O LÚDICO NO
ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA: SUGESTÕES DE AULAS CRIATIVAS E
DIVERTIDAS APLICADAS A ALGUNS CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 5ª A 8ª SÉRIE
RESUMO
Entender as transformações pelas quais passa a
educação hoje, o papel do professor de Língua Portuguesa, do aluno na etapa de
desenvolvimento a que se destina a pesquisa, da escola, é fundamental para que
o processo de ensino-aprendizagem possa ser melhorado de forma efetiva. Porém,
não se pode esquecer que constitui, sobretudo, um desafio a professores que
desejam construir aprendizagens e estratégias educacionais. A ludicidade através
dos jogos pode ser um excelente meio incentivador de auxilio a aprendizagens,
já que nem sempre se limitam somente àquelas que prevê o livro didático. No
jogo, o indivíduo aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o
resultado, lidar com frustrações, experimentar, descobrir, inventar, além de
ter estimulada a curiosidade, a autoconfiança, a autonomia, proporcionando o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração, e de ser um
momento de auto-expressão e realização. O que vai promover uma boa
aprendizagem, mais do que o jogo em si, é o clima de discussão, troca entre
professores e alunos, permitindo tentativas e respostas divergentes ou
alternativas, tolerando os erros e promovendo a sua análise. A afetividade, a
sensibilidade é um outro importante fator que pode ser desenvolvido e
observado, principalmente levando em consideração o estado, conturbado,
emocional a que chegam os jovens nas escolas hoje, influenciados pela internet,
mídia, enfim, pela revolução tecnológica e científica pela qual passa o mundo
atual. Os objetivos da pesquisa consistem em valorizar o ensino-aprendizagem
tendo em vista a Educação do Século XXI; a aplicação do lúdico para auxiliar a
parte teórica, de forma a tornar o ensino mais prazeroso, apresentando sugestões
para enriquecer o trabalho de profissionais da área de educação. O embasamento
teórico foi predominante em Freire (1996) e Macedo (2000), além de Piaget
(1976), Antunes (2000), Cury (2003), dentre outros.
Introdução
Delineamento
O Professor
Sugestões de atividades lúdicas (vivências)
Malhação
Os Simpsons
O
Açúcar
Quebra-Cabeça
Como dá trabalho ser (parecer) jovem
Conclusão
RESUMO
Introdução
O Ensino-Aprendizagem é aquele que se preocupa, não só com as mudanças
tecnológicas e comportamentais, que ocorrem em velocidades cada vez maiores
dentro do ensino, como também, com o desempenho do professor e do aluno neste
processo. É, portanto, um desafio para quem deseja construir aprendizagens e
estratégias educacionais, levando-se em conta essa evolução pela qual trafegam
mestre e aluno.
A ludicidade requerida justifica um ensino por meio de jogos. O jogo é
um universo, no qual, através de oportunidades e riscos, cada qual precisa
achar o seu lugar. Podem ser trabalhados, por exemplo, através de perguntas e
respostas, por regras, enfim, de inúmeras maneiras, porém, nesta pesquisa, a autora trabalhará
com os jogos de palavras, dando ênfase à parte emocional, à adaptação
individual e social dos alunos.
O lúdico é um assunto bastante abrangente, que vem sendo estudado e
discutido desde a Antigüidade, pelos filósofos e estudiosos que vieram antes da
era cristã, pois acreditavam que todo ser humano já vinha em sua essência com
uma inclinação para a diversão e para os jogos, o que explicava, de certa
forma, alguns costumes de povos primitivos em suas atividades de dança, caça,
pesca e lutas, como sendo aspectos de divertimento e prazer natural.
Atualmente, o tema jogo, como um agente facilitador da aprendizagem, é
bem mais desenvolvido por teóricos e pedagogos do que há algum tempo, até mesmo
pela preocupação cada vez maior em estar aliando o ensino a metodologias que
garantam eficazes resultados na educação; e por se tratar de algo, dinâmico,
exigindo um certo cuidado e saber no seu planejamento e execução.
Cury (2003), em suas considerações em torno da educação, afirma que
“Bons professores possuem metodologia, professores fascinantes possuem
sensibilidade”. Não adianta ser só didático, trabalhar jogos de cunho
pedagógico, precisa-se ir muito além das teorias, até porque os jovens de hoje,
dentro de um mundo globalizado, onde a informação vem, praticamente, de forma
instantânea, não pensam da mesma forma que os do passado, ou seja, o tempo todo
ocorre um processamento intenso de dados e informações.
A autora acredita que, em qualquer etapa da vida de crianças e
adolescentes, o lúdico pode estar presente. Brincar não é coisa apenas de
crianças pequenas, erra a escola ao subsidiar sua ação, dividindo o mundo em
lados opostos: de um lado o jogo da brincadeira, do sonho, da fantasia e do
outro o mundo sério do estudo aplicado e da responsabilidade.
Na pesquisa, pretende-se pensar o brincar, os jogos e as
situações-problema, como sendo recursos úteis para uma aprendizagem diferenciada
e significativa da língua, uma vez aplicados aos conteúdos do ensino
fundamental de 5ª a 8ª série, já que através de estudos realizados, se pode
verificar a falta de investigação do tema nesta etapa do ensino, também de
grande importância, e onde se pode trabalhar, por exemplo, o fortalecimento de
vínculos familiares, tolerância mútua, dentre outros.
São muitos os estudiosos do assunto e, para este trabalho, foram
consultados autores que relatam a importância do uso dos jogos em atividades
didáticas como Macedo (2000), Piaget (1976) e, em particular, Antunes (2000) e
Cury (2003), que atribuem a essas metodologias a importância do fator
emocional. “Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência,
um semeador de idéias”.
A opção pelo estudo tem por finalidade o enriquecimento de práticas
docentes de Língua Portuguesa, no ensino fundamental (de 5ª a 8ª série),
desenvolvendo no aluno a capacidade de ler, escrever, interpretar, tendo em
vista implicações gramaticais e ortográficas. Além de sensibilizar e atender às
necessidades de muitos educadores e professores que se interessam pelo assunto
e acreditam ser pertinente estarem aplicando os jogos em suas aulas, a fim de
aliar o prazer e a descontração aos conteúdos teóricos que se deseja
transmitir.
A própria Língua Portuguesa pode ser trabalhada como um instrumento
lúdico motivador, já que se pode, por exemplo, dentro de um debate, de uma
redação, estar estimulando nos alunos a formação e a manifestação de diferentes
pontos de vistas; na literatura transformar um gênero literário em outro, uma
notícia de jornal em conto, assim como um texto poético em crônica, porém
sempre levando uma determinada situação-problema e oferecendo ao aluno várias
oportunidades de atuar criativamente sobre a própria língua.
Animar o processo de
ensino-aprendizagem é dever e função que cabe aos docentes desempenhar e,
portanto, precisam ser competentes, investigadores, nutrir certos conhecimentos
de forma a desenvolverem atividades que sejam divertidas e, que, sobretudo,
toquem a sensibilidade dos alunos, sabendo discernir o que aquilo vai gerar de
bom ou ruim para eles.
A pesquisa tem como principais objetivos:
- Valorizar o processo
ensino-aprendizagem, com vistas à eficácia nos resultados;
- Conhecer a ideologia básica da
Educação do século XXI, e ao aluno como uma unidade dentro de uma diversidade
de situações;
- Conhecer e compreender a
utilização do lúdico como recurso didático, não em substituição da parte
teórica, porém para auxiliar esta, no processo de ensino aprendizagem da Língua
Portuguesa (ensino fundamental de 5ª a 8ª série);
- Provocar reflexões quanto à
aplicação de novas práticas de ensino, permitindo o desenvolvimento de
profissionais mais competentes e, fornecendo a estes, sugestões de várias
possibilidades de trabalho;
- Propiciar situações que envolvam
o uso dos jogos e brincadeiras no ensino da Língua, e sua aplicação em
processos avaliativos.
As respostas ao questionamento
feito no presente trabalho tiveram embasamento teórico predominantemente em
Paulo Freire (1996), na passagem em que afirma: “não há ensino sem pesquisa nem
pesquisa sem ensino”, ou seja, o professor precisa o tempo todo, de forma
crítica e seletiva, estar buscando novos conhecimentos, precisa ousar, correr
riscos, porque sem isso não existe educação. Em Macedo (2000), quando diz que
“as aquisições relativas a novos conhecimentos e conteúdos escolares não estão
nos jogos em si, mas dependem das intervenções realizadas pelo profissional que
conduz e coordena as atividades”. Além de outros que complementarão a pesquisa,
como Piaget (1976), Antunes (2000), Cury (2003) e os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª série (1998).
Neste trabalho, é importante
explicar que a palavra jogo foi utilizada para referir-se ao brincar, quando se
trata de atividade lúdica. E que se origina do vocábulo latino jocus, significando entre outras coisas
divertimento e brincadeira (LAROUSSE CULTURAL, 1992).
A Educação Brasileira no Século XXI
“Educar é
acreditar na vida e ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos
decepcionem no presente”. (Augusto Cury)
Em uma pesquisa feita
por Bello (1999) sobre A História da Educação no Brasil, pode-se observar que o
padrão de educação que foi implantado desde a época do descobrimento do Brasil,
com a chegada dos jesuítas, até os dias atuais, com toda a modernização, avanço
na pesquisa científica e reformas na área educacional, foi muito pouco
modificado, em se tratando de modelo de ensino.
Se o Irmão Vicente
Rodrigues e o padre José de Anchieta tivessem a oportunidade de voltarem aos
dias atuais, eles, os primeiros a implantarem métodos pedagógicos em terras
brasileiras, com certeza, ficariam maravilhados com a modernização, a
tecnologia, a ciência, porém bastante surpresos ao verem que a educação em sua
forma não progrediu quase nada. O que se têm de significante são rupturas
históricas, principalmente depois da Proclamação da República, na qual já havia
um processo implantado, e consolidado como modelo educacional.
A partir de então,
surgiram muitas discussões, mais especificamente, depois do regime militar, uma
vez que as questões educacionais perderam o sentido pedagógico e assumiram um
caráter essencialmente político. Por conseguinte, contribuiu a participação
mais ativa de pensadores até mesmo de outras áreas do conhecimento, que
passaram a falar de educação num sentido mais amplo, além das questões
pertinentes à escola, à sala de aula, à didática e à dinâmica escolar em si
mesma, crescendo uma necessidade em estar medindo a qualidade do ensino no
país.
Logo depois, foi
estabelecida uma série de programas e projetos que foram e são executados, e
revistos até hoje, a exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´S),
criados em dezembro de 1996, através do Ministério da Educação e, segundo
Schwartzman (2005), com a intenção de nortear e garantir a formação básica
comum, além de unificar os Currículos Escolares, para que nenhum indivíduo
tenha uma educação deficitária.
Como acredita Antunes
(2003), os PCN’S representam uma proposta que se propõe a orientar de forma
coerente, as diversas políticas educacionais existentes no país, contribuindo
para melhoria de nossa educação, representando um referencial e não uma
política impositiva.
Para Piaget (1980),
muito mais que medidas, decretos, pesquisas estatísticas, e testes na tentativa
de melhorar e provar a qualidade do ensino, seria uma análise mais simples como
um diálogo com os próprios educandos, sobre suas expectativas com relação à
escola, dificuldades, medos, juízos de valores que devotam aos professores, a
escola, enfim, a educação, para se constatar quão pouco tem sido alcançado em
termos de aprendizagem e desenvolvimento humano.
Infelizmente, a maioria
dos nossos jovens ainda completa o ensino médio, incapaz de organizar sua
própria idéia, raciocínio, porque vem de uma formação totalmente passiva,
repetidora, opressora, e que inibe ao invés de estimular a autonomia
intelectual do indivíduo.
Para Piaget (1980), é
constante a insatisfação de muitos alunos em freqüentarem as escolas, em
participarem ativamente das aulas, e em aceitar os professores como motivadores
e orientadores. Vão à escola muito mais por obrigação do que por vontade. Fato
que persiste não só nas primeiras etapas dos segmentos escolares como também em
todas as demais, e cita a angústia de uma aluna de mestrado, que conseguiu
chegar até o nível de pós-graduação sem saber, com autonomia de pensamento,
escrever uma dissertação de conclusão de curso. E são, justamente, essas realidades
que dão uma medida exata do que se vive, hoje, em termos de educação no Brasil.
Alves (1994) acredita
que a educação que se tem, atualmente, é aquela que forma antas, pessoas que
não questionam por medo até de forças coercitivas. “De suas trilhas sabem tudo,
os mínimos detalhes, especialistas. Mas o resto da floresta permanece
desconhecido”.
Einstein (1994) é mais
preciso ao afirmar que “A educação é o que sobra depois que se esquece tudo o
que se aprendeu na escola.” O que estamos e como estamos formando?
Cury (2003), na
tentativa de responder a todas as questões anteriormente postas, vai mais além
de Piaget e coloca a afetividade como fator primeiro para se atingir os
objetivos na educação: os demais, como cognição, construção do conhecimento,
vêm como conseqüência no processo ensino-aprendizagem. Primeiro, é preciso que
se are o campo da emoção para depois preparar o da razão. E afirma ainda que “A
educação moderna está em crise, porque não é humanizada, separa o pensador do
conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola, enfim, separa o
sujeito do objeto”.
As escolas estão
vivendo um verdadeiro caos, porque muito foi investido na parte tecnológica,
científica e pouco se atentou para a sensibilidade humana. A sociedade do
passado idealizou para este século uma geração de jovens mais empreendedores,
dinâmicos, participativos na arte de pensar. Porém não é o que se vive; o que
se pode observar são jovens que não têm garra, planos para o futuro, até mesmo
vontade de viver. Sabem muito bem lidar com a internet, fatos lógicos,
problemas matemáticos, mais não com seus fracassos, falhas e conflitos
existenciais. São preparados para acertar sempre e errar nunca. É uma geração
muito prodigiosa e, ao mesmo tempo, doentia emocionalmente, o que atesta, mais
uma vez, a medida do que se vive hoje, no país, em termos educacionais.
Ainda, Cury acredita
que as instituições precisam levar em consideração que não basta deter-se
somente em métodos de ensino, teorias respeitáveis, como a do construtivismo e
das inteligências múltiplas, precisa-se ir muito além, estimulando os alunos a
não só construir conhecimentos, mas também, pensar antes de reagir, não ter
medo do medo, serem líderes de si mesmos, saber perder, dentre muitas outras
habilidades.
“Os computadores podem
informar os alunos, mas apenas os professores são capazes de formá-los”, porque
podem trabalhar a criatividade, a superação de medos, conflitos, enfim, podem
estimulá-los ao pleno exercício dos direitos humanos.
Para os PCN´S (1998), o
papel fundamental da educação amplia-se ainda mais no despertar do novo
milênio, apontando para a necessidade de se construir uma escola voltada para a
formação de cidadãos. A nova era é marcada pela competição e pela excelência,
em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas
para os jovens que ingressarão no mundo do trabalho. É urgente uma revisão dos
currículos, que orientam o trabalho dos professores e de estudiosos envolvidos
com a educação do país.
Widesoft (2005) vê na
Educação a Distância um bom exemplo da preocupação que se tem, hoje, em
modernizar o ensino, vestindo-o com uma nova roupagem mais dinâmica e
interativa. Porém, em meio às novidades, precisa-se sempre atentar para o papel
que o professor deve assumir. A internet serviria de instrumento, mas o
professor continuaria sendo a figura mais importante no processo
ensino-aprendizagem, como facilitador / mediador.
Atualmente, por mais
evidente que esteja a necessidade de a escola mudar, ela ainda não mudou, e o
que é pior, insistentemente se arrasta por séculos. As escolas precisam muito
mais de iniciativa por parte dos professores, do que projetos e medidas
educacionais. E, como acredita Antunes (2003), na tentativa de prever uma
solução para a grande problemática que é a educação no país, afirma que “não é
possível saber para onde nos levará o milênio que chega, mas sabemos que
atingirá o local onde os professores o construírem”.
A educação, para ser
efetivamente válida, precisa partir de um ambiente agradável, lúdico,
prazeroso, colaborando para uma aprendizagem mais ativa, atraente para o aluno,
e que sobretudo promova, através de jogos, possibilidades de discussão e troca
entre alunos e professores.
O Jogo
“O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas
pela escola tradicional, dado o fato de parecerem destituídas de significado
funcional”. (Jean Piaget)
Machado (1998), em considerações do que venha
a ser a ludicidade no ensino, afirma que “nem sempre jogo significa atividade
lúdica”. O jogo, para ser lúdico, precisa gerar uma tensão positiva suficiente
para não prejudicar o aprendizado do aluno, tem de levar à ação e não à
frustração.
Antunes (2003) parte de
um princípio etimológico ao considerar jogo como sendo “um divertimento,
brincadeira, passatempo sujeito a regras que devem ser observadas quando se
joga”. Além de “balanço, oscilação, astúcia, ardil, manobra”, e amplia a noção,
explicando que estes devem sempre oferecer meios ao crescimento do indivíduo na
aprendizagem, como pessoa, e não precisam estar necessariamente dentro de uma
competição entre grupos em que um tem de ganhar e o outro perder.
Para Antunes (2003), o jogo é o
mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo
realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o
que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na
aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de
seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente
e o real.
Antunes (2003), entende
jogo como sendo toda e qualquer atividade que impõe desafios, seja, por
exemplo, um jogar com as palavras através de uma conversa, de uma pergunta, de
um olhar, enfim, desde que o outro esteja estimulado. O jogo, em si próprio,
precisa trazer os segredos e respostas para que se desvendem os enigmas da
vida.
Os jogos precisam ser
rigorosamente estudados e analisados para serem de fato eficientes, porque
aqueles que são ocasionais, e que não passam pela experimentação e pesquisa,
são ineficazes. Ao mesmo tempo, uma quantidade exagerada deles sem que estejam
devidamente associados aos conteúdos e aos objetivos dentro da aprendizagem,
também não tem nenhuma valia. Podem até partir de materiais que o professor
tenha disponível em sala, porém precisam atentar para a forma como devem ser
trabalhados. O professor precisa ter muito mais criatividade, vontade,
seriedade, competência, sensibilidade, que dinheiro.
Para Piaget (1976), o
jogo é uma atividade preparatória, útil ao desenvolvimento físico do organismo.
Da mesma forma que os jogos dos animais constituem o exercício de instintos
básicos e necessários, como os de combater ou caçar, também o indivíduo que
joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, sua curiosidade em estar
experimentando, além de seus valores sociais. É pelo fato de o jogo ser um meio
tão valioso e eficiente na aprendizagem, que em todo lugar em que se consegue
transformar leitura, cálculo, ortografia em brincadeira, observa-se que os
alunos se apaixonam por essas ocupações tidas comumente como maçantes.
Macedo (2000) expõe
que, nos jogos, os indivíduos precisam se deparar com situações- problema para
que sejam estimulados corretamente, sendo justamente estes desafios que darão
sentido ao jogo. Precisam apresentar alguma situação de impasse em que venha a
se desenvolver uma solução. Além de o profissional da educação ter a
consciência de estabelecer objetivos, fundamental para dar significado às
atividades tais como: aonde quero chegar e porquê, conhecer seu público, idade,
número de participantes, classe social, etapa do desenvolvimento psicológico do
indivíduo e organização prévia de um material adequado para que o trabalho se
torne viável, além de tempo, espaço, dinâmica, proximidade de conteúdos, dentre
outros.
Macedo (2000) é bem
claro ao afirmar que a proposta de um trabalho com jogos não pode ser entendida
como um receituário de bolo, que deva ser seguido fielmente por quem o utiliza.
A idéia seria propor algo de referencial, podendo ser modificado, adaptado, à
prática pedagógica, de acordo com as necessidades de cada professor, e que os
jogos sejam sobretudo transformados em material de estudo e ensino, bem como
aprendizagem e produção de conhecimento.
Macedo, assim como a
maioria dos estudiosos na área, não só acredita como pode comprovar, no
decorrer de sua prática com jogos, que muito mais que a aplicação de jogos em
si na sala de aula é a intervenção dos professores na manipulação de tarefas e
desafios. Afirma que “qualquer jogo pode ser utilizado quando o objetivo é
propor atividades que favorecem a aquisição de conhecimento. A questão não é o
material, mas no modo como ele é explorado. Pode-se dizer, portanto, que serve
qualquer jogo mas não de qualquer jeito”.
Para Cury (2003),
levando em consideração tudo que foi exposto anteriormente, não há técnica e
metodologia pedagógica que funcione sem que haja a afetividade. O jogo para ele
consiste em se poder trabalhar sobretudo a auto-estima, o controle da emoção, a
capacidade de lidar com perdas e frustrações, de dialogar, de ouvir, ao lado do
que se pode comumente extrair com finalidades didáticas.
A eficiência maior
estaria mais na figura do professor do que dos jogos em si. Aposta no lúdico,
no jogo, porém com o objetivo principal de estimular os alunos a serem
pensadores, questionadores, e não repetidores de informação. É, sobretudo,
saber “valorizar mais a pessoa que erra do que o erro da pessoa”.
Para Antunes (2003), é
perfeitamente possível alfabetizar a emoção através dos jogos, levando o aluno
a vivenciar situações que agucem suas funções cerebrais e abasteçam suas
memórias de informações prontas para serem usadas caso necessitem. Pode-se
trabalhar, nos jogos, o autoconhecimento, a administração das emoções, empatia,
automotivação, capacidade de relacionamento pleno, dentre outras habilidades já
conhecidas.
Antunes afirma que, na
etapa de aprendizagem escolar a que se destina o presente estudo, 5ª a 8ª
série, os jogos mais adequados são aqueles que proporcionam uma educação
emocional, estimuladores de inteligência intra e interpessoal, uma vez que os
jovens nesta etapa formam pensamentos sobre moralidade, ética, sendo impossível
separá-los do progresso cognitivo.
Segundo Oliveira
(2005), nesta etapa, trabalhar o brincar, permite a elaboração de um mundo de
sentimentos e ações com significados sócio afetivo novo e crítico; Podendo-se
atribuir à atividade lúdica três funções: socializadora, na qual desenvolve
hábitos de convivência; psicológica, podendo aprender a controlar seus
impulsos, e pedagógica, trabalhando a interdisciplinaridade, a heterogeneidade,
o erro de forma positiva, fazendo com que o indivíduo se torne ativo no seu
processo de desenvolvimento.
No processo de
ensino-aprendizagem, o professor,
educador da era industrial, deve buscar educar para as mudanças, para a
autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado
positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres
e de suas responsabilidades sociais.
“Posso saber pedagogia, biologia como astronomia, posso cuidar da terra
como posso navegar. Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto
posso saber o que ainda não sei como posso saber melhor o que já sei. E saberei
tão melhor e mais autenticamente quanto mais eficazmente construa minha
autonomia em respeito a todos outros”. (Paulo Freire)
Wekerlin (2004)
acredita que a maioria das escolas, hoje, ainda tem o ensino centrado na figura
do professor, tendo este último a exclusiva missão de ser um transmissor de
informações necessárias para que os alunos aprendam.
Einstein (1994), em
suas considerações a respeito da postura do professor, afirma que “... Ponha-se
nas mãos do professor o menor número possível de medidas coercitivas, de tal
modo que suas qualidades humanas e intelectuais sejam a única fonte de respeito
que ele possa inspirar no aluno”.
Freire (1996) leva o
educador a refletir sobre a sua prática pedagógica, mostrando a importância da
ética, do prazer em lecionar, do acreditar, da seriedade e da humildade
inerente ao saber-da-competência. É extremamente preocupado com o ser humano e
vê a prática educativa, sobretudo, como humana. “... ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.
E vai mais além, ao dizer que “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender”.
Ainda, Freire acredita
que o professor precisa ser criador, ousado, curioso, persistente, flexível,
aceitar o novo, mudar e promover mudanças, mas sem perder a humildade. Precisa,
sobretudo, ser um bom pesquisador, já que “Não há ensino sem pesquisa e
pesquisa sem ensino. Um se encontra no corpo do outro. Enquanto ensino continuo
buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me
indago”. E continua afirmando “... Pesquiso para conhecer o que ainda não
conheço e comunicar ou anunciar a novidade”.
Ozanir
(2004), em uma aula de língua Portuguesa, expõe que, “se o professor não é
capaz e não acredita que pode modificar ou transformar uma vida, para que então
existe e serve enquanto mestre?”.
Segundo Wekerlin
(2004), precisamos de profissionais mais adaptados às intensas transformações
que se vivem hoje na sociedade, que se ajustem a novas dinâmicas, e que
qualquer metodologia vise à reconstrução do conhecimento, dando ao aluno, em
todos os aspectos, a capacidade de se ajustar às exigências do mundo moderno.
Cury (2003) nos afirma
que o profissional de hoje, com a modernização, infelizmente se tornou uma
máquina de trabalhar, e com a intensificação do conhecimento, se preocupou
muito em transmitir conteúdos de forma mecanizada. E afirma que “Nós nos
tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossas crianças em
máquinas de aprender”, ou seja, informa-se muito mais do que se forma.
Nesse processo, Cury
acredita que a sensibilidade é algo que fica ignorado, esquecido. O professor
precisa saber que “Um excelente educador não é um ser perfeito, mas alguém que
tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender”. “Educar não é
repetir palavras, é criar idéias, é encantar”. É sobretudo ser “um artesão da
personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias”. Os professores
precisam transformar informação e conhecimento, em experiência, estimulando-os
a refletirem. E o maior erro seria destruir os sonhos e esperanças desses
indivíduos.
“O melhor professor não é o mais eloqüente,
mas o que mais instiga e estimula a inteligência”. E diz mais que “Um professor
influencia mais a personalidade dos alunos pelo que é do que pelo que sabe”.
Precisa sobretudo humanizar o conhecimento e promover auto-estima. Precisa ser
mestre da vida.
Para Antunes (2003),
“tal como em conteúdos curriculares o professor não ensina posturas emocionais,
mas ajuda o aluno a construí-las”. O professor mais do que querer é estar
extremamente motivado a realizar tarefas muito além das cotidianas.
Segundo os PCN`s
(1998), “ao professor cabe planejar, implementar e dirigir as atividades
didáticas, com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e
reflexão do aluno, procurando garantir aprendizagem efetiva”. Além de assumir o
papel de informante e de interlocutor privilegiado, que tematize aspectos
prioritários em função das necessidades dos alunos e de suas possibilidades de
aprendizagem.
Macedo (2000) acredita
que o professor teria de estimular o aluno a pensar e “propor situações
problema, proporcionando mais espaço para o descobrimento e construção de suas
idéias sobre o mundo em vez de fornecer informações prontas”.
Para Labruna (1995), o
professor com suas atividades precisa respeitar o nível de desenvolvimento em
que o aluno se encontra, propondo atividades próprias para ele. Sempre
procurando entender o que o aluno pode estar pensando e sentindo.
Muitos autores devem
ser estudados e dentre eles estão: Freud, na Psicologia do desenvolvimento
afetivo; Piaget, na psicologia do Desenvolvimento Cognitivo e Erickson na
Psicologia do Desenvolvimento Social.
Ainda Labruna (1995), e
considerando-se a etapa de desenvolvimento em estudo, expõe que, para Freud,
dentro de uma abordagem afetiva, a fase em que se encontra o indivíduo, na
etapa empreendida entre 11 a 15 anos, pode ser denominada de
genital, na qual o indivíduo passa pela última fase do desenvolvimento
psico-sexual, e conquista a formação de sua personalidade.
Para Piaget, agora em
uma abordagem cognitiva, é uma etapa na qual o desenvolvimento ocorre a partir
de soluções lógicas para todas as classes de problemas, e o indivíduo pensa
cientificamente, permitindo o amadurecimento das estruturas cognitivas.
Para Ericson, em uma
abordagem social, a etapa em estudo pode ser entendida como aquela em que
finalmente o indivíduo deverá encontrar-se, descobrir quem é, em que se
considera uma pessoa coerente, integrada e única.
Para Amorim (1999), o
professor deve ser sobretudo um facilitador de aprendizagens, um verdadeiro
mestre em facilitar as transformações pessoais. É centrado na técnica, na
pessoa, mas no ser humano enquanto essência. Possui características importante
tais como, flexibilidade, plena atenção, humor, vocação, intuição, paciência,
humildade, dentre outras.
Segundo Antunes (2001),
o professor do século XXI precisa se adequar às transformações tecnológicas,
adquirindo novas competências e habilidades para que possa não só ensinar como
também “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto e
aprender a ser”.
Ainda, Amorim (1999)
explica que já é sabido que dominar apenas os conteúdos que se pretende ensinar
não basta. Se fosse assim, o problema da educação já estaria resolvido, a
verdadeira maestria consiste em ter coragem de ousar, tarefa difícil e que
exige reeducação por parte dos professores. Precisa-se ter em mente que “A
consciência de que estamos aqui de passagem torna a existência uma bela e valiosa
aventura. Chegamos de mãos vazias, iremos de mãos vazias. Só levaremos conosco
o passaporte de nossas ações”.
Segundo Abdelnur
(2004), o professor, para motivar, precisa sobretudo estar motivado, além de
ter de estar envolvido com o ensino, ter sensibilidade; e que os conteúdos e
estratégias possam estar adequados à realidade, compartilhados e
hierarquizados. O professor precisa fazer com que o aluno represente
mentalmente o que se ensina, precisa ser competente, e dominar não só as
técnicas da disciplina, como também ser conhecedor da psicologia humana.
O aluno precisa ser
preparado para adquirir destrezas tais como: dominar a norma culta da Língua
Portuguesa, construir e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento,
selecionar, organizar, relacionar, interpretar, dentre outras.
O Aluno
“Há um mundo a ser
descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobri-lo
quem está encerrado dentro do seu próprio mundo”. (Augusto Cury)
Segundo Oliveira
(2005), conceituar um indivíduo que passa pelo ensino fundamental, de 5ª a 8ª
série, implica necessariamente considerar-se um período de vida pelo qual
sujeito transita, e em que estão incutidos aspectos não só biológicos, sociais,
mas também psicológicos, que consiste num período de intensas transformações,
principalmente no que diz respeito a maturação sexual.
De acordo com os PCN`s
(1998) “Os alunos do terceiro e do quarto ciclo do ensino fundamental
apresentam-se normalmente na idade entre 11 e 15 anos, ainda que, muitas vezes,
por causa de motivos diversos, possam ser mais velhos. Pode-se dizer, portanto,
de forma geral, que esta fase da educação escolar compreende a adolescência e a
juventude”.
Segundo Arminda (1982),
“a adolescência é uma época de lutos. Luto pelo corpo infantil perdido, sendo
substituído por um corpo novo, estranho, que é encarado como um enigma”, ou
seja, são indivíduos totalmente angustiados com o desconhecido, e escondem seus
medos e incertezas, atrás, muitas vezes, da indisciplina e da rebeldia. Por outro
lado, são extremamente curiosos, críticos, questionadores, ainda que muitas
vezes não demonstrem.
Para Piaget (1976), ao
contrário da criança, o adolescente pensa de forma hipotética, e é capaz de
construir teorias, com uma capacidade grande de reflexão. Nessa etapa, cada
faixa de idade obedece a um processo de desenvolvimento próprio, distribuída
entre os níveis da linguagem, da organização, da representação gráfica, e da
representação corporal, podendo dentre muitos outros trabalhar campos do
operatório abstrato, da discussão, do grupo, das técnicas de desenho e do
teatro.
Antunes (2003), na
tentativa de ampliar o conceito de inteligência e se apropriando em suas
explanações da teoria das múltiplas inteligências, expõe que: “o ser humano é
dotado de inteligências múltiplas que incluem as dimensões lingüística,
lógico-matemática, espacial, musical, cinestético-corporal, naturalista,
intrapessoal e interpessoal”.
Cury (2003) mostra que
a mente dos jovens de hoje é bastante diferente dos que viveram no passado.
Todos os fenômenos psíquicos, orgânicos são os mesmos, porém a qualidade,
velocidade e intensidade dos mesmos, mudaram, e atribui ao fato toda a
conturbada modernização que vivemos.
Segundo Cury (2003), o
aluno atualmente chega às escolas com excessos de estímulos visuais e sonoros,
produzidos pela TV, pelo rádio, pela internet, por games, enfim, com uma velocidade de informação tão grande que os
obriga a pensarem quase que instantaneamente, e o que é pior, a escola não está
percebendo e nem acompanhando esse processo.
O indivíduo que chega a
sala de aula hoje, na maioria das vezes, demonstra ser uma pessoa ansiosa,
dispersa, agitada, irritada, esquecida, com déficit de concentração, aversão à
rotina e, muitas das vezes, com sintomas psicossomáticos, como dor de cabeça,
gastrite, dentre outros. É importante fazer com que os alunos pensem, porém,
exageradamente é prejudicial.
Segundo Cury (2003), “A
doença do pensamento acelerado dos alunos faz com que as teorias pedagógicas
fiquem praticamente nulas, não funcionem, ocasionando o que já de muito se sabe
de que os alunos não aprendem, não se interessam, não estudam, ficando, muitas
vezes, à mercê dos seus próprios pensamentos”. Os professores estão presentes
na sala de aula e os alunos estão em outro mundo”.
Segundo os PCN`S
(1998), pensar o ensino no terceiro e quarto ciclo requer a compreensão da
adolescência como um período de intensas transformações, que ocorrem nos
âmbitos sociocultural, afetivo-emocional, cognitivo e corporal, o que requer
práticas que possam realmente contribuir para a formação do sujeito, que
garantam bons resultados na aprendizagem.
As metodologias,
entretanto, são válidas, desde que se leve em consideração tudo o que foi
anteriormente discutido sobre a relação professor-aluno, e que o educador possa
evidenciar, o tempo todo, o papel desses dois personagens no processo de
ensino-aprendizagem. Além de sugerir idéias, pesquisar, arriscar, enfim, serem
competentes e promoverem ou pelo menos contribuírem para uma educação mais
significativa em seus resultados.
“Seja prudente com a novidade. Nunca a procure
por ela mesma, mas pela melhoria que poderá proporcionar ao seu trabalho e à sua
vida. Essa melhoria depende tanto de você como da própria novidade”.(Celso
Antunes)
Segundo Yared (2002) e tendo como
base as atuais orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996), no que se refere ao Ensino Fundamental, deve-se ter claro que os
materiais didático pedagógicos necessitam estar em acordo com as finalidades
previstas para esse segmento de ensino.
Outro aspecto de igual importância
refere-se ao fato de “se garantir que os diferentes temas/ assuntos que venham
a ser trabalhados se relacionem com o universo amplo ou particular de
diferentes sujeitos sociais”.
Ainda, Yared acredita que os
professores precisam utilizar metodologias que, de forma permanente, estimulem
a pesquisa, a experimentação e a resolução de problemas, uma vez que tais
condições podem ser decisivas tanto para a construção/reconstrução de
conhecimentos quanto para a mobilização de diversas competências cognitivas
superiores.
Os recortes de conteúdos devem
estar vinculados de forma intencional e permanente ao viver em sociedade dos
educandos, pesquisando e selecionando temas que sejam significativos dentro da
realidade social do aluno.
Geralmente, o objetivo das
pesquisas sobre a ludicidade no ensino é, sobretudo, fazer com que os
professores repensem suas práticas discursivas, transmissoras de informações,
ainda tão evidente nas escolas brasileiras, e que possam ser competentes
pesquisadores de forma a adotarem uma postura mediadora ante a produção de
conhecimento.
Como bem afirma Freire (1996), “não
há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino”, ou seja, o professor precisa o
tempo todo, de forma crítica e seletiva, estar buscando novos conhecimentos,
precisa ousar, correr riscos, para que efetivamente haja educação.
A presente pesquisa pretende
proporcionar aos professores sugestões de atividades lúdicas nas áreas de
leitura, escrita, ortografia e gramática, possibilitando aos alunos o uso e a
reflexão sobre língua e linguagem.
A avaliação tradicional neste
momento não será questionada e continuará valendo como processo final realizado
para obtenção de resultados, porém não será a única, e caberá ao professor
direcioná-la, já que este precisará levar em consideração aspectos como série,
conhecimento pleno do grupo, metodologia, espaço físico, tempo, dentre outros.
A seguir, serão apresentadas
algumas vivências de como o professor pode estar desenvolvendo uma pesquisa
baseada em jogos e atividades lúdicas, e que efetivamente possam auxiliar na
aprendizagem, tornando-a mais prazerosa.
Brincadeiras Infantis
Baseado nas sugestões de Yared;
Barbosa; e Leite (2002), apresenta-se a seguir uma proposta de debate e
produção de texto, para turmas de 5ª e 6ª séries, que consiste basicamente na
escolha de um texto, de título Brincadeiras
Infantis, assunto familiar ao universo da criança:
Por todo o País
são inúmeras as brincadeiras apreciadas pelas crianças, elas demonstram as
características sociáveis, onde procuram outras crianças com o intuito de se divertir,
resta salientar que, na maioria das brincadeiras, há restrições quanto às
regras estabelecidas pelas próprias crianças, ou seja, em algumas brincadeiras,
apenas os meninos podem brincar com meninos e, em outras, apenas as meninas
podem brincar com meninas. As características da expressividade e senso lúdico
das crianças são bastante trabalhadas nessas brincadeiras. O que mais é
valorizado é a participação da criança que quer brincar, entre as diversas
brincadeiras estão: Gudes, Pipas, Pião, Ciranda, Cantiga de Roda, Amarelinha,
Esconde-Esconde, dentre outras.
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
- Relembrar com os alunos algumas brincadeiras que são comuns na infância, e em várias regiões brasileiras como o esconde-esconde, o passa-anel, os jogos de sorte, o pega-pega, dentre outras.
- Solicitar à turma que se dividam em grupos para debaterem o tema e compartilharem experiências.
- Solicitar aos alunos que escrevam um texto no qual expliquem as regras da brincadeira escolhida, determinando objetivos a serem atingidos e regras por ordem de importância, evitando repetições de expressões do tipo: aí, daí, então e etc.
- Pedir que troquem os textos entre os grupos, reelaborando-os caso seja necessário.
- Entregar a produção ao professor para que ele faça os comentários devidos.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
ortografia e leitura.
Carta de um Jovem
Baseado nas sugestões de Yared; Barbosa; e
Leite (2002), apresenta-se a seguir uma proposta de debate e produção de texto,
para turmas de 7ª e 8ª séries, que consiste basicamente na escolha de um texto,
de título Carta de Um Jovem, assunto
familiar ao universo do adolescente:
Num determinado
Hospital de São Paulo, um jovem de apenas 19 anos, endereçou a seu pai uma
comovedora carta de adeus, fato verídico ocorrido na Capital. Vale a pena
divulgá-la pelo seu conteúdo significativo. Dizia o jovem nessa carta: "Acho que nesse mundo
ninguém procurou descrever seu próprio cemitério. Não sei como meu pai vai
receber este relato, mas preciso de todas as forças enquanto é tempo. Sinto
muito, meu pai, acho que este diálogo é o ultimo que tenho com o senhor, sinto
muito mesmo... Sabe pai, está em tempo do senhor saber a verdade de que nunca
desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo. O tóxico me matou. Travei
conhecimento com o meu assassino aos 15 anos de idade. É horrível não pai? Sabe
como eu conheci essa desgraça? Por meio de um cidadão elegantemente vestido,
bem elegante mesmo, e bem falante, que me apresentou ao meu futuro assassino: A
Droga. Eu tentei recusar. Tentei mesmo, mas o cidadão mexeu com o meu brio,
dizendo que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai?
Ingressei no mundo do vício. No começo foi o devaneio; depois as torturas, a
escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente. Em seguida veio
a falta de ar, o medo, as alucinações. E logo após a euforia do
"pico", novamente eu me sentia mais gente que as outras pessoas, e o
tóxico, meu amigo inseparável, sorria, sorria. Sabe meu pai, a gente começa a
achar tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava cômico. Hoje, no leito de um hospital, reconheço que
Deus é mais importante que todo mundo. E que sem sua ajuda eu não estaria
escrevendo essa carta. Pai, eu só estou com 19 anos e sei que não tenho a menor
chance de viver. É muito tarde para mim. Mas, ao senhor, meu pai, tenho meu
último pedido a fazer: mostre essa carta a todos os jovens que o senhor
conhece. Diga-lhes que em cada porta de escola, em cada cursinho de Faculdade,
em qualquer lugar, há sempre um homem elegantemente vestido e bem falante que
irá mostrar-lhes o futuro assassino e destruidor de suas vidas e que os levará
à loucura e à morte, como aconteceu comigo. Por favor, faça isso meu Pai, antes
que seja tarde demais para eles. Perdoe-me, pai... já sofri demais, perdoe-me
também por fazê-lo padecer pelas minhas loucuras, Adeus meu pai...” Algum tempo
depois de escrever essa carta, o jovem morreu.
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
- Fazer a leitura do texto em voz alta para a turma.
- Criar um debate sobre o texto.
- Fazer, em grupos, com que os alunos pensem em uma frase que consiga resumir, sintetizar, o que está escrito no texto, ou que remeta a idéia principal.
- Solicitar aos alunos que escrevam através de um acróstico, um poema, utilizando a frase criada. O professor orienta o trabalho no momento em que estiver sendo confeccionado, exemplificando e dando sugestões.
- Por fim, todos poderão ler seus poemas, dando a oportunidade ao professor de avaliar, dentre outras habilidades, criatividade, descontração, possíveis dificuldades em resumir, sintetizar e desenvolver idéias.
- Quando couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática, ortografia e leitura.
Baseado nas sugestões de Yared; Barbosa; e
Leite (2002), apresenta-se a seguir uma proposta de debate e produção de texto,
para turmas de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries, consiste basicamente na escolha de uma
sinopse de um episódio de malhação, de título Adeus, dinheiro!, assunto familiar ao universo dos jovens:
Urubu promete
pensar, embora não goste muito da idéia. Léo se assusta quando Aline diz que
ele é o homem de sua vida, com quem vai casar e ter filhos. João não quer ir à
audiência e Rita explica que ele pode ser condenado. Rico esbraveja com a falta
de luz e pergunta se eles querem que ele se mude. Vilma, Download e Bel negam.
Urubu alerta Betina a guardar o dinheiro em lugar seguro. João diz que não vai
poder viajar. Natasha pede que ele confie nela. Kiko falta ao teste de inglês.
Léo conta para Betina sobre Aline. Pasqualete empresta um armário para Betina e
Jaque. Urubu
vende pulseirinhas. Aline ouve que a cigana Rosa Lee foi presa por
charlatanice. Bel tenta minimizar. Kiko esnoba Marcão mais uma vez, chamando-o
de anônimo. Bel confessa que ela e Download tentaram dar uma força para o
romance de Aline. A menina diz que está morrendo de vergonha de Léo. Urubu
segue Pasqualete e Betina. Renzo avisa Natasha que ela vai de carro com ele.
João não gosta. Urubu vê Betina anotar o segredo do cadeado em um bloco e
consegue descobrir os números.
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
·
Debater
sobre o que representa a televisão atualmente como veículo de informação, tal
como as características das telenovelas, a diversidades de linguagens; o
público alvo a ser atingido, e em particular a mini-novela Malhação.
·
Dividir a
turma em grupos para debaterem o tema (se assistem, se gostam ou não...)
·
Escrever
em conjunto um diálogo, tendo por base o episódio exposto acima intitulado Adeus, dinheiro!
·
Apresentar
oralmente para a classe o texto dramatizado num tempo máximo de 10 minutos,
representando bem os gestos e a postura corporal que caracterizam esses
personagens, tendo o professor a incumbência de fazer a monitoria dos trabalhos
enquanto são elaborados.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
ortografia e leitura.
De Futebol
Baseado nas sugestões de Rangel
(2002), apresenta-se a seguir uma proposta de leitura e debate, para turmas de
5ª, 6ª séries, que consiste basicamente na escolha de um texto, de título De Futebol, assunto familiar ao
universo do indivíduo:
“Um gramado
retangular. No meio dos lados menores do retângulo uma armação retangular de
madeira, um quadro que é boca de uma rede onde deve ser arremetida uma pelota
de couro que dez homens de um lado contra dez do outro impelem através do
campo, sem pôr a mão na pelota, o que só têm licença de fazer os guardiões dos
quadros”. Não parece que esse jogo, inventado pelos ingleses, tenha outra
importância na ordem das coisas senão a de ocupar sadiamente ao ar livre o
lazer de vinte e dois homens. Pois bem, sobre tão frágil estrutura criou-se com
o tempo um mundo de interesses materiais, emotivos, sociais, nacionais e
continentais; talvez futuramente, com a conquista dos espaços siderais,
interplanetários!
O que foi a
princípio simples entretenimento de horas de folga, tornou-se uma profissão;
assistência desses jogos, que requeria apenas uma pequena arquibancada, como
são hoje as de natação ou basquete, exige hoje estádios monumentais; a
publicidade em torno dessa atividade supera qualquer outra. Um campeonato
mundial de tal esporte, que não é mais esporte (sport é divertimento, não meio de vida), apaixona de tal modo a
opinião que envolve os brios nacionais, e uma briga no jogo entre adversários
sem educação pode acarretar movimentos de antipatia entre países a que eles
pertencem. Não é insensato? “[...]” (BANDEIRA, 1981).
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
·
Solicitar
aos alunos que façam a leitura em voz alta.
·
Debater o
texto com questões do tipo: Ter liberdade
é fazer tudo o que se quer? O que
seria dos pedestres se quisessem atravessar uma avenida do centro da cidade, se
não houvesse semáforos? Qual a
importância das regras na sociedade? dentre outras.
·
Solicitar
a um aluno que complete, livremente, com suas idéias, a frase: - O que o texto me diz:...; Depois pedir
a um segundo aluno que complete, livremente, com suas idéias, a frase: - O que eu digo ao texto:...; e a um
terceiro aluno que, dirigindo-se aos colegas anteriores, complete, livremente,
com suas idéias, a frase: - O que eu
digo aos meus colegas:...
Observação: A Dinâmica poderá ter continuidade com novos alunos
completando as frases. Depois professor e alunos podem comentar experiências,
observando contribuições à aprendizagem e manifestando percepções pessoais.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
ortografia e produção de texto.
Assim como Rangel (2002),
apresenta-se a seguir uma proposta de leitura e debate, para turmas de 7ª e 8ª
séries, em que consiste basicamente na escolha de um texto que resume um
episódio do desenho animado Os Simpsons, de título Blame it on Lisa de assunto familiar ao universo do indivíduo:
Tudo começa em
Springfield quando chega uma conta de telefone no valor de 400 dólares cobrando
ligações telefônicas para o Brasil. Homer começa a estrangular Bart mas na
verdade a culpada foi Lisa (daí vem o nome do episódio Blame it on Lisa ou seja Ponha a culpa na Lisa).
Homer e Marge
vão para a companhia telefônica e falam que não vão pagar essa conta, a
companhia então corta a linha telefônica impedindo os Simpsons de usarem o
telefone. Homer, como é um expert nesses
serviços, sobe no poste para tentar religar o serviço e acaba levando uma
seqüência de choques.
Então, a
família decide ir ao Brasil para ver o que está acontecendo e Lisa resolve
assumir que foi ela e fala que o dinheiro gasto era para um órfão chamado
Ronaldo, que mora no Rio de Janeiro, no orfanato Anjos Imundos.
Homer não gosta
da idéia e fala que os meninos do Brasil são pequenos Hitlers (numa engraçada referência ao livro Os Meninos do Brasil).
Lisa coloca para a família uma fita de vídeo enviada por Ronaldo agradecendo as
doações de Lisa e comenta que, com o dinheiro que ela deu, foi possível comprar
sapatos para dança e uma porta para o orfanato que estava sendo invadido por
macacos a todo momento.
Os Simpsons
chegam no Brasil e vão para um hotel onde os funcionários são tão fanáticos por
futebol que chutam as malas dos hóspedes. Bart fica fascinado por um programa
para crianças (uma bela gozação aos antigos programas da Xuxa, com direito a
paquitas de maiô que ficam se
esfregando em letras). A família vai até uma favela procurar Ronaldo, e Marge
fala: “- Nossa, que vizinhança mais charmosa!” e Lisa retruca: “- Mãe isso é
uma favela, o governo pinta ela de cores diferentes para que os turistas não
fiquem ofendidos”. Marge: “- É, para mim funcionou”.
Após isso, os
Simpsons vão até uma churrascaria, e Lisa faz um plano: a família deve se
dividir para achar Ronaldo. Bart e Homer vão para a praia de Copacabana. Lisa e
Marge vão para uma escola de samba onde estão dançando uma nova mania nacional,
a Enfiada.
Ao chegar a uma
feirinha, Homer e Bart são distraídos por uma vendedora enquanto trombadinhas
roubam suas coisas. Após entrar em um táxi, Homer é seqüestrado. Homer vai
parar na Amazônia.
Marge encontra
Ronaldo em um carnaval de rua, ele está vestido de flamingo em cima de um carro
alegórico. Ronaldo, que havia ficado rico como figurinista (e trabalhava para o
tal programa infantil) dá o dinheiro para pagar o resgate de Homer. O lugar
para o pagamento são os bondes do Pão de Açúcar.
Marge joga o
dinheiro para os seqüestradores e Homer pula para o bonde de Marge. Com o peso
de Homer, o Bondinho cai de uma altura muito grande e, quando chega ao chão,
Marge pergunta se Homer está bem e o beija, o episódio acaba com Bart comido
por uma cobra e dançando samba dentro dela.
Partindo do texto exposto anteriormente
ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades tais como:
- Solicitar a um aluno que diga um argumento a favor do texto;
- Solicitar a um segundo aluno que diga um argumento contra o texto;
- Solicitar a um terceiro aluno que diga com qual dos dois colegas concorda e por quê?
Observação: A Dinâmica poderá ter continuidade com a solicitação de
novos argumentos. O Professor poderá comentar os argumentos apresentados, e, ao
final, todos participam trocando experiências, observando contribuições à
aprendizagem e manifestando percepções pessoais.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
ortografia e produção de texto.
Baseado nas sugestões de Rangel (2002),
apresenta-se a seguir uma proposta de leitura e debate, para turmas de 5ª, 6ª,
7ª e 8ª séries, que consiste basicamente na escolha de um poema intitulado O Açúcar, porém compreensível à
realidade do indivíduo nesta etapa do conhecimento em estudo:
O branco açúcar
que adoçará meu café
nesta manhã de
Ipanema
não foi
produzido por mim
nem surgiu
dentro do açucareiro por milagre.
[...] Este
açúcar veio
da mercearia da
esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da
mercearia.
Este açúcar
veio
de uma usina de
açúcar em Pernambuco
ou no Estado do
Rio
e tampouco o
fez o dono da usina.
Este açúcar era
cana
e veio dos
canaviais extensos
que não nascem
por acaso
no regaço do
vale.
Em lugares
distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem
ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e
colheram a cana
que viraria
açúcar.
Em usinas
escuras,
homens de vida
amarga
e dura
produziram este
açúcar
branco e puro
com que adoço
meu café esta manhã em Ipanema. (GULLAR, 1997).
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
- Solicitar a um aluno que destaque, no texto, uma passagem que julgou importante e fale a turma;
- Solicitar a um segundo aluno que explique por que, na sua opinião, o acontecimento destacado pelo colega é importante;
- O professor solicita ao primeiro aluno que diga se a explicação do colega correspondeu, ou não, à importância que ele atribuiu à informação, e por quê?
- Levar os alunos a refletirem sobre os seguintes temas: Desigualdade e Injustiça Social, Exclusão, Autoritarismos, Poder Político, dentre outros.
Observação: A
dinâmica poderá ter continuidade, com o destaque de uma nova informação.
Professores e alunos poderão comentar experiências, observando contribuições à
aprendizagem e manifestando percepções pessoais.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
ortografia e produção de texto.
Apostas e Certezas
Baseado nas sugestões de Cereja; e
Magalhães (2003) apresenta-se a seguir uma proposta de ortografia, para turmas
de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries, que consiste basicamente na escolha de uma música
recente, cantada por um grupo chamado CPM22, intitulada de Apostas e Certezas, canção muito ouvida pelos jovens da faixa
etária em estudo:
Apostas
e Certezas
CPM 22
Quantas ve__z_es
eu fu_g__i
Distraindo os meus
sentidos
Tantas ve_z__es
nada qui_s__
Destratando os
meus amigos
Outras tantas
discuti
Só pra não te
en__x_ergar
Estava aqui
Entre prome_ss__as
e despe_s__as
Apostas e
certe_z__as
Cada ve_z__ mais
Entre promessas e
despe__s_as
Apostas e
certe_z__as
Cada ve_z__ mais
Quero fu__g_ir das
derrotas
Sorriso na cara,
estou de volta
Quero fu__g_ir das
derrotas
Sorriso na cara,
estou de volta
Algumas ve_z__es
eu menti
Despre_z__ando os
teus sorrisos
Todas as ve__z_es
eu te qui_s__
Provocando,
discutindo
Tra_z__ todo amor pra mim
Sem fu_g__ir ou me
e_s__tranhar
Tá tudo aqui
Entre promessas e
despe_s__as
Apostas e certezas
Cada ve__z_ mais
Entre promessas e
despe_s__as
Apostas e
certe__z_as
Cada ve_z__ mais
Quero fu_g__ir das
derrotas
Sorriso na cara,
estou de volta
Quero fu_g__ir das
derrotas
Sorriso na cara,
estou de volta
(Composição:
Luciano / Carlos Dias)
Partindo da letra de música exposta
anteriormente, com espaços em branco, para que os alunos completem, ou de uma
outra letra similar, com o mesmo tipo de exercício; o professor pode sugerir
atividades tais como:
- Perguntar à turma quem sabe e pode cantar “Apostas e Certezas” do CPM22
- Pedir que preencham adequadamente os espaços em branco.
- Fazer a correção (fica a critério do professor se ele próprio o fará no quadro-negro ou solicitará a alunos que o façam).
- Promover discursos que envolvam os seguintes temas: Para que serve a ortografia, a importância do escrever bem para o padrão culto da Língua, a adequação da escrita, e principais dúvidas de ortografia tais como X ou CH?, S ou Z?, Dentre outras.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática,
leitura e produção de texto.
Baseado nas sugestões de Kraemer
(2005), apresenta-se a seguir uma proposta de ortografia, para turmas de 5ª, 6ª,
7ª e 8ª séries, que consiste basicamente num jogo intitulado Quebra-Cabeça, em que se apresenta
apenas o aproveitamento da atividade, ficando a critério do professor a seleção
de palavras e frases que julgar convenientes.
A partir de um quebra-cabeça criado
pelo próprio professor, as palavras deverão ser aquelas em que os erros de
ortografia são incidentes e que mais dúvidas geram. Pode-se sugerir aos alunos
atividades tais como:
·
Dividir a turma em grupos.
·
Entregar aos grupos uma série de palavras recortadas
ao meio, com traçados de recortes diferentes, de modo a formarem um
Quebra-Cabeça. Todos os grupos recebem cópias das mesmas palavras.
- Vence a primeira etapa o grupo que primeiro montar o quebra-cabeça corretamente.
- Leitura das palavras em voz alta.
- Solicitar que os alunos procurem no dicionário o significado das palavras montadas.
- Vence a segunda e última etapa quem conseguir primeiro realizar a tarefa corretamente.
- Explanações sobre a importância da Ortografia na escrita.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de gramática.
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
Baseado nas sugestões de Martins
(2005), apresenta-se a seguir uma proposta de gramática, para turmas de 5ª, 6ª,
7ª e 8ª séries, que consiste basicamente na apresentação de uma palavra atípica
porém existente dentro da língua portuguesa, e um texto explicativo a título de
curiosidade, intitulado Você lê um
palavrão de 46 letras?:
Segundo o
Professor Vicente Martins (2005), da Faculdade Estadual Vale do Acaraú, por
mais que pareça mentira, a palavra, ou melhor, o palavrão acima, existe mesmo e
está registrado no novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, tendo por
definição “estado de quem é acometido de uma doença rara provocada pela
aspiração de cinzas vulcânicas”. E, para a lingüística convencional, a palavra
em estudo é perfeitamente possível, já que se entende como “um elemento
lingüístico significativo, composto de um ou mais fonemas”, ainda que chegue a
ter 46 letras, é uma unidade lingüística cujo significado está na cultura
vigente, na compreensão oral, na fala e na escrita.
Partindo do texto exposto
anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir atividades
tais como:
- Fazer em voz alta a leitura do texto.
- Perguntar se há alguém na turma que consegue ler rapidamente a palavra sem errar.
·
Fazer a
decodificação da palavra através de seus morfemas e fonemas (pneumonia, ultramar, microscópio, vulcão, cone, ouvido, sulfúrico).
Explicando o significado de cada uma delas.
- Solicitar aos alunos que se dividam em grupos.
- Propor aos alunos que, dentro de um tempo estipulado pelo professor, pensem no seguinte tema: Quantas palavras poderão ser formadas a partir das letras que compõem o palavrão.
- Pedir que pensem rapidamente, pois ganhará o grupo que conseguir formar o número maior de palavras.
- Ao final, todos deverão ler suas listagens.
- O professor, a partir do jogo, pode iniciar debates sobre: A importância das palavras, estrangeirismos, empréstimos, dentre outros.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de ortografia e
produção de texto.
É questão ou não de confiança?
Sugestões da própria autora,
apresenta-se a seguir uma proposta de gramática, para turmas de 7ª e 8ª séries,
que consiste basicamente na apresentação de um diálogo intitulado É questão ou não de confiança? Com
gírias e expressões familiares ao
universo do jovem:
[...]
Tatiana: Pessoal!, já são dez
e meia da noite e, estamos fazendo trabalho ha
duas horas.
Vamos comer uma pizza?
Rodrigo: Tá bom, a verdade é
que de tanto pensar me abriu mesmo o apetite.
Tatiana: Querem que eu
prepare, ou pedimos para entregar à domicílio?
Isabela: É melhor que peçamos
comida pelo telefone para não perder tempo na
cozinha. Tem a vantagem de ser
mais rápida...e mais seguro.
Rodrigo: Bom, vou pedir por
telefone uma Pizza Gigante. Que sabor preferem?
Tatiana: Não, deixa que eu
peço.
Isabela: Tatiana! Antes de
sair do quarto para telefonar pergunta agente de
que sabor
queremos né?
Tatiana: Pode deixar comigo eu
prometo que não irão se decepcionar.
Isabela: Tomara! Vamos ver se
realmente ela quer muito os amigos.
[...]
Isabela: Hummm!, muito
saborosa estava a Pizza.
Tatiana: Não falei, vocês
precisam confiar mais em mim. Sabia que não ia
decepciona-los.
Isabela: Tati, não é questão
de confiança e sim de gosto.
Tatiana: Confiança também, eu
sei que vocês não levam muita fé nas coisas que faço.
Comigo vocês sempre ficam com
uma pulga atrás da orelha.
Rodrigo: Impressão sua. Está
sempre com minhocas na cabeça.
Isabela: Ah, sabe? Hoje fiquei
refletindo por várias horas sobre um pensamento que li
na internet que dizia assim: “Se não
aprendes a confiar nos demais,
dificilmente conseguirás que
eles confiam em ti”.
Rodrigo: Não disse?
Partindo do
texto exposto anteriormente ou de um outro texto similar, o professor pode sugerir
atividades tais como:
- Solicitar que dois alunos leiam o diálogo emotizando, vivenciando os personagens.
- Pedir que toda a turma identifique sete erros gramaticais.
- Fazer a correção e a releitura.
- Suscitar debates sobre gírias, expressões populares, além de esclarecer os erros que foram postos em questão.
·
Quando
couber, o professor pode aproveitar, também, para atividades de ortografia,
produção de texto e leitura.
Baseado nas sugestões de Yared;
Barbosa; e Leite (2002), apresenta-se a seguir uma proposta de gramática, para
turmas de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries, que consiste basicamente na escolha de dois
textos, o primeiro intitulado Como dá
trabalho ser (parecer) jovem, e o segundo Conversando a gente se entende, ambos de assunto familiar ao universo do adolescente. Primeiro texto:
Podemos ler a
seguir um comentário da cronista Danusa Leão sobre as mudanças que as palavras
sofrem com o passar do tempo. Ela faz as seguintes sugestões para as pessoas
que desejarem parecer mais joviais:
Vai ser preciso
decorar algumas expressões e palavras novas; nada evidencia mais a idade de uma
pessoa do que termos do passado. Exemplos: não diga jamais a palavra vitrola-
diga som; nem fale em disco- só em CD. Se disser anúncio ou reclame é uma
condenação à morte; a palavra certa é publicidade, sacou? (sacou, sim- morou
nem pensar)
É necessário
estar muito por dentro de todos os movimentos musicais, e aí é preciso muita
cautela: não se diz piano, se diz cordas, não se diz conjunto nem orquestra, se
diz banda-e pode falar em bateria, mas não se esqueça jamais da percussão. Deu
para entender? Então, agora, decore. Também nunca diga que foi ver uma fita de
cinema- é sempre um filme. (LEÃO, 1997).
Segundo texto:
Rogério e Neco são dois
rapazes que se encontram casualmente e conversam usando gíria:
-Oi, cara!
- Õ rapaz. Ce por aqui?
- Numa boa, pode crer. Numa
boa, sem grilo!
[...]
- E aí, meu? Dando um giro
pelai?
- É, pode ser.
- Como você me achou?
- Pois é, né. Naquele sábado
vim atrás de você, chapinha.
- [...] Nem me toquei! LEMOS
(1995).
Partindo dos textos expostos
anteriormente ou de outros textos similares, o professor pode sugerir
atividades tais como:
- Solicitar aos alunos a leitura dos dois textos (primeiro em silêncio e depois em voz alta).
- Se o professor achar oportuno, pode pedir aos alunos que emotizem, ou seja, teatralizem o texto dois.
- Pedir aos alunos que se dividam em grupo.
- Propor a seguinte atividade: cada grupo terá que montar um pequeno dicionário com as principais gírias da roda de amizades dos próprios alunos, ou de outras.
- O grupo que tiver com maior número de palavras e significados agrupados “vence”.
- No final, todos farão a leitura para os demais grupos.
- O principal tema que pode ser desenvolvido depois dessa atividade lúdica é o da Adequação e Inadequação de palavras.
Observação: Mesmo que o aluno invente, na hora de listar, algumas
gírias, a criatividade ao estabelecer sentido a estas palavras é algo que pode
ser levado, como um fator positivo em consideração.
·
Quando
couber o professor pode aproveitar, também, para atividades de ortografia,
produção de texto e leitura.
Discussão
Tendo em vista tudo o que foi anteriormente
discutido e proposto, principalmente o que versa sobre os grandes problemas que
vêm enfrentando a educação atual e considerando todas as transformações pelas
quais passa a sociedade, é urgente que a escola se transforme e passe a atender
não só às atuais exigências da contemporaneidade, mas sobretudo que enxergue no
indivíduo seres humanos, que têm sede de conhecimento e ao mesmo tempo de amor
e sensibilidade, além de saber articular as experiências e conhecimentos
prévios dos alunos, propiciando o desenvolvimento da autonomia discente, de
forma a constituir uma inteligência coletiva, que promova a democratização do
conhecimento e exercício pleno de cidadania.
Como acredita Bello (2005), é fato
que tudo no mundo, em termos tecnológicos e científicos, vem se modificado de
forma assustadora menos a Educação. Pode-se dizer que, em sua forma, não
progrediu quase nada e continua sendo a mesma por séculos.
Para Piaget (1976), muito mais que
medidas, pesquisas, e decretos, na tentativa de melhorar o ensino, seria um
olhar crítico, avaliativo, num diagnóstico simples por parte dos próprios
professores, no desempenho da turma, dentro da sala de aula. Basta que se faça
uma análise de rendimentos e aproveitamentos, para que se avalie o que se forma
e como se forma em termos de ensino na educação brasileira.
Cury (2003) coloca a afetividade
como fator primeiro a ser conquistado. Se as escolas estão vivendo um
verdadeiro caos, atribua-se a isso a falta de amor, sensibilidade e empatia.
Não basta deter-se, somente, em métodos de ensino respeitáveis, é preciso ir
muito além disso.
O jogo, segundo Antunes (2000), é o
mais eficiente meio estimulador das inteligências, impõe desafios, e gera
tensões necessárias para a construção do aprendizado que se propõe obter com
tais atividades. Os jogos, porém, precisam ser pensados, organizados
previamente a fim de atingir seus objetivos. Podem partir de materiais que o
professor tenha disponível em sala de aula, mas sempre se atentando para a
forma como são trabalhados. O professor precisaria ter muito mais criatividade,
vontade, competência, sensibilidade, que dinheiro.
Freire (1996) ensina o caminho para
o educador refletir sobre a suas práticas pedagógicas, enfatizando dentre
outras questões a ética, a importância do prazer, do acreditar, da seriedade e
da humildade. Faz o professor ser competente de modo que ele próprio busque
conhecimento “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. São duas
realidades que se encontram uma no corpo do outra”. O professor tem de ser um
eterno pesquisador e indagador.
Segundo Cury (2003), o aluno que
chega às escolas hoje é um aluno doente emocionalmente, muito angustiado,
porque se acostumou a processar informações no dia-a-dia de forma muito
acelerada. O mundo moderno gera preocupações, medos, e a escola geralmente não
percebe esse tipo de anormalidade, nos alunos, e quando o faz acredita ser um
problema que compete somente ao campo da psicologia, quando não o é. Os
professores podem perfeitamente estar trabalhando em suas metodologias a parte
emocional sem que venha a prejudicar o ensino, ou fazer da sala de aula um
consultório de psicanálise. Basta que, com um pouco de pesquisa e bom senso,
tenha competência suficiente para alcançar tais objetivos.
Para Yared (2002), que toma como
base as atuais orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996), os assuntos vinculados à aprendizagem a que se destina a pesquisa
precisam sempre estar dentro do universo, e da convivência em sociedade dos
educandos. As metodologias devem ser aquelas que estimulem a pesquisa, a
experimentação e a resolução de problemas, propiciando ao aluno não só a
construção do conhecimento como também o desenvolvimento de competências
cognitivas.
Ainda Yared (2002) acredita que o
objetivo das pesquisas sobre a ludicidade no ensino é, sobretudo, fazer com que
os professores repensem suas práticas discursivas, transmissoras de
informações, ainda tão evidentes nas escolas brasileiras, e que possam ser
competentes pesquisadores de forma a adotarem uma postura mediadora ante a
produção de conhecimento.
Referências
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Para referência desta página:
CASTRO, Danielle
Andrade de. O lúdico no ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa: sugestões de
aulas criativas e divertidas aplicadas a alguns conteúdos do Ensino Fundamental
– 5ª a 8ª série. Rio de Janeiro, 2005. 58 p. Pedagogia em Foco. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/let01.htm>. Acesso em: dia mês ano.
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