Para presidente do Inep, exame docente não pode ser usado como "Enem do professor"
Camila Campanerut*
Clipping Educacional - Enviada do UOL Educação
O
Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que ainda está em fase
de elaboração pelo Inep, tem como objetivo ser aplicado para novos
professores que pretendem trabalhar na rede pública e, não para avaliar
os antigos.
O
assunto foi um dos temas que gerou dúvidas entre os secretários
municipais de educação, durante o 4º Fórum Nacional Extraordinário dos
Dirigentes Municípios de Educação, quando a proposta foi apresentada.
A
presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira], Malvina Tuttman, conversou com o UOL
Educação sobre o tema. Veja alguns trechos da entrevista realizada em
Mata de São João (BA).
UOL
Educação - Há possibilidade de se usar a prova como um “Enem do
professor”, um ranking para comparar os profissionais da área?
Malvina Tuttman - Isso não pode acontecer.
UOL - Tem como evitar isso?
Malvina
- Primeiro, a má utilização de um processo pode acontecer sempre.
Garantir que os resultados não serão utilizados indevidamente? Eu não
posso garantir, porque vai depender da ética de cada um.
O
que é interessante é que cada participante, ele se inscreve na rede, ou
nas redes que ele assim desejar. Só vai ter o resultado deste candidato
ou destes candidatos que se inscreveram naquela rede, a secretaria de
Educação. A secretaria de Educação X só tem os seus resultados. Então,
possivelmente ela não irá divulgar os resultados, porque não interessa
divulgar os resultados. Ela [a secretaria] vai fazer a chamada como faz
em concursos que normalmente ela realiza.
UOL - Qual a previsão de periodicidade da prova e a previsão de custo dela?
Malvina
- Não temos um custo total porque vai depender da adesão, do número de
provas, dos locais [onde serão aplicadas]. Então, é prematuro dizer os
custos neste momento. Vamos fazer a primeira e vamos verificar qual a
adesão que nós temos, porque um concurso tem a duração [validade] de
dois anos pela legislação. Então, vamos verificar qual a demanda. Ela
terá sim uma periodicidade, mas eu não posso dizer neste momento qual
será.
UOL
- É possível evitar que as escolas comecem a propagandear o fato de
terem professores mais bem colocados na prova (Exame Nacional de
Ingresso na Carreira Docente)?
Malvina
- Não. Até porque nós todos sabemos que nem sempre, entre aspas, o
melhor aluno, que é o primeiro na faculdade, ele se torna o expoente em
sua profissão. Não é verdade?
Existem
outras situações, existe a prática. Então, não há nenhuma pesquisa que
relacione que os primeiros colocados serão sempre os melhores
professores. É um conjunto. A prática do professor está relacionada
também a ambientação das escolas, as discussões, ao projeto
político-pedagógico, a uma direção bastante competente. Portanto, há um
conjunto de fatores que não dependem apenas da performance do professor
numa prova.
fonte: http://noticias.uol.com.br/
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