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Trabalho em equipe: é possível fazê-lo nas escolas?

Nas aulas sobre projetos inter e transdisciplinares, frequentemente, os alunos questionam a possibilidade de se trabalhar em equipe com professores de outras disciplinas. As alegações são as seguintes: (i) os professores de outras disciplinas não querem se envolver em projetos, (ii) se um professor abordar um tema de outra disciplina, ele não estará "invadindo" o espaço do outro, (iii) será que os professores sabem trabalhar em equipe?

Compreendo essas indagações, pois, de fato, pouco se verifica um trabalho integrado entre professores e suas disciplinas (salvo casos - isolados - de sucesso, que aparecem em reportagens). Ainda mais porque, na minha opinião, nas semanas de planejamento feitas pelas escolas, seja no início ou no meio do ano, pouco se aborda a questão didática e de desenvolvimento de projetos.

Há alguns anos, a convite da diretora de uma escola pública, ministrei uma palestra sobre a importância da leitura e como os professores podem incentivá-la em sala de aula. Percebi olhares de professores de matemática, história, artes etc. que me "diziam": isso não é comigo, é com os professores de português. E, embora tenha procurado trazer exemplos de todas as disciplinas, não senti que havia os convencido. A boa notícia (acho) é que essa palestra ocorreu há uns 7 anos e espero que a realidade desta (e de outras tantas) escolas tenha mudado.

Assim, uma primeira ação que deve ser feita, nas escolas, é a elaboração de uma semana de planejamento que realmente foque na criação de projetos inter e transdisciplinares, com a maior integração entre os professores, as disciplinas e os conteúdos.

Outra ação que renderia bons frutos é emprestar do meio corporativo as práticas e dinâmicas de trabalho em equipe, para mostrar quão importante é compartilhar experiências (boas ou não), agir em conjunto e integrar os saberes/ as habilidades em foco. Claro que, ao menos inicialmente, cabe à direção da escola conduzir esse tipo de tarefa de sensibilização, usando exercícios vivenciais para estimular a troca entre os professores. 

Além dessa mudança de atitude, é preciso uma outra: o professor não pode se sentir "dono" do saber de sua disciplina. Não que todos sejam assim, mas há relatos de que o título do livro "quem mexeu no meu queijo" ainda representa a realidade em escolas. Só dessa forma, haverá maior liberdade entre os professores de diferentes disciplinas para trabalhar em conjunto.

E, claro, de nada adianta falar sobre projetos sem colocá-los em prática. Sem dúvida, "dá mais trabalho", "é preciso tempo", mas é realmente gratificante criar um projeto, colocá-lo em prática e ver os alunos mais motivados, desenvolvendo suas competências, em vez de ministrar as mesmas aulas, da mesma forma, há anos.

Portanto, trabalhar com projetos inter e transdisciplinares não é tarefa das mais fáceis, por depender de muitas mudanças de ações e atitudes, como tudo que se refere a educação neste país. Mas se cada professor  fizer a sua parte, algo poderá mudar, para melhor, na formação de nossos alunos/ futuros cidadãos.  

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