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Caro professor, prezada professora,
Aqui estão, mais uma vez, as questões do banco para auxiliá-lo(a) na elaboração de suas avaliações ao longo do processo de ensino-aprendizagem. sejam como diagnósticas ou somativas.
Conhecer o andamento do nosso trabalho é fundamental para continuarmos caminhando com os alunos na construção do conhecimento, mas para isso é preciso pensar nas atividades que nos apontam caminhos a seguir. Este banco de questões foi desenvolvido com base em descritores, que especificam as habilidades e as competências esperadas dos alunos, de acordo com a idade, e tem por objetivo auxiliar o professor na tarefa da elaboração de provas ou atividades de sala.
            Sendo o texto o nosso ponto de partida e o de chegada nas atividades de ensino-aprendizagem da língua materna, a recepção e a produção de textos devem ser a tônica das avaliações. Através delas, o que queremos é identificar se os alunos compreendem o que lêem e produzem usando recursos lingüísticos adequados às mais diversas situações comunicativas, ou seja, perceber se os alunos estão desenvolvendo os saberes necessários à constituição de sua competência discursiva.          
O presente Banco de Questões prevê que as competências e habilidades necessárias aos alunos da 7ª série do Ensino Fundamental sejam avaliadas, no 1º semestre/2008, por meio de questões relativas aos gêneros textuais estudados no Livro 1. Espero que as questões, se usadas, tornem-se um momento privilegiado do processo de ensino-aprendizagem, revelando os sucessos do aluno na construção de seus conhecimentos, apontando necessidades e problemas e redefinindo estratégias para a maior eficiência na interação professor e aluno.

Distribuição das questões/tema da Matriz de Referência de Língua Portuguesa
do Ensino Fundamental II – 5ª a 8ª série
Conteúdos/capítulos
Questões
O texto escolar e o conceito de certo e errado: provas, testes, questões de múltipla escolha e questões discursivas.
Q. 7
Estratégias de leitura de gráficos, tabelas, formulários, panfletos e manuais.
Q. 11
Textos documentais: estrutura, finalidades, recursos de linguagem, ponto de vista do locutor, circuito comunicativo.
Q. 28, 30
Entrevistas: perfil dos interlocutores. Marcas de oralidade.
Q. 5, 6
Inferências, antecipações e produção de sentido.
Q. 1, 3, 25, 26, 27
Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
Q. 14, 15, 16, 17, 18
O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa. Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Q. 4, 12, 13, 20
Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.
Q. 19, 23, 24
Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.
Q. 8, 9, 10, 21, 29
Coesão textual: conjunções, concordância e regência. Mecanismos coesivos da enumeração.
Q. 22
Crônicas, contos, relatos.
Q. 2
As classes de palavras e a estruturação sintática dos enunciados. Campos semânticos. Hipônimos e hiperônimos. Função coesiva dos cognatos.
Q. 31, 32
Pronomes e a articulação de idéias e informações no texto. Pessoas do discurso e pronomes pessoais. Foco narrativo e pronomes pessoais. Classificação dos pronomes. Pronomes retos e oblíquos e estruturação sintática de enunciados.
Q. 33, 35
Frase, oração, período. Frases nominais e verbais. Tipos de frases.
Q. 38
Coesão e articulação: análise do valor semântico-discursivo de conectores.
Q. 39
Emprego de sinais de pontuação e análise de seus efeitos de sentido.
Q. 37
Microestrutura textual: oração, termos essenciais da oração.
Q.34, 36
Sujeito: núcleo, tipos de sujeito.
Q. 40


             

I - QUESTÕES OBJETIVAS
TEXTO 1 – Texto Narrativo (Memorial)
Jean-Paul Sartre, órfão de pai desde os dois anos, sofreu as primeiras influências literárias por parte de sua mãe Anne-Marie e de seu avô Charles Schweitzer, que o iniciou na literatura clássica desde cedo. Novelista francês, teatrólogo e maior intelectual do Existencialismo - filosofia que proclama a total liberdade do ser humano -, foi premiado com o Nobel de Literatura de 1964, prêmio que desconsiderou.

A palavra: maravilhosa descoberta

Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros. Meu avô foi ao patife de seu editor e conseguiu de presente Os contos do poeta Maurice Bouchor, narrativas extraídas do folclore e adaptadas ao gosto da infância por um homem que conservava, dizia ele, olhos de criança. Eu quis começar na mesma hora as cerimônias de apropriação. Peguei os dois volumezinhos, cheirei-os, apalpei-os, abri-os negligentemente na “página certa”, fazendo-os estalar. Debalde: eu não tinha a sensação de possuí-los. Tentei sem maior êxito tratá-los como bonecas, acalentá-los, beijá-los, surrá-los. Quase em lágrimas, acabei por depô-los sobre os joelhos de minha mãe. Ela levantou os olhos de seu trabalho: “O que queres que eu te leia, querido? As Fadas?” Perguntei, incrédulo: “As Fadas estão aí dentro?” A história me era familiar: minha mãe contava-a com freqüência quando me levava, interrompendo-se para me friccionar com água-de-colônia, para apanhar debaixo da banheira o sabão que lhe escorregara das mãos, e eu ouvia distraidamente o relato bem conhecido; eu só tinha olhos para Anne-Marie, a moça de todas as minhas manhãs; eu só tinha ouvidos para a sua voz perturbada pela servidão; eu me comprazia com suas frases inacabadas, com suas palavras sempre atrasadas, com sua brusca segurança, vivamente desfeita, e que descambava em derrota, para desaparecer em melodioso desfiamento e se recompor após um silêncio. A história era coisa que vinha por acréscimo: era o elo de seus solilóquios. Durante o tempo todo em que falava, ficávamos sós e clandestinos, longe dos homens, dos deuses e dos sacerdotes, duas corças no bosque, com outras corças, as Fadas; eu não conseguia acreditar que se houvesse composto um livro a fim de incluir nele este episódio de nossa vida profana, que recendia a sabão e a água-de-colônia.
Anne-Marie fez-me sentar à sua frente, em minha cadeirinha; inclinou-se, baixou as pálpebras e adormeceu. Daquele rosto de estátua saiu uma voz de gesso. Perdi a cabeça: quem estava contando? O que e a quem? Minha mãe ausentara-se: nenhum sorriso, nenhum sinal de conivência, eu estava no exílio. Além disso, eu não reconhecia sua linguagem. Onde é que arranjava aquela segurança? Ao cabo de um instante, compreendi: era o livro que falava.
Dele saíam frases que me causavam medo: eram verdadeiras centopéias, formigavam de sílabas e letras, estiravam seus ditongos, faziam vibrar as consoantes duplas: cantantes, nasais, entrecortadas de pausas e suspiros, ricas em palavras desconhecidas, encantavam-se por si próprias e com seus meandros, sem se preocupar comigo; às vezes desapareciam antes que eu pudesse compreendê-las, outras vezes eu compreendia de antemão e elas continuavam a rolar nobremente para o seu fim sem me conceder a graça de uma vírgula. (...)
Tive então ciúmes de minha mãe e resolvi tomar-lhe o papel. Apossei-me de um livro intitulado Tribulações de um chinês na China e o transportei para um quarto de despejo; aí, empoleirado sobre uma cama de armar, fiz de conta que estava lendo: seguia com os olhos as linhas negras sem saltar uma única e me contava uma história em voz alta, tomando o cuidado de pronunciar todas as sílabas. Surpreenderam-me - ou melhor, fiz com que me surpreendessem, — gritaram admirados e decidiram que era tempo de me ensinar o alfabeto. Fui zeloso como um catecúmeno; ia a ponto de dar a mim mesmo aulas particulares: eu montava na minha cama de armar com o Sem família de Hector Malot, que conhecia de cor e, em parte recitando, em parte decifrando, percorri-lhe todas as páginas, uma após outra: quando a última foi virada, eu sabia ler.
Fiquei louco de alegria: eram minhas aquelas vozes secas em seus pequenos herbários, aquelas vozes que meu avô reanimava com o olhar, que ele ouvia e eu não! Eu iria escutá-las, encher-me-ia de discursos cerimoniosos e saberia tudo. Deixavam-me vagabundear pela biblioteca e eu assaltava a sabedoria humana. Foi ela quem me fez. (...)
As densas lembranças, e a suave sem-razão das crianças do campo, em vão procurá-las-ia, eu, em mim. Nunca esgaravatei a terra nem farejei ninhos, não herborizei nem joguei pedras nos passarinhos. Mas os livros foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, meu estábulo e meu campo; a biblioteca era o mundo colhido num espelho; tinha a sua espessura infinita, a sua variedade e a sua imprevisibilidade.

Jean Paul Sartre



VOCABULÁRIO

Catecúmeno - do Lat. catechumenu  - Gr. katechoúmenos, o que é instruído de viva voz. s. m., aquele que se prepara e se instrui para receber o batismo.
Esgaravatei - de garavato v. tr., remexer, revolver com as unhas; tirar com o esgaravatador; limpar os dentes, palitar;  limpar, coçar (o nariz, os ouvidos, etc. );  remexer um brasido; escorvar (armas); fig., inquirir com minúcia; pesquisar, esquadrinhar.
Herborizei - herborizar - do Lat. Herba v. int., andar no campo a colher plantas para as estudar ou colecionar, ou para as utilizar medicinalmente.


QUESTÃO 01 (Descritor: empregar recursos lingüísticos eficientes para a leitura e compreensão da diversidade de textos que circulam na sociedade.)

Assunto: Inferências, antecipações e produção de sentido.

O autor narra no início do texto que não sabia ler:

Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros.”

De acordo com o trecho destacado acima, todas as afirmativas são verdadeiras, EXCETO

a)     O autor não sabia ler, mas para ele, ter um livro exige uma série de cerimoniais.
b)    O autor, mesmo não conhecendo ainda o alfabeto, as sílabas, afirma que o livro tem vida própria.
c)     Apesar de ainda analfabeto, o autor conhecia a história lida por sua mãe, retirada do seu primeiro livro.
d)    O autor conseguia compreender todas as palavras lidas por sua mãe, o conto “As fadas”.
Questão 02 (Descritor: fazer previsões e inferências acerca do significado de palavras e/ou expressões presentes em textos literários.)
Assunto: Crônicas, contos e relatos.

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“(...) outras vezes eu compreendia de antemão e elas continuavam a rolar nobremente para o seu fim sem me conceder a graça de uma vírgula. (...)”

A passagem acima tem por objetivo AFIRMAR que a vírgula

a)     muda o sentido de uma frase, se usada indevidamente.
b)    deve ser usada com critério, em locais específicos da frase.
c)     é um acessório, utilizada, na frase, como produtora de efeito de sentido.
d)    tem a função de dar um toque especial à entonação da frase.


Questão 03 (Descritor: identificar informações implícitas no texto.)

Assunto: Inferências, antecipações produção de sentido.
A respeito do Texto 1, só NÃO podemos afirmar que

a)     todas as tentativas iniciais do autor para se apropriar do livro foram inúteis, pois ele não sabia ler.
b)    Anne-Marie, a mãe de Jean Paul Sartre, ao ler “As fadas” para o filho, desaparece.
c)     o autor aprendeu a ler usando os seguintes métodos: decifrando, decorando, recitando.
d)    o autor viveu a infância como todo garoto comum, brincando, se sujando e fazendo travessuras.


TEXTO 2 – Texto Jornalístico – Artigo de Opinião
Ler é a melhor solução
Você é o que você lê. Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha fome de ler, fome de livro. Que aliás tem uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não engorda. Este artigo é sobre ler. Porque para mim, as pessoas são como estantes que vão se completando à medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é por isso que eu digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa. Ler é poder. Poder construir você mesmo. Tijolo a tijolo. Ou livro a livro, para ser mais exato.
Você lê? Quanto? O quê? Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações, frases de banheiro público, poesia, placa de estrada, jornal. Leio Capricho. Leio até errata. E claro que ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui com livros. Mas pode ser enriquecida com as vidas que estão neles. Também não estou dizendo que você tem que virar um intelectual. Nada a ver. Intelectual é um teórico que tem medo de se colocar em prática. E eu estou falando de praticar o lido para ficar melhor. Em tudo. Na vida, na profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Às vezes, a gente não lê tanto quanto deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse é o seu caso, peça dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar a alguém de um lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li o Sítio do Pica Pau Amarelo. Que imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Outro livro que me marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu talvez a época mais energética da era moderna: a Revolução Soviética. Ele fazia dos cartazes de propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão intensamente quanto a poesia que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia que publicava livros para se libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a capacidade de escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de ‘heterônimos’ (o contrário de homônimos). “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”. Isto é Fernando Pessoa. Caetano já cantou a pessoa de Pessoa em sua música.
Outra descoberta: ler é o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namorada nos separamos. Foi o momento mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas bóias foram dois livros, um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Alegria e Triunfo. Estou sempre comprando livros e adoro os de frases. São frases de pessoas conhecidas, artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas: “Se a sua vida é livre de erros, você não está correndo riscos suficientes”, “Amigo é um presente que você dá a você mesmo”, “Se você está querendo uma grande oportunidade, procure um grande problema”, “A melhor maneira de vencer uma tentação é ceder a ela”.
Existe Drummond, João Cabral de Mello Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul Valéry, Thomas Mann, Sartre, Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto, ensaio, poesia, humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é por isso que para mim, o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque “se o livro é o alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma fome que mata a possibilidade das pessoas serem tudo que podem. Ler às vezes enche o saco. Às vezes dá sono. Às vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa preguiça dos olhos. O seu cérebro vai agradecer. Afinal, as respostas estão todas ali. Você só precisa achar as perguntas.

Alexandre Gama - Publicitário e sócio da Almap/BBDO. Folha de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7.
Questão 04 (Descritor: realizar inferências e intertextualidade em relação ao conteúdo e à intencionalidade a partir dos indicadores do texto.)
Assunto: O texto como interlocução.
Pode-se AFIRMAR que o Texto 1 e o Texto 2 buscam realizar, perante o leitor, objetivos

a)     opostos: ler é muito mais importante que viver intensamente, e vice-versa.
b)    diferentes: ler é importante e substitui viver, Texto 1; ler é importante e não substitui viver, Texto 2.
c)     complementares: ler é importante e todos devem ter acesso à leitura.
d)    semelhantes: a leitura é essencial à vida de todas as pessoas.



TEXTO 3 – Texto Jornalístico – Entrevista
INTERNET
DEDO-DURO VIRTUAL
Um hacker descobriu quem edita o quê na Wikipédia e trouxe à luz táticas ardilosas de empresas e órgãos governamentais.
Virgil Grifflth, 24 anos, realizou o sonho de todo hacker: irritar de uma só vez governos, ONGs, corporações e autoridades religiosas. Nem precisou fazer nada ilegal. Bastou criar o WikiScanner, site (wikiscanner.virgil.gr) no qual você descobre quem mexe em quais artigos da Wikipédia, enciclopédia virtual escrita por usuários. Melhor: descobre onde elas trabalham. Reorganizando dados de domínio público, o programinha revelou conexões, no mínimo, curiosas. Gente com acesso à rede da Apple colocou comentários negativos nos verbetes sobre a Microsoft, que aparentemente deu o troco. Alguém do Vaticano suavizou críticas ao IRA, burocratas turcos varreram o genocídio armênio da História e uma igreja de Oklahoma (EUA) desacreditou a Teoria da Evolução. “Não dá para cravar que as mudanças foram feitas por gente dessas organizações. Mas a chance é grande”, diz
Griffith. O estudante da CalTech falou com GALILEU enquanto estava na Inglaterra, visitando a Universidade de Cambridge.
EMILIANO URBIM

GALILEU: Como você bolou o WikiScanner?

VIRGIL GRIFFITH: Alguns deputados americanos editaram suas páginas na Wikipédia e foram pegos porque usaram seus PCs do Congresso. Pensei que poderia repetir isso em larga escala com um programa que cruzasse as “editadas” da Wikipédia com números de IP (endereço de internet), descobrindo sua origem.

GALILEU: Você esperava esse sucesso?

GRIFFITH: Eu esperava esse número de desastres de relações públicas, porque as empresas são assim, e o WikiScanner estimula o espírito investigativo de todos. Costumo comparar o que está acontecendo a um show de fogos de artifício no qual cada um traz seus rojões.

GALILEU: As alterações detectadas pelo WikiScanner foram feitas a partir das redes das empresas, mas não sabemos por quem. Qual o seu chute?

GRIFFITH: Acho que se a “editada” ocorreu durante o expediente, é razoável supor que foi um funcionário daquela empresa.

GALILEU: Você acha que as modificações vão continuar?

GRIFFITH: Sim, mas as pessoas por trás delas provavelmente vão ter mais cuidado. Mesmo assim, existem várias técnicas para desmascará-las.

GALILEU: Vai haver uma versão que procure páginas em português?

GRIFFITH: Criei versões em inglês, alemão e japonês. Agora, o código está aberto para hackers brasileiros.



QUESTÃO 05 (Descritor: identificar os elementos estruturais do texto.)

Assunto: Entrevista

A entrevista é um tipo de texto jornalístico com características próprias. Analise as alternativas abaixo e marque a INCORRETA em relação à estrutura do texto.

a)      Há subtítulo nessa entrevista.
b)     Virgil Grifflth “ é o nome do entrevistado.
c)     “DEDO-DURO VIRTUAL” é o título.
d)     “GALILEU” é o nome do entrevistador.


QUESTÃO 06 (Descritor: comparar a linguagem verbal empregada nos textos mistos com a norma culta.)

Assunto: Entrevista: perfil dos interlocutores.

A entrevista, apesar de estar em um veículo de comunicação que exige o uso da norma culta, pode apresentar, como um dos seus recursos lingüísticos, uma linguagem mais descontraída. Todas as opções abaixo são exemplos dessa estratégia, EXCETO

a)     Não dá para cravar que as mudanças foram feitas por gente dessas organizações.”
b)    Gente com acesso à rede da Apple colocou comentários negativos nos verbetes sobre a Microsoft (...)”
c)     Vai haver uma versão que procure páginas em português?”
d)    “(...) existem várias técnicas para desmascará-las.”


QUESTÃO 07 (Descritor: avaliar a legitimidade das informações veiculadas na Internet.)
Assunto: O texto escolar e o conceito de certo e errado: provas, testes, questões de múltipla escolha e questões discursivas.
Sobre o texto 3, é CORRETO afirmar que
a)     o WikiScanner é um programa criado por Virgil Griffit e tem como objetivo cruzar informações veiculadas nos artigos da Wikipédia, demonstrando que algumas informações podem não ser verdadeiras.
b)    a entrevista com o hacker Virgil Griffit atesta que todas as informações veiculadas na Internet são legítimas e verdadeiras.
c)     a revista Galileu demonstra ao seu público leitor, através da entrevista com Virgil Griffit, que a Internet pode veicular informações manipuladas, por isso, não é um meio confiável.
d)    o programa criado pelo hacker Virgil Griffit tem como objetivo demonstrar que muitas informações veiculadas nos sites de busca podem não ser totalmente verdadeiras.

TEXTO 4 – Poema

Exagerado

Cazuza                                                                                  
Caixa de texto: Se você não me amar
Que por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado a teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Que por você eu largo tudo
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca maisAmor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados
Na maternidade
Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas
Exagerado
Jogado a teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome


QUESTÃO 08 (Descritor: interpretar texto poético mantendo em foco o estudo da coesão textual.)

Pode-se afirmar que a declaração de amor expressa no Texto 4 é feita por uma voz masculina. Todas as alternativas comprovam a afirmação, EXCETO

a)     O adjetivo usado no título está no masculino e se refere ao eu - lírico do poema.
b)    A declaração feita de joelhos e o roubo de rosas são atitudes culturalmente masculinas.
c)     O fato de se culpar por suas mentiras e “mancadas”, pois mentir é uma atitude típica masculina.
d)    A frase “Eu sou mesmo exagerado” comprova que o eu - lírico do texto é uma voz masculina.


QUESTÃO 09 (Descritor: interpretar texto poético mantendo em foco o estudo da coesão textual.)

Assunto: Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.
O eu - lírico do texto 4 afirma que é exagerado. Todos os trechos abaixo comprovam essa afirmativa, EXCETO

a)     “Jogado a teus pés (...)”
b)    “Eu nunca mais vou respirar (...)”
c)     “Eu posso até morrer de fome (...)”
d)    “Até nas coisas mais banais (...)”



Questão 10 (Descritor: reconhecer os elementos estéticos formais com os quais se estruturam os textos poéticos.)

Assunto: Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.

Todas as alternativas abaixo são interpretações corretas à respeito do texto 4, EXCETO

a)     Uma paixão cruel e desenfreada domina o eu - lírico do poema.
b)    O eu - lírico, apesar de se declarar apaixonado, considera seu amor passageiro.
c)     O numeral mil é utilizado como reforço do exagero do amor declarado.
d)    O eu - lírico se refere à pessoa amada através de um vocativo.
 
TEXTO 5 – Narrativo – Novela de Cavalaria
Dom Quixote de la Mancha é uma obra literária escrita no século XVII, pelo espanhol Miguel de Cervantes. A obra foi escrita intertextualmente, a partir das novelas de cavalaria medievais, na tentativa de ridicularizá-las, pois se tornaram gênero ultrapassado para os novos padrões de cultura vigentes.  Ironicamente, Dom Quixote tornou-se o cavaleiro andante mais importante da história da literatura. E o símbolo do sonhador. Verdadeira paródia dos cavaleiros andantes da Idade Média, ele é magro, feio, frágil. Tinha, ao invés de um cavalo garboso, um pangaré, seu Rocinante; ao contrário de um escudeiro corajoso e ágil, o covarde e gordo Sancho Pança; como amada, ao contrário de uma princesa que nutrisse por ele uma grande paixão, uma gorda lavadeira, a quem ele transformou no seu mundo imaginário em uma dama pela qual lutaria e à qual deu o nome de Dulcinéia de Toboso. É chamado “o cavaleiro da triste figura”, imagem terna e cômica do idealismo.

Dom Quixote e Dulcinéia
Posto a seu cavalo nome tanto a contento, quis também arranjar outro para si; nisso gastou mais oito dias; e ao cabo disparou em chamar-se Dom Quixote; do que, segundo fica dito, tomaram ocasião alguns autores desta verdadeira história para assentarem que se devia chamar Quijada, e não Quesada, como outros quiseram dizer. Recordando-se, porém, de que o valoroso Amadis de Gaula, não contente em chamar-se Amadis sem mais nada acrescentou o nome com o do seu reino e pátria, para a tornar famosa e se nomeou Amadis de Gaula, assim quis também ele, como bom cavaleiro, acrescentar ao seu nome o de sua terra, e chamar-se “Dom Quixote de la Mancha”, com que, o seu parecer, declarava muito ao vivo sua linhagem e pátria, a quem dava honra com tomar dela o sobrenome. Assim, limpas as suas armas, feita do morrião celada, posto nome ao rocim, e confirmando-se a si próprio, julgou-se inteirado de que nada mais lhe faltava, senão buscar uma dama de quem se enamorar; que andante cavaleiro sem amores era árvore sem folhas nem frutos, e corpo sem alma. Dizia ele entre si: “Demos que, por mal dos meus pecados, ou por minha boa sorte, me encontro por aí com algum gigante como de ordinário acontece aos cavaleiros andantes, e o derribo de um encontro, ou o parto em dois, ou finalmente o venço e rendo; não será bem ter a quem mandá-la apresentar, para que ele entre, e se lance de joelhos aos pés da minha preciosa senhora e lhe diga com voz humilde rendida: “Eu, senhora, sou o gigante Caraculiambro, senhor da ilha Malindrânia, a quem venceu em singular batalha o jamais dignamente louvado cavaleiro Dom Quixote de la Mancha, o qual me ordenou me apresentasse perante Vossa Mercê, para que a vossa grandeza disponha de mim como for servida”?” Como se alegrou o nosso bom cavaleiro de ter engenhado este discurso, e principalmente quando atinou com quem pudesse chamar a sua dama! Foi o caso, conforme se crê, que, num lugar perto do seu, havia certa moça lavradora de muito bom parecer, de quem ele em tempos andara enamorado, ainda que, segundo se entende, ela nunca o soube, nem de tal desconfiou. Chamava-se Aldonça Lourenço; a esta é a que lhe pareceu bem dar o título de senhora dos seus pensamentos; e, buscando-lhe nome que não desdissesse muito do que ela tinha, e ao mesmo tempo desse seus ares de princesa e grã-senhora, veio a chamá-la “Dulcinéia de Toboso”, por ser El Toboso a aldeia de sua naturalidade, nome este, em seu entender, musical, peregrino, e significativo, como todos os mais que a si e às suas coisas já havia posto.”
Miguel de Cervantes

QUESTÃO 11 (Descritor: comparar linguagem verbal empregada nos textos e sua intencionalidade.)
Assunto: Estratégias de leitura de textos diversos como gráficos, tabelas, formulários, panfletos e manuais.
A linguagem usada por Miguel de Cervantes em Dom Quixote de Ia Mancha é excessivamente formal. Há um motivo para isso: as novelas de cavalaria contam grandes feitos de cavaleiros; por isso, nelas, ocorre o uso de formas que contribuem para tal grandiosidade, dentre elas a formalidade, a construção de frases mais complexas, o vocabulário suntuoso.

Dentre os recursos apresentados abaixo, todos comprovam a formalidade da linguagem do texto, EXCETO

a)     o uso do pronome de tratamento Vossa Mercê para se referir à amada Dulcinéia.
b)    o emprego da expressão vossa grandeza, para justificar sua subserviência à Dulcinéia.
c)     a utilização da 2ª pessoa (“tu”) nos imperativos “venço” e “rendo”.
d)    a escolha do pronome relativo “quem” em vez de “que” na passagem  a quem venceu em singular”.

QUESTÃO 12 (Descritor: identificar nos textos narrativos os mecanismos estratégicos para o seu entendimento.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa. Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Segundo o texto, era necessário, para se tornar um cavaleiro andante nos moldes medievais, EXCETO
a)     fazer a mulher amada ser sua serva.
b)    ter um cavalo com nome adequado.
c)     buscar uma dama para ter alguém por quem lutar.
d)    dar a si um nome acrescido de seu reino e pátria.
 
TEXTO 6 – Poema
No longo poema “Dom Quixote”, publicado em “As impurezas do branco” (1973), Carlos Drummond de Andrade recontou em versos belíssimos a história de Dom Quixote. Leia o trecho em que ele se refere a Dulcinéia de Toboso:

Exdruxularias de um amor penitente


Neste só, nestas brenhas
aonde não chega a música
da voz de Dulcinéia
que por mim não suspira,
e mal sabe que existo,
vou fazer penitência
       de amor
Vou carpir minhas penas,
vou comover as rochas
Vou lavá-las de lágrimas,
vou rompê-las a grito,
ensandecer as águias,
cativar hipogrifos
e acarinhar serpentes,

arrancar minhas vestes
de ferro e de grandeza
a sacar os calções
e de gâmbias de fora,
documento do sexo
cinicamente à amostra
para que aves e plantas
desfrutem o espetáculo,
farei micagens mil,
plantarei bananeira
darei cambalhotas,
saltos mortais, vitais
de amor
           de amor
                      de amor.



QUESTÃO 13 (Descritor: realizar inferências e intertextualidade em relação ao conteúdo e à intencionalidade a partir dos indicadores do texto.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa. Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Sobre o Texto 6, todas as alternativas estão corretas, EXCETO
a)     Os sete primeiros versos demonstram o estado de espírito de Dom Quixote: está só e apaixonado.
b)    Para o poeta Drummond, Dom Quixote representa dignamente um cavaleiro andante medieval.
c)     As expressões “neste só” e “vou fazer penitência de amor” comprovam a solidão e a paixão do cavaleiro.
d)    O poeta Drummond parodia o cavaleiro medieval andante, para isso se utiliza de ironia .
 
TEXTO 7 – Tirinha
Leia a tirinha de Mafalda.

QUESTÃO 14 (Descritor: identificar o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em charges, tirinhas, outdoors, textos de publicidade, etc.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
Sobre o Texto 7, todas as alternativas estão corretas, EXCETO
a)     Nos dois primeiros quadrinhos, a onomatopéia foi um recurso utilizado para representar duas ações na tirinha.
b)    As aspas no terceiro quadrinho foram utilizadas para indicar a introdução da fala de um novo personagem.
c)     No último quadrinho, a representação gráfica do balão indica a transcrição do pensamento da personagem Mafalda.
d)    O humor e a ironia da tirinha só podem ser entendidos quando o leitor relaciona a linguagem não-verbal à linguagem verbal.

QUESTÃO 15 (Descritor: reconhecer indícios de humor e ironia.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
Pode-se afirmar que o tema central do texto é uma ironia

a)     à atitude arbitrária dos pais.
b)    ao apelo sexual dos programas televisionados.
c)     à educação, que aborda a violência como tema normal.
d)    ao mau gosto da mãe de Mafalda.


TEXTO 8 – Charge


Diário da Tarde.


QUESTÃO 16 (Descritor: fazer previsões e inferências acerca do significado de palavras e/ou expressões presentes na charge.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
Para guardar ódio e rancor”, no contexto em que foi usada, é uma referência

a)     à luta pela sobrevivência no mundo socialmente desigual.
b)    aos valores culturais pertencentes às classes economicamente desfavorecidas.
c)     à função primordial do principal órgão do sistema circulatório.
d)    aos principais sentimentos que a desigualdade pode gerar.


QUESTÃO 17 (Descritor: identificar o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em charges, tirinhas, outdoors, textos de publicidade, etc.)

Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
Todos os elementos abaixo permitem relacionar o texto e o tema à realidade dos menores abandonados, EXCETO

a)     a tarja que cobre os olhos.
b)    o título da charge.
c)     os pés descalços.
d)    a menção à polícia.


QUESTÃO 18 (Descritor: identificar o valor argumentativo do emprego de recursos não-verbais em charges, tirinhas, outdoors, textos de publicidade, etc.)
Assunto: Conhecimentos prévios e intertextualidade na produção de sentido de charges e tirinhas.
A charge tem como objetivo, EXCETO
a)     criticar a postura discriminadora diante da dura realidade dos menores abandonados.
b)    provocar a reflexão de qualquer leitor que conviva na sociedade da qual faz parte o personagem caricaturado.
c)     provocar inquietação no leitor diante da realidade dos menores abandonados.
d)    mostrar como é frágil a anatomia das crianças, principalmente das carentes.

TEXTO 9 – Texto Jornalístico

De olhos bem abertos

NOVA FONTE DE LUZ PROMETE MELHORAR PRODUTIVIDADE, COMBATER O SONO E DEIXAR AS PESSOAS MAIS ALERTAS

Sabe aqueles dias em que você não dormiu nada na noite anterior e tem de se esforçar o dia inteiro para dar conta de suas atividades sem cochilar pelos cantos? Uma nova tecnologia de lâmpadas, lançada pela empresa Osram, pode ser a sua salvação ou, pelo menos, uma ajuda para que você fique de olhos abertos. Batizada de Skywhite, a lâmpada é baseada na emissão em larga escala de luz azul. Graças a isso, segundo o fabricante, o equipamento é capaz de estimular a produtividade das pessoas, melhorando o estado de alerta e, em conseqüência, reduzindo o número de erros e acidentes. Segundo José Cipoila Neto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, essas informações fazem sentido, já que estudos mostram que radiações na cor azul com comprimento de onda de 410 até 460 nanômetros (caso da nova lâmpada) atuam diretamente na redução da produção da melatonina, o hormônio do sono. Isso acontece pelo estímulo de um receptor no olho. Portanto, a exposição a esse tipo de radiação deixaria as pessoas mais acordadas, melhorando o desempenho físico e mental e reduzindo a fadiga e a distração.
Esse tipo de lâmpada emite uma luz de tonalidade parecida com o céu em um dia de sol. Além de refrescar o ambiente em climas quentes, a radiação azul é capaz de influenciar o relógio biológico, funcionando como estimulante. Ela tem aplicação recomendada em lugares que exijam grande nível de atenção, como fábricas, hospitais, bibliotecas e — por que não? — redações de jornais e revistas. Algumas pesquisas médicas recentes sugerem o uso de luz branca azulada em recintos onde se encontram pacientes em tratamento, já que esse tipo de radiação pode ajudar na redução da ansiedade, retenção da memória e melhorias no ciclo do sono.

GALILEU, 08 de 2007. TECNOLOGIA, pg. 12

QUESTÃO 19 (Descritor: identificar a tese de um texto.)
Assunto: Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.
O texto “De olhos bem abertos” PRETENDE, principalmente
a)     mostrar ao leitor os cuidados que se deve ter quando não se tem uma boa noite de sono.
b)    demonstrar como a radiação azul é capaz de influenciar negativamente a vida do homem .
c)     informar que há no mercado uma luz que promete estimular a produtividade das pessoas.
d)    explicar o porquê do aumento dos números de acidentes depois de noites mal dormidas.

Questão 20 (Descritor: identificar intencionalidade e interlocutores.)
Assunto: O texto como interlocução; elementos da interação comunicativa. Adequação lingüística aos interlocutores, contexto, finalidade e suporte.
Cada texto escrito é pensado para um público. Claro que uma mesma pessoa poderá se identificar com vários deles. O que normalmente define o público leitor de um texto é o tema, o assunto. Porém, a linguagem também delimita esse grupo de pessoas.  Qual das opções abaixo NÃO representaria público alvo para esse texto?
a)     Pais preocupados com a saúde de seus filhos adolescentes e com a sua própria saúde.
b)    Empregadores preocupados com o bem-estar dos funcionários.
c)     Idosos interessados na saúde e em qualidade de vida.
d)    Atletas que não conseguem dormir bem durante a noite.
 

II - QUESTÕES ABERTAS
TEXTO 10 – Poema
PALAVRAS DE AMOR

Amor é um fogo que arde sem se ver;
E ferida que dói e não se sente;
E um contentamento descontente;
E dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
E um andar solitário por entre a gente;
E nunca contentar-se de contente;
E um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
E servir a quem vence, o vencedor;
E ter com quem nos mata lealdade;

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luis de Camões.



QUESTÃO 21 (Descritor: reconhecer os elementos estéticos formais com os quais se estruturam os textos poéticos.)

Assunto: Textos literários: elementos da narrativa: recursos coesivos marcadores de tempo. Jogos de palavras. Humor e ironia. Estruturação dos textos poéticos.

Após a leitura do soneto, elabore um parágrafo sintetizando a visão de amor que se depreende dele. Confirme sua tese com passagens do texto que a evidenciem.

QUESTÃO 22 (Descritor: reconhecer o valor semântico dos elementos coesivos, principalmente as conjunções.)

Assunto: Coesão textual: conjunções, concordância e regência. Mecanismos coesivos da enumeração.

Embora as idéias apresentadas mostrem o caráter contraditório do amor, Camões não utilizou a conjunção “mas, indicadora de oposição, no verso “É ferida que dói e não se sente.” Usou a conjunção aditiva “e. A diferença de significado no uso da conjunção “e” provoca uma sutileza de estilo, ou seja, um detalhe importante, difícil de ser interpretado e que dá um significado especial ao texto. Que significado é esse?




TEXTO 11 – Texto Informativo

As primeiras pinturas
Wendy Beckett

Nossos ancestrais paleolíticos, que viveram entre 30000 e 8000 a.C., eram pequenos, peludos e iletrados, e nem mesmo a arqueologia consegue afirmar muito a respeito deles. Mas uma coisa é luminosamente certa: esses habitantes das cavernas da Idade da Pedra eram artistas, e não apenas no sentido de serem capazes de descrever em termos visuais os bichos com que tinham contato no dia-a-dia: uma arte assim talvez não fosse mais que ilustração, e a pintura das cavernas é muito mais que isso. É arte em grande estilo, arte grandiosa, evidenciada em obras de uma argúcia e uma pujança que nunca foram superadas.
As pinturas das paredes das cavernas de Altamira foram as primeiras a serem descobertas nos tempos modernos. As cavernas ficam próximas a Santander, no norte da Espanha. A descoberta, ocorrida em 1879, tinha tantas e tamanhas implicações para a arqueologia que, de início, foi dada como fraude.
Esse grande bisão (foto ao lado) foi pintado no teto de um longo e estreito corredor que sai de uma caverna subterrânea em Altamira. O bisão não está sozinho. Toda uma manada surge majestosamente no teto, e nela os bichos se imbricam — cavalos, javalis, mamutes e outras criaturas, as caças desejadas pelo homem da Idade da Pedra. A despeito da confusão, afirma-se ali uma poderosa presença animal. [...]

Bisão da caverna de Altamira, c. 1500 – 1200 a.C.,
195 cm (apenas o comprimento do bisão)


O significado das pinturas das cavernas

Acredita-se que essas pinturas tivessem profunda importância para a sociedade pré-histórica, O bisão, com o tórax maciço, o denso quarto traseiro e as patas curtas e finas, parece quase palpitar com a própria pujança. Ele brande um agressivo par de chifres. O bicho terá sido uma figura sagrada, necessária a algum ritual? Talvez nunca saibamos o verdadeiro significado das pinturas nas cavernas, mas elas quase certamente desempenhavam uma função mágica, até mesmo ritualística. O quanto disso correspondia à arte pela arte (coisa que não podemos descartar por completo) continuará a ser mistério. O extraordinário naturalismo e a exatidão anatômica com que foram retratados os animais dessas pinturas estavam, acredita-se, ligados ao propósito que elas cumpriam. Os artistas eram também caçadores, e suas vidas dependiam dos bichos cujas imagens pintavam nas cavernas. Será possível que esses artistas-caçadores achassem que, descrevendo acuradamente a pujança e a velocidade dos animais, adquiririam poder mágico?
Com ele, poderiam ser capazes de controlar-lhes o espírito e subtrair-lhes a força antes da caçada. Muitas das pinturas mostram os animais feridos ou flechados, e em alguns casos há até indícios de ataque físico contra a imagem pintada.

O naturalismo com o qual os bichos eram desenhados e pintados não se aplicava aos retratos de humanos — talvez por aquela mesma razão. Raramente se representam pessoas, mas, quando isso acontece, trata-se da forma humana mais tosca e básica ou, com maior freqüência, de formas simbólicas, como podemos ver na imagem do homem prostrado nessa surpreendente pintura (foto ao lado), realizada entre 15000 e 10000 a.C. Encontra-se no mais celebrado de todos os sítios arqueológicos que contêm esse tipo de pintura: as cavernas de Lascaux, na Dordonha (França). O homem, que se assemelha a um graveto, jaz diante de um bisão eriçado e estripado. Abaixo do homem, há uma figura que parece ser uma ave ou, possivelmente, um totem ou estandarte que traz a figura de uma ave. É uma pintura de espantoso poder; somos forçados a reconhecer que desconhecemos seu significado, mas essa ignorância não afeta nossa reação — pelo contrário, só a intensifica. Nisso, a arte pré-histórica já é representativa de todas as expressões artísticas posteriores.

 (História da pintura. São Paulo, Ática, 1997.)


QUESTÃO 23 (Descritor: identificar tese de um texto e os argumentos utilizados para sustentá-la.)

Assunto: Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.

Logo no primeiro parágrafo, a autora defende a idéia de que as primeiras pinturas são verdadeiras obras de arte. De que maneira a autora tenta fundamentar tal idéia nos parágrafos seguintes. Escreva um pequeno parágrafo justificando sua resposta.


QUESTÃO 24 (Descritor: identificar, em textos dissertativos, a intencionalidade e os interlocutores.)

Assunto: Estrutura semântico-formal dos textos dissertativos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tese e argumentação.

Leia a referência bibliográfica no final do Texto 11. Essa referência ajuda a determinar a que público o texto se destina? Qual seria esse público? Há outros recursos que ajudam a determinar o público alvo?


TEXTO 12 – Texto Informativo

Pichações: a nova versão

Jovens de São Paulo usam pichações para estampar camiseta e deixam muros em paz.

Um ato de vandalismo está se transformando em ganha-pão. Jovens de São Paulo descobriram que as técnicas da pichação podem ser usadas para coisas mais úteis que sujar muros.
É o caso de Hamilton Ronqui, 24, Miquéias Gomes, 22, e Marcelo Batista, 23, ex-pichadores. Há dois anos, começaram a usar o spray em camisetas. Montaram uma grife, que tem o nome da turma: “Doido é doido”.
Da época de pichação ficou também a inspiração, usada agora para criar as estampas.
Como pichador, cada um usava o tubo de tinta spray cerca de 20 vezes por noite e ganhava fama entre os “manos”. Hoje, Hamilton, Miquéias e Marcelo vendem mil peças de roupas por mês e recebem aproximadamente R$ 7.000.
Só que a fama de pichador, tão difícil de ser removida quanto uma pichação de muro, às vezes atrapalha o negócio. “Já cheguei a dizer que nunca pichei, só roubei dos pichadores o nome da marca”, diz Hamilton.
Os irmãos Jeferson, 19, e Anderson Ventura, 21, também pararam de pichar, mas continuam usando rolinhos de tinta e sprays para trabalhar. Eles fazem grafites (pinturas artísticas em muros ou painéis) por R$ 200.
Para Jeferson, foi uma verdadeira conversão. “Descobri que pichar não me levava a nada. Eu não tinha hora nem para comer, era como um viciado em drogas. Se não saísse para pichar, nem conseguia dormir direito.”
Nilton Fábio Mota, 19, outro “convertido”, diz que passou a ser respeitado quando mudou de ramo. “Antes, sempre tinha problema com os policiais. Agora, falo que sou grafiteiro, mostro meus desenhos e eles me deixam em paz.”


QUESTÃO 25 (Descritor: distinguir os grafites das pichações.)

Assunto: Inferências, antecipações e produção de sentido.

O texto 12 apresenta uma diferença crucial entre pichador e grafiteiro. Escreva um pequeno parágrafo justificando o que distingue um pichador de um grafiteiro.

QUESTÃO 26 (Descritor: distinguir os grafites das pichações.)

Assunto: Inferências, antecipações e produção de sentido.

Segundo o texto 12, há algo de comum entre um pichador e um grafiteiro? Justifique sua resposta.


QUESTÃO 27 (Descritor: comparar grafites e pichações com pinturas rupestres.)

Assunto: Inferências, antecipações e produção de sentido.

Observe que o Texto 12 trata o grafite como uma arte e a pichação como vandalismo. Levando em consideração a afirmação da autora do Texto 11 sobre a pintura rupestre ser também uma arte, escreva um pequeno parágrafo fazendo um paralelo entre a arte rupestre e o grafite.


TEXTO 13 – Crônica

Guia básico para o turista ocasional

Agora, sim, posso dizer que sou um escritor internacional. Estou escrevendo estas mal traçadas linhas aqui de Los Angeles, onde fico baseado durante a Copa do Mundo de futebol. Vocês continuam a me suportar semanalmente graças ao milagre do fax. Aliás, não sei como é que a gente vivia antes do fax. A primeira versão do fax era o “moleque de recados”, um menino que levava bilhetes do seu patrão, correndo pela cidade toda. Mas estou falando, falando, aliás, escrevendo, escrevendo, e não entro no assunto. Vou entrar: é impressionante o número de brasileiros que vieram aos Estados Unidos para assistir à Copa. Muitos, que viajam pela primeira vez, não conhecem o país nem a língua e vão precisar de um pequeno guia turístico simplificado, com algumas informações fáceis para conseguir se virar sem dar muito vexame.
Este guia também poderá ser chamado de “pequeno manual de sobrevivência para turistas de primeira viagem”. Se você vem, mas ainda não veio, traga. Se você tem algum parente que já veio, mas não sabe a que veio e está meio perdido, recorte a página e mande para ele pelo fax.

Manual de sobrevivência para turistas de primeira viagem
No aeroporto: Ao chegar à cidade do seu destino, você deve utilizar um meio de transporte para ir até o hotel. Existem vários meios de transporte que podem se adequar à verba que você estipulou: a limusine com motorista, o carro alugado (não aconselhável para quem não conhece a língua, nunca esteve na cidade ou não possui carteira de motorista), o táxi, o ônibus, ou, se o seu orçamento for realmente apertado, o pé. Para sua tranqüilidade, é melhor você economizar em outras áreas e tomar um táxi.

Como chamar um táxi no aeroporto: Operação muito simples. Você se dirige para uma placa em que está escrito TAXI, assim mesmo, sem acento, levanta o braço e diz: “Táxi!” Não se preocupe com o sotaque, o que interessa é a inflexão de autoridade. Passe para o motorista o nome de seu hotel e, se ele lhe dirigir a palavra ou lhe perguntar alguma coisa, finja que não ouviu.

Como comer: Lá, como aqui, as pessoas comem da mesma maneira: quando estão com fome. Você só deve decorar alguns nomes de comida para saber o que está pedindo. Os nomes básicos são fáceis de decorar:
Bife é “esteiqui”.
Batata é “poteitu”
Peixe é “fichi”
Pão é “bredi”
E
Água é “uáter”.
Se você pedir um sanduíche, o moço sempre vai lhe fazer uma pergunta enorme e bem rápida para saber que tipo de pão você prefere. Ignore. Dê de ombros e sorria. Torça para vir um pão que você goste. É emocionante.
Finalmente, caso você se perca, se meta numa briga de bar, pegue uma condução errada, há uma frase fundamental que você deve memorizar diariamente antes de sair do hotel e que será extremamente útil nessas ocasiões: “Uér Is de Brasilian Consuleite? Pliz? Teiquimi Tu de Brasilian Consuleite, Pliz! Náu! Náu!”

Jô Soares, VEJA, 29 de junho/1994


QUESTÃO 28 (Descritor: identificar diferentes textos documentais (requerimentos, abaixo-assinados, declarações, recibos, memorandos, regulamentos etc) indicando a situação comunicativa, a finalidade e os recursos de linguagem empregados.)

Assunto: Textos documentais: estrutura, finalidades, recursos de linguagem, ponto de vista do locutor, circuito comunicativo.

O texto 13 pode ser considerado um texto instrucional? JUSTIFIQUE sua resposta.


QUESTÃO 29 (Descritor: identificar, em textos narrativos (crônicas, contos, relatos), os mecanismos utilizados para manter o interesse do leitor.)

Assunto: Textos literários: humor e ironia.

De acordo com o narrador do texto 13, que tipo de problemas um guia básico ajuda o turista de primeira viagem a resolver? O texto 13 cumpre essa função?


TEXTO 14 – Texto Documental

Dos 85 artigos que compõem o estatuto, selecionamos alguns referentes à saúde mental e aos direitos da criança e do adolescente.
Art. 3 — A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (.), assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual, social, condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4 — É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e a comunitária.

Parágrafo Único - A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência do atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 7 — A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 13 — Os casos de suspeita ou confirmação  de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Art. 14 — O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo Único — E obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

Texto extraído de: BERTOLDI, O. G., VASCONCELLOS, J.R. de Ciência & Sociedade 8. São Paulo: Scipione, 2000. P389.



QUESTÃO 30 (Descritor: identificar, em textos narrativos (crônicas, contos, relatos), os mecanismos utilizados para manter o interesse do leitor.)

Assunto: Textos documentais: estrutura.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, desde 1990, é uma lei promulgada. A lei serve para regular o comportamento social indicando direito e deveres dos indivíduos. Analise o texto do Estatuto da criança e do Adolescente e determine as características de um texto em forma de lei. Escreva um pequeno parágrafo com essas características, e não se esqueça de comentar sobre a linguagem utilizada.


TEXTO 15 – Texto Publicitário


Campanha contra incêndio criminoso, promovida pela Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro.


QUESTÃO 31 (Descritor: reconhecer, em textos diversos, o emprego de hipônimos e hiperônimos como elementos semânticos genéricos.)

Assunto: As classes de palavras e a estruturação sintática dos enunciados. Campos semânticos. Hipônimos e hiperônimos. Função coesiva dos cognatos.

O texto do folheto faz um jogo semântico entre duas palavras homônimas — mata e mata—, ou seja, palavras que apresentam identidade de sons ou de forma, mas que possuem diferentes significados.

a) Qual é o significado dessas palavras de acordo com o contexto?
b) Quem pode, de acordo com o texto, provocar a morte da mata?


QUESTÃO 32 (Descritor: identificar os diferentes tipos de informações expressos pelo verbo, considerando seu significado-ação, estado/mudança de estado, fenômeno da natureza.)

Assunto: As classes de palavras e a estruturação sintática dos enunciados.

 O folheto tem por interlocutor as pessoas que moram na mata ou próximas a ela, além de viajantes e turistas. A palavra “mata”, nesse contexto, pode pertencer a duas classes gramaticais: a de verbo e a de substantivo.

a) Considerando-a como forma verbal, em que modo estaria?
b) O que ela expressa?


TEXTO 16 – Texto Publicitário




QUESTÃO 33 (Descritor: perceber ambigüidades decorrentes do uso inadequado de pronomes.)

Assunto: Pronomes e a articulação de idéias e informações no texto.

No texto da parte superior do anúncio há uma ambigüidade intencional.

a) Identifique-a e explique-a.
b) Reescreva-a de modo a desfazer a ambigüidade.

QUESTÃO 34 (Descritor: identificar o sujeito e o predicado das orações.)

Assunto: Microestrutura textual: oração, termos essenciais da oração.

O texto escrito na placa é bastante conciso, deixando implícitos sujeitos e complementos.

a) Qual é o sujeito da forma verbal “mandou”? E da forma verbal “chegou”?
b) Como ficaria a frase da placa se explicitássemos sujeitos e complementos?

TEXTO 17 – Tirinha

Leia esta tira de Dik Browne e responda.



QUESTÃO 35 (Descritor: perceber ambigüidades decorrentes do uso inadequado de pronomes.)

Assunto: Pronomes e a articulação de idéias e informações no texto.

a) No 1º quadrinho, Eddie Sortudo não completa o predicado da oração “(...) você não pode!”. De acordo com o contexto e a intenção dele, como deveria ser completado esse predicado?
b) Observando o comportamento de Hagar no 2º quadrinho, como ele o completou?
c) Que palavra do 1º quadrinho provocou ambigüidade?


TEXTO 18 – Texto Poético

(In: Alda Beraldo. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. v. 2, p. 28.)


QUESTÃO 36 (Descritor: identificar o sujeito e o predicado das orações.)

Assunto: Microestrutura textual: oração, termos essenciais da oração.

O poema é construído com uma estrutura paralelística: apresenta pares de versos, todos iniciados e finalizados da mesma forma. Considerando que possa haver em cada par de versos um verbo implícito, cada par constituiria uma oração.

a) Identifique o sujeito de cada par de versos e indique seu núcleo.
b) A que classe gramatical pertencem as palavras que acompanham ou modificam o núcleo do sujeito?
c) Identifique o predicado de cada par de versos.



TEXTO 19 – Tirinha



QUESTÃO 37 (Descritor: perceber a função dos sinais de pontuação: marcar características da fala e segmentar os textos.)

Assunto: Emprego de sinais de pontuação e análise de seus efeitos de sentido.

a)     No 1º quadrinho, tanto na fala de Mafalda quanto na de Miguelito, que termo da oração aparece isolado por vírgula?
b)    No 2° quadrinho, o que o emprego das reticências depois da palavra “Ah” sugere?
c)     Por que foi empregada a vírgula depois da palavra “não”, no 2º quadrinho?
d)    No 3º quadrinho, a palavra “papelzinho” está entre aspas. Por quê?
e)     Justifique o emprego do ponto de exclamação na oração do 4º quadrinho.



TEXTO 20 – Tirinha

QUESTÃO 38 (Descritor: identificar os diversos tipos de frase (Interrogativas, exclamativas, afirmativas, oracionais e não-oracionais.)

Assunto: Tipos de frases.

Frase é uma palavra ou um conjunto organizado de palavras que estabelecem comunicação entre duas ou mais pessoas. A frase é marcada, na fala, pela entonação e, na escrita, pela pontuação.

GIACOMOZZI,Gilio. Estudos de Gramática. São Paulo. 2002.

De acordo com a definição de frase dada acima e a leitura da tirinha, responda.

a)     Quantas frases há na tirinha.
b)    È possível classificá-las. Por quê?
c)     A retirada da pontuação das falas do personagem Hagar causaria prejuízo semântico à tirinha?


TEXTO 21 – Texto poético

O poema

Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em branco. Mas eIe, aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já havia passado o frêmito e o mistério da vida...

 (Mário Quintana. Poesias. Porto Alegre: Globo, 1972. p. 70.)

Vocabulário:

Frêmito: 1. ruído de coisa que treme; 2. estremecimento, agitação, vibração.


QUESTÃO 39 (Descritor: estabelecer relação de sentido entre períodos independentes por meio da análise dos conectores.)

Assunto: Coesão e articulação: análise do valor semântico-discursivo de conectores.

a)     Com que intenção o poeta empregou a conjunção “mas” no início da frase “Mas ele, aquela noite, não escreveu nada”?
b)    Indique o valor semântico da preposição destacada na expressão “Para quê?”.
c)     Com que valor semântico a conjunção subordinativa se expressa na frase “Se por ali já havia passado o frêmito e o mistério da vida...”?

TEXTO 22 – Crônica

Leia este fragmento de uma crônica do escritor Walcyr Carrasco e responda.

“Eles” quem?

A culpa dos erros e demoras é sempre de um sujeito indefinido.

Certa vez, recém-contratado, abri uma conta bancária, para receber o salário. No talão de cheques, o nome errado: Walmir em vez de Walcyr. Reclamei. O gerente sorriu:
— Vou pedir para eles corrigirem. O próximo já vem certo.
Não veio. Minha secretária foi pessoalmente ao banco:
— O gerente já falou com eles, não há mais problema.
Havia, e continuou havendo por meses. A beira de um stress, telefonei:
— Diga apenas quem são eles, que eu mesmo falo.
— Não é preciso — respondeu o gerente —, eles resolvem.
Exausto, escrevi uma carta ao diretor máximo do banco. Dias depois, um grupo de gerentes aterrissou no meu local de trabalho, desculpando-se. Pediram-me para abrir nova conta.
— Não adianta falar com eles — explicou-me uma moça.
Quem serão os tais “eles”, essas figuras indefinidas sempre atrás dos problemas quando temos de enfrentar erros, mal-entendidos, demoras em qualquer empresa?
(...)
(Veja São Paulo, 30/4/97.)


QUESTÃO 40 (Descritor: perceber a indeterminação sintática e semântica do sujeito indeterminado em enunciados diversos.)

Assunto: Sujeito: núcleo, tipos de sujeito.

I. Releia o título e o subtítulo do texto.

a) A quem cabe a culpa dos problemas quando vamos reclamar deles?

b) De acordo com o texto, a quem se refere o pronome “eles”?

II. No subtítulo do texto, o autor se refere a um “sujeito indefinido”. Esse tipo de sujeito não existe entre a classificação convencional dos tipos de sujeito conhecidos na língua.

a) Na oração “eles resolvem”, como o sujeito é normalmente classificado?

b) Qual é o tipo de sujeito que semanticamente mais se aproxima do “sujeito indefinido” de que trata o narrador?

III. De que forma se poderia tornar vaga e genérica a noção de sujeito no período “Vou pedir para eles corrigirem”?

 


GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS



QUESTÃO 01
D

QUESTÃO 11
C
QUESTÃO 02
C

QUESTÃO 12
A
QUESTÃO 03
D

QUESTÃO 13
B
QUESTÃO 04
D

QUESTÃO 14
B
QUESTÃO 05
D

QUESTÃO 15
C
QUESTÃO 06
D

QUESTÃO 16
D
QUESTÃO 07
A

QUESTÃO 17
B
QUESTÃO 08
C

QUESTÃO 18
D
QUESTÃO 09
D

QUESTÃO 19
C
QUESTÃO 10
B

QUESTÃO 20
D

 


GABARITO DAS QUESTÕES DISCURSIVAS


QUESTÃO 21
Durante todo o poema o autor afirma que amar é um sentimento que provoca reações contraditórias. 
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
E ferida que dói e não se sente;
E um contentamento descontente;
E dor que desatina sem doer(...)”

QUESTÃO 22
A conjunção permite a leitura com as duas idéias simultaneamente. Tanto o amor é ferida que dói, como é também ferida que não se sente, ou seja, é uma coisa e também é outra.
A conjunção aditiva junta as duas faces do amor como se fossem faces da mesma moeda. Se o autor optasse pelo uso da conjunção mas, adversativa, os dois lados do amor seriam separados.

QUESTÃO 23
Para defender sua idéia, a autora descreve as pinturas encontradas nas cavernas de Altamira e Lascaux, ressaltando o senso de observação do artista e sugestão de força e vigor das figuras, apesar de sua simplicidade.

QUESTÃO 24
Sim. O texto se destina a um público amplo e de razoável nível cultural, interessado em obter informações sobre a história da pintura e sua importância para o homem. A linguagem formal e o nível das informações.

QUESTÃO 25
O texto apresenta o pichador como um vândalo, aquele que suja para mostrar que é mais capaz, mais audacioso. O grafiteiro usa a pichação como arte e um meio de obter dinheiro.

QUESTÃO 26
Ambos utilizam as técnicas que dominam para manifestar suas habilidades com a tinta, spray ou rolinhos.

QUESTÃO 27
O grafite é a expressão do sentimento e da arte do jovem contemporâneo. Já a pintura rupestre é a arte do homem das cavernas, mas é uma arte que também exprime sentimento, além de contar um pouco sobre nossa origem.

QUESTÃO 28
Apesar do título do texto ser “Guia básico para o turista ocasional” e de todas as estratégias lingüísticas utilizadas, linguagem e estrutura frasal, serem como a de um manual, o texto não cumpre essa função. O autor usa da estrutura de um guia para ironizar e criticar os turistas brasileiros que vão aos Estados Unidos e não conhecem nada sobre o país e sua língua.


QUESTÃO 29
O guia, segundo o narrador, destina-se a resolver problemas ligados a transporte, alimentação, local de se alojar. Não. O texto 13 não cumpre essa função, ele apenas ironiza situações que um turista de primeira viagem pode enfrentar, se utilizando também de um tom humorístico.

QUESTÃO 30
Uma lei apresenta um tema de forma compartimentada, dividida em artigos, parágrafos, etc. Sua linguagem é extramente rebuscada e formal. Tentando ao máximo não deixar margens para várias interpretações na sua leitura.

QUESTÃO 31
a)     A primeira palavra significa porção de terras que contém árvores e animais. E a segunda palavra é uma forma verbal do verbo matar, causar morte de.
b)    O fogo.

QUESTÃO 32
a)     No imperativo.
b)    Ordem ou pedido.

QUESTÃO 33
a)     A ambigüidade está na expressão a seu favor, pois seu pode se referir ao tempo ou ao consumidor.
b)    A gente corre contra o tempo e a favor dele. A gente corre contra o tempo e a favor do consumidor.

QUESTÃO 34
a)     Mandou – você. Chegou – Sedex ou a sua encomenda.
b)    Você mandou por Sedex e a sua encomenda chegou. (Sugestão)

QUESTÃO 35
a)     – chutar sua cabeça.
b)    – chutar minha cabeça.
c)     O pronome possessivo “minha”.

QUESTÃO 36
a)     O ponto de ônibus; o ponto da agulha; o ponto do serviço; o ponto da história; o ponto de ebulição; o ponto turístico; o ponto comum; o ponto final; o ponto de apoio. Núcleo: ponto.
b)    Adjetivos e locuções adjetivas.
c)     Sempre lotado; sempre enrolado; sempre atrasado; nunca lembrado; sempre suado; sempre procurado; nunca encontrado; sempre adiado; sempre quebrado.

QUESTÃO 37
a)     O vocativo Mafalda, no 1º balão; e Miguelito, no 2º balão.
b)    Que Miguelito está em dúvida, hesitante.
c)     Para isolá-la, pois ela é um advérbio e está no início da frase.
d)    Para indicar que a palavra não foi usada para indicar sentido próprio.
e)     Enfatiza a indiferença do menino em relação ao significado atribuído ao dinheiro.

QUESTÃO 38
a)     Três.
b)    Sim. A primeira é afirmativa, a segunda é interrogativa e a terceira exclamativa.
c)     Sim. Pois não faria mais sentido e perderia o humor.

QUESTÃO 39
a)     Para mudar a seqüência de assunto indicado anteriormente.
b)    Relação de finalidade.
c)     Expressa a causa de o poeta não desejar escrever mais nada naquela noite.


QUESTÃO 40
I.
a)     A “eles”
b)    Às pessoas indefinidas, que não se sabe direito quem são.
II.
a)     Sujeito simples.
b)    Sujeito indeterminado.
III. Como o verbo está na 3ª pessoa do plural, se eliminarmos o pronome “eles” o sujeito ficará indeterminado.







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