INTRODUÇÃO
Caro professor, prezada professora,
Como é de seu conhecimento – pois assim prescreve o nosso
Projeto Pedagógico e os livros de nossa coleção – o texto é o nosso ponto de
partida e o de chegada das atividades de ensino e de aprendizagem da língua
materna. A recepção e a produção de textos, portanto, devem ser a tônica das
avaliações. Através delas – sejam formais ou processuais – o que queremos é
identificar se os alunos compreendem o que lêem e produzem usando recursos lingüísticos
adequados às mais diversas situações comunicativas. Em outras palavras,
queremos identificar se os alunos percebem a leitura e a escrita como práticas
que exigem a apropriação consciente das finalidades e intenções, dos ditos e
não-ditos e das estratégias usadas pelo locutor para atingir os objetivos de
seu texto. Enfim, se os alunos estão desenvolvendo os saberes necessários à
constituição de sua competência discursiva.
O
presente Banco de Questões prevê que as competências e habilidades necessárias
aos alunos da 7ª série do Ensino Fundamental sejam avaliadas, no 1º
semestre/2006, por meio de questões relativas aos gêneros textuais estudados no
Livro 1 da nova Coleção Pitágoras. Espero que as questões, se usadas, se tornem
um momento privilegiado do processo ensino-aprendizagem, revelando os sucessos
do aluno na construção de seus conhecimentos, apontando necessidades e
problemas e redefinindo estratégias para a maior eficiência na interação com o
aluno.
As
40 (quarenta)questões foram distribuídas conforme a nossa Matriz de Referências
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II (5ª a 8ª série). Veja o quadro a
seguir.
Distribuição das questões/tema da Matriz de
Referência de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II – 5ª a 8ª série
Francisco de Assis Assunção
I) QUESTÕES OBJETIVASTEXTO 1
CIPRO NETO,
Pasquale. VEJA, 7 de novembro de 2001, p. 107 (fragmentos)
Questão 01 (Descritor: correlacionar, em um texto
dado, termos, expressões ou idéias que tenham o mesmo referente)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Conforme ensina o professor Pasquale, o
verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” (e também “existir”)não apresenta flexão
de plural. Assim, o correto é dizer “haverá atentados”, e não “haverão
atentados”. Tal regra se justifica pelo fato de:
a)
a forma verbal “hão” ter uso muito
restrito em nossa língua.
b)
“haver”, naqueles sentidos, necessitar
de complemento, e nunca de sujeito.
c)
o verbo “haver” precisar garantir os seus
sentidos de “acontecer” ou “existir”.
d)
os verbos “acontecer” e “existir”
transferirem suas características para “haver”.
Questão 02 (Descritor: estabelecer relações
sintático-semânticas na progressão temática – temporalidade, causalidade,
oposição, comparação)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“A
osteoporose é uma doença que fragiliza os ossos, quebrando-se com facilidade”.
Ao empregar a oração “quebrando-se com
facilidade”, o locutor quis estabelecer um importante relacionamento de sentido
com a informação anterior. Esse relacionamento é de:
a)
causa.
b)
tempo.
c)
conseqüência.
d)
condição.
Questão 03 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole,
eufemismo, repetição, gradação, etc)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Todas as passagens abaixo são marcadas
pela ironia do professor Pasquale, EXCETO
a)
“.. se é tão fácil quebrar a
osteoporose, por que preocupar-se com ela, como sugere a peça publicitária?”
b)
“.. cujo sujeito, no caso, é “a
osteoporose”. Moral da história: é ela, a osteoporose, que se quebra com
facilidade”.
c)
“.. vírgula é para respirar. Santa
bobagem! A vírgula não é um bálsamo pulmonar, é um instrumento
sintático-estilístico”.
d)
“.. a vírgula fez a expressão temporal
“na próxima segunda-feira” indicar quando começaria o horário de verão”.
QUESTÃO 04 (Descritor:
relacionar uma informação identificada no texto com outras oferecidas no
próprio texto ou em outros textos)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“..
a ordem pode determinar o sentido da frase ou, pior ainda, dificultar a
compreensão do texto”.
O termo “da frase”, na passagem
transcrita, se refere:
a)
a toda e qualquer frase da língua
portuguesa.
b)
a toda e qualquer frase de qualquer
língua.
c)
à frase “Deputados tentam limpar obras
com irregularidade”.
d)
às frases em que a ordem pode
determinar o sentido.
Questão 05 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação,
reticências, aspas).
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Releia, com atenção, a frase dada como
exemplo de problema:
“Deputados
tentam ‘limpar’ obras com irregularidades”.
Todas as intenções abaixo justificam o
uso de aspas em “limpar”, EXCETO
a)
produzir efeitos de ironia.
b)
usar linguagem figurada.
c)
demonstrar uma contradição.
d)
realizar uma citação.
Questão 06 (Descritor: comparar paráfrases avaliando
sua maior ou menor fidelidade ao texto original)
Assunto: Relações entre textos.
Dentre as sugestões oferecidas abaixo,
a que realmente resolve o problema do duplo sentido da frase e mantém o
significado pretendido é:
a)
Deputados tentam ‘limpar’ obras
irregulares.
b)
Com irregularidades, deputados tentam
‘limpar’ obras.
c)
Deputados tentam, com irregularidades,
‘limpar obras.
d)
Deputados tentam ‘limpar’, irregulares,
obras.
Questão 07 (Descritor: relacionar uma informação
identificada no texto com outras pressupostas pelo contexto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Na tentativa de solucionar o problema
da frase (“Deputados tentam ‘limpar’ obras com irregularidades”), o professor
Pasquale sugere a sua reescrita. Mas é também evidente que o duplo sentido
desaparecerá se forem contemplados os aspectos abaixo, EXCETO
a)
o leitor ler todo o texto, e não apenas
a sua manchete.
b)
o leitor tiver conhecimento do contexto
de produção do texto.
c)
o leitor deduzir o óbvio: os deputados
querem esconder as irregularidades.
d)
o leitor souber diferenciar ordem
direta e inversa dos termos da frase.
Questão 08 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole,
eufemismo, repetição, gradação)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Não
se colocam as vírgulas como quem salpica orégano em uma pizza”.
A comparação acima tem o objetivo de
afirmar que as vírgulas:
a)
mudam o sentido de uma frase, se usadas
indevidamente.
b)
devem ser usadas com critério, em
locais específicos da frase.
c)
são acessórios responsáveis por
pequenos detalhes de sentido.
d)
têm a função de dar um toque especial à
entonação da frase.
TEXTO 2
POLITO, Reinaldo. VEJA, 7 de novembro de 2001, p. 108
(fragmentos)
Questão 09 (Descritor: inferir o sentido de uma
palavra e/ou de uma expressão considerando o contexto e/ou universo temático
e/ou a estrutura morfológica da palavra – radical, afixos e flexões).
Assunto: Procedimentos de leitura.
O uso da expressão “pecados capitais”
faz sugerir que, para Reinaldo Polito, os exemplos dados são:
a)
enganos muito comuns.
b)
erros bastantes graves.
c)
descasos bem compreensíveis.
d)
descuidos apenas dos grandes centros.
Questão 10 (Descritor: utilizar informações
oferecidas por um verbete de dicionário e/ou de enciclopédia na compreensão ou
interpretação de um texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Leia, com atenção, o verbete a seguir:
Redundância s.f. excesso de palavras repetindo
idéias, pleonasmo
Minidicionário Houaiss da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: objetiva, 2001, p. 376
A definição do dicionário nos permite
concluir que “Há dez anos atrás” é mesmo um exemplo de redundância ou
pleonasmo. Isso porque:
a)
“há” e “atrás”, na frase dada, indicam
tempo que já passou.
b)
“há”, em frases desse tipo, tem o mesmo
uso do verbo “fazer”.
c)
“atrás”, nesse contexto específico, é
sinônimo da palavra “passados”.
d)
“há” e “atrás” podem ser usados em
situações comunicativas diversas.
QUESTÃO 11 (Descritor:
relacionar uma informação identificada no texto com outras oferecidas no
próprio texto ou em outros textos)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Leia, com atenção, a frase a seguir:
“A
proposta do candidato é ótima e vem de encontro aos nossos interesses, por isso
votaremos nele”.
Considerando as explicações de Reinaldo
Polito, pode-se afirmar que a frase acima apresenta essencialmente:
a)
duplo sentido.
b)
sentido figurado.
c)
falta de lógica.
d)
correção gramatical.
Questão 12 (Descritor: Comparar as opiniões /
pontos de vista em dois textos sobre o mesmo tema)
Assunto: Relações entre textos.
Pode-se afirmar que o Texto 1 e o Texto
2 buscam realizar, perante o leitor, objetivos:
a)
opostos: escrever é muito mais
importante que falar corretamente, e vice-versa.
b)
diferentes: ensinar a escrever, no
Texto 1, e ensinar regras gramaticais, no Texto 2.
c)
complementares: para escrever
corretamente é preciso, antes, saber falar corretamente.
d)
semelhantes: é essencial, hoje, que as
pessoas escrevam e falem corretamente.
TEXTO
3
MAX SCHMELING
99 ANOS – BOXEADOR
O peso-pesado alemão Max Schmeling
nunca imaginou que derrotaria o invicto campeão americano – e negro – Joe
Louis, em 1936, e nunca pretendeu levar sua vitória além do ringue. Adolf
Hitler, porém, viu nele uma ferramenta de propaganda. Contra suas convicções,
Schemling se viu transformado em “prova” da superioridade ariana. Ele rejeitou
os títulos que o Reich quis lhe impor e se recusou a deixar sua mulher, de
origem checa, e a demitir seu empresário judeu. Só ganhou a batalha,
entretanto, ao ser nocauteado por Louis em 124 segundos na revanche de 1938,
diante de 70.000 espectadores reunidos em Nova York. Os dois boxeadores se
tornaram amigos pelo resto da vida. Quando a carreira de Louis terminou, na
pobreza, em 1981, foi Schmeling quem deu a ele um enterro de campeão.
VEJA, 28 de dezembro, 2005, p. 156
Questão 13 (Descritor: avaliar a função
argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e
relações de co-referência: hiperonímia, expressões nominais definidas,
repetição, sinonímia)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“O peso-pesado alemão Max Schmeling nunca imaginou que
derrotaria o invicto campeão – e negro – Joe Louis, em 1936, e nunca pretendeu
levar sua vitória para além do ringue”.
A opção do locutor pelas expressões
“nunca imaginou”, “derrotaria”, “nunca pretendeu” tem como função destacar que
o boxeador Max Schmeling:
a)
sequer sonhou em enfrentar Joe Louis e
muito menos vencê-lo para levar sua vitória ao plano político, além do ringue.
b)
chegou a enfrentar Joe Louis e a
vencê-lo, embora não acreditasse ser isso possível e não tenha levado sua
vitória além do ringue.
c)
jamais imaginou que a sua vitória sobre
Joe Louis, em 1936, fosse usada como propaganda da superioridade racial alemã.
d)
nunca quis vencer o negro Joe Louis –
campeão invicto – para que sua superioridade no ringue não fosse levada ao
plano político.
Questão 14 (Descritor: Analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole,
eufemismo, repetição, gradação)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Só ganhou a batalha, entretanto, ao
ser nocauteado por Louis em 124 segundos na revanche de 1938.”.
Observe que, na passagem transcrita, o
locutor usa um recurso de linguagem conhecido como “paradoxo”, isto é, ele faz
afirmações que, a princípio, são contraditórias entre si, criando uma situação
aparentemente absurda: como alguém pode ganhar a batalha sendo nocauteado? Tal
recurso, entretanto, no contexto em que foi usado, tem uma função muito
importante. Essa função é:
a)
destacar a crença daquela época de que
os boxeadores negros e americanos eram superiores.
b)
enfatizar o êxito de Schmeling em
provar que a superioridade da raça alemã era uma mentira.
c)
insinuar que, na primeira luta entre
Schmeling e Louis, em 1936, a vitória do alemão foi mero acaso.
d)
comprovar que Schmeling estava certo
quando, em 1936, não acreditava ser capaz de vencer Louis.
Questão 15 (Descritor: estabelecer relação entre
uma tese – global ou local – e os argumentos oferecidos para sustentá-la)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Todos os elementos abaixo têm uma
importante função argumentativa no texto, EXCETO
a)
o uso em destaque do termo “e negro”,
entre dois travessões.
b)
o emprego destacado pelas aspas da
palavra “prova”.
c)
a ênfase em números como “124 segundos”
e “70.000 espectadores”.
d)
a informação da morte de Schmeling, aos
99 anos.
TEXTO 4
revista O GLOBO,
23 de dezembro de 2005, p. 43.
Questão 16 (Descritor: relacionar informações
oferecidas por figura, foto, gráfico e/ou tabela com as constantes no corpo de
um texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Observe ao longo de todo o texto as
expressões faciais da “vó”. Desde o início, tais expressões indicam que ela:
a)
não entende os argumentos da neta.
b)
não concorda com as idéias da neta.
c)
não acredita na sinceridade da neta.
d)
não aceita as recusas da neta.
QUESTÃO 17 (Descritor:
identificar o tema / tópico central de um texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Pode-se afirmar que o tema central do
texto é uma crítica:
a)
às incoerências dos jovens.
b)
às novas tecnologias.
c)
ao consumo exagerado
d)
ao mau gosto das avós.
Questão 18 (Descritor: estabelecer relações
sintático-semânticas na progressão temática – temporalidade, causalidade,
oposição, comparação)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, os dois primeiros
quadros do texto. Observe o uso que a “vó” faz da conjunção “e”. Essa palavra,
no contexto em que foi usada, só NÃO
pode ser substituída por:
a)
pois.
b)
mas.
c)
então.
d)
aí.
QUESTÃO 19 (Descritor:
reconhecer, em um texto dado, marcas típicas da modalidade oral)
Assunto: Variação lingüística
Dentre os recursos apresentados abaixo,
o que comprova a informalidade da linguagem do texto é:
a)
o uso de “puro” na expressão “puro
comércio materialista”
b)
o emprego de formas reduzidas, ”vó” e
“pra”, e palavras como “sacar”.
c)
a utilização da 2ª pessoa (“tu”)nos
imperativos “disfarça” e “joga”.
d)
a escolha do pronome demonstrativo
“esse”, em vez do similar “este”.
QUESTÃO 20 (Descritor:
reconhecer referências ou remissões explícitas a outros textos)
Assunto: Relações entre textos.
Assinale o provérbio que se relaciona à
situação apresentada no Texto 4.
a) Por fora, renda de bilro; por
dentro, molambo só.
b) A cavalo dada não se olham os
dentes.
c)
Casa de ferreiro, espeto de pau.
d)
Cada macaco no seu galho
II)
QUESTÕES ABERTAS
TEXTO
5
PAIVA, Miguel. O
GLOBO. Caderno Rio Show, 30 de dezembro de 2005.
Questão 21 (Descritor: relacionar informações
oferecidas por figura, foto, gráfico e/ou tabela com as constantes no corpo de
um texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
O autor do texto espera que o leitor
associe elementos da primeira imagem ao ano velho, 2005, e elementos da segunda
imagem ao ano novo, 2006. Redija um pequeno parágrafo, explicando essas
associações.
Questão 22 (Descritor: reconhecer, em um texto,
índices que permitam identificar características do interlocutor ou da
passagem)
Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou
do enunciador na compreensão do texto.
A fala final da personagem (“Essa
energia, esse entusiasmo, essa força.. não dura um ano”)mostra que ela é muito
irônica. Justifique essa afirmativa.
QUESTÃO 23 (Descritor:
analisar o efeito de sentido conseqüente de uma transgressão intencional ou
involuntária aos padrões ortográficos ou morfossintáticos da modalidade
escrita)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Compare os dois enunciados a seguir:
I - É uma questão de tempo que passa..
II - É uma questão do tempo, que
passa..
Considerando o contexto da fala da
personagem, a opção II é mais adequada. Redija um pequeno parágrafo, explicando
por quê.
Questão 24 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação,
reticências, aspas).
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Releia, com atenção, a frase final do
texto: “Essa energia, esse entusiasmo, essa força.. não dura um ano!”
A função das reticências na passagem
acima é quebrar a expectativa do leitor, surpreendê-lo. Redija um pequeno
parágrafo, justificando essa afirmativa.
Questão 25 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação,
reticências, aspas).
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Compare as duas frases a seguir:
I.
Liga, não, está acabando mas a culpa
não sua..
II.
Liga não, está acabando mas a culpa não
é sua..
Para as intenções comunicativas da
locutora, a opção II é mais adequada. Redija um pequeno parágrafo, explicando
por quê.
Questão 26 (Descritor: correlacionar, em um
texto, termos, expressões ou idéias que tenham o mesmo referente)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, a fala final da
personagem:
“Essa energia, esse entusiasmo, essa força.. não dura um
ano!”.
A frase acima está absolutamente
correta sob o ponto de vista gramatical. A opção do autor, entretanto, pode nos
fazer acreditar que há um erro na relação sujeito-verbo. Com base nessas
observações, faça o que se pede: reescreva a frase, eliminando qualquer
possibilidade de alguém pensar na existência de um erro grave de concordância
verbal.
Questão 27 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação,
reticências, aspas).
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Com que objetivo a locutora termina sua
fala final (“Essa energia, esse entusiasmo, essa força.. não dura um ano!”)com
uma exclamação?
TEXTO 6
MENOS
Fuja dessa e de outras expressões nada inteligentes
da pseudo-intelligentsia carioca
(-)!
Nos
últimos anos, uma meia dúzia de expressões irritantes caiu no gosto de uma
certa sociedade carioca pretensamente moderna e alternativa, principalmente dos
que se querem fashion e dos que se
gabam de ter aquela coisa vaga que se convencionou chamar de “atitude”, e que é
vendida como biscoito nos guias de comportamento e anúncios de publicidade. São
expressões de uma pobreza absurda se a gente considerar o estupendo leque de
gírias e modos do falar coloquial brasileiro, e são usadas como bordões da
falta de inteligência que se apoderou das cabeças mais variadas.
“Ninguém
merece”, “fala sério”, “vamos combinar”, “básico” – e a campeã de todas, a
quase-fascista “menos” – , são expressões reducionistas e opressivas que, na
essência, têm a mesma função: excluir de uma discussão (ou da convivência entre
pessoas e grupos)tudo que apareça como desmedido, “estranho”, não adequado a um
certo senso comum que nunca se estabelece claramente (pois, no fundo, é
puramente arbitrário). (.)
Assim,
o sujeito que, por falta de conhecimento, coragem ou espírito argumentativo,
não quiser aprofundar um assunto, dirá:
–
Vamos combinar que isso não tem nada a ver. Vamos combinar que fulano é uma
mala. Vamos combinar que gostar disso é muito cabeça. Vamos combinar: Vamos
combinar.
Na
verdade ninguém combinou nada, mas a maioria concordará. (.)
Os
poucos que discordarem não terão forças para reagir, ou buscarão abrigo numa
roda mais viva, se a encontrarem no deserto de vida inteligente que domina os
salões.
O
“fala sério” e o “ninguém merece” têm mais um efeito de criar cumplicidades
redentoras entre espíritos frívolos, crônica ou temporariamente incapazes de
conviver com a diversidade de personalidades e de discursos que os cercam. (.)
Mas
não há nada pior e mais violento que o “menos, fulano, menos” – em geral
acompanhado de um gesto de mão pedindo moderação. O “menos” aplica-se a tudo.
(.)
Se
a Maria der uma gargalhada escandalosa, de opereta (porque essa é a gargalhada
de Maria quando ela está feliz!), a Luiza, que é uma perua de dar dó mas tem a
personalidade mais forte que a da Maria (e usa umas grifes feias consideradas in), vai intervir:
–
Menos, Maria, menos – e a Maria vai engolir a gargalhada e pensar duas vezes
antes de rir desse jeito. Depois, vai ter úlcera aguda por não ser mais ela
mesma. (.)
Eu
ia terminar a crônica dizendo que o “menos” é a síntese do tempo em que
vivemos. Um tempo em que tudo que resvala no complexo ou no inesperado é
excesso. Um tempo em que qualquer elaboração é papo-cabeça, e papo-cabeça é
escória. Um tempo em que só o simples vive. Tempo em que só o resumo vale, o
saber é lixo. (.)Mas não vou dizer nada disso, tenho muitos amigos partidários
do “menos”. (.)
BLOCH, Arnaldo. O
GLOBO, 23 de dezembro de 2005. (fragmentos)
Questão 28 (Descritor: avaliar a força
argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)
Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou
do enunciador na compreensão do texto.
A crônica de Arnaldo Bloch foi escrita
com o firme propósito de convencer o leitor de uma idéia, e para isso utilizou
um argumento básico. Redija um pequeno parágrafo, justificando essa afirmativa.
Questão 29 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de recursos gráficos – diagramação, forma, tamanho e
tipo de letras, disposição espacial, etc)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Observe com atenção, o símbolo (-)!.
Redija um pequeno parágrafo, estabelecendo pelo menos duas relações de sentido
entre o símbolo e o conteúdo do texto.
Questão 30 (Descritor: analisar a função
argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e
relações de co-referência – hiperonímia, expressões nominais definidas,
repetição, sinonímia)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Se a Maria der uma gargalhada escandalosa, de opereta
(porque essa é a gargalhada de Maria quando ela está feliz!).”.
Que efeito de sentido o locutor
pretende obter ao usar o nome “Maria” na passagem acima?
QUESTÃO 31 (Descritor:
lLocalizar informações em num texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Que elogio o locutor faz à linguagem
coloquial brasileira quando comparada às “expressões irritantes”?
Questão 32 (Descritor: analisar o efeito de
sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole,
eufemismo, repetição, gradação, etc)
Assunto: Relações entre recursos expressivos e
efeitos de sentido.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“... e que é vendida como biscoito nos guias de
comportamento e anúncios de publicidade”.
Que efeito de sentido o locutor
pretende obter ao empregar a comparação do “biscoito” na passagem acima?
Questão 33 (Descritor: estabelecer relações
sintático-semânticas na progressão temática – temporalidade, causalidade, oposição,
comparação)
Assunto: Coerência e coesão no processamento do
texto.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Mas não vou dizer nada disso, tenho muitos amigos
partidários do menos”.
Que palavra pode ser usada para ligar a
1ª oração (“Mas não vou dizer nada disso”)à 2ª (“tenho muitos amigos
partidários do menos)? Justifique sua resposta.
Questão 34 (Descritor: utilizar informações
oferecidas por um verbete de dicionário e/ou de enciclopédia na compreensão ou
interpretação de um texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Leia, com atenção, o verbete a seguir:
Intelligentsia: Termo usado para descrever os membros
das comunidades científica, artística e literária de uma sociedade. A expressão
surgiu na Rússia revolucionária para separar tais membros de duas outras
classes: a classe média (mercadores, comerciantes, banqueiros, advogados)e a
classe formada por operários e camponeses.
Traduzido
livremente do site www.saburchell.com/history/hist003.html
Com base nas informações do verbete e
no uso que se faz das expressões “ninguém merece”, “fala sério”, “vamos
combinar”, “básico”, responda: tais expressões devem ser associadas só à “intelligentsia”? Justifique sua
resposta.
TEXTO 7
agora
falando sério
letra e composição: Chico
Buarque
Agora
falando sério
Eu
queria não cantar
A
cantiga bonita
Que
se acredita
Que
o mal espanta
Dou
um chute no lirismo
Um
pega no cachorro
E
um tiro no sabiá
Dou
um fora no violino
Faço
a mala e corro
Pra
não ver a banda passar
Agora
falando sério
Eu
queria não mentir
Não
queria enganar
Driblar,
iludir
Tanto
desencanto
E
você que está me ouvindo
Quer
saber o que está havendo
Com
as flores do meu quintal?
O
amor-perfeito, traindo
A
sempre-viva, morrendo
E
a rosa, cheirando mal
Agora
falando sério
Preferia
não falar
Nada
que distraísse
O
sono difícil
Como
acalanto
Eu
quero fazer silêncio
Um
silêncio tão doente
Do
vizinho reclamar
E
chamar polícia e médico
E
o síndico do meu prédio
Pedindo
pra eu cantar
Agora
falando sério
Eu
queria não cantar
Falando
sério
Agora
falando sério
Preferia
não falar
Falando
sério
http://chico-buarque.letras.terra.com.br/letras/85834/
QUESTÃO 35 (Descritor:
reconhecer referências ou remissões explícitas a outros textos)
Assunto: Relações entre textos.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Agora
falando sério
Eu
queria não cantar
A
cantiga bonita
Que
se acredita
Que
o mal espanta”
Os versos da passagem transcrita fazem
referência a um provérbio muito conhecido. Redija um pequeno parágrafo,
explicitando que provérbio é esse e que novo sentido ele ganha no texto.
Questão 36 (Descritor: depreender de uma
informação explícita outra informação implícita no texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Releia, com atenção, a passagem a
seguir:
“Agora
falando sério
Eu
queria não mentir
Não
queria enganar
Driblar,
iludir
Tanto
desencanto
E
você que está me ouvindo
Quer
saber o que está havendo
Com
as flores do meu quintal?
O
amor-perfeito, traindo
A
sempre-viva, morrendo
E
a rosa, cheirando mal”
Os versos da passagem transcrita nos
permitem deduzir pelo menos uma razão para o desencanto do locutor. Redija um
pequeno parágrafo, apontando uma possível razão para isso. Justifique sua
resposta com base em elementos da passagem.
Questão 37 (Descritor: comparar textos de
diferentes gêneros quanto ao tratamento temático e aos recursos formais
utilizados pelo autor)
Assunto: Relações entre textos.
As expressões “fala sério” e “falando
sério” foram empregadas na crônica de Arnaldo Bloch e na música de Chico
Buarque com o mesmo propósito? Justifique sua resposta.
QUESTÃO 38 (Descritor:
associar as características e estratégias de um texto ao gênero – ficcional ou
não-ficcional – e/ou locutor e interlocutor)
Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou
do enunciador na compreensão do texto.
A principal estratégia do locutor para
dizer o que diz é o uso de uma linguagem altamente poética. Escolha um exemplo
desse tipo de linguagem e, em seguida, redija um pequeno parágrafo associando
o(s)verso(s)escolhido(s)à intenção do locutor.
TEXTO 8
Imersos na tecnologia – e mais espertos
As crianças e os adolescentes de hoje vivem cercados de
videogame, computador, TV e DVD. As últimas descobertas da ciência dizem que o
uso desses recursos na medida certa, ao contrário do que se pensava, pode
ajudá-los a afiar a inteligência.
(.)para muitos pesquisadores, à luz da
neurociência, os computadores, videogames, certos programas de TV e filmes de
hoje, usados ou vistos na dose certa, proporcionam à moçada um outro tipo de
aprendizado: eles ensinam a selecionar e processar informações, a exercitar a
lógica e a deduzir – em suma, a raciocinar.
“As
diversões estão cada vez mais complexas, fazendo com que as crianças e os
adolescentes desenvolvam suas capacidades cognitivas e exercitem suas
estruturas cerebrais com maior intensidade. Isso os torna mais inteligentes, e
não menos”, disse à VEJA o escritor americano Steven Johson, que lançou há
pouco o livro Surpreendente! A Televisão
e o Videogame Nos Tornam Mais Inteligentes. É ele quem também completa,
numa entrevista à repórter Ruth Costas: “Os jovens não estão deixando de ser
sociáveis. Só estão adotando novos padrões de relacionamento e de convivência.
As crianças costumam jogar videogame em grupo. Enquanto brincam, elas conversam
com os colegas, riem e fazem piadas. Muitas aproveitam os jogos em rede e a
internet para conhecer gente diferente e criar círculos de amigos. As
atividades relacionadas às mídias eletrônicas são mais sociais do que alguns
pais acreditam”.
VEJA, 11 de janeiro, 2006, p. 66-73
(fragmentos)
TEXTO 9
"No Brasil, os games e os filmes
moldam a mente dos jovens para o mundo da tecnologia. Mas os currículos
escolares clamam por adequações à nova realidade"
José Wagner Cabral
de Azevedo
Tambaú, SP
Videogame e TV
A repostagem "Imersos na
tecnologia - e mais espertos" (11 de janeiro) é o espelho do que aconteceu
com meu filho. Quando ele tinha 11 anos, eu o presenteei com um PC, um à época
poderoso 386. Ele aprendeu a jopgar xadrez em programas de computador e foi
campeão de vários torneios escolares, regionais e estadual. Hoje ele joga
Warcraft, na internet. Quando fez vestibular, aos 17 anos, foi Viçosa e Belo
Horizonte. Formou-se em ciência da computação e agora, aos 22, é mestrando na
UFMG, onde concluiu a graduação em 2004. Com certeza, o computador, e tudo o
que ele possibilita, foi decisivo para seu desenvolvimento e para a escolha da
carreira.
José Vitorino da
Cunha Filho
Ipatinga, MG
Não é apenas a inteligência que precisa
se formada, mas também os sentimentos e a moral. Os pais devem dedicar especial
atenção à dica dada na reportagem: deixar os filhos usar esses recursos na
medida certa. O controle sobre os pensamentos e os estímulos passados aos
filhos pelo mundo da tecnologia e o tempo para convivências reais (não apenas
virtuais) são dois aspectos importantes para conhecer essa medida. Utilizá-la é
imprescindível para a consolidação de amizades, da vontade de realizar, da
valentia em substituição ao medo e de muitos outros valores que os jovens
carregarão em sua bagagem.
Diogo Siqueira
Lemos
Belo Horizonte, MG
O neurocientista Gerald Edelman adverte
para a grande interferência das tecnologias na formação da criança. É
necessário que haja orientação de pais e professores para a escolha de
programas adequados e acompanhamento das ações das crianças diante dos mais
variados jogos ou do uso de qualquer tecnologia, para um bom aproveitamento doa
atuais recursos disponíveis.
Marina Morais
Felipe
Goiânia, GO
Sugestiva a fotografia da capa. A
expressão do garoto retrata o tipo de espertinhos que estamos criando:
arrogantes, individualistas, feras da tecnologia mas totalmente incapazes de
relacionamentos não virtuais. Felizes as crianças que ainda não estão
robotizadas.
Hilda A Santos
Dias
Santos, SP
VEJA, 18 de janeiro, 2006, p. 24.
QUESTÃO 39 (Descritor:
localizar informações num texto)
Assunto: Procedimentos de leitura.
O Texto 9 reproduz as cartas que quatro
leitores enviaram à redação de Veja para comentar a reportagem “Imersos na
tecnologia – e mais espertos” (Texto 8). Indique os leitores que se
caracterizam por: crítica totalmente favorável, crítica parcialmente favorável
e crítica desfavorável ao conteúdo da reportagem.
Questão 40 (Descritor: inferir o sentido de uma
palavra ou de uma expressão considerando o contexto e/ou universo temático e/ou
a estrutura morfológica da palavra – radical, afixos, flexões)
Assunto: Procedimentos de leitura.
Releia, com atenção, as passagens a
seguir:
I.
“.. para a consolidação de amizades, da
vontade de realizar, da valentia em
substituição ao medo.”.
II.
“.. retrata o tipo de espertinhos que estamos criando.”.
Reescreva as duas passagens,
substituindo “valentia” e “espertinhos” por sinônimos ou expressões
correspondentes.
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS
GABARITO DAS QUESTÕES DISCURSIVAS
QUESTÃO 21
Os elementos da primeira imagem relacionados
ao ano de 2005 são: a placa do carro, o próprio carro (um modelo mais
antiquado)e o homem ao volante: maduro, meia-idade; os elementos relacionados
ao ano de 2006 são: a placa, a moto (nova, potente)e o piloto (mais jovem do
que o homem do carro).
QUESTÃO 22
A personagem se mostra madura no
primeiro quadro, quando afirma ser preciso encarar com naturalidade a passagem
do tempo. Isso nos leva a acreditar a princípio que ela vai amar a chegada de
um novo ano. Mas ela desconstrói essa idéia ao demonstrar que o entusiasmo pela
chegada de 2006 não durará muito. Logo logo tudo aquilo que envolve um ano novo
vai ficar velho e chato. Isso comprova a sua ironia.
QUESTÃO 23
A expressão “É uma questão de tempo” é
geralmente usada quando se quer dizer que algo acontecerá em breve, trata-se
apenas de uma questão de tempo. Mas não é isso que a personagem quer dizer. Ela
quer afirmar sobre a passagem do tempo, isto é, o tempo passa mesmo, não há
nada que possamos fazer para deter isso, é natural. Portanto, a frase II é mais
adequada para o contexto.
QUESTÃO 24
As reticências surpreendem o leitor.
Com base no que a personagem afirma no primeiro quadro e no início do segundo,
supõe-se que ela vai elogiar o ano novo, mas o elogio acaba logo logo, quando
ela diz que o entusiasmo por ele não durará nem um ano. As reticências
contribuem para criar o suspense entre o que ela começa a dizer e o que ela
realmente diz, entre a idéia aparente e a idéia real.
QUESTÃO 25
A frase II é a mais adequada. Em I, a
pontuação pode sugerir a um leitor menos atento que a personagem pede o
contrário, isto é, pede para o rapaz ligar, se importar com a passagem do
tempo. A idéia, contudo, não é essa: ela quer que ele não ligue, que não se
importe. A frase que diz isso, sem qualquer esforço interpretativo do leitor, é
a II.
QUESTÃO 26
A frase seria: “Esse entusiasmo, essa
energia, essa força.. não duram um
ano!” O verbo no plural elimina qualquer possibilidade de dúvida sobre o acerto
da frase. (Se for conveniente, o professor pode justificar por que o verbo
ficou no singular: núcleos do sujeito composto são sinônimos)
QUESTÃO 27
A exclamação reforça a sua idéia: o
espírito de ano novo não dura muito. Ela exclama isso, como a querer evidenciar
essa grande contradição: as pessoas festejam, criam rituais, se sentem
entusiasmadas mas isso tudo acaba logo.
QUESTÃO 28
O argumento básico do locutor é que
usar as expressões “ninguém merece”, “menos”, “fala sério”, “vamos combinar” e
“básico” é sinal de falta de inteligência. Além disso, tais expressões
evidenciam um preconceito muito grande, pois querem excluir uma pessoa de uma
discussão.
QUESTÃO 29
( - )! O símbolo gráfico usado no texto
pode remeter a pelo menos duas idéias. A primeira, uma referência ao fato de o
locutor abordar o significado da expressão “menos” usada nos dias de hoje. A
segunda, uma referência a um rosto com expressão zangada: é o próprio autor,
com raiva de quem usa a expressão “menos”
QUESTÃO 30
O nome Maria reforça a idéia de que,
nos dias de hoje, muitas pessoas estão sendo vítimas de quem usa expressões
como “menos”.
QUESTÃO 31
A linguagem coloquial brasileira é
elogiada no seguinte aspecto: ela é estupenda em exemplos (tem muitos exemplos,
todos muito variados e criativos)para expressar diferentes idéias. As
expressões criticadas pelo locutor são pobres, poucas e muito menos criativas.
QUESTÃO 32
A comparação do biscoito mostra que,
hoje, as pessoas “compram” as expressões criticadas muito facilmente, ou seja,
passam a consumi-las com muito facilidade, como se estivessem comprando algo
tão simples quanto biscoitos.
QUESTÃO 33
Duas palavras básicas poderiam ser
usadas: pois e porque. (Mas não vou dizer isso, pois/porque tenho muitos amigos
partidários do menos). A razão é simples. Pode-se estabelecer uma relação de
causa entre os dois fatos: Por que o autor não vai dizer isso. Ele não vai
dizer porque.. Ou então uma justificativa: qual a justificativa que ele
apresenta para não dizer isso? A justificativa é que ele tem muitos amigos que
usam a expressão.
QUESTÃO 34
Não faz muito sentido, hoje, associar
tais expressões apenas a “intelligentsia”, seja ela pseudo ou não. Uma simples
observação no modo de falar de todas as classes sociais mostrará que muitas
pessoas as utilizam cotidianamente.
QUESTÃO 35
O provérbio é “Quem canta seus males
espanta”. No texto, porém, ele “ganha um novo sentido”. Embora seja um
provérbio, de grande uso e crença entre as pessoas, o locutor não crê mais
nele. Ele não vai cantar nenhuma canção, pois de nada adiantará. Uma canção não
curará a sua dor.
QUESTÃO 36
Várias podem ser as razões para o
desencanto do locutor. Uma decepção amorosa, por exemplo; ou o fim de um
relacionamento. Isso pode ser comprovado pelas imagens do “amor-perfeito” que
não é mais perfeito; ou a “sempre-viva”, que não é mais para sempre, ou não
está mais viva.
QUESTÃO 37
Não, as expressões foram usadas com
propósitos bem distintos. Arnaldo Bloch critica o uso da expressão “fala
sério”. Ele afirma que quem a usa o faz por falta de inteligência e por
preconceito. Já o locutor de “falando sério” quer, com a expressão, enfatizar
que ele está mesmo falando a verdade: ele não quer mais se iludir, ele assume o
seu desencanto com a vida, ele assume a sua dor; ele só quer mesmo dormir para
esquecer o sofrimento.
QUESTÃO 38
São várias as expressões do texto que
podem comprovar isso. Por exemplo: “chute no lirismo”, “pega no cachorro”,
“tiro no sabiá”, “não ver a banda passar”, “silêncio tão doente do vizinho
reclamar” e “o síndico do meu prédio pedindo pra eu cantar”. Todas elas
comprovam o sofrimento do locutor, seu desencanto. “Dar um chute no lirismo”,
por exemplo, significa recusar qualquer forma de sentimento; “dar um pega no
cachorro” ou um “tiro no sabiá” ou ainda “não ver a banda passar” significam
recusar tudo quanto pode ser motivo de alegria.
QUESTÃO 39
O leitor que se mostra inteiramente
favorável ao conteúdo da reportagem é José Vitoriano da Cunha Filho, de
Ipatinga. Parcialmente favoráveis (já que destacam a importância dos valores
morais e da orientação não só de pais e professores)são Diogo Siqueira Lemos,
de Belo Horizonte, e Marina Morais Felipe, de Goiânia. A única leitora
contrária é Hilda A. Santos Dias, de Santos, SP.
QUESTÃO 40
A palavra “valentia” pode ser
substituída, por exemplo, por “coragem”. Quanto a “espertinhos”, vale ressaltar
a importância de o aluno perceber o caráter irônico do diminutivo. Assim,
“garotos-problema” poderia ser uma opção.
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PLANO DE AULA: TEMA - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Plano de aula Língua Portuguesa Tema: Variações Linguísticas Tempo: 12 aulas. OBEJETIVOS : - Refletir sobre as variações da língua no decorrer do tempo. - Valorizar as diferenças culturais e linguísticas. - Usar a linguagem com autonomia e sem preconceitos Materiais utilizados e disponíveis neste planejamento . Textos variados; Filme – Tapete Vermelho Exercícios variados Avaliação da aprendizagem 1ª Aula: (momento descontração ) Leitura dos seguintes textos . I - Declaração Mineira de Amor aos Amigos ... Declaração Mineira de Amor aos Amigos... . Amo ocê ! . Ocê é o colírio du meu ôiu. É o chicrete garrado na minha carça dins. É a mairionese du meu pão. É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois). O rechei du meu biscoito. A masstumate du meu macarrão. Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai. Ocê é tamém: O videperfume DA mi...
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