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Interpretação de Texto


“Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador.
Um dia, estando a cuidar nestas cousas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora.”
(Machado de Assis – O segredo do bonzo)


QUESTÃO 198 (Fuvest-95)

De acordo com o texto acima, podemos afirmar que:

os homens que sabem ouvir e contemplar tornam-se sábios e virtuosos.
a virtude e o saber adquirem existência quando compartilhados pelos homens.
a virtude e o saber existem no espírito do homem que consegue perceber a dualidade da existência.
a virtude e o saber, por terem realidades paralelas, devem ser conquistados individualmente.
o homem sábio e virtuoso, para iluminar-se, deve buscar uma vida isolada e contemplativa.


QUESTÃO 199 (Fuvest-95)

No texto, ao afirmar “então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos”, a personagem

expressa a intenção de divulgar seus conhecimentos, aproximando-se dos outros homens.
procura convencer o leitor a poupar esforços na busca do conhecimento.
demonstra que a virtude e o saber exigem muito trabalho dos homens.
resume o conceito da doutrina salvadora, desenvolvida no parágrafo.
exprime a idéia de que a admiração dos outros é mais importante do que o conhecimento em si.


Os guardiães do verde


Graças à sabedoria de algumas lideranças indígenas e brancas, o Xingu é hoje um raro arranjo harmônico entre culturas díspares. Foram os brancos que escolheram a área da reserva e que pacientemente transportaram em aviões militares um a um todos os índios, vindos de vários pontos da Amazônia, para seu novo lar. Com isso tiraram os indígenas da rota certa do extermínio. Obviamente, não se faz uma transposição dessas sem um preço. Os brancos introduziram o sal na dieta e, com ele, a hipertensão arterial, enfermidades cardíacas e diabetes, outros males que passaram a ser conhecidos dos índios.
A nova geração xinguana aprende a preservar a natureza, mantendo a identidade. Inevitavelmente, convive com sandálias havaianas, pilhas, lanternas, calções de brim, camisetas do Flamengo e do Palmeiras e até mesmo clones de tênis usados na orla carioca ou nas ruas de São Paulo. Barcos de alumínio impulsionados por motores de popa de 25 cavalos, rádios, poucos aparelhos de televisão com antenas parabólicas movidas a bateria solar quebram o silêncio e completam as concessões ao modernismo.
(Sílvio Ferraz – Adaptação)


QUESTÃO 200

Analisando o texto, indique seu tema central e a intencionalidade do autor.


QUESTÃO 201

Ao usar a expressão “um raro arranjo harmônico entre culturas díspares”, que trabalho argumentativo tem o autor? Qual a sua intenção?


QUESTÃO 202

Resuma, em poucas palavras, a origem da situação de discriminação do índio no Brasil.


























QUESTÃO 203

Na charge, percebemos que, hoje em dia, a influência estrangeira ocorre não só no português falado como também nos costumes tipicamente brasileiros. Todas as interpretações sobre a charge sugeridas abaixo são possíveis, EXCETO
























os caipiras não sabem apreciar uma boa bebida, pois preferem aguardente a uma autêntica cerveja tipo exportação;
os brasileiros estão sendo influenciados por valores estrangeiros, abandonando os elementos típicos de nossa cultura;
aguardente é o mais autêntico retrato da cultura e do povo brasileiro, distanciada dos valores globalizados;
Enquanto uma parte da sociedade brasileira tem acesso ao mundo e se esforça para se integrar a ele, outra parte sente-se isolada e desconsiderada em sua importância.

Instrução

As questões de 204 a 208 devem ser respondidas com base no texto 1. Leia atentamente todo o texto, antes de responder a elas.

Texto 1
No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras.
Houve um tempo em que, romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha.
Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos.
A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem. Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.
A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro.
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica.
Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma.
A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços distraídos.
Acuada, a cidade passou de opressora a vítima dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza é refém da miséria.
A constituição do perfil da miséria no Brasil está diretamente relacionada com a crescente modernização do país.
SOUZA, Josias de. A vingança da miséria. Folha de S. Paulo, São Paulo, 31 out. 1994. Caderno Opinião, p.2. (Texto adaptado)

QUESTÃO 204 (UFMG)

A partir da leitura desse texto, é CORRETO afirmar que ele tem por objetivo
defender práticas de maior justiça social.
mostrar a evolução da situação de miséria no Brasil.
criticar a ação governamental no trato com a miséria.
denunciar a culpa sentida pelas classes privilegiadas.

QUESTÃO 205 (UFMG)

Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Essa frase é uma síntese de todas as seguintes passagens do texto, EXCETO:
A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica.
Continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Dormíamos o sono dos justos.
Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada.

QUESTÃO 206 (UFMG)

Leia atentamente este parágrafo, observando as relações de sentido que se estabelecem entre as frases:
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros.

Em todas as alternativas, as palavras ou expressões destacadas traduzem corretamente as relações de sentido sugeridas no trecho original, EXCETO em:

Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Dessa maneira, passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Por conseguinte, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Então, passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Dessa forma, continuávamos de bem com nossos travesseiros.

Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Logo passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Assim, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. No entanto passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Em contrapartida, continuávamos de bem com nossos travesseiros.

QUESTÃO 207 (UFMG)

O último parágrafo do texto tem todas as seguintes funções, EXCETO:
Ampliar o desenvolvimento das idéias.
Reafirmar as idéias da introdução.
Rearticular o parágrafo introdutório.
Reorganizar as idéias desenvolvidas no texto.


QUESTÃO 208 (UFMG)

De acordo com o texto, a miséria no Brasil assume uma posição crescentemente agressiva.
Todas as seguintes passagens do texto comprovam essa afirmação, EXCETO:

Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV.
Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma.
Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem.
Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro.


Instrução

A questão 209 deve ser respondida com base no texto 2 e nas suas relações com o texto 1. Leia  atentamente o texto 2 e, se necessário, releia o texto 1 antes de responder a ela.
Texto 2
O jornalismo dos anos 90 no Brasil responde a duas direções fundamentais.
 De um lado, o jornalismo que resiste às exigências do mercado: a prática do jornal vem marcada pela presença do autor da reportagem, da crônica, do ensaio; pelos vôos ousados no campo da interpretação, da sensibilidade, da poesia; pelo investimento em grandes trabalhos de investigação que incidem sobre a esfera social, política e moral; pela denúncia que não busca a sensação barata, a venda fácil e certa da miséria humana; enfim, um jornalismo marcado pelo exercício diário da ética e da inteligência, em que o leitor é convocado a participar ativamente dos problemas.
De outro lado, o jornalismo que responde à tendência do mercado: tal jornalismo consagra os manuais de redação e estilo na produção do jornal, os quais ambicionam apagar a presença do autor e buscam, ao máximo, a prática da assim chamada escrita "objetiva", supostamente destituída de opinião e recheada de dados estatísticos, mapas e tabelas cuja função é "facilitar a leitura" e dar sustentação aos dados reunidos no texto.
Claro que tudo isso é um grande engano. Não há e nunca houve, de fato, nenhum jornalismo "objetivo" e "sem opinião": todo texto ¾  jornalístico ou não ¾  manifesta uma opinião. Até mesmo a demonstração de uma fórmula ou teorema matemático, aliás, não é feita da mesma forma por dois expositores. Os caminhos escolhidos para chegar ao mesmo ponto revelam a diferença de estilo, revelam o autor.
ARBEX JR. José. Quem escreve com as mãos? Caros amigos, São Paulo, n. 25, p. 8-9, abr. 1999. (Texto adaptado)


QUESTÃO 209 (UFMG)

Todas as seguintes características do jornalismo dos anos 90, apontadas no texto 2, aplicam-se ao texto 1, EXCETO:
O texto é expressão da responsabilidade de um sujeito que elabora uma interpretação do problema que o mobiliza.
O texto que não responde ao mercado apresenta marcas da sensibilidade e do poético com que se reorganiza o assunto abordado.
O tratamento objetivo dos fatos, no texto jornalístico, é impedido pela subjetividade de quem escreve.
Todo texto, seja ele jornalístico, ou de qualquer outro gênero, é marcado pela opinião de quem escreve.




Instrução

A questão 210 deve ser respondida com base no texto 3 e em suas relações com o texto 2. Leia atentamente o texto 3 e, se necessário, releia o texto 2 antes de responder a ela.
TEXTO 3
A globalização da informação provoca uma fragilidade na audiência. Nós nos tornamos alvo em uma galeria de tiro e só podemos nos safar se soubermos pensar por nós mesmos. Uma sociedade educada é a que poderá tomar decisões que afetam seu futuro de modo coerente. Devemos ou não interceder nas pesquisas da engenharia genética? Devemos ou não interceder junto ao governo para um maior controle da emissão de gases industriais, de modo a evitar graves mudanças climáticas no futuro? E os asteróides? Vão cair ou não em nossas cabeças?
GLEISER, Marcelo. Velocidade da informação desafia educação moderna. Folha de S. Paulo, São Paulo, 4 out.1998. Caderno 5, p.14. (Texto adaptado)


QUESTÃO 210 (UFMG)

Considerando-se as idéias desenvolvidas no texto 3, é possível inferir que a globalização da informação poderia ser contestada numa sociedade educada por um jornalismo que resistisse ao mercado, segundo a classificação proposta no texto 2.
Todas as alternativas apresentam fatores relacionados a esse tipo de jornalismo, EXCETO:
A atitude emancipada do público
A experiência alienada do receptor
O questionamento cotidiano do cidadão
O trabalho inteligente do indivíduo


Instrução

A questão 211 deve ser respondida com base no texto 4 e em suas relações com o texto 2. Leia atentamente o texto 4 e, se necessário, releia o texto 2 antes de responder a ela.
Texto 4
Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que dobrou. Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior à dos 20% mais pobres.
Esse é o lado menos conhecido da globalização. Ano a ano, o fosso que separa os incluídos dos excluídos vem aumentando. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global minguou de 2,3% para 1,1%. A concentração  chegou ao ponto de o patrimônio conjunto dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da metade mais pobre da população mundial - cerca de 2,8 bilhões de pessoas.
TOLEDO, José Roberto de. Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres. Folha de S. Paulo, São Paulo, 2 nov. 1997. Caderno Especial, p.12. (Texto adaptado)
QUESTÃO 211 (UFMG)

Todas as seguintes afirmativas comprovam a correspondência entre objetividade e subjetividade conforme apresentada nos textos 2 e 4, EXCETO:
A impessoalidade da informação não anula a subjetividade de quem aborda os fatos.
A quantificação da informação controla a resposta, mas não impede a escolha pessoal do escritor.
O estilo formal e impessoal de escrever o texto jornalístico exclui a expressão pessoal do escritor.
O tratamento dos fatos estatísticos objetivos é marcado pela posição pessoal de quem os manipula.







QUESTÃO 212 (Fuvest)
"Navegar é preciso, viver não é preciso". Esta frase de antigos navegadores portugueses, retomada por Fernando Pessoa, por Caetano Veloso e sabe-se lá por quantos mais citadores ou reinventores, ganha sua última versão no âmbito da Informática, em que o termo “navegar” adquire outro e preciso sentido.
Na nova acepção, em tempos de Internet, o lema parece mais afirmativo do que nunca. Os olhos que hoje vagueiam pela tela iluminada do monitor já não precisam nem de velas, nem de versos, nem de fados: da vida só querem o cantinho de um quarto, de onde fazem o mundo flutuar em mares de virtualidades nunca dantes navegados.

Considere as seguintes afirmações:

 A significação das palavras constitui um processo dinâmico e supõe o reconhecimento histórico de seu
    emprego.
As expressões "velas", "fados", e "nunca dantes navegados" ligam-se ao contexto primitivo do velho lema.
Desligando-se de suas raízes históricas, as palavras apresentam-se esvaziadas de qualquer sentido.
Conforme se pode deduzir do texto, está CORRETO o que se afirma.
apenas em I e II.
apenas em I e III.
apenas em II e III.
apenas em I.
em I, II e III.


QUESTÃO 213 (UFPR)

O trecho abaixo corresponde aos dois primeiros parágrafos de um texto maior, de Zuenir Ventura.

Que eles são problemáticos, todo mundo sabia. Que eles se sentem inseguros, já se desconfiava. Que eles são descrentes, já se supunha. Que são despolitizados também. O que não se sabia era até onde iam seus preconceitos contra negros, homossexuais, deficientes, prostitutas, enfim contra todos os que apresentam alguma diferença, sem falar no desencanto em relação à democracia, um sistema que muitos chegam a achar igual à ditadura.
Esse retrato dos jovens cariocas dos anos 90, obtido por meio de uma ampla pesquisa da Unesco e da Fundação Oswaldo Cruz com mais de mil adolescentes entre 14 e 20 anos, preocupa principalmente quando se admite que eles não devem ser muito diferentes dos seus companheiros de idade em outras grandes cidades.
ÉPOCA, 7 jun. 1999.

Que alternativa(s) apresenta(m) temas que poderiam constituir o desenvolvimento do texto, de modo a preservar sua unidade e coerência? Identifique-as na relação abaixo e escreva, no espaço próprio, o resultado da soma dos números que as identificam.
(01)    A história institucional da Fundação Oswaldo Cruz em ordem cronológica.
(02)  A comparação entre os dados da capital carioca e depoimentos de jovens de outras capitais   brasileiras.
(04)   O relato sobre a participação de Zuenir Ventura em outras pesquisas realizadas pela Unesco.
(08)   O grau de preconceito em diferentes períodos da abertura política no Brasil.
(16)   Enumeração de previsões em relação ao comportamento dos jovens nas cidades brasileiras.
Indicação de possíveis causas históricas ou sociológicas para as formas de pensar dos jovens.

Soma: ______





Nova Iorque transforma mendigo em trabalhador

João Ramid – ABRIL
IMAGENS

Nova York está mais limpa, segura e com menos mendigos nas ruas. Atrai turistas como nunca. Conseguir quarto em hotel virou suplício para quem não fez reserva com antecedência.
Por trás do rejuvenescimento da cidade está a mais abrangente ofensiva americana para tirar desempregados e mendigos das ruas. Eles ganham empregos que não exigem qualificação e recebem uma média de US$ 700 mensais para, entre outras funções, limpar parques e ruas.
Já estão empregadas 34 mil pessoas, pagas pela prefeitura, num projeto chamado workfare. Muitas delas, em vez de ficarem mendigando nos parques, são agora vigias, devidamente uniformizadas e respeitadas pela humanidade.
Isso é apenas o começo. A cidade estima que,  como a nova legislação social cortou benefícios aos desempregados, vá ter de colocar 120 mil pessoas, repetindo, 120 mil, em sua folha de pagamento, executando tarefas rudimentares.
Esse trabalho foi concebido como uma fase de transição até que essas pessoas consigam se empregar nas empresas. É um plano complexo, cuja intenção vai além de apenas doar empregos. Prevê recursos de reciclagem e educação profissional ; tratamento contra drogas e alcoolismo ; as mães solteiras ou descasadas teriam automaticamente creches onde deixar os filhos enquanto trabalham.
O projeto reafirma Nova York como o mais importante laboratório social do planeta. A cidade tem verbas de Primeiro Mundo e problemas de Terceiro Mundo ; dessa combinação brotam as mais variadas e férteis experiências, a começar da queda da criminalidade.
Com a globalização, descobertas tecnológicas e queda de fronteiras, nem as regiões mais ricas estão livres dos efeitos devastadores do desemprego.
Empregos desaparecem em ritmo alucinante. Outros são criados. O problema é que a transição vai deixando fantasmas pelo caminho, gente que não  consegue se habilitar para novas funções. Sabemos, hoje, que apenas crescimento econômico não resolve exclusão social.
Temos, então, de decidir se preferimos que essa pessoa vire mendigo, ladrão ou traficante, jogando seu filho no círculo vicioso da miséria. Ou vire  um cidadão.
Nova York sugere que é mais sábio mantê-los na folha de pagamento, ganhando US$ 700 por mês, do que gastar US$ 2000 para alimentá-los na cadeia, sacrificando a paz da cidade.


QUESTÃO 214

(FAMC/JAM/1999) Reescreva o trecho, abaixo, mantendo fidelidade às idéias do mesmo e substituindo os termos destacados por outros de sentido equivalente.

‘’ Com a globalização, descobertas tecnológicas e queda de fronteiras nem as regiões mais ricas estão livres dos efeitos devastadores do desemprego’’.


QUESTÃO 215

APRESENTE, DE FORMA SINTÉTICA, as metas essenciais da abrangente ofensiva de Nova York para transformar mendigo em trabalhador.














Violência e drogas

É sempre bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças, para encher ruas com o alvo vestuário da paz. Não é muito a minha, esse negócio de acender a vela e clamar ao firmamento, mas, em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir não crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.
O que não dá mais, sinceramente, para encarar com graça, educação e simpatia é o lugar-comum “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. Hoje em dia, 10 entre 10 autoridades públicas, ao se pronunciarem a respeito do tema, repetem em uníssono: “Não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. E daí? O que devemos concluir dessa brilhante assertiva? É óbvio que as duas coisas estão intrinsecamente ligadas, qualquer idiota lobotomizado sabe. mas o que vem depois disso? É “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” e ponto final? Quer dizer então que é só ninguém mais se drogar que a violência acaba? Quer dizer então que se os ricos (como acusou o governador do Rio de Janeiro) pararem de consumir substâncias ilegais tudo estará resolvido?
Bacana. Muito bom. E que dia vai ser isso? Uma bela manhã todos acordaremos para viver um mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos vão se dedicar a atividades mais lúdicas.
Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar? Isso não é minha opinião, muito menos meu desejo. É assim, simplesmente, porque sempre foi assim e continuará sempre sendo assim. Em qualquer sociedade, em qualquer época. Qualquer um que se dê ao trabalho de pesquisar as origens históricas do ato de se drogar, vai ficar chocado com a antigüidade da prática.
Enquanto a sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir, arcará com o custo (de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais) boçal desse combate. Uma guerra que nunca será ganha e que faz muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater. Alguém ainda consegue achar irônico do combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas?
Ninguém propõe o bundalelê nessa questão. A idéia de dar opção a quem não consegue ou não quer largar seu vício viria com a contrapartida delito que venha a ser cometido pelo usuário. Oferecer uma opção legal de consumo não é legalizar o crime. É retirar consumidores das mãos da marginalidade, é reduzir a importância econômica do narcotráfico. Certamente alguns morrerão de overdose, o que é triste, o que é lamentável. Mas, e a situação de hoje, não é?
Reduzir o número de cadáveres deveria ser o único objetivo. Do jeito que as coisas estão organizadas parece que morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro. Por quê? Querer violência sem propor uma nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de vidas.

Cláudio Manoel – Humorista, integrante do grupo Casseta &
Planeta. Jornal do Brasil, 13 jul.2000- caderno Opinião



QUESTÃO 216 (UFV 2001)

“ ... em respeito aos sincretismos biodiversos” (§ 1º), o autor:

acha “bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças...”
admira milhares de pessoas enchendo “ruas com o alvo vestuário da paz.”
aprecia “esse negócio de acender vela e clamar ao firmamento...”
aceita fingir não acreditar “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”
topa fingir crer “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”









QUESTÃO 217 (UFV 2001)

Segundo o autor, a frase “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” (§ 2º) NÃO:

é um lugar comum, hoje repetido por 10 entre 10 autoridades públicas.
é atualmente a resposta uníssona de todas as autoridades públicas.
dá mais para ser encarada com graça, educação e simpatia.
é uma assertiva óbvia, embora as duas coisas estejam intrinsecamente ligadas.
é aceita apenas pelo idiota lobotomizado.


QUESTÃO 218 (UFV 2001)

“Uma bela manhã acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúcidas.” (§ 3º) A idéia deixada implícita pelo autor no conjunto de hipóteses da passagem acima em conexão com que o que se viu no texto é:

Basta ninguém mais se drogar.
Basta os ricos pararem de consumir.
Bacana. Muito bom.
Isso está prestes a acontecer.
Trata-se de uma utopia.


QUESTÃO 219 (UFV 2001)

“ Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar?” (§ 4º). Apenas NÃO é realidade que:

haverá sempre alguém querendo se drogar.
é esta uma opinião pessoal, um desejo do autor.
é assim que sempre foi.
é assim que sempre continuará sendo.
é antiqüíssima a prática de se drogar.


QUESTÃO 220 (UFV 2001)

“Enquanto a sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir...” (§ 5º). Com base na seqüência do parágrafo, só NÃO se pode afirmar que a sociedade:

arcará com o custo boçal desse combate.
arcará com o custo de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais.
assistirá a uma guerra que nunca será ganha.
assistirá a uma guerra que faz muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater.
continuará achando irônico o fato de combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas.











QUESTÃO 221 (UFV 2001)

Embora não evitando a situação triste a lamentável, em que certamente alguns morrerão de overdose, oferecer uma opção legal de consumo (§ 6º) seria, para o autor, importante, porque poderia  EXCETO:

vir, com a contrapartida de usar, o ator de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário.
Legalizar o crime.
Oferecer uma opção legal a quem não consegue ou não quer largar o vício.
Retirar consumidores das mãos da marginalidade.
Reduzir a importância econômica no narcotráfico.


QUESTÃO 222 (UFV 2001)

Ao fechar o texto (§ 7º), o autor apenas NÃO deixa patente que:

reduzir o número de cadáveres deveria ser o único objetivo.
as coisas estão organizadas numa ótica invertida.
morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro.
é inútil discutir violência sem uma nova política de drogas.
discutir violência sem uma nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de vidas.


QUESTÃO 223 (UFV 2001)

Ao propor o bundalelê da questão, o autor NÃO fez referência nem sequer implícita:

às autoridades, a quem compete encontrar solução para o problema da violência.
à polícia, a quem compete combater o crime.
aos marginais, que estão envolvidos com o narcotráfico.
aos adolescentes que querem consumir drogas.
à sociedade, que anseia pelo fim da violência.


QUESTÃO 224 (UFV 2001)

A proposta central do texto é:

uma crítica sutil às manifestações de rua ou os pedidos aos céus em defesa da paz.
uma crítica severa às autoridades que associam a violência às drogas e ficam nisso.
a informação de que o problema da droga está presente em qualquer época e em qualquer lugar.
a descriminação do uso de drogas.
a contrapartida de usar o ato de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário.















QUESTÃO 225 (UFV 2001)

Em entrevista de página inteira ao Jornal do Brasil do dia 6 de agosto de 2000, a antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Violência da UERJ, faz uma série de observações, uma das quais contraria a proposta central de Cláudio Manuel. Assinale-a:

“... não estamos advogando tolerância aos crimes mais graves...”
“... existe uma pesquisa da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) que mostra que 20% dos jovens das favelas, com idades entre 14 e 25 anos, estão envolvidos com o tráfico.”
“... suponho que 20 anos de política repressiva ao país não tiveram resultados brilhantes.”
“O Brasil não pode descriminar, sob o risco de [...] repetir o que aconteceu na Holanda, onde a liberação resultou num aumento desenfreado do consumo.”
“O problema é como a escola recebe o aluno. Ela não está cumprindo a sua função de formar cidadãos, de ensinar a tolerância, o respeito ao outro.”


QUESTÃO 226 (UFRS)

Dos anais da república:
- O senhor não tem medo de nada, presidente?
- Nada.
- Nem barata?
Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? [...]
Não. Melhor ser curto e sincero.
Nem barata.

                (Veríssimo, L.F. Ortopterofobia. In: COMÉDIA DA VIDA PÚBLICA . Porto Alegre: L&PM, 1995. p.237)

Assinale a alternativa que melhor reproduz a primeira fala do diálogo.

Alguém perguntou se o presidente não tinha medo de barata.
Alguém perguntou se o senhor não tinha medo de nada, presidente.
Perguntaram ao presidente se o senhor não tinha medo de barata.
Perguntaram a alguém se o senhor, presidente, não tinha medo de nada.
Alguém perguntou ao presidente se ele não tinha medo de nada.


QUESTÃO 227 (VUNESP)

Leia atentamente o texto abaixo.

Entregue-se às mãos mágicas da massagista Márcia Vianna e prepare-se para um dos grandes prazeres da vida. Durante uma hora ela irá puxar e esticar seus músculos e fazê-lo esquecer que existe um mundo lá fora. Quando a massagem termina com a clássica manobra da torção no pescoço – croc! - , você estará mais relaxado do que funcionário público durante o expediente.
                                                                                                                 (Lu Gomes, ISTOÉ de 15/09/99)

Nesse texto, a palavra relaxado assume duas significações contextuais: numa delas percebe-se  uma crítica implícita baseada numa idéia preconcebida. Pede-se que você

aponte os diferentes significados que  “relaxado” pode assumir no contexto e indique em qual deles essa palavra deve ser tomada para suscitar a crítica implícita.
explique a crítica implícita suscitada por tal sentido de  “relaxado”.








QUESTÃO 228 (VUNESP)

Observe com atenção uma tira de Adão Iturrusgarai publicada no jornal  Folha de São Paulo, em 27/10/99.

VOLTO ANTES DA
 MEIA NOITE
 
SUA FILHA!!!
 
QUEM VOCÊ PENSA QUE 
É PARA FALAR COMIGO DESSE  JEITO?
 
AONDE  VOCÊ PENSA QUE VAI?
 
OS PAIS DE ALINE SE SEPARARAM
 


Uma das condições de interpretabilidade de um texto verbal é a coerência no desenvolvimento de sua temática, a lógica existente na passagem de uma a outra parte do texto. O efeito de humor nasce, muitas vezes, da incoerência, ou da aparente incoerência de elementos do conjunto texto-imagem.

No caso da tira acima, o que se destaca é a relação entre as falas das personagens, no diálogo. Com base nesse comentário.

levando em conta a relação de parentesco que existe entre os interlocutores, explique por que pode haver coerência em responder à pergunta de Aline com uma outra pergunta e diga qual é o valor que está em jogo nessa situação.
aponte as duas frases cujas palavras, de sentido oposto, expõem uma incoerência que é apenas aparente, porque o ato de responder representa uma inversão de poder na ordem familiar.


QUESTÃO 229 (FCMMG)

Todos os termos extraídos do primeiro parágrafo do texto foram devidamente explicados, EXCETO

Camoniano ® comum, de trato simples
Abonadas ® abastadas, ricas, endinheiradas
Tirocínio ® experiência, capacidade de discenimento
Nefelibata ® que vive nas nuvens, sonhador, teórico idealista


QUESTÃO 230 (FCMMG)

De todas as palavras extraídas do sexto parágrafo do texto, a única que se restringe à sua literalidade é:

Luta
Mapa
Tóxicos
Reinado









QUESTÃO 231 (FCMMG)

A vida de Antônio da Silva Mello foi caracterizado por atitudes e/ou posturas polêmicas, contrárias, muitas vezes, à imagem  que se tem do profissional da área de medicina. Assinale a opção que, ironicamente, melhor justifica essa afirmativa.

Embora membro da Academia Brasileira de Letras, não foi um teórico de gabinete que menosprezava os processos simples e fáceis.
Apesar de possuir uma clientela formada por pessoas abastadas, não deixou também de cuidar dos humildes em hospitais da rede pública.
Posto que fosse casado e gozasse de excelente saúde, usufruindo de uma longa velhice, sadia e tranqüila, não deixou herdeiros sangüíneos.
Mesmo sendo médico, lança, em meio a seus preceitos, a máxima advertindo que muitas enfermidades são criadas pelos médicos.


QUESTÃO 232 (FCMMG)

Dentre os preceitos de dietologista Silva Mello, o único que apresenta uma postura amena, não respaldada por qualquer traço de radicalismo é

“A vitonomania é uma praga que pode ser responsável pelo diabetes.”
“A banana crua, comida com alimentos salgados, é uma esplêndida fórmula culinária.”
“No momento de comer, guie-se pelo apetite e não pelo relógio.”
“Varie a alimentação e desconfie dos apóstolos que pregam o vegetarismo e condenaram o uso da carne.”


QUESTÃO 233 (FCMMG)

Em todas as passagens extraídas do texto, o médico Silva Mello busca atingir, com sua crítica, um mesmo alvo, EXCETO

“A burrice contra o instinto e a natureza é tacar flúor nas boquinhas das crianças, causando efeitos tóxicos acentuados como maxilares sem prumo, prejudicando a formação dentária mesmo antes de seus dentes nascerem”.
“A degradação dos dentes ou cárie surge como consequência da industriazlização dos alimentos e seus desnaturamento.”
“A goma de mascar ou chiclete representa o ponto alto da tragédia alimentar industrializada, levando o imbecil a mastigar fora das refeições uma coisa que não é comida.”
“Nada há pior à saúde do que o arroz alvo e descorticado, o açúcar refinado, as farinhas brancas e pulverizadas, assim como é indiscutível a superioridade do sal marinho sobre o sal refinado.”


QUESTÃO 234 (FCMMG)

Embora apresente uma postura de seriedade em relação ao assunto tratado, o médico Silva Mello deixa transparecer laivos de ironia e/ou humor em seus preceitos. Isso só NÃO ocorre quando

faz referência às pessoas em geral como componentes de uma população de desdentados.
Diz que a alimentação desenfreada faz maior número de vítimas fatais do que os veículos automotores.
Enfatiza que o segredo para se ter bons dentes está relacionado à boa mastigação dos alimentos.
Compara o uso da goma de mascar, invenção americana, a uma espécie de prática masturbatória.






QUESTÃO 235 (FCMMG)

NÃO houve na composição do texto:

Apropriação de termos científicos
Recorrência a expressões coloquiais
Utilização de preciosismos lingüísticos
Emprego de vocabulário de baixo calão


QUESTÃO 236 (FCMMG)

Assinale a alternativa em que a palavra “comida” admite dois sentidos possíveis.

“ A goma de mascar ou chiclete representa o ponto alto da tragédia alimentar industrializada, levando o imbecil a mastigar fora das refeições uma coisa que não é comida.
“Gaste mais com comida e menos com remédios (96% multinacional) criado pelo mercantilismo farmacêutico.”
“A banana crua,  comida  com alimentos salgados, é uma esplêndida fórmula culinária.”
“A arte da comida  vale mais do que a ciência da nutrição.”


QUESTÃO 237 (FCMMG)


NÃO há relação de comparação na passagem:

“De resto, todos os mutagenos são carcinógenos, assim como todos os carcinógenos são mutagenos.”
“Alimento prodigioso, a soja é o mais aconselhável.”
“ A gula mata mais do que o automóvel.”
“Casado, não deixou filhos, tal qual Machado de Assis.”


QUESTÃO 238 (UNICAMP) A edição de 30 de Janeiro de 1998 do Noite e Dia (Feira de Santana, BA) trazia, na seção Zé Coió, a seguinte história:
"Vou pegar o talão!"

Cansado de não vender nada na sua loja, João pegou o carro e saiu pelo interior para vender seus produtos. Depois de 15 dias sem tirar um só pedido, sentou-se embaixo de uma árvore para descansar. De repente viu uma garrafa e chutou. A garrafa deu meia volta e chegou junto. João tornou a chutar e a garrafa deu outra meia volta e ficou bem ao seu lado.
- "Você tem direito a três pedidos !"
João levantou correndo e disse:
- "Espere aí que vou buscar o talão". Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá.

a)     A sequência Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá, Cá não faz parte da história. Explique por quê.
b)    Transcreva as palavras que, no diálogo entre duas personagens, permitem articular a resposta de joão com sua experiência prévia de vendedor itinerante.
 
 

























QUESTÃO 239

O texto abaixo foi extraído de uma seção que divulga "novidades científicas". Leia-o e responda às questões que se seguem:

IDOSA PRECOCE - Dolly é uma cópia tão exata da ovelha de cuja mama os cientistas do Instituto Roslin tiraram uma célula para clonar, que já nasceu "velha". Quando veio ao mundo, o interior de suas células já apresentava traços de uma filhote, mas de um animal adulto. É o que os biólogos escoceses revelaram na revista Nature. O problema está nos telômetros, apêndices dos cromossomos que compõem o material genético. Os de Dolly são 20% mais curtos do que deveriam ser numa ovelha de sua idade. Sabe-se que o comprimento dos telômetros diminui à medida que as células vão se dividindo ao longo da vida. Eventualmente, ficam tão pequenos que a célula perde essa capacidade. Nesse sentido, os telômetros são fundamentalmente ligados ao envelhecimento. Como Dolly foi criada a partir de uma célula adulta, seus telômetros são curtos. Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento precoce da ovelha ou não é outra história ainda a investigar. A comparação com o drama dos replicantes do filme Blade Runner, andróides vigorosos, mas de vida curta, e inevitável. (ISTOÉ 1548, 02/06/99)

O que é caracterizado como problema e como ele é explicado?
Cite a passagem do texto que expressa uma verdade genética dada como conhecida de todos e transcreva a expressão que indica que esse conhecimento é compartilhado.


Texto 1

Somos cheios de altos e baixos 

                                                                               Zuenir Ventura
                       (Revista Época – 24/05/99)

            O Brasil gosta de perguntar que país é este, mas não de preocupa muito em saber que povo é este que, como indivíduo, aparenta ser um e como coletivo outro ; que é de um jeito no singular e diferente no plural ; que às vezes é melhor sozinho do que acompanhado e vice-versa. Complexo e meio imprevisível, ao mesmo tempo egoísta e solidário, o povo brasileiro a toda hora desmente o que se diz dele, a favor ou contra. Parece se divertir em ser irredutível às classificações e rebelde às previsões.
            Desde o começo, a saga do homem novo fascinou menos que a aventura da descoberta da terra. Em meio com o deslumbramento com a natureza, Caminha escrevia com desprezo que ‘’salvar essa gente’’ deveria ser uma tarefa de sua alteza. Em suma, a terra boa, o povo que não prestava – um axioma cujo uso foi transferido ao longo da História dos colonizadores para as classes dirigentes nativas e acabou introjetado pelo próprio povo. ‘’O brasileiro é desonesto, o brasileiro é preguiçoso’’, diz o brasileiro, não permitindo que alguém de fora diga o mesmo.
            Quando Bill Clinton esteve no Brasil, um de seus diplomatas se referiu à nossa ‘’corrupção endêmica’’. No dia seguinte, o presidente do Supremo, o presidente do Senado, um governador do PT, a Polícia Federal, dona Neuma da Mangueira e todas as facções do país se uniram numa onda de revolta patriótica que só cessou com um pedido de desculpas. Aí aconteceu o inverso : desmontada a arrogância imperial, passou-se a indignação ao carinho, e o presidente americano foi coberto de afeto.
            Um explicador de Brasil escreveu que a tristeza é a nossa característica. ‘’Nenhuma terra radiosa vive um povo triste’’, garantiu. De fato parece, se o observarmos numa fila de hospital, espremido num ônibus, pingente de um trem, vendo a corrupção de sua elite, os escândalos. Agora, experimente observá-lo numa festa, na alegria de uma comunhão de massa, um momento de celebração – no Carnaval, por exemplo, ou na festa de lemanjá.
            Somos assim, cheios de altos e baixos : mudamos facilmente de humor e de opinião, passamos rapidamente de um extremo a outro. Ou somos os melhores ou somos os piores do mundo. No dia-a-dia, nem sempre servimos como exemplo de civilidade e de cidadania, mas também vivemos um cotidiano iníquo de violência e miséria. Diz-se que o povo brasileiro é omisso, não cumpre suas obrigações cívicas. Mas só para falar da História recente, foi ele que levou o país a tomar posição contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, saiu às ruas para derrubar a ditadura do Estado Novo e dos militares, fez a campanha pela anistia, pela volta dos exilados, pelas Diretas já e, sobretudo, provocou o ‘’impeachment’’ do presidente que elegera. E isso sem sangue e sem violência.
            Mesmo assim, como Caminha há 500 anos, há ainda quem queria salvar essa brava gente brasileira. Só se for de seus dirigentes.

 QUESTÃO 240

Todas a idéias abaixo estão contidas no texto, EXCETO:

O povo brasileiro faz um julgamento muito severo a seu próprio respeito.
Os brasileiros apresentam um comportamento individual e outro coletivo.
A descoberta do Brasil foi tão importante  quanto o fato de aqui existirem habitantes indígenas.
Uma explicação à falta de cidadania do povo brasileiro podem ser as grandes dificuldades enfrentadas por ele em sua vida.

===============================
QUESTÃO 239

Todas as palavras do texto, sublinhadas abaixo, estão adequadamente interpretadas, EXCETO

‘’Desde o começo a saga do homem novo fascinou menos que a aventura da descoberta da terra.’’ (destino).
‘’..... e todas as facções do país se uniram numa onda de revolta patriótica ...’’ (partidos políticos).
‘’...mas também vivemos um cotidiano iníquo de violência e miséria... ‘’ (injusto)
‘’...um axioma cujo uso foi transferido ao longo da História dos colonizadores para as classes dirigentes nativas...’’ (proposição)


QUESTÃO 240

Nas passagens abaixo, encontramos exemplos da linguagem conotativa, EXCETO:

‘’... e o presidente americano foi coberto de afeto.’’
‘’...se o observarmos numa fila de hospistal, espremido num ônibus, pingente de um trem...’’
‘’...todas as facções do país se uniram numa onda de revolta patriótica...’’
‘’... o povo brasileiro a toda hora desmente que se diz dele, a favor ou contra.’’






























Gabarito


QUESTÃO 198

B


QUESTÃO 199

C


QUESTÃO 200

A situação dos índios é denunciada, uma vez que, segundo o texto, necessitam da ajuda do branco para continuarem sobrevivendo, embora tenha sido o próprio branco que tenha iniciado seu processo de dizimação e extermínio.


QUESTÃO 201

O autor quer evidenciar o fato de que integrar culturas diferentes é uma tarefa difícil, principalmente quando se trata dos índios, que foram dizimados pelos brancos e tiveram sua cultura completamente desrespeitada por ocasião da colonização portuguesa no país. Embora seja difícil, o fato de estarem conseguindo um acordo é sinal positivo no que se refere ao resgate de uma dívida cultural branca.


QUESTÃO 202

No período da colonização do Brasil pelos portugueses, o índio foi considerado um ser sem alma, necessitado, portanto, de salvação e de nova estrutura cultural. Por puro etnocentrismo, o branco desconsiderou a cultura indígena e declarou o índio um ser incapaz de gerir-se.


QUESTÃO 203

A

QUESTÃO 204
B


QUESTÃO 205

A


QUESTÃO 206

D


QUESTÃO 207

A


QUESTÃO 208

C


QUESTÃO 209

C


QUESTÃO 210

B


QUESTÃO 211


C


QUESTÃO 212

A


QUESTÃO 213


50


QUESTÃO 214

Com a grande troca de informação entre os países, descobertas tecnológicas e livre trânsito entre as nações, nem as regiões, mais ricas estão livres dos efeitos perniciosos do desemprego.


QUESTÃO 215

Nova York tem dado empregos a milhares de pessoas com a intenção de diminuir o indice de criminalidade da cidade, já que os excluídos custam muito mais caro na cadeia do que numa folha de pagamento. Além do mais, a experiência da cidadania é sempre bem vinda a qualquer sociedade, gerando uma paz social e promovendo a auto estima de quem se julgava fora do mercado de trabalho.


QUESTÃO 216

D


QUESTÃO 217

C


QUESTÃO 218

E

QUESTÃO 219

B


QUESTÃO 220

E


QUESTÃO 221

B


QUESTÃO 222

C


QUESTÃO 223

D


QUESTÃO 224


D


QUESTÃO 225

D


QUESTÃO 226

A



QUESTÃO 227

O primeiro sentido da expressão  “relaxado”  relaciona-se aos efeitos da massagem com a qual o cliente solta tensões, torna-se frouxo ou lasso.
      O segundo sentido refere-se ao sujeito descuidado no cumprimento de suas obrigações.
      A crítica implícita é sugerida com o resgate do segundo sentido da expressão.
A crítica implícita revelada pelo texto relaciona-se a uma idéia preconcebida acerca dos funcionários públicos. Segundo tal idéia, estes não trabalham como os do setor privado, pois não teriam os mesmos níveis de exigência profissional.


QUESTÃO 228

Pode haver coerência, neste caso, porque a pergunta de Aline vem carregada de autoritarismo e esta é uma prerrogativa culturalmente delegada aos pais e não aos filhos.
O valor que está em jogo é exatamente a autoridade paterna.
b)   “Aonde você pensa que vai?      Volto antes da meia-noite!”

QUESTÃO 229

A


QUESTÃO 230

C


QUESTÃO 231

D


QUESTÃO 232

B


QUESTÃO 233

D


QUESTÃO 234

C


QUESTÃO 235

D


QUESTÃO 236

A


QUESTÃO 237

B


QUESTÃO 238

A risada encontra-se fora das aspas, o que permite inferir tratar-se de um "comentário" de alguém de fora da narrativa.
"pedidos"
"talão"









QUESTÃO 239

Dolly já veio ao mundo com células de animal adulto, o que pode siguinificar que ela já nasceu "velha". Esses aspecto é explicado cientificamente: o problema é que os telômeros, apêndices dos cromossomas que compõem o material genético, são 20% mais curtos do que deveriam ter uma ovelha de sua idade, devido ao fato de já terem passado por divisões anteriores.
"Sabe-se que o comprimento dos telômetros diminui à medida que as células vão se dividindo ao longo da vida."
       "Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento precoce da ovelha ou não é outra história ainda a    
         investigar."


QUESTÃO 240

C






















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