelidade às idéias do mesmo e substituindo os termos
destacados por outros de sentido equivalente.
‘’ Com a globalização,
descobertas tecnológicas e queda de fronteiras nem as regiões mais ricas
estão livres dos efeitos devastadores do desemprego’’.
QUESTÃO 215
APRESENTE, DE FORMA SINTÉTICA,
as metas essenciais da abrangente ofensiva de Nova York para transformar
mendigo em trabalhador.
Violência e drogas
É sempre bacana ver milhares
juntando as forças, as vontades, as desesperanças, para encher ruas com o alvo
vestuário da paz. Não é muito a minha, esse negócio de acender a vela e clamar
ao firmamento, mas, em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir não
crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.
O que não dá mais,
sinceramente, para encarar com graça, educação e simpatia é o lugar-comum “não
se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. Hoje em dia,
10 entre 10 autoridades públicas, ao se pronunciarem a respeito do tema,
repetem em uníssono: “Não se pode dissociar a questão da violência da questão
das drogas”. E daí? O que devemos concluir dessa brilhante assertiva? É óbvio
que as duas coisas estão intrinsecamente ligadas, qualquer idiota lobotomizado
sabe. mas o que vem depois disso? É “não se pode dissociar a questão da
violência da questão das drogas” e ponto final? Quer dizer então que é só
ninguém mais se drogar que a violência acaba? Quer dizer então que se os ricos
(como acusou o governador do Rio de Janeiro) pararem de consumir substâncias
ilegais tudo estará resolvido?
Bacana. Muito bom. E que dia
vai ser isso? Uma bela manhã todos acordaremos para viver um mundo melhor, onde
todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus
fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem
pública, de que a vida de todos vão se dedicar a atividades mais lúdicas.
Vamos ou não vamos, de uma vez
por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer
da população que vai querer se drogar? Isso não é minha opinião, muito menos
meu desejo. É assim, simplesmente, porque sempre foi assim e continuará sempre
sendo assim. Em qualquer sociedade, em qualquer época. Qualquer um que se dê ao
trabalho de pesquisar as origens históricas do ato de se drogar, vai ficar
chocado com a antigüidade da prática.
Enquanto a sociedade não
oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir, arcará com o custo
(de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais) boçal desse
combate. Uma guerra que nunca será ganha e que faz muito mais vítimas fatais do
que as drogas que tenta combater. Alguém ainda consegue achar irônico do
combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas?
Ninguém propõe o bundalelê nessa questão. A idéia de dar
opção a quem não consegue ou não quer largar seu vício viria com a
contrapartida delito que venha a ser cometido pelo usuário. Oferecer uma opção
legal de consumo não é legalizar o crime. É retirar consumidores das mãos da
marginalidade, é reduzir a importância econômica do narcotráfico. Certamente
alguns morrerão de overdose, o que é triste, o que é lamentável. Mas, e a
situação de hoje, não é?
Reduzir o número de cadáveres
deveria ser o único objetivo. Do jeito que as coisas estão organizadas parece
que morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro. Por quê? Querer violência
sem propor uma nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de
vidas.
Cláudio Manoel – Humorista, integrante do grupo Casseta &
Planeta. Jornal do Brasil,
13 jul.2000- caderno Opinião
QUESTÃO 216
(UFV 2001)
“ ... em respeito aos
sincretismos biodiversos” (§ 1º), o autor:
acha “bacana ver milhares
juntando as forças, as vontades, as desesperanças...”
admira milhares de pessoas
enchendo “ruas com o alvo vestuário da paz.”
aprecia “esse negócio de
acender vela e clamar ao firmamento...”
aceita fingir não acreditar
“que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”
topa fingir crer “que do céu
só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”
QUESTÃO 217
(UFV 2001)
Segundo o autor, a frase “não
se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” (§ 2º) NÃO:
é um lugar comum, hoje
repetido por 10 entre 10 autoridades públicas.
é atualmente a resposta
uníssona de todas as autoridades públicas.
dá mais para ser encarada com
graça, educação e simpatia.
é uma assertiva óbvia, embora
as duas coisas estejam intrinsecamente ligadas.
é aceita apenas pelo idiota
lobotomizado.
QUESTÃO 218
(UFV 2001)
“Uma bela
manhã acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem
drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão
à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de
todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a
atividades mais lúcidas.” (§ 3º) A idéia deixada implícita pelo autor no
conjunto de hipóteses da passagem acima em conexão com que o que se viu no
texto é:
Basta ninguém mais se drogar.
Basta os ricos pararem de
consumir.
Bacana. Muito bom.
Isso está prestes a acontecer.
Trata-se de uma utopia.
QUESTÃO 219
(UFV 2001)
“ Vamos ou
não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre
existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar?” (§ 4º).
Apenas NÃO é realidade que:
haverá sempre alguém querendo
se drogar.
é esta uma opinião pessoal, um
desejo do autor.
é assim que sempre foi.
é assim que sempre continuará
sendo.
é antiqüíssima a prática de se
drogar.
QUESTÃO 220
(UFV 2001)
“Enquanto a
sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir...” (§
5º). Com base na seqüência do parágrafo, só NÃO se pode afirmar que a
sociedade:
arcará com o custo boçal desse
combate.
arcará com o custo de vida, de
grana, de desagregação das estruturas sociais.
assistirá a uma guerra que
nunca será ganha.
assistirá a uma guerra que faz
muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater.
continuará achando irônico o
fato de combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas.
QUESTÃO 221
(UFV 2001)
Embora não
evitando a situação triste a lamentável, em que certamente alguns morrerão de
overdose, oferecer uma opção legal de consumo (§ 6º) seria, para o autor,
importante, porque poderia EXCETO:
vir, com a contrapartida de
usar, o ator de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a
ser cometido pelo usuário.
Legalizar o crime.
Oferecer uma opção legal a
quem não consegue ou não quer largar o vício.
Retirar consumidores das mãos
da marginalidade.
Reduzir a importância
econômica no narcotráfico.
QUESTÃO 222
(UFV 2001)
Ao fechar o texto (§ 7º), o
autor apenas NÃO deixa patente que:
reduzir o número de cadáveres
deveria ser o único objetivo.
as coisas estão organizadas
numa ótica invertida.
morrer de cocaína é pior do
que morrer de tiro.
é inútil discutir violência
sem uma nova política de drogas.
discutir violência sem uma
nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de vidas.
QUESTÃO 223
(UFV 2001)
Ao propor o bundalelê da questão, o autor NÃO fez
referência nem sequer implícita:
às autoridades, a quem compete
encontrar solução para o problema da violência.
à polícia, a quem compete
combater o crime.
aos marginais, que estão
envolvidos com o narcotráfico.
aos adolescentes que querem
consumir drogas.
à sociedade, que anseia pelo
fim da violência.
QUESTÃO 224 (UFV 2001)
A proposta central do texto é:
uma crítica sutil às
manifestações de rua ou os pedidos aos céus em defesa da paz.
uma crítica severa às
autoridades que associam a violência às drogas e ficam nisso.
a informação de que o problema
da droga está presente em qualquer época e em qualquer lugar.
a descriminação do uso de
drogas.
a contrapartida de usar o ato
de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido
pelo usuário.
QUESTÃO 225 (UFV 2001)
Em entrevista de página
inteira ao Jornal do Brasil do dia 6
de agosto de 2000, a antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do Núcleo de
Pesquisa da Violência da UERJ, faz uma série de observações, uma das quais
contraria a proposta central de Cláudio Manuel. Assinale-a:
“... não estamos advogando
tolerância aos crimes mais graves...”
“... existe uma pesquisa da
Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) que mostra que 20% dos jovens das
favelas, com idades entre 14 e 25 anos, estão envolvidos com o tráfico.”
“... suponho que 20 anos de
política repressiva ao país não tiveram resultados brilhantes.”
“O Brasil não pode
descriminar, sob o risco de [...] repetir o que aconteceu na Holanda, onde a
liberação resultou num aumento desenfreado do consumo.”
“O problema é como a escola
recebe o aluno. Ela não está cumprindo a sua função de formar cidadãos, de
ensinar a tolerância, o respeito ao outro.”
QUESTÃO 226 (UFRS)
Dos anais da república:
- O senhor não tem medo de nada, presidente?
- Nada.
- Nem barata?
Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer
mais humano? [...]
Não. Melhor ser curto e sincero.
Nem barata.
(Veríssimo, L.F. Ortopterofobia.
In: COMÉDIA DA VIDA PÚBLICA . Porto Alegre: L&PM, 1995. p.237)
Assinale a alternativa que
melhor reproduz a primeira fala do diálogo.
Alguém perguntou se o
presidente não tinha medo de barata.
Alguém perguntou se o senhor
não tinha medo de nada, presidente.
Perguntaram ao presidente se o
senhor não tinha medo de barata.
Perguntaram a alguém se o
senhor, presidente, não tinha medo de nada.
Alguém perguntou ao presidente
se ele não tinha medo de nada.
QUESTÃO 227 (VUNESP)
Leia atentamente o texto abaixo.
Entregue-se às mãos mágicas da massagista Márcia Vianna e
prepare-se para um dos grandes prazeres da vida. Durante uma hora ela irá puxar
e esticar seus músculos e fazê-lo esquecer que existe um mundo lá fora. Quando
a massagem termina com a clássica manobra da torção no pescoço – croc! - , você
estará mais relaxado do que funcionário público durante o expediente.
(Lu Gomes, ISTOÉ de
15/09/99)
Nesse texto, a palavra relaxado assume duas significações
contextuais: numa delas percebe-se uma
crítica implícita baseada numa idéia preconcebida. Pede-se que você
aponte os diferentes significados que “relaxado” pode assumir no contexto e indique
em qual deles essa palavra deve ser tomada para suscitar a crítica implícita.
explique a crítica implícita suscitada por tal sentido de “relaxado”.
QUESTÃO 228 (VUNESP)
Observe com atenção uma tira de Adão Iturrusgarai publicada no
jornal Folha de São Paulo, em 27/10/99.
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Uma das
condições de interpretabilidade de um texto verbal é a coerência no
desenvolvimento de sua temática, a lógica existente na passagem de uma a outra
parte do texto. O efeito de humor nasce, muitas vezes, da incoerência, ou da
aparente incoerência de elementos do conjunto texto-imagem.
No caso da tira acima, o que se destaca é a relação entre as
falas das personagens, no diálogo. Com base nesse comentário.
levando em conta a relação de parentesco que existe entre os
interlocutores, explique por que pode haver coerência em responder à pergunta
de Aline com uma outra pergunta e diga qual é o valor que está em jogo nessa
situação.
aponte as duas frases cujas palavras, de sentido oposto, expõem
uma incoerência que é apenas aparente, porque o ato de responder representa uma
inversão de poder na ordem familiar.
QUESTÃO 229 (FCMMG)
Todos os termos extraídos do
primeiro parágrafo do texto foram devidamente explicados, EXCETO
Camoniano ® comum, de trato simples
Abonadas ® abastadas, ricas, endinheiradas
Tirocínio ® experiência, capacidade de discenimento
Nefelibata ® que vive nas nuvens, sonhador, teórico idealista
QUESTÃO 230 (FCMMG)
De todas as palavras extraídas
do sexto parágrafo do texto, a única que se restringe à sua literalidade é:
Luta
Mapa
Tóxicos
Reinado
QUESTÃO 231 (FCMMG)
A vida de Antônio da Silva
Mello foi caracterizado por atitudes e/ou posturas polêmicas, contrárias,
muitas vezes, à imagem que se tem do
profissional da área de medicina. Assinale a opção que, ironicamente, melhor justifica
essa afirmativa.
Embora membro da Academia
Brasileira de Letras, não foi um teórico de gabinete que menosprezava os
processos simples e fáceis.
Apesar de possuir uma
clientela formada por pessoas abastadas, não deixou também de cuidar dos
humildes em hospitais da rede pública.
Posto que fosse casado e
gozasse de excelente saúde, usufruindo de uma longa velhice, sadia e tranqüila,
não deixou herdeiros sangüíneos.
Mesmo sendo médico, lança, em
meio a seus preceitos, a máxima advertindo que muitas enfermidades são criadas
pelos médicos.
QUESTÃO 232 (FCMMG)
Dentre os preceitos de
dietologista Silva Mello, o único que apresenta uma postura amena, não
respaldada por qualquer traço de radicalismo é
“A vitonomania é uma praga que
pode ser responsável pelo diabetes.”
“A banana crua, comida com
alimentos salgados, é uma esplêndida fórmula culinária.”
“No momento de comer, guie-se
pelo apetite e não pelo relógio.”
“Varie a alimentação e
desconfie dos apóstolos que pregam o vegetarismo e condenaram o uso da carne.”
QUESTÃO 233 (FCMMG)
Em todas as passagens
extraídas do texto, o médico Silva Mello busca atingir, com sua crítica, um
mesmo alvo, EXCETO
“A burrice contra o instinto e
a natureza é tacar flúor nas boquinhas das crianças, causando efeitos tóxicos
acentuados como maxilares sem prumo, prejudicando a formação dentária mesmo
antes de seus dentes nascerem”.
“A degradação dos dentes ou
cárie surge como consequência da industriazlização dos alimentos e seus
desnaturamento.”
“A goma de mascar ou chiclete
representa o ponto alto da tragédia alimentar industrializada, levando o
imbecil a mastigar fora das refeições uma coisa que não é comida.”
“Nada há pior à saúde do que o
arroz alvo e descorticado, o açúcar refinado, as farinhas brancas e
pulverizadas, assim como é indiscutível a superioridade do sal marinho sobre o
sal refinado.”
QUESTÃO 234 (FCMMG)
Embora apresente uma postura
de seriedade em relação ao assunto tratado, o médico Silva Mello deixa
transparecer laivos de ironia e/ou humor em seus preceitos. Isso só NÃO
ocorre quando
faz referência às pessoas em
geral como componentes de uma população de desdentados.
Diz que a alimentação
desenfreada faz maior número de vítimas fatais do que os veículos automotores.
Enfatiza que o segredo para se
ter bons dentes está relacionado à boa mastigação dos alimentos.
Compara o uso da goma de
mascar, invenção americana, a uma espécie de prática masturbatória.
QUESTÃO 235 (FCMMG)
NÃO houve na composição do texto:
Apropriação de termos
científicos
Recorrência a expressões
coloquiais
Utilização de preciosismos
lingüísticos
Emprego de vocabulário de
baixo calão
QUESTÃO 236 (FCMMG)
Assinale a
alternativa em que a palavra “comida” admite dois sentidos possíveis.
“ A goma de mascar ou chiclete
representa o ponto alto da tragédia alimentar industrializada, levando o
imbecil a mastigar fora das refeições uma coisa que não é comida.”
“Gaste mais com comida
e menos com remédios (96% multinacional) criado pelo mercantilismo
farmacêutico.”
“A banana crua, comida
com alimentos salgados, é uma esplêndida fórmula culinária.”
“A arte da comida vale mais do que a ciência da nutrição.”
QUESTÃO 237
(FCMMG)
Só NÃO há relação de
comparação na passagem:
“De resto, todos os mutagenos
são carcinógenos, assim como todos os carcinógenos são mutagenos.”
“Alimento prodigioso, a soja é
o mais aconselhável.”
“ A gula mata mais do que o
automóvel.”
“Casado, não deixou filhos,
tal qual Machado de Assis.”
QUESTÃO 238 (UNICAMP) A edição
de 30 de Janeiro de 1998 do Noite e Dia (Feira de Santana, BA) trazia, na seção
Zé Coió, a seguinte história:
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QUESTÃO 239
O texto abaixo foi extraído de
uma seção que divulga "novidades científicas". Leia-o e responda às
questões que se seguem:
IDOSA PRECOCE - Dolly é uma
cópia tão exata da ovelha de cuja mama os cientistas do Instituto Roslin
tiraram uma célula para clonar, que já nasceu "velha". Quando veio ao
mundo, o interior de suas células já apresentava traços de uma filhote, mas de
um animal adulto. É o que os biólogos escoceses revelaram na revista Nature. O
problema está nos telômetros, apêndices dos cromossomos que compõem o material
genético. Os de Dolly são 20% mais curtos do que deveriam ser numa ovelha de
sua idade. Sabe-se que o comprimento dos telômetros diminui à medida que as células
vão se dividindo ao longo da vida. Eventualmente, ficam tão pequenos que a
célula perde essa capacidade. Nesse sentido, os telômetros são fundamentalmente
ligados ao envelhecimento. Como Dolly foi criada a partir de uma célula adulta,
seus telômetros são curtos. Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento
precoce da ovelha ou não é outra história ainda a investigar. A comparação com
o drama dos replicantes do filme Blade Runner, andróides vigorosos, mas de vida
curta, e inevitável. (ISTOÉ 1548, 02/06/99)
O que é caracterizado como
problema e como ele é explicado?
Cite a passagem do texto que
expressa uma verdade genética dada como conhecida de todos e transcreva a
expressão que indica que esse conhecimento é compartilhado.
Texto 1
Somos cheios de altos e
baixos
Zuenir Ventura
(Revista Época – 24/05/99)
O Brasil gosta de perguntar que país é este, mas não de
preocupa muito em saber que povo é este que, como indivíduo, aparenta ser um e
como coletivo outro ; que é de um jeito no singular e diferente no
plural ; que às vezes é melhor sozinho do que acompanhado e vice-versa.
Complexo e meio imprevisível, ao mesmo tempo egoísta e solidário, o povo
brasileiro a toda hora desmente o que se diz dele, a favor ou contra. Parece se
divertir em ser irredutível às classificações e rebelde às previsões.
Desde o começo, a saga do homem novo fascinou menos que a
aventura da descoberta da terra. Em meio com o deslumbramento com a natureza,
Caminha escrevia com desprezo que ‘’salvar essa gente’’ deveria ser uma tarefa
de sua alteza. Em suma, a terra boa, o povo que não prestava – um axioma cujo
uso foi transferido ao longo da História dos colonizadores para as classes
dirigentes nativas e acabou introjetado pelo próprio povo. ‘’O brasileiro é
desonesto, o brasileiro é preguiçoso’’, diz o brasileiro, não permitindo que
alguém de fora diga o mesmo.
Quando Bill Clinton esteve no Brasil, um de seus
diplomatas se referiu à nossa ‘’corrupção endêmica’’. No dia seguinte, o
presidente do Supremo, o presidente do Senado, um governador do PT, a Polícia
Federal, dona Neuma da Mangueira e todas as facções do país se uniram numa onda
de revolta patriótica que só cessou com um pedido de desculpas. Aí aconteceu o
inverso : desmontada a arrogância imperial, passou-se a indignação ao
carinho, e o presidente americano foi coberto de afeto.
Um explicador de Brasil escreveu que a tristeza é a nossa
característica. ‘’Nenhuma terra radiosa vive um povo triste’’, garantiu. De
fato parece, se o observarmos numa fila de hospital, espremido num ônibus,
pingente de um trem, vendo a corrupção de sua elite, os escândalos. Agora,
experimente observá-lo numa festa, na alegria de uma comunhão de massa, um
momento de celebração – no Carnaval, por exemplo, ou na festa de lemanjá.
Somos assim, cheios de altos e baixos : mudamos
facilmente de humor e de opinião, passamos rapidamente de um extremo a outro.
Ou somos os melhores ou somos os piores do mundo. No dia-a-dia, nem sempre
servimos como exemplo de civilidade e de cidadania, mas também vivemos um
cotidiano iníquo de violência e miséria. Diz-se que o povo brasileiro é omisso,
não cumpre suas obrigações cívicas. Mas só para falar da História recente, foi
ele que levou o país a tomar posição contra o nazifascismo na Segunda Guerra
Mundial, saiu às ruas para derrubar a ditadura do Estado Novo e dos militares,
fez a campanha pela anistia, pela volta dos exilados, pelas Diretas já e,
sobretudo, provocou o ‘’impeachment’’ do presidente que elegera. E isso sem
sangue e sem violência.
Mesmo assim, como Caminha há 500 anos, há ainda quem
queria salvar essa brava gente brasileira. Só se for de seus dirigentes.
QUESTÃO 240
Todas a idéias abaixo estão
contidas no texto, EXCETO:
O povo brasileiro faz um
julgamento muito severo a seu próprio respeito.
Os brasileiros apresentam um
comportamento individual e outro coletivo.
A descoberta do Brasil foi tão
importante quanto o fato de aqui
existirem habitantes indígenas.
Uma explicação à falta de
cidadania do povo brasileiro podem ser as grandes dificuldades enfrentadas por
ele em sua vida.
===============================
QUESTÃO 239
Todas as palavras do texto,
sublinhadas abaixo, estão adequadamente interpretadas, EXCETO
‘’Desde o começo a saga do
homem novo fascinou menos que a aventura da descoberta da terra.’’ (destino).
‘’..... e todas as facções do
país se uniram numa onda de revolta patriótica ...’’ (partidos políticos).
‘’...mas também vivemos um
cotidiano iníquo de violência e miséria... ‘’ (injusto)
‘’...um axioma cujo uso foi
transferido ao longo da História dos colonizadores para as classes dirigentes
nativas...’’ (proposição)
QUESTÃO 240
Nas passagens abaixo,
encontramos exemplos da linguagem conotativa, EXCETO:
‘’... e o presidente americano
foi coberto de afeto.’’
‘’...se o observarmos numa
fila de hospistal, espremido num ônibus, pingente de um trem...’’
‘’...todas as facções do país
se uniram numa onda de revolta patriótica...’’
‘’... o povo brasileiro a toda
hora desmente que se diz dele, a favor ou contra.’’
Gabarito
QUESTÃO 198
B
QUESTÃO 199
C
QUESTÃO 200
A situação dos índios é denunciada, uma vez que, segundo o
texto, necessitam da ajuda do branco para continuarem sobrevivendo, embora
tenha sido o próprio branco que tenha iniciado seu processo de dizimação e
extermínio.
QUESTÃO 201
O autor quer evidenciar o fato de que integrar culturas
diferentes é uma tarefa difícil, principalmente quando se trata dos índios, que
foram dizimados pelos brancos e tiveram sua cultura completamente desrespeitada
por ocasião da colonização portuguesa no país. Embora seja difícil, o fato de
estarem conseguindo um acordo é sinal positivo no que se refere ao resgate de uma
dívida cultural branca.
QUESTÃO 202
No período da colonização do Brasil pelos portugueses, o índio
foi considerado um ser sem alma, necessitado, portanto, de salvação e de nova
estrutura cultural. Por puro etnocentrismo, o branco desconsiderou a cultura
indígena e declarou o índio um ser incapaz de gerir-se.
QUESTÃO 203
A
QUESTÃO 204
B
QUESTÃO 205
A
QUESTÃO 206
D
QUESTÃO 207
A
QUESTÃO 208
C
QUESTÃO 209
C
QUESTÃO 210
B
QUESTÃO 211
C
QUESTÃO 212
A
QUESTÃO 213
50
QUESTÃO 214
Com a grande troca de informação entre os países, descobertas
tecnológicas e livre trânsito entre as nações, nem as regiões, mais ricas estão
livres dos efeitos perniciosos do desemprego.
QUESTÃO 215
Nova York tem dado empregos a milhares de pessoas com a intenção
de diminuir o indice de criminalidade da cidade, já que os excluídos custam
muito mais caro na cadeia do que numa folha de pagamento. Além do mais, a
experiência da cidadania é sempre bem vinda a qualquer sociedade, gerando uma
paz social e promovendo a auto estima de quem se julgava fora do mercado de
trabalho.
QUESTÃO 216
D
QUESTÃO 217
C
QUESTÃO 218
E
QUESTÃO 219
B
QUESTÃO 220
E
QUESTÃO 221
B
QUESTÃO 222
C
QUESTÃO 223
D
QUESTÃO 224
D
QUESTÃO 225
D
QUESTÃO 226
A
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QUESTÃO 227
O primeiro sentido da
expressão “relaxado” relaciona-se aos efeitos da massagem com a
qual o cliente solta tensões, torna-se frouxo ou lasso.
O segundo sentido refere-se ao sujeito
descuidado no cumprimento de suas obrigações.
A crítica implícita
é sugerida com o resgate do segundo
sentido da expressão.
A crítica implícita revelada pelo texto relaciona-se a uma idéia
preconcebida acerca dos funcionários públicos. Segundo tal idéia, estes não
trabalham como os do setor privado, pois não teriam os mesmos níveis de
exigência profissional.
QUESTÃO 228
Pode haver coerência, neste caso, porque a pergunta de Aline vem
carregada de autoritarismo e esta é uma prerrogativa culturalmente delegada aos
pais e não aos filhos.
O valor que está em jogo é exatamente a autoridade paterna.
b) “Aonde você pensa que
vai? “Volto
antes da meia-noite!”
QUESTÃO 229
A
QUESTÃO 230
C
QUESTÃO 231
D
QUESTÃO 232
B
QUESTÃO 233
D
QUESTÃO 234
C
QUESTÃO 235
D
QUESTÃO 236
A
QUESTÃO 237
B
QUESTÃO 238
A risada encontra-se fora das
aspas, o que permite inferir tratar-se de um "comentário" de alguém
de fora da narrativa.
"pedidos"
"talão"
QUESTÃO 239
Dolly já veio ao mundo com
células de animal adulto, o que pode siguinificar que ela já nasceu
"velha". Esses aspecto é explicado cientificamente: o problema é que
os telômeros, apêndices dos cromossomas que compõem o material genético, são
20% mais curtos do que deveriam ter uma ovelha de sua idade, devido ao fato de
já terem passado por divisões anteriores.
"Sabe-se que o
comprimento dos telômetros diminui à medida que as células vão se dividindo ao
longo da vida."
"Se essa anomalia pode acarretar o
envelhecimento precoce da ovelha ou não é outra história ainda a
investigar."
QUESTÃO 240
C
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