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Movimento luta para preservar língua portuguesa



Movimento luta para preservar língua portuguesa
Muita gente ainda não sabe, mas há dois anos nasceu em Santos o Movimento Nacional em Defesa da Língua Portuguesa (MMDLP), hoje uma organização não-governamental que luta para preservar o nosso idioma e conter o estrangeirismo que funciona como forte instrumento no avanço da exclusão social de grande parte dos brasileiros. A bandeira foi levantada pelo professor José Paschoal Vaz em palestra que fez no II Fórum Social Mundial, como representante do MMDLP e da UniSantos. O fórum aconteceu em Porto Alegre (RS) de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, com 53 mil delegados de dezenas de países inscritos. Foram realizadas 27 grandes conferências, 140 seminários e 800 oficinas. Paschoal Vaz, que participou da oficina Língua e Identidade, colocou a questão sob a ótica da globalização. Segundo ele, 20% dos brasileiros detêm 65% da renda nacional e são justamente esses que possuem um conjunto capacitário mais elevado por, entre outras razões, terem tido acesso a uma educação mais longa e de melhor qualidade. "Os 20% mais ricos estão verdadeiramente inseridos numa economia globalizada. O restante – ou seja 80% - está fora. O estrangeirismo expõe a vontade da elite brasileira de imitar o que considera desenvolvido, forçando a exclusão social dos demais. O cidadão se sente humilhado em seu próprio país".

Cultura dominante
Idioma dominante nos tempos atuais, o inglês está por toda parte – da placa do restaurante ao anúncio de liquidação. Quem não sabe pronunciar, muitas vezes é ridicularizado e, não raro, leva a fama de ignorante. "Nossa luta não é uma questão meramente semântica, lingüística ou gramaticista. Através da língua passa toda a cultura deles, incorporam valores. O estrangeirismo invade nosso mercado de trabalho, desqualifica o profissional. Em determinadas atividades, se o cidadão usa expressões estrangeiras é do ramo, do contrário é excluído", diz a professora de português e advogada Rosilma Roldan, presidente do MMDLP. Segundo ela, o conhecimento de nosso idioma vai muito além de falar e escrever corretamente. "Usamos a língua para pensar, escrever, nos comunicar em relação a qualquer assunto. O verdadeiro papel da educação é de formar o cidadão, formar um povo que questiona, que reflete, que cobra, e por isso mesmo mais trabalhoso Tiraram do currículo escolar as disciplinas de filosofia, lógica, sociologia, que ensinavam a raciocinar. Hoje a escola ensina apenas a ler e escrever, e nem isso está sendo cumprido. Ensinar a ler, formar pensamento, dominar línguas, se comunicar, isso é formar um cidadão e não mero repetidor".
O MMDLP realizou no ano passado e pretende repetir neste o projeto "Presenteando com Letras", uma campanha de doação de livros que, em 2001, contemplou a comunidade de Caroara, na área continental de Santos. O movimento também promoveu o lançamento do CD 'Cavalo de Praia', reunindo seis músicos da cidade. "A defesa da língua começa pelo apoio a nossa cultura, nossa música, à moda nacional", exemplifica Rosilma. Além de reuniões e palestras, os integrantes da Ong realizam debates virtuais pelo site www.novomilenio.inf.com.br/idioma, envolvendo pessoas de outros estados e países lusófagos.

Estudantes santistas participam de Fórum
Os jovens santistas também estiveram presentes no Encontro Mundial da Juventude, atividade paralela ao Fórum Social Mundial, representados pelo estudante de jornalismo Pablo Solano. Pablo integrou o Comitê Paulista da Juventude e participou do 2º Acampamento Intercontinental da Juventude, que reuniu cerca de 20 mil pessoas de diversos países."Discutimos parâmetros para pautar nossa ação para o futuro. Queremos articular um movimento comprometido com outra visão do mundo, contribuir para que a globalização tenha uma abordagem humanista. A proposta de reunir em uma rede mundial os movimentos sociais da juventude é tão importante quanto a de criar um fórum social brasileiro, que já está em processo, e fóruns semelhantes nas cidades. Este é o grande desafio".

Educação falha
Para a professora Rosilma, o sistema de progressão continuada (sem repetência) adotado na rede pública contribui para aumentar a exclusão social dos brasileiros. "A progressão não desestimula o aluno, não humilha. Só que o ser humano é forjado na frustração, não no sucesso. É preferível ser humilhado na escola do que no mercado de trabalho. Conter a evasão escolar à custa do analfabetismo é politiqueiro. O país cria um meio-cidadão, que vai ser humilhado de verdade na hora que for para o mercado de trabalho pensando que tem um diploma". Embora considere boa a idéia da progressão continuada - "reprovar também não funciona pois a criança vai para a rua" -, o professor Paschoal Vaz entende que é preciso fazer o sistema de reforço funcionar. "Da forma como está não adianta. O reforço é fraco, o valor da bolsa-escola baixo, não tem crédito educativo, o sistema saúde, transporte e habitacional muito falhos. Como exigir que uma criança estude em um barraco onde moram dez, quando mal cabe um?"

Pesquisa revela analfabetismo
De 680 crianças de classes de reforço das 4ª séries da rede pública em São Vicente pesquisadas ano passado, 80 – ou seja 11% - foram consideradas analfabetas. A pesquisa foi coordenada pela professora Zélia de Oliveira Barros, do Núcleo de Pesquisa Social da Faculdade de Serviço Social da UniSantos, em convênio com a Secretaria de Educação de São Vicente. Apesar do resultado, 90% das famílias classificaram a escola de "boa". Veja alguns dos nomes escritos pelas crianças (a maioria na faixa etária de 11 e 12 anos) quando apresentados os desenhos de animais:
Coelho
Coenho - ulo - colha
Cavalo
Cabalo - ca
Sorvete
Rovete
Carro
Cao - aro - carem
Abacaxi
abacal

 Por: Mírian Ribeiro
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