Colegio
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Língua
Portuguesa
Nome:
____________________________________ Ano _____ Turma _____
Fábula – A
RAPOSA E A CEGONHA
A RAPOSA E A CEGONHA
Teve um dia a raposa a fantasia
De convidar para a ceia a Comadre Cegonha.
A raposa é mesquinha: só havia
Umas papas de milho, uma vergonha!
E o pior deste caso
É que as mandou servir num prato raso.
Dona Cegonha bem estendia o bico:
Debicou, debicou, mas não comeu fanico,
E a raposa atrevida
Lambeu as papas todas de seguida.
Dias mais tarde, para se vingar,
Foi a vez de a cegonha a convidar.
«Com muito gosto», volve a outra a toda a pressa,
«Eu não sou de cerimónias, ora essa!»
E à hora combinada, à hora em ponto,
Lá foi bater à porta da cegonha.
Entrou, cumprimentou muito risonha,
E achou o jantar pronto.
Do apetite não lhes digo nada,
Que a raposa anda sempre esfomeada,
E toda se lambia
Ao cheiro que sentia
Da vitela guisada.
Serviram-lhe o pitéu, para a castigar,
Numa vasilha de gargalo esguio.
O bico da cegonha, esse, podia lá entrar,
Mas o focinho da comadre era de outro feitio.
Lá voltou em jejum para casa, corrida,
De rabinho entre as pernas e de orelha caída.
Manhosos aldrabões, o conto é para vocês,
Já ficam avisados:
Há-de chegar-lhes, tarde ou cedo, a vez
De serem enganados.
De convidar para a ceia a Comadre Cegonha.
A raposa é mesquinha: só havia
Umas papas de milho, uma vergonha!
E o pior deste caso
É que as mandou servir num prato raso.
Dona Cegonha bem estendia o bico:
Debicou, debicou, mas não comeu fanico,
E a raposa atrevida
Lambeu as papas todas de seguida.
Dias mais tarde, para se vingar,
Foi a vez de a cegonha a convidar.
«Com muito gosto», volve a outra a toda a pressa,
«Eu não sou de cerimónias, ora essa!»
E à hora combinada, à hora em ponto,
Lá foi bater à porta da cegonha.
Entrou, cumprimentou muito risonha,
E achou o jantar pronto.
Do apetite não lhes digo nada,
Que a raposa anda sempre esfomeada,
E toda se lambia
Ao cheiro que sentia
Da vitela guisada.
Serviram-lhe o pitéu, para a castigar,
Numa vasilha de gargalo esguio.
O bico da cegonha, esse, podia lá entrar,
Mas o focinho da comadre era de outro feitio.
Lá voltou em jejum para casa, corrida,
De rabinho entre as pernas e de orelha caída.
Manhosos aldrabões, o conto é para vocês,
Já ficam avisados:
Há-de chegar-lhes, tarde ou cedo, a vez
De serem enganados.
La Fontaine, Fábulas, Editorial
Verbo
1. As fábulas de La Fontaine farão sempre
parte do nosso imaginário. A fábula, muito mais que colocar animais na nossa pele,
é a forma mais simples de vermos, no fundo, os “animais” que somos.
1.1. Caracterize a
raposa.
1.2. Que comportamento(s) da raposa
confirma(m) essa caracterização?
1.3. Quais terão sido os sentimentos da cegonha, após o jantar oferecido pela sua
comadre?
1.4.Como consegue a cegonha dar uma lição à raposa?
1.5.Transcreva a passagem do texto que resume essa lição.
1.6.Classifique o narrador quanto à sua presença. Justifique, recorrendo, se possível, ao texto.
2. Das
opções apresentadas, refira a que
sintetiza a moral implícita desta fábula.
q Quem tudo quer, tudo perde.
q Quem desdenha, quer comprar.
q Devagar se vai ao longe.
q Batendo ferro é que se fica ferreiro.
q Quem com ferro fere, com ferro será
ferido.
q Mais vale asno que me leve do que
cavalo que me derrube
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