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SUGESTÕES DE MÚSICAS E PARÓDIAS PARA A ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS, DE LINGUAGEM E CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS

196- PLANETA ÁGUA  -  (Guilherme Arantes)
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão,
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara
Mãe d'Água, é misteriosa canção
Água que o sol evapora,
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva,
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes,
São lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água


197-  Música: Sobradinho (Sá e Guarabyra)

O homem chega, já disfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai sumir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a professia do beato
que dizia que o Sertão ia alagar

O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum o mar também vire sertão

Adeus remanso, casa nova, sento-sé
Adeus pilão arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai, vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
O povo vai-se embora com medo de se afogar.


198- Música: O Rio (Chitãozinho e Xororó)

O rio vai descendo a serra
Vai molhando a terra
Seca do sertão
Vai formando uma corrente
Feito uma serpente
Solta pelo chão
E a água do seu leito
É leite do peito da mãe plantação
Que vai eliminar a fome
E matar a sede de toda a nação

O rio vai criando filhos
Vai regando o milho, arroz e feijão
Vai seguindo seu caminho
Segue seu destino, sua direção
Depois que vem a colheita
O rio sempre aceita dos canaviais
O bagaço do alimento e a sobra de tudo
Que ninguém quer mais

Rio que não tem carinho
Qualquer dia desses vão te dar valor
Nasce limpo e morre sujo
Envenenam tudo, até o próprio amor
Será que eles não percebem
Que a natureza pede pra viver
Enquanto vai morrendo o rio
Nada em sua volta poderá nascer.

Atividade com as músicas Sobradinho e O rio:

Sugerimos quatro letras que abordam diferentes ecossistemas. Por meio dessas canções, o professor poderá explorar a compreensão do conceito de ecossistema, que em geral, acarreta dúvida nos alunos, bem como trabalhar com os tipos de ecossistemas (florestas, mares, rios, lagos, jardins e outros). As letras sugeridas despertam no aluno a sensibilidade para a preservação, bem como facilita a compreensão de conceitos.
1º momento:
Exposição dialogada e apresentação de imagens com figuras
que possibilite problematizar a temática e facilitar a compreensão dos conceitos de
ecossistema e seus níveis de organização.
Após a exposição e compreensão dos conceitos básicos para estudar um
ecossistema, o professor disponibilizará a música “Sobradinho”, a fim de ser ouvida
e interpretada pelos alunos. Para melhor compreensão das características do sertão
e do mar, sugerimos que o professor utilize imagens na TV pendrive.
Música I: Sobradinho
- Podemos considerar o sertão um ecossistema? Por quê?
- Quais os fatores físicos e químicos presentes no sertão e no mar?
- O que o compositor quer dizer com o trecho abaixo:
“[...] o sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
o mar também vire sertão[...]”.
É importante lembrar que as letras das músicas devem ser fornecidas para os
alunos, realizando, paralelamente, provocações, que levem o aluno ao
estabelecimento de ligações entre as músicas apresentadas e o conteúdo.
Música II: O Rio
- Por que os rios são considerados ecossistemas?
- Qual a importância dos rios para os seres vivos relatados na música?
- Comente a frase: “Enquanto vai morrendo o rio, nada em sua volta poderá nascer”.
2º momento:
Apresentar para a classe as gravações das músicas e estimular os
estudantes a aprender a cantá-las, para que fixem melhor alguns conceitos trazidos por elas para serem discutidos.
Separar a classe em pequenos grupos, a fim de envolvê-los em atividades
que despertem seus talentos, tais como: representação da música através de
desenho, pintura, encenações teatrais, bem como incentivar àqueles que tocam
algum tipo de instrumento musical para apresentar a música original e/ou outras
melodias.
3º momento:
Orientar para que cada grupo pesquise informações em livros didáticos e/ou
na internet sobre a biodiversidade encontrada nos ecossistemas do Brasil (Florestas e matas, Cerrado, Caatinga, Pampas e banhados, Pantanal e Manguezais).
Objetivos do trabalho:
- Conhecer o ecossistema e suas características;
- Identificar as plantas e animais que simbolizam este ecossistema;
- Realizar um estudo geral sobre a degradação ambiental deste ecossistema;
Encaminhamento para realização do trabalho:
I PARTE: INTRODUÇÃO
- Escrever um texto sobre a importância da biodiversidade e preservação das
espécies com base nos textos de apoio fornecidos pelo professor.
- Encerrar o texto com informações importantes sobre o bioma pesquisado.
II PARTE: DESENVOLVIMENTO
a- Relacione as espécies animais e vegetais existentes neste ecossistema e as
espécies extintas e ameaçadas de extinção.
b- Elenque as formas de degradação da biodiversidade que ocorreram e
ocorrem neste ecossistema.
c- Sugira ações para a conservação e aumento da biodiversidade neste
ecossistema.
CONSTRUÇÃO DE UM CARTAZ:
a- Selecionem imagens (gravuras, fotos, desenhos) de animais ou de vegetais
do ecossistema.
b- Faça o desenho do contorno de um dos animais ou dos vegetais
selecionados.
c- Preencha o desenho com as imagens selecionadas, formando um mosaico.
d- Pesquisem quais desses animais ou plantas já foram extintos ou correm o
risco de serem extintos e destaque sua imagem no mosaico.
Formato do cartaz: Deve ser feito em uma cartolina.
III PARTE: CONCLUSÃO
Escrever um pequeno texto expressando os conhecimentos adquiridos por
você no decorrer da pesquisa.
4º momento:
Desafiar os grupos a sintetizar os conhecimentos elaborados por meio da
composição de uma paródia referente ao ecossistema que pesquisou para posterior
apresentação em sala.


199- Cadeia Alimentar -   SuperQuase
Rafael Castro de Oliveira da Silva.

O leão capturado
Se aposenta ao picadeiro.
Tubarão mal-encarado
Morto pelo marinheiro.

E a baleia tão pacata
Vira um creme facial.
Todo dia tem barata
Esmagada num quintal.

Nós estamos lá no topo
Da cadeia alimentar
Acabando com os bichos
Incapazes de pensar
Nós estamos lá no topo
Incapazes de pensar
Acabando com os bichos
Da cadeia alimentar

Jacaré tão bem cotado,
Vai dar num par de sapatos.
O boizinho fatiado
Cabe agora em nossos pratos.

E p'ra evitar a choradeira
Foi usada toda astúcia
Transformando a fauna inteira
Em bichinhos de pelúcia.


200- Cadeia alimentar- letra de música da peça Bicho homem
ALLAN SALES

O capim nasce da terra
Tão viçoso tão verdinho
Tem no solo minerais
Que alimentam ele todinho
Depois vira um alimento
Vem os bichos no momento
Comem o capim no caminho

Um alegre veadinho
Vem ali para pastar
Aparece é um leão
Com uma fome de matar
O leão vem e detona
É assim que funciona
A cadeia alimentar

E depois de devorar
Abandona essa caraça
Depois surgem as hienas
Comer o resto da caça
E também os urubus
Comem até os tapurus
Até que sua fome passa

Excrementos que se faça
A carniça e tudo mais
Volta tudo para a terra
Pra virar os minerais
Assim tudo recomeça
Natureza não tem pressa
Animais e vegetais
É assim que a vida faz
Acabei de lhe mostrar
Natureza se equilibra
Se o homem não perturbar
Natureza tão lindona
É assim que funciona
A cadeia alimentar.


Desenvolvimento:

1° momento:
Aula expositiva dialogada com para problematização e apresentação dos níveis tróficos da cadeia alimentar.
2° momento:
Leitura e interpretação das letras das músicas.
- Faça uma relação de todos os seres vivos que aparecem na letra da música.
- Quais seres vivos apresentados na música representam os produtores? E os
consumidores?
- De que forma as plantas mantêm a vida? E os animais? E você?
- As plantas necessitam apenas dos minerais encontrados no solo para produzir seu
próprio alimento?
- Qual é a fonte primária de energia das cadeias alimentares?
- Identifique a estrofe da música em que sugere a função dos decompositores.
- Represente por meio de desenhos cada estrofe da música analisada.
- Elabore uma cadeia alimentar com os organismos apresentados na letra da música
indicando o fluxo de energia por meio de setas.
- Solicitar a elaboração de uma nova melodia para a letra da música trabalhada.
3° momento:
Análise crítica da letra da música Cadeia alimentar de Rafael Castro de
Oliveira da Silva.
- Quem é o grande vilão apresentado na música?
- Identifique na letra da música, os trechos que apresenta a transformação de
recursos naturais em produtos de consumo.
- Você concorda com o compositor, quando escreve que o homem está no topo da
cadeia alimentar? Por quê?
- Comente sobre o seguinte trecho da música:
[...] Nós estamos lá no topo  Incapazes de pensar
Acabando com os bichos Da cadeia alimentar”.
- Solicitar a elaboração de uma nova melodia para a letra da música trabalhada.
4° momento
Sugira a elaboração de um jornal ecológico, no qual os alunos expressem, por
meio de pequenas reportagens, denúncias de agressões à natureza e divulgação de
campanhas de preservação da mesma.
5° momento
A partir de palavras que remetem aos conhecimentos trabalhados, tais como
florestas, rios, água, solo, nomes de animais, plantas, até mesmo o nome dos
ecossistemas, entre outros termos, solicitar que grupos compostos por quatro alunos
apresentem um trecho de uma música onde a palavra apareça. Trata-se de uma
analogia da brincadeira intitulada “Qual é música?”.
6º momento:
Envolver os alunos na montagem de mapas conceituais, utilizando-se de
conceitos obtidos através das aulas e pesquisas (como sugestão, o professor pode
dar os mapas montados contendo apenas os conceitos e pedir que coloquem as
palavras de ligação ou vice versa).


201- Como diria Bob Dylan -  Zé Geraldo 

Ei você que tem de 8 a 80 anos
Não fique aí perdido como ave sem destino
O que importa é a ousadia de seus planos
Eles podem vir da vivência de um ancião
Ou da inocência de um menino
O importante é você crer na juventude
Que existe dentro de você.

MEU AMIGO, MEU COMPADRE,
MEU IRMÃO
ESCREVA SUA HISTÓRIA
PELAS SUAS PRÓPRIAS MÃOS.

Nunca deixe se levar por falsos líderes
Todos eles se intitulam porta-vozes da razão
O que importa o seu tráfico de influências
Pois os compromissos assumidos
Quase sempre ganham subdimensão
O importante é você ver o grande líder
Que existe dentro de você

MEU AMIGO ...

Não se deixe intimidar pela violência
O poder da sua mente é toda sua fortaleza
O que importa esse aparato bélico universal
Toda força bruta representa nada mais
Do que um sintoma de fraqueza
O importante é você crer nessa força incrível
Que existe dentro de você.


 202-  Ópera do malandro  -  Chico Buarque

O malandro/Na dureza
Senta à mesa/Do café
Bebe um gole/De cachaça
Acha graça/E dá no pé

O garçom/No prejuízo
Sem sorriso/Sem freguês
De passagem/Pela caixa
Dá uma baixa/No português

O galego/Acha estranho
Que o seu ganho/Tá um horror
Pega o lápis/Soma os canos
Passa os danos/Pro distribuidor

Mas o frete/Vê que ao todo
Há engodo/Nos papéis
E pra cima/Do alambique
Dá um trambique/De cem mil réis

O usineiro/Nessa luta
Grita (ponte que partiu)
Não é idiota/Trunca a nota
Lesa o Banco/Do Brasil

Nosso banco/Tá cotado
No mercado/Exterior
Então taxa/A cachaça
A um preço/Assustador

Mas os ianques/Com seus tanques
Têm bem mais o/Que fazer
E proíbem/Os soldados
Aliados/De beber

A cachaça/Tá parada
Rejeitada/No barril
O alambique/Tem chilique
Contra o Banco/Do Brasil

O usineiro/Faz barulho
Com orgulho/De produtor
Mas a sua/Raiva cega
Descarrega/No carregador

Este chega/Pro galego
Nega arreglo/Cobra mais
A cachaça/Tá de graça
Mas o frete/Como é que faz?

O galego/Tá apertado
Pro seu lado/Não tá bom
Então deixa/Congelada
A mesada/Do garçon

O garçon vê/Um malandro
Sai gritando/Pega ladrão
E o malandro/Autuado
É julgado e condenado culpado
Pela situação

 Para conversar:

De um lado, encontram-se os pequenos malandros. São eles as vítimas dos grandes malandros, assentados nos centros do poder. A letra de Chico descreve o processo de exploração em toda a cadeia socio-econômico-produtiva. Menciona primeiro um pequeno malandro, caloteiro, demasiado pobre para pagar sua cachaça. Sucessivamente, o texto cita outros personagens, presentes numa cadeia ascendente de malandragem: o produtor da bebida, o usineiro, os intermediários – botequineiro, distribuidor – até chegar aos exportadores e eventuais importadores. No hemisfério norte, são estes os grandes malandros, os exploradores, que controlam o mercado internacional e barram o produto brasileiro.
     A partir daí, a letra narra a reversão da série de golpes que compõem a cadeia da exploração. Refazendo, em sentido inverso, o caminho percorrido, o texto repassa os elos anteriores: banqueiros, exportadores, usineiros, portuários, botequineiro – até a parte mais fraca da corrente, o malandro caloteiro. Ele e o garçom, modesto assalariado, são os únicos penalizados. Para os demais, vale a impunidade.
O clímax do processo narrativo, assinalado pela referência da letra à chegada da cachaça ao mercado internacional, coincide com o clímax musical: nesse ponto, crescem gradativamente o volume e o número das vozes. Verifica-se o mesmo entrelaçamento entre textualidade e musicalidade quando a letra faz referência à volta da cachaça a seu ponto de origem, repassando, em sentido inverso, os elos da cadeia de exploração. 


203- A violeira, de Tom Jobim e Chico Buarque

Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei como chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar

Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá

Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará

Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar

Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar

Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver que é que tira
Nós aqui desse lugar

Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar

Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá

Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver que é que arranca
Nós aqui desse lugar

Para conversar:

A violeira trata do êxodo rural, da migração de nordestinos sertanejos que não podem mais esperar pelo fim da seca e saem, às vezes, sem rumo pelo país. Pegue um mapa do Brasil e peça para os alunos localizarem a rota que a personagem faz para chegar ao Rio de Janeiro.


204- Borandá (Edu Lobo)

Vam' borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá,
Que a chuva não chegou, borandá
Já fiz mais de mil promessas
Rezei tanta oração
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não
Vou me embora, vou chorando
Vou me lembrando do meu lugar
É, borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá,
Que a chuva não chegou, borandá
Quanto mais eu vou pra longe
Mais eu penso sem parar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar


205- A volta da asa branca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.


206- Erosão -  Luiz Gonzaga

Ainda hei de ver um dia
A minha terra sem a praga da erosão

Ai! Quem me dera se eu pudesse
Se Deus me desse uma atenção
E ajustasse todo o povo
No mutirão para acabar com a erosão
Ainda hei de ver um dia
De novo o verde
Se espalhar no meu sertão

A erosão parece uma serpente
Rachando a terra, devorando o chão
E a riqueza que era da gente
Vai toda embora com a erosão
Por isso, agora estou aqui cantando
Chamando o povo pra esse mutirão
Vamos minha gente, salvar nossa terra
Das rachaduras da erosão

No meu pedacinho de chão
Não tem perigo de erosão

Eu aprendí o jeito certo
De proteger a terra e a minha plantação
Ai, minha gente, que fartura
Tanta riqueza se espalhando pelo chão
É macaxeira, girimum caboclo
Batata- doce, melancia e melão
Feijão de corda se enroscando em tudo
Dá gosto de ver minha plantação
Lá no açude, a água tão limpinha
Espelha o verde e a criação
É tão bonito este meu pé-de-serra
Com a terra livre da erosão (bis)


207- Comício do mato Luiz Gonzaga

Falado: Atenção pessoal, muita atenção. Vai usar da palavra, o maior o candidato do sertão: João Cotó! É o maior!
. Uh! Uh! Trabalhadores do sertão! Eu vos prometo casa, comida, e baião. Linforme novo, blusa de brim, chapéu e uma cadeira cativa no céu, tá bom!
. Tá...
. Então haja animação!

Meu patrão eu voto
Eu sou inleitor
Meu patrão eu voto
Voto no senhor } bis

Eu voto por muito pouco
Digo agora pro senhor
Grito inté ficar rouco
Já ganhou, já ganhou
Quero roupa, quero sapato

Paletó lascado atrás
Camisa fina de fato
Tarei pedindo demais?
Tarei? Tô não

Meu voto num vale tanto
Mas é todo do senhor
E com ele ei lhe garanto
Já ganhou! Já ganhou!
Mas parece que há um quê
É as leis inleitorá
Quandonão conhece o abc
Será que pode votá?

Porque se puder
Porque se puder
Aí meu patrão
Se puder, atolo pé
E voto meu patrão } bis
Eu voto


208- Procissão – Gilberto Gil

Olha lá vai passando a procissão
Se arrastando que nem cobra pelo chão
As pessoas que nela vão passando acreditam nas coisas lá do céu
As mulheres cantando tiram versos, os homens escutando tiram
chapéu
Eles vivem penando aqui na Terra
Esperando o que Jesus prometeu
E Jesus prometeu coisa melhor
Prá quem vive nesse mundo sem amor
Só depois de entregar o corpo ao chão, só depois de morrer neste
sertão
Eu também tô do lado de Jesus, só que acho que ele se esqueceu
De dizer que na Terra a gente tem
De arranjar um jeitinho prá viver
Muita gente se arvora a ser Deus e promete tanta coisa pro
sertão
Que vai dar um vestido prá Maria, e promete um roçado pro João
Entra ano, sai ano, e nada vem, meu sertão continua ao Deus
dará
Mas se existe Jesus no firmamento, cá na Terra isso tem que se
acabar


209- O assentamento – Chico Buarque

Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
- contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração
Tôo
(apud Guimarães Rosa)

Zanza daqui
Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim
Vamos embora

Ver o capim
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora

Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora


210- Vozes da seca
Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1953

Seu dotô os nordestino
Têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista
Nessa seca do sertão
Mas dotô uma esmola
A um home qui é são
Ou lhe mata de vergonha
Ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo
Proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído
Para as rédia do poder
Pois dotô dos vinte estado
Temos oito sem chover
Veja bem, quase a metade
Do Brasil tá sem comer
Dê serviço a nosso povo
Encha os rio e barrages
Dê comida a preço bom
Não esqueça a açudage
Livre assim nóis da esmola
Que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juros
Sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim
Salva o povo do sertão
Se um dia a chuva vim
Que riqueza pra nação
Nunca mais nós pensa em seca
Vai dar tudo nesse chão
Cúmu vê, nosso destino
Mecê tem na vossa mão

Para conversar:

É fato histórico. 1953: uma das maiores secas jamais ocorridas no nordeste brasileiro sob o governo de Getúlio Vargas, que decreta ajuda imediata e emergencial do governo federal ao povo sertanejo. O que é glosado imediatamente por Luiz Gonzaga neste memorável baião gravado no mesmo ano.
Exemplo oportuno de que, mesmo sendo um conceito de difícil apreensão por classes sociais mais abastadas, é justamente um artista popular o que vai definir com exatidão o conceito de plena cidadania, onde estabelece uma relação de contrato com o governante, autônoma e independente, e para além do conformismo passivo do assistencialismo demagógico.


211- Paródia de biologia - Pescando lipídeos
(música original - Pescaria (Bruno e Marrone)

Os compostos que são formados
 pela união de alcoóis com ácidos,
possuem muitos carbonos
 e são chamados de ácidos graxos
Estão presentes nas células,
nos hormônios e vitaminas, gema de ovo,
óleo é manteiga, abacate e coco.
São insolúveis em água
e solúveis em solventes orgânicos,
 atuam na adaptação de animais em regiões frias,
 reserva de energia é dos lipídeos
 que estou falando,
 são divididos em grupos que agora vamos citar:
Tem os glicerídeos – óleos e gorduras,
são formados por álcool
que é glicerol e ácidos graxos
Os cerídeos – Conhecidos por ceras,
álcool de longa cadeia
que está ligado a ácidos graxos
Fosfolipídeos – Membrana das células,
ácido fosfórico, ácido graxo e nitrogênio
Esteróides – De cadeia fechada,
hormônios sexuais,
corticosteróide e colesterol


212- Paródia de biologia - As Cinco Enzimas que o Substrato Gosta
(música original - Os cinco bichos que a mulher mais gosta - Amazan)

Vamos estudar agora as funções das enzimas,
proteínas importantes do nosso metabolismo – Refrão

 Sua atividade depende da sua forma
e do substrato que será transformado
 A pepsina, enzima do suco gástrico
catalisa a reação acelerando a digestão
A amilase atua no amido, lípase na gordura,
sacarase na sacarose
A maltase atua na maltose
e RNA se atua no RNA
Seu centro ativo cola no seu substrato
e forma enzima mais substrato,
o substrato sai todo transformado
e a enzima atua em outra reação

Refrão

Sua atividade depende de energia,
componente importante para a sua ativação
Tal componente vem na forma de calor, luz,
 eletricidade e outra forma de energia
A reação depende de fatores: temperatura,
 Ph, concentração do substrato,
tudo isso bem equilibrado
para haver sucesso no metabolismo


213- Paródia de biologia - Célula à dentro
(música original - Asa branca – Luiz Gonzaga)

Quando olhei a célula á dentro,
pra saber da secreção,
eu perguntei ei ao professor
será do golgi esta função
Inte mesmo a proteína,
 necessita proteção,
intonse eu disse ao professor
 ergastoplasma esta função (bis)
Quando o verde das tuas folhas r
eceber iluminação,
eu te asseguro é fotossíntese,
 é dos plastos esta função (bis) 
Quando olhei a célula à dentro
pra saber da digestão,
 eu perguntei ao professor
 é lisossomo esta função
Inté mesmo a mitocôndria
sabe fazer respiração,
Intonse se eu disse ao professor
é energia, liberação (bis)
Quando os cílios e flagelos
e o fuso na divisão,
eu te asseguro vire Rosinha.
 É do centríolo esta função (bis)


214- Paródia de biologia - Ô Platelmintos
(música original – Ana Júlia – Los Hermanos)

Para os platelmintos é sempre bom saber
Achatados eles são com o dorso e ventre
Turbelários vivem por aí,
água doce, solo e mar
e os cestóides o intestino querem habitar
Porque são parasitas/
coisa mais esquisita/ dentro do meu corpo...oh! não!!!
Ô turbelária, ô trematoda, ô cestoda
Sei que vocês doenças podem causar,
mas se estudar vou saber me cuidar...

215- Ideologia  - Cazuza

Meu partido, é um coração partido
E as ilusões, estão todas perdidas
Os meus sonhos, foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito, ah, eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia, eu quero uma pra viver

O meu prazer, agora é risco de vida
Meu sex and drugs, não tem nenhum rock´n´roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem sou eu
Ah, saber quem eu sou

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia, eu quero uma pra viver
Ideologia, pra viver

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia, eu quero uma pra viver.


216- Música Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Atividade:

Pegue um mapa do Brasil e, no chão da sala de aula, explique como são divididas as regiões do país. Pode introduzir as diferenças de clima e vegetação entre Sudeste e Nordeste, principalmente. Com uma caneta apropriada para mapas, refaça o percurso de Luiz Gonzaga para chegar ao Rio de Janeiro. Comente como eram as estradas e os meios de transporte na primeira metade do século XX e explique o que é pau-de-arara.
Mostre aos estudantes onde, na música, está a linguagem do sertanejo e explique por que o autor usa essas expressões regionais como recurso poético. Coloque todas as palavras no quadro e peça que os alunos as escrevam na norma culta. Repita o mesmo procedimento com as metáforas presentes na música.
O tema sertão poderá também ser trabalhado. Explique o problema da seca do Nordeste e suas consequências sociais, como a morte por subnutrição e a grande migração para o centro-sul do país. Mostre imagens e pergunte aos seus alunos se eles conhecem pessoas que saíram do Nordeste à procura de uma vida melhor em outras regiões do país.
Promova uma discussão para a realidade atual nordestina com as temáticas:
1- O aumento do turismo na região, o forró que se ouve em todas as regiões do país, a questão da seca, da degradação do meio ambiente e da fome na região. Lembre aos educandos que Luiz Gonzaga faz parte de todo esse universo.
2- A luta da família Gonzaga para sobreviver no sertão; a infância difícil de Luiz Gonzaga; o despertar para a música; a primeira sanfona; a fuga em busca de uma vida melhor.
3. Guimarães Rosa escreveu: “O sertão está dentro da gente”. (A partir dessa frase, comente como o artista sertanejo, de modo geral, não só o músico, leva o sertão para os outros artistas.)
Dramatização:
Pode-se abordar o lado triste do sertão e do sertanejo. A fome, a sede, o abandono da família, a luta pela terra, a degradação do meio ambiente (queimadas, lixões, erosão) e o êxodo rural.


217- Música Baião de Dois (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira-1946)

Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor presta atenção

Morena chegue pra cá,
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião

Eu já dancei, balancei,
Chamego, samba em Xerém
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têmT
Quem quiser só dizer,
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião

Eu já cantei no Pará
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém
Por isso quero afirmar
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião

Para conversar:

O Baião é um ritmo popular do Nordeste,que é um dos ritmos que compõem o forró e suas ramificações. Quem divulgou o baião pelo Brasil foi Luiz Gonzaga, apresentando- o, com muito sucesso, nas estações de rádio e televisão de todo o país, gravando muitos discos, razão pela qual ficou conhecido como o “Rei do Baião”.
Sua origem remonta ao século XIX, no nordeste do país, mas faltam informações precisas para esse início. Segundo alguns, a palavra vem de "baiano". O baião veio do lundu e era dançado em roda; um dos presentes intimava os outros a dançar por meio de umbigadas e toques de castanholas. A popularização do ritmo se deu mesmo a partir da década de 40, com Luiz Gonzaga, pernambucano que veio para o Rio de Janeiro e gravou inúmeras músicas, que falavam do cotidiano nordestino. Esse tipo de baião cantado sofreu influências de outros ritmos, como o samba e a conga. Nos anos 70, Gil e Caetano com o tropicalismo e o interesse em resgatar os ritmos genuinamente brasileiros, deram nova força ao baião.
       O baião apresenta diferenças regionais e de época. Existe o baião de Pernambuco, que é o tradicional, tocado com sanfona, triângulo e zabumba, cujos maiores representantes são Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Já o baião de Fortaleza (grupo Mastruz com Leite) incorporou instrumentos mais modernos, como guitarra e bateria.

Atividade:

1-Pesquisar a carreira de Gonzagão no Rio de Janeiro: o ambiente de rádio; os artistas contemporâneos; o baião como fenômeno nacional. Importante que levar alguns exemplos artísticos, como a literatura de cordel, textos de Guimarães Rosa e, principalmente, as canções de Luiz Gonzaga.
2-Dramatizar que nem só de tristezas vive o sertão. O roteiro pode abordar as belezas da região, a arte, as festas etc.


218- Música Dezessete e setecentos (Luiz Gonzaga, Miguel Lima)

Eu lhe dei vinte mil réis pra pagar três e trezentos
Você tem que me voltar: dezesseis e setecentos
dezessete e setecentos
Dezesseis e setecentos
Mas se eu lhe dei vinte mil réis pra pagar três e trezentos você tem que me voltar
- Dezesseis e setecentos
Mas dezesseis e setecentos?
- Dezesseis e setecentos

- Por que dezesseis e setecentos?
Por que dezesseis e setecentos?
Mas se eu lhe dei vinte mil Réis pra pagar três e trezentos
Você tem que me voltar é...

Sou diplomado, frequentei a academia
- Dezesseis e setecentos?
Conheço geografia, sei até multiplicar
- Dezesseis e setecentos?
Dei vinte mango para pagar três e trezentos

Dezessete e setecentos você tem que me voltar
Mas eu lhe dei vinte mil réis pra pagar três e trezentos
- Dezesseis e setecentos
- Mas dezesseis e setecentos?
- Dezesseis e setecentos?
Se eu lhe dei vinte mil´Réis
pra pagar três e trezentos você tem que me voltar é...
-Dezesseis e setecentos
- Dezesseis e setecentos?
Você tem que voltar dezessete e setecentos
Eu acho bom você tirar os nove fora

Evitar que eu vá embora e deixe a conta sem pagar
Eu já lhe disse que essa droga tá errada
Vou buscar a tabuada e volta aqui pra lhe provar

Você tem que me voltar é....
Dezesseis e setecentos
Por que dezesseis e setecentos?
-Dezesseis e setecentos?
Não ´e dezessete e setecentos?

Atividade:

1- Essa canção poderá ser trabalhada na aula de Matemática. Coloque-a para os alunos ouvirem, de preferência com a gravação do próprio Luiz Gonzaga.
2- Depois, peça para os alunos identificarem as expressões matemáticas existentes na música. Esse é o momento de trabalhar as quatro operações matemáticas e fazer os alunos entenderem o motivo da confusão que o personagem faz na música.
3- Para terminar a atividade, proponha que um grupo faça um esquete utilizando os diálogos da canção.
Obs.: Esquete é uma cena curta que apresenta uma situação geralmente cômica, interpretada por um pequeno número de atores sem caracterização aprofundada. O número de atores de teatro ligeiro que interpretam uma personagem ou uma cena com base em um texto humorístico e satírico


219-Música ABC do sertão (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

Atenção que eu vou ensinar o ABC
A, bê, cê, dê, e
Fê, guê, agâ, i, ji,
ka, lê, mê, nê, o,
pê, quê, rê, ci
Tê, u, vê, xis, pissilone e zê

Atividade:

1- Independentemente da região do país em que estiver, trabalhe com a letra dessa canção e mostre a diferença das denominações entre o abecedário nordestino e o de outras regiões do país. Explique que não há jeito certo ou errado, apenas diferenças regionais.
2- Peça que os estudantes façam uma lista das expressões idiomáticas utilizadas nas canções ouvidas e comentem as diferenças com outras regiões do país e o que sabem sobre as expressões idiomáticas de sua região.


220- Xote ecológico – Aguinaldo Batista e Luiz Gonzaga

Não posso respirar
Não posso mais nadar
A terra está morrendo
Não dá mais pra plantar
Se plantar não nasce
Se nascer não dá
Até pinga da boa
É difícil de encontrar
Cadê a flor que estava aqui
Poluição comeu
O peixe que é do mar
Poluição comeu
O verde onde é que está
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes Sobreviveu

Atividade 1:

1ª etapa
Após a apresentação da música, explorar o entendimento dos alunos. Exemplo:
-  Escreva o que é xote?
-  O que é meio ambiente?
-  Qual o significado de ecologia?
-  Complete a tabela abaixo com os possíveis agentes dos problemas apontados na música.
PROBLEMAS    AGENTES RESPONSÁVEIS
Não posso respirar    
Não posso mais nadar    
O verde onde é que está    
Nem o Chico Mendes sobreviveu    
-  Quem foi Chico Mendes?
-  Cite alguns problemas que as bebidas alcoólicas (pinga) podem apresentar em seus consumidores.
-  Quando e em que circunstância o álcool surgiu como combustível de automóveis?
-  Descreva os principais impactos que podem ser provocados pela monocultura voltada à produção de combustíveis (etanol e biodiesel).
2ª etapa
Importante desenvolver o conhecimento sobre os conceitos e/ou definição de litosfera, hidrosfera, atmosfera, biosfera, ciclo hidrológico, a posição central do homem no ecossistema e os efeitos do desmatamento, a saber:
a) interrupção do ciclo hidrológico com prejuízos climáticos (chuva);
b) erosão do solo;
c) assoreamento de rios;
d) deslizamento de solo ou terra das vertentes ou encostas dos morros;
e) risco de extinção de espécies vegetais;
f) migração e morte de animais ao perderem seu hábitat.

Atividade 2:

A interpretação desta canção permite uma sensibilização para a problemática sócio-ambiental decorrente das ações humanas na natureza.
1º momento:
Antes de colocar a música, apresentar seu título e deixar que eles manifestem seu pensamento sobre o que pensam que será tratado nesta letra. - Em sua opinião, quais assuntos serão abordados na música intitulada “Xote Ecológico”?
Apresente a música cantada tendo como pano de fundo uma apresentação de slides, que o professor poderá montar com imagens de plantas, animais e paisagens que expressam as frases da música.
2° momento:
 Distribua a letra da música e peça que tirem dela a mensagem, informações e apelos contidos:
- Que ideias e sentimentos esta música despertou em você?
- O que o autor quer dizer quando apresenta na música a frase “poluição comeu”? Qual o seu entendimento sobre o termo poluição?
- Quais são os problemas ambientais apresentados na música? E seus possíveis agentes causadores?
3º momento:
Organizar pequenos grupos e pedir que busquem informações junto ao livro sobre o conteúdo ecologia, objetivando estabelecer relações entre a música e o conteúdo.
- A partir da pesquisa realizada sobre ecologia, apresente uma justificativa para a música “Xote ecológico”?
- Represente por meio de um desenho a sua concepção de meio ambiente.
4º momento:
Ampliar as discussões da temática biodiversidade, relacionando os conhecimentos da natureza (Ciência), o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade), tendo em vista as implicações para o Ambiente.
Neste ponto, o professor pode chamar atenção para a frase “Até pinga da boa é difícil encontrar” e discutir com os alunos sobre a produção do álcool, que envolve interferência humana no meio ambiente, como a prática da monocultura e a produção de bicombustível.
5º momento:
Realizar uma pesquisa sobre a vida de Chico Mendes. Quem foi? Onde viveu? Quais foram suas contribuições na preservação do meio ambiente?
6° momento:
Listar músicas que falam sobre preservação ambiental


221- Nomes de gente” (Geraldo Azevedo e Renato Rocha)

“Nomes de gente”
Tem muito nome de gente
Muito significado
Prudêncio que é prudente
Tibor que é honrado
Hugo que é previdente
Reinaldo que é ousado
Tem muito nome de gente
Muito significado
Ataulfo é nobre lobo
Arnaldo águia potente
Arnoud é águia e lobo
Arlindo águia e serpente
Leandro homem leão
Leonardo leão forte
Catulo pequeno cão
Bernardo é urso forte
Tem nome de toda sorte
Luci quer dizer doce
Lia que é trabalhadora
Olga que é nobre moça
Berenice é vencedora
Tâmara é estrangeira
Estela que é estrela
No meio de todas elas
Só Vera que é verdadeira
Natalice e Natalino
Nasceram os dois no
Natal
Domingos foi num domingo
Na Páscoa nasceu Pascoal
Genaro foi em janeiro
Em março nasceu Marçal
Aurora porque nasceu
Na hora que nasce o sol
Tem muito nome e a gente
Cantou somente um bocado
É muito nome de gente
Prum verso de pé quebrado
A gente fica contente
Se ninguém ficar zangado
Se nesse quase repente
Seu nome não foi cantado

Para conversar:

Na música são trabalhadas, principalmente, a exploração e extrapolação sem abordagem gramatical. O trabalho de exploração do texto
consiste em fazer o aluno retirar do mesmo ideias interessantes, palavras que
rimam e buscar o significado do seu nome. Por exemplo:
- “Escreva as ideias do texto ‘Nomes de gente’ que você considerou mais interessantes”,
- “Releia a 5ª estrofe do poema(“Luci.../...verdadeira) e destaque
as palavras que rimam e as que não rimam.”. Ainda dentro da proposta de
exploração do texto
- “Em ‘Nomes de Gente’ você conheceu o significado de alguns nomes. E o seu nome? Você conhece o seu significado? Sabe qual foi o motivo da escolha? Pergunte a seus familiares e reúna as informações que conseguir.”
Na extrapolação, mostra uma carteira de identidade em frente
e verso e pede para que o aluno identifique todos os dados que ela
contém. Finalmente, no tópico produção, pede-se para que o aluno crie a
sua carteira de identidade com assinatura e impressão digital.

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