RESENHA DO LIVRO FALANDO PELOS COTOVELOS DE LÚCIA PIMENTEL GÓES
Rui
fica muito encafifado quando a avó lhe diz “não vá esfolar o pé da
mesa!”, e logo depois avisa que “vem vindo um pé-devento”. A mãe, para
complicar, ainda acrescenta: “Vá num pé e volte noutro!”. É muito pé
para a cabecinha de Rui. Assim não dá pé! Onde estará a cabeça do alho
que a mãe mandou buscar? E a
coitada
da irmã, que tem que fazer boca de siri? Isso sem falar na cabeça dele
que, alguém falou, está nas nuvens. Ai, meu Deus, será que ninguém fala
coisa com coisa? E, de confuso, o pequeno passa a assustado, achando que
a avó vai espetá-lo e assá-lo na brasa só porque tirou notas baixas.
Rui chora, a mãe põe a culpa nos filmes de horror da televisão e explica
que ele não pode levar tudo ao pé da letra. Mas a avó se zanga com ele.
“Não tem jeito”, se conforma o menino. “Eles têm que falar comigo como
se eu fosse do tempo da onça!”
Durante a leitura:
1.
Antecipar aos alunos que o texto trará muitas outras expressões como as
do título. Orientá-los para que tentem identificálas e que anotem as
que não entenderam.
2.
Peça para observarem como as ilustrações produzidas no livro e que
traduzem o sentido literal das expressões e provérbios, mostrando as
confusas interpretações que Rui produz a respeito do que a avó e a mãe
falam.
Depois da leitura:
1. Faça, junto com os alunos, um levantamento de todas as ocorrências de expressões populares e provérbios que aparecem no texto, e aproveitem para observar quais foram ilustrados. Solicite que expliquem oralmente o que querem dizer. Assim, você terá oportunidade de esclarecer dúvidas.
2.
Proponha que, durante a semana, recolham expressões desse tipo,
prestando atenção ao que ouvirem na rua, em casa, nos comerciais de tevê
etc.
3.
Peça que cada aluno escolha uma das expressões pesquisadas e a ilustre
como fez Negreiros para as do livro. Promova depois uma exposição dos
trabalhos chamada “Ao pé da letra”.
4.
Pé de mesa, céu da boca são catacreses, expressões metafóricas que já
caíram em domínio público, isto é, já se transformaram em nome popular
para o que designam. Fazer com a classe um levantamento de outras
(sugestões: asa da xícara, pé da montanha, boca da noite etc.).
5.
Desenvolva com a classe o trabalho com os provérbios, pedindo que
procurem outros junto aos familiares ou mesmo em livros que os
relacionem, como O livro dos provérbios, ditados populares de Ciça
Alves Pinto, da Editora SENAC, São Paulo. Esclareça o seu significado,
pois nem todos são fáceis de entender.
6. Brincando de encontrar o par
Aproveitando
a estrutura binária dos provérbios, escreva-os em tiras de cartolina e
recorte-os separando suas duas partes. Depois, embaralhe as tiras e peça
que os alunos encontrem o par.
Exemplos:
Em boca fechada nada tem.
Quem tem pressa espeto de pau.
Quem tudo quer não entra mosca.
Em casa de ferreiro come cru.
Uma outra proposta seria a de simplesmente completar os provérbios que eles já trabalharam. Sugestão:
Quem não tem cão ............................
Filho de peixe ....................................
De grão em grão, ...............................
7. Verificar se eles prestaram
atenção que um dos provérbios que aparecem no texto (“Macaco velho não
bota a mão em cumbuca”) foi modificado pela avó: “Sou macaca velha e
ainda boto a mão em cumbuca!” A mudança provoca, evidentemente, uma
alteração de sentido. O que a avó quis dizer com aquilo?
8. Jogos de mímica
Organize
a classe em grupos. Sorteie um provérbio para cada um. O grupo deverá
apresentá-lo sem usar palavras, apenas recursos teatrais, como mímica ou
ruídos. A classe deve adivinhar de que provérbio se trata.
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